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Parecer 165/2004, de 10 de Abril

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Texto do documento

Parecer 165/2004. - Assembleia da República - Deputado - Aposentação - Caixa Geral de Aposentações - Pensão transitória - Desligamento de serviço - Serviço de origem - Provedoria de Justiça.

A pensão transitória de aposentação prevista no n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação e devida a deputado à Assembleia da República, na qualidade de funcionário, constitui encargo a ser suportado pela entidade de que o interessado dependia, nessa qualidade, à data da desligação do serviço.

Sr. Presidente da Assembleia da República:

Excelência:

I - Dignou-se V. Ex.ª solicitar a este corpo consultivo (ver nota 1) parecer, com carácter de urgência, sobre qual a entidade responsável pelo pagamento da pensão transitória de aposentação devida a deputado à Assembleia da República, que requereu a sua aposentação como funcionário da Administração Pública e por referência ao seu serviço de origem, pelo período que mediou entre a desligação do serviço e a passagem à situação de aposentação.

Cumpre, com as condicionantes inerentes à urgência pretendida, emitir parecer.

II - 1 - A presente consulta reporta-se ao processo de aposentação de Maria Manuela Aguiar Dias Moreira, deputada à Assembleia da República, na qualidade de assessora da Provedoria de Justiça, a qual foi desligada do serviço a aguardar aposentação em 26 de Agosto de 2002 e aposentada com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2003.

2 - Por requerimento de 13 de Fevereiro de 2003, a Sr.ª Deputada Maria Manuela Aguiar Dias Moreira informou a secretária-geral da Assembleia da República do não pagamento, pelo respectivo serviço de origem, da pensão correspondente ao período entre 26 de Agosto e 31 de Dezembro de 2002 e solicitou que se clarificasse a questão de saber se a obrigação de pagamento caberia à Provedoria de Justiça ou à Assembleia da República.

2.1 - Ouvida sobre a matéria a Divisão de Recursos Humanos e Administração da Direcção de Serviços Administrativos e Financeiros da Assembleia da República, foram emitidas informações que coligem alguns elementos relevantes sobre o processo de aposentação em causa.

Assim, numa primeira informação (ver nota 2), declarou-se o seguinte:

"A Sr.ª Deputada requereu a aposentação ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 37.º do Estatuto da Aposentação [...], pois que reunia os requisitos necessários, designadamente 'quando o subscritor contar com, pelo menos, 60 anos de idade e 36 de serviço';

A aposentação foi pois requerida na qualidade de funcionário público;

O serviço de origem da interessada é a Provedoria de Justiça."

E referiu-se ainda que o processo de aposentação foi accionado directamente pela Provedoria de Justiça, concluindo que deve ser essa entidade a assumir os correspondentes encargos.

A essa informação anexou-se uma comunicação enviada pela Caixa Geral de Aposentações à Assembleia da República em que a interessada é referenciada como "assessora" e se declara que "o pagamento da pensão constitui encargo do serviço do activo até ao último dia do mês em que [a aposentação] for publicada no Diário da República, passando a ser da responsabilidade desta Caixa a partir do dia 1 do mês seguinte ao da publicação" (ver nota 3). Mais se juntou cópia da página do Diário da República em que foi publicada a aposentação da interessada, que ali surge identificada como "assessora", integrada em rubrica da Provedoria de Justiça (ver nota 4).

Na informação subsequente (ver nota 5), que visou completar a anterior, formularam-se as seguintes considerações:

"1 - Nos termos da alínea h) do artigo 20.º do Estatuto dos Deputados, é incompatível com o exercício do mandato de deputado o desempenho de funções de funcionário do Estado.

2 - Consequentemente, a Sr.ª Deputada em causa exerce o seu mandato usufruindo do direito consagrado no artigo 19.º, n.º 2, do referido Estatuto, isto é, está dispensada da sua actividade profissional.

3 - Acontece que, sendo deputada, a interessada adquiriu o direito a beneficiar do regime de segurança social aplicável ao funcionalismo público - artigo 18.º, n.º 1, do Estatuto - e, consequentemente, continuou a ser subscritora da Caixa Geral de Aposentações, embora dispensada no seu serviço de origem.

4 - O artigo 45.º do Estatuto da Aposentação - Decreto-Lei 498/72, de 9 de Dezembro -, na sua actual redacção, estipula que, em caso de concorrência de cargos que dêem direito à aposentação, o subscritor pode optar por qualquer deles. Foi o que fez a interessada, que optou por aposentar-se pelo seu cargo de assessora da Provedoria de Justiça, tendo todo o processo de aposentação decorrido pelos respectivos serviços.

5 - Nos termos do artigo 73.º, n.º 1, o direito à aposentação e respectivo abono da pensão pela Caixa Geral de Aposentações vence-se no dia 1 do mês seguinte àquele em que foi feita a publicação no Diário da República. No caso presente, no dia 1 de Janeiro de 2003.

6 - Mas o funcionário subscritor da Caixa Geral de Aposentações desligado do serviço a aguardar aposentação - ou melhor, a publicação no jornal oficial da sua aposentação - tem o direito a ser abonado da pensão fixada pela Caixa e notificada ao seu serviço, pensão essa ainda de natureza provisória e da responsabilidade do serviço por onde se aposentou, de acordo com o artigo 99.º, n.º 3, do Estatuto da Aposentação. Aliás, a Caixa Geral de Aposentações enviou a notificação da pensão de aposentação para a Provedoria de Justiça e cópia apenas para conhecimento à Assembleia da República, conforme se pode ver do processo instrutor.

7 - Neste caso, não restam dúvidas que é sobre a Provedoria de Justiça que impende a obrigação de pagar à interessada a pensão referente aos meses de Setembro a Dezembro de 2002. É que a expressão utilizada pela Caixa Geral de Aposentações, 'serviço do activo', abrange a Provedoria de Justiça e não, como é óbvio, a Assembleia da República.

8 - Acrescente-se que a interessada não exerce funções inerentes ao funcionalismo público na Assembleia da República, não estando aqui requisitada, destacada, em comissão de serviço ou em qualquer outra figura de mobilidade. Exerce sim um cargo político, o que é substancialmente diferente."

E concluiu-se que "não compete à Assembleia da República pagar a pensão de aposentação da assessora da Provedoria de Justiça Dr.ª Maria Manuela Aguiar Dias Moreira".

2.2 - Comunicada esta posição, por determinação superior, à Provedoria de Justiça, pronunciou-se esta entidade sobre a matéria em sentido divergente.

Respondeu o Sr. Provedor de Justiça (ver nota 6), começando por invocar um "lapso" da Caixa Geral de Aposentações, por esta reconhecido (ver nota 7), que consistiria em ter "remetido a notificação da pensão de aposentação à Provedoria de Justiça e não à Assembleia da República".

Nessa base, argumentou-se seguidamente deste modo:

"[...] a Caixa Geral de Aposentações há muito que perfilha o entendimento de que é ao serviço onde o subscritor se encontrava a exercer funções no momento em que requereu a aposentação que incumbe pagar a pensão transitória";

"[...] essa posição decorre directamente da letra da lei, ao estabelecer o n.º 1 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação que as 'resoluções a que se refere o artigo 97.º serão desde logo comunicadas aos serviços onde o subscritor exerça funções'";

"Sendo certo que a Dr.ª Maria Manuela Aguiar Dias Moreira se encontra dispensada do exercício de funções na Provedoria de Justiça, desde 1 de Fevereiro de 1980, dúvidas não podem restar de que a comunicação em apreço se dirigia, por lei, à Assembleia da República";

"[...] a aposentação da interessada pelo cargo de origem consubstanciou uma opção meramente formal, como resulta dos seguintes aspectos:

a) A retribuição base mensal tida em conta para efeitos de cálculo da sua pensão não foi aquela correspondente ao cargo de assessora [...], mas sim a relativa ao vencimento de deputado [...];

b) O último cargo por que estava inscrita na Caixa Geral de Aposentações era o de deputado, encontrando-se a ser pagas as quotizações devidas com base no vencimento de deputado, e não de assessora".

A concluir, afirma-se que, "não tendo a visada regressado ao serviço de origem, injusto seria que a Provedoria de Justiça fosse chamada a pagar uma pensão transitória superior à remuneração que a mesma auferiria como assessora".

2.3 - Confrontada a Caixa Geral de Aposentações, pela Divisão de Recursos Humanos e Administração da Assembleia da República, com a posição que àquela foi atribuída pela Provedoria de Justiça (ver nota 8), veio essa entidade sustentar o entendimento de que o artigo 99.º do Estatuto da Aposentação impõe a comunicação ao "serviço onde o subscritor exerce funções à data da aposentação", donde deduz que, neste caso, a "comunicação foi, por lapso, inicialmente feita à Provedoria de Justiça".

E afirmou-se o seguinte:

"O subscritor com direito de aposentação por mais de um cargo deverá escolher aquele por que pretende ser aposentado (artigo 45.º do EA). No caso em apreço, a interessada optou pelo cargo de assessora da Provedoria de Justiça, sem prejuízo de a pensão ter sido calculada com base no último cargo em que estava inscrita na Caixa (n.º 1 do artigo 47.º e n.º 1 do artigo 50.º do EA)";

"[...] não compete à Caixa fiscalizar se a Assembleia da República ou outra entidade dá ou não cumprimento à comunicação a que se refere o artigo 99.º do EA".

2.4 - Perante estas divergências, chegou a propor-se, no âmbito do gabinete da secretária-geral da Assembleia da República (ver nota 9), e com a sua concordância, que "se oficie à Provedoria de Justiça informando que, apesar de discordar das razões por ela apresentadas relativamente a este caso, a AR decidiu assumir o pagamento da pensão transitória para não arrastar por mais tempo este conflito negativo de competências, com natural e evidente prejuízo da interessada".

Preliminarmente, entendeu V. Ex.ª submeter a questão suscitada à apreciação do Sr. Auditor Jurídico da Assembleia da República, que culminou o respectivo parecer (ver nota 10) com as seguintes conclusões:

"I - O serviço passível da comunicação da resolução a que se refere o artigo 97.º, n.º 1, do Estatuto aprovado pelo Decreto-Lei 498/72, de 9 de Dezembro, quando o titular do direito à aposentação é deputado com vínculo à função pública, é o serviço a cujo quadro de pessoal o funcionário pertencia;

II - Não constitui encargo da Assembleia da República o pagamento da pensão transitória de aposentação à Sr.ª Deputada Dr.ª Maria Manuela Aguiar Dias Moreira, ex-assessora dos serviços da Provedoria de Justiça."

A sua posição assenta, essencialmente, numa interpretação do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação, em que a referência aos "serviços onde o subscritor exerça funções" não tem a ver com a "prestação de facto das funções" mas com uma "vinculação para o fim visado pela norma", que, no caso de exercício de funções políticas, por inexistir outra vinculação, só poderia ser a que se reporta "ao serviço em que o interessado se encontra legalmente colocado, que outro não é que aquele a cujo quadro de pessoal pertence".

E invoca-se, em abono desse entendimento, o parecer 64/91 deste Conselho Consultivo, que terá versado situação paralela, e no qual se concluiu que "não constitui encargo da Assembleia da República o pagamento da aludida pensão de aposentação, seja na fase transitória seja na fase definitiva".

Termina-se sugerindo que seja obtido o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República sobre a matéria, o que mereceu o acolhimento de V. Ex.ª

3 - Estes, pois, os dados a considerar acerca da temática suscitada, que se passará a dirimir.

III - 1 - A questão colocada consiste, exclusivamente, em saber se a entidade responsável pelo pagamento da pensão transitória de aposentação devida a um deputado será a Assembleia da República ou a entidade em relação à qual operou a sua aposentação.

Não se discute, no caso concreto, quer o direito à aposentação, quer o tipo de vinculação funcional que foi tido em conta na atribuição da pensão de aposentação, quer ainda a fórmula de cálculo da pensão adoptada pela Caixa Geral de Aposentações. Deve, assim, dar-se por assente que a deputada Maria Manuela Aguiar Dias Moreira preencheu os requisitos legalmente exigidos para o reconhecimento do direito à aposentação, na qualidade de assessora da Provedoria de Justiça, sendo de aceitar os termos em que esse direito foi reconhecido pela Caixa Geral de Aposentações.

Apenas se trata de apurar se a pensão transitória de aposentação que àquela é devida deve ser abonada pela Assembleia da República, onde continua a exercer funções (políticas), ou pela Provedoria de Justiça, serviço onde exerceu funções como funcionária e do qual foi desligada para efeitos de aposentação.

Tendo como limite este estrito objecto, importa conhecer melhor o regime da aposentação da função pública, com particular incidência na vertente respeitante à pensão transitória de aposentação, e o regime de aposentação dos deputados - matérias sobre as quais este Conselho Consultivo já anteriormente se pronunciou (ver nota 11).

2 - O regime de protecção social da função pública inscreve-se no âmbito mais vasto do sistema de previdência social e constitui manifestação do direito à segurança social, consagrado no artigo 63.º da Constituição.

2.1 - Esse regime de protecção social da função pública apresenta duas vertentes bastante diferenciadas (ver nota 12).

Assim, "há uma forma de protecção social de tipo previdencial, que comporta uma relação jurídica contributiva e uma gestão de tipo institucional, [e], por outro lado, existe uma protecção social de base puramente administrativa, gerida pelos serviços e organismos da Administração Pública, com total ausência de qualquer vínculo contributivo" (ver nota 13). Neste último caso, as prestações atendem a eventualidades aleatórias como a maternidade, a paternidade, a adopção, o desemprego, a doença, acidentes de trabalho e doenças profissionais, e resultam única e directamente da relação jurídica laboral ou de emprego público.

A protecção social de tipo previdencial proporciona aos beneficiários, por um lado, prestações pecuniárias para situações de velhice, invalidez e morte, e resulta do vínculo institucional à Caixa Geral de Aposentações ou, por outro, proporciona prestações sanitárias, por força de um vínculo à ADSE, para situações de carência de cuidados médicos. A cada tipo de benefício corresponde uma prestação contributiva independente.

Ora, uma das modalidades de previdência social dos funcionários e agentes administrativos é a aposentação, que visa, fundamentalmente, protegê-los na velhice ou na invalidez (ver nota 14).

A aposentação, que na sua expressão mais simples se poderá definir como cessação do exercício de funções com auferimento de uma prestação pecuniária mensal vitalícia (pensão), tem como regulamentação base o Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei 498/72, de 9 de Dezembro (ver nota 15).

Segundo João Alfaia, "por 'aposentação' entende-se a situação jurídica em que se encontram os funcionários e agentes que, sendo considerados incapazes para o serviço, em virtude de idade [...], vêem extinta a sua relação jurídica de emprego público, permanecendo, todavia, vinculados à Administração Pública através de uma nova relação jurídica (de aposentação) filiada na relação jurídica extinta e constituída em seu inteiro benefício, a qual estabelece um novo complexo de direitos, deveres e incompatibilidades" (ver nota 16).

O autor propõe-nos vários critérios para distinguir as diversas modalidades de aposentação. Assim, se atendermos ao critério da natureza de aposentação, esta poderá ser normal, porque para ela tende em princípio todo o subscritor da Caixa Geral de Aposentações, ou acidental, quando corresponda a uma cessação prematura da carreira por incapacidade ou por ser compulsiva. Quanto ao regime a que fica sujeita, a aposentação poderá ser extraordinária, beneficiando então o subscritor de um regime especialmente favorável, ou ordinária, quando se exige um certo tempo de serviço, sendo a pensão de valor proporcional ao mesmo. Se atendermos às razões da aposentação, esta pode ser legal ou compulsiva, se se considerar a quem pertence a iniciativa da aposentação, interessado ou Administração Pública, pode ela ser voluntária ou obrigatória, e, finalmente, tendo em conta a própria pensão, poderá configurar-se uma aposentação com pensão por inteiro ou com pensão proporcional ao tempo de serviço (ver nota 17).

O facto constitutivo da relação jurídica de aposentação é o acto administrativo definitivo e executório que determina a criação daquela relação (ver nota 18).

"Tal facto é o resultante de uma série de actos de direito instrumental tendentes a verificar, designadamente, se existem ou não os requisitos legais da aposentação (processo de aposentação)" (ver nota 19), sendo que o facto jurídico constitutivo da relação jurídica de aposentação insere-se nesse processo, como decisão final do mesmo.

O processo de aposentação está regulado nos artigos 84.º a 111.º do Estatuto da Aposentação.

O artigo 97.º reporta-se ao acto de resolução final do processo por parte da administração da Caixa, em que se define se o interessado tem direito à pensão de aposentação e, no caso afirmativo, qual o montante da pensão que lhe é atribuída.

À resolução final do processo segue-se a comunicação aos serviços onde o interessado exerça funções, com vista ao termo do serviço.

Na verdade, o artigo 99.º, com a epígrafe "Termo do serviço", estabelece que a Caixa comunicará imediatamente aos serviços em que o aposentando exerça funções a sua resolução que fixar a pensão de aposentação ou que determinar provisoriamente as bases para o seu cálculo, a fim de que o interessado seja logo desligado do serviço, ficando desde então na situação de aguardando aposentação, a auferir uma pensão transitória de aposentação, fixada de harmonia com a comunicação da Caixa, a partir do dia em que for desligado do serviço.

Segundo o artigo 73.º do Estatuto da Aposentação, a passagem do interessado à situação de aposentação verifica-se, em regra, no 1.º dia do mês seguinte ao da publicação oficial da lista de aposentados em que se inclua o seu nome (n.º 1) ou, excepcionalmente, na data em que deva considerar-se desligado do serviço (n.º 2).

"A partir do momento em que o facto constitutivo de tal relação jurídica de aposentação produz efeitos nasce a situação jurídica correspondente, verificando-se então a concessão ao aposentando de uma nova 'qualidade' ou 'status' que lhe atribui o complexo de direitos, deveres e incompatibilidades que formam a situação jurídica da aposentação." (ver nota 20)

Entre esse complexo de direitos sobressai o direito a auferir uma pensão mensal vitalícia, fixada pela Caixa, em função da remuneração mensal e do número de anos e meses de serviço do subscritor, bem como, se for caso disso, do seu grau de incapacidade (artigo 46.º do Estatuto da Aposentação).

O artigo 74.º do Estatuto da Aposentação refere-se aos deveres do aposentado, e o artigo 78.º do mesmo diploma consagra o correspondente regime de incompatibilidades.

2.2 - Deste traçado geral do regime de aposentação do funcionalismo público destaquemos, na parte relevante e na sua actual versão, os normativos do diploma em análise que mais directamente interessam ao presente parecer:

"Artigo 37.º

Aposentação ordinária

1 - A aposentação pode verificar-se, independentemente de qualquer outro requisito, quando o subscritor contar, pelo menos, 60 anos de idade e 36 de serviço.

...

Artigo 44.º

Cargo pelo qual se verifica a aposentação

1 - O subscritor é aposentado pelo último cargo em que esteja inscrito na Caixa.

2 - Se à função exercida pelo subscritor, fora do quadro ou da categoria a que pertença, não corresponder direito de aposentação, esta efectivar-se-á pelo cargo de origem.

Artigo 45.º

Concorrência de cargos

1 - O subscritor com direito de aposentação por mais de um cargo deverá escolher aquele por que pretende ser aposentado, salvo nos casos em que lei especial faculte a aposentação cumulativa pelos cargos simultaneamente exercidos.

2 - O subscritor que tenha também direito de aposentação por cargo que exerça em regime de comissão ou requisição poderá optar pela aposentação correspondente ao seu cargo de origem.

Artigo 46.º

Direito à pensão

Pela aposentação o interessado adquire o direito a uma pensão vitalícia, fixada pela Caixa, nos termos dos artigos seguintes, em função da remuneração mensal e do número de anos e meses de serviço de subscritor, bem como, se for caso disso, do seu grau de incapacidade.

Artigo 64.º

Pagamento da pensão

1 - A pensão de aposentação é devida pela Caixa a partir da data em que o subscritor passa à situação de aposentado.

...

Artigo 73.º

Passagem à aposentação

1 - A passagem do interessado à situação de aposentação verifica-se no dia 1 do mês seguinte ao da publicação oficial da lista de aposentados em que se inclua o seu nome.

2 - ...

Artigo 74.º

Direitos e deveres do aposentado

1 - O aposentado, além de titular do direito à pensão de aposentação, continua vinculado à função pública, conservando os títulos e a categoria do cargo que exercia e os direitos e deveres que não dependam da situação de actividade.

2 - Salvo quando de outro modo se dispuser, o regime legal relativo aos aposentados é também aplicável aos que se encontrem desligados do serviço aguardando aposentação.

Artigo 97.º

Resolução final

1 - Concluída a instrução do processo, a administração da Caixa, se julgar verificadas as condições necessárias, proferirá resolução final sobre o direito à pensão de aposentação e sobre o montante desta, regulando definitivamente a situação do interessado.

2 - Suscitando-se dúvidas sobre matéria que possa influir no montante da pensão, a Caixa fixará provisoriamente as bases do seu cálculo, em conformidade com os dados já apurados e sem prejuízo da sua rectificação em resolução final, uma vez completada a instrução do processo.

Artigo 99.º

Termo do serviço

1 - As resoluções a que se refere o artigo 97.º serão desde logo comunicadas aos serviços onde o subscritor exerça funções.

2 - Com base nesta comunicação, o subscritor é desligado do serviço, ficando a aguardar aposentação até ao fim do mês em que for publicada a lista dos aposentados com a inclusão do seu nome.

3 - Salvo o disposto em lei especial, o subscritor desligado do serviço abre vaga e fica com direito a receber pela verba destinada ao pessoal fora do serviço aguardando aposentação pensão transitória de aposentação, fixada de harmonia com a comunicação da Caixa, a partir do dia em que for desligado do serviço. [(ver nota 21)]

4 - A ulterior rectificação da importância da pensão dará lugar ao abono ao interessado ou à reposição por este das diferenças que se verifiquem.

Artigo 100.º

Publicação da aposentação

1 - Concedida a aposentação e fixada a pensão definitiva, inscrever-se-á o interessado nas listas dos aposentados, que será publicada no Diário da República, 2.ª série, entre os dias 20 e 25 de cada mês, mediante despacho do administrador geral, precedido de visto de cabimento de verba, aposto pelo serviço competente.

2 - A mudança de situação resultante do disposto no n.º 3 do artigo 99.º, bem como da aplicação de lei especial naquele referida, será desde logo publicada na 2.ª série do Diário da República.

3 - Na publicação a que se referem os números anteriores indicar-se-á, com observância do disposto no artigo 53.º e no n.º 2 do artigo 57.º, o montante da pensão."

2.3 - Tendo por pano de fundo esse quadro normativo, concentremos agora a nossa atenção no específico estatuto do aposentando ou desligado do serviço aguardando aposentação (ver nota 22).

Como refere João Alfaia, "entre a situação de subscritor da Caixa Geral de Aposentações - a qual corresponde, em princípio, à situação de funcionário ou agente no activo (-) - e a situação de aposentação - que constitui o corolário normal da vida funcional - situa-se, como mecanismo de transição, a situação de desligado do serviço aguardando aposentação ou, numa fórmula mais sintética, a situação de aposentando)", a qual constitui, "na essência, a antecâmara da aposentação" (ver nota 23).

E prossegue: "Como situação de transição que é, a situação de aposentando possui traços comuns à situação que a antecede e àquela que lhe sucederá e de que constitui instrumento."

Como características comuns à situação de subscritor o autor indica as seguintes:

"a) O aposentando permanece titular da relação jurídica de emprego público [(ver nota 24)], embora deixe de ocupar lugar, em princípio;

b) O aposentando permanece vinculado ao departamento onde ocupava lugar, que continua a aboná-lo e a cujo poder disciplinar se mantém sujeito;

c) O aposentando permanece titular do direito de vir a ser aposentado em condições não menos favoráveis que aquelas vigentes no momento da sua inscrição como subscritor." (ver nota 25)

Por sua vez, as características comuns à situação de aposentado permitem afirmar que "a situação de aposentando possui porventura maior similitude com a de aposentação que com a de subscritor da CGA", e apresentam-se deste modo:

"a) [...] o aposentando passa a revestir a natureza de pensionista, uma vez que se encontra numa situação de indisponibilidade (relativa) com direito não a um vencimento em sentido lato mas a uma pensão;

b) O complexo de direitos, deveres e incompatibilidades do aposentando encontra-se muito próximo daquele que caracteriza a situação jurídica de aposentação;

c) Embora actuando através do departamento a que o aposentando permanece vinculado, a Caixa Geral de Aposentações passa a desempenhar papel relevante quanto ao principal direito daquele (isto é, do aposentando), na medida que é ela que fixa o montante da pensão transitória de aposentação." (ver nota 26)

"Como se sabe, o processo de aposentação é instaurado na Caixa Geral de Aposentações com base em requerimento do interessado, quando se trate de aposentação voluntária ou em comunicação dos serviços de que dependa, no caso de ser obrigatória (cf. o n.º 1 do artigo 84.º), iniciando-se, desse modo, uma determinada tramitação processual que culminará na resolução final a proferir pela respectiva Administração, 'sobre o direito à pensão de aposentação e sobre o montante desta, regulando definitivamente a situação do interessado' (n.º 1 do artigo 97.º)." (ver nota 27)

"Há, consequentemente, um lapso de tempo mediando entre o momento da desligação do serviço e a resolução final em que o inte ressado permanece numa situação de aguardar aposentação, a qual se pode prolongar apreciavelmente, pelo que seria injusto não lhe reconhecer o direito a auferir um equivalente ao tempo de serviço prestado e aos descontos efectuados." (ver nota 28)

Entre os direitos de que o aposentando é titular conta-se, pois, o direito a uma pensão transitória de aposentação, nos termos das disposições conjugadas dos artigos 74.º, n.º 2, e 99.º, n.º 3, do Estatuto da Aposentação.

Esta pensão "pressupõe o afastamento do exercício de funções" e "passa a ser paga pelo departamento a que o aposentando se mantém vinculado, a partir do dia da desligação do serviço, através de uma verba destinada ao pessoal fora do serviço aguardando aposentação [...] Deste modo, o funcionário ou agente passa a revestir a natureza de pensionista - isto é, de um funcionário ou agente na situação de indisponibilidade cujo abono principal não possui natureza remuneratória (pois não visa o exercício de qualquer função), antes reveste natureza social (pois é postulado pela solidariedade social, em face da velhice ou da invalidez)" (ver nota 29).

3 - Sobre o regime aplicável aos deputados à Assembleia da República, em matéria de previdência e aposentação, há que convocar dois núcleos de disposições pertinentes: as constantes do Estatuto dos Deputados, aprovado pela Lei 7/93, de 1 de Março (ver nota 30), e as que se inscrevem na Lei 4/85, de 9 de Abril, que define o estatuto remuneratório dos titulares de cargos políticos (ver nota 31) (ver nota 32).

3.1 - Quanto ao primeiro núcleo, são de salientar os artigos 18.º e 19.º do Estatuto dos Deputados, que se exprimem deste modo:

"Artigo 18.º

Regime de previdência

1 - Os deputados, bem como os ex-deputados que gozem da subvenção a que se refere o artigo 24.º da Lei 4/85, de 9 de Abril, beneficiam do regime de previdência social mais favorável aplicável ao funcionalismo público.

2 - No caso de os deputados optarem pelo regime de previdência da sua actividade profissional, cabe à Assembleia da República a satisfação dos encargos que corresponderiam à entidade patronal.

Artigo 19.º

Garantias de trabalho e benefícios sociais

1 - Os deputados não podem ser prejudicados na sua colocação, nos seus benefícios sociais ou no seu emprego permanente por virtude do desempenho do mandato.

2 - Os deputados têm direito a dispensa de todas as actividades profissionais, públicas ou privadas, durante a legislatura.

3 - O desempenho do mandato conta como tempo de serviço para todos os efeitos, salvo para aqueles que pressuponham o exercício efectivo da actividade profissional, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 5.º do presente Estatuto.

4 - No caso de função temporária por virtude de lei ou de contrato, o desempenho do mandato de deputado suspende a contagem do respectivo prazo."

À luz do artigo 20.º, n.º 1, alínea h), do Estatuto dos Deputados, que impede o "funcionário do Estado ou de outras pessoas colectivas públicas" de exercer as respectivas funções enquanto exercer o mandato de deputado à Assembleia da República, compreende-se a consagração do princípio de que o desempenho do mandato parlamentar não pode prejudicar os deputados na sua colocação, nos seus benefícios sociais ou no seu emprego (artigo 19.º, n.º 1).

E daí se extrai a necessidade de os deputados beneficiarem do regime de previdência social mais favorável aplicável ao funcionalismo público, podendo optar pelo regime de previdência da sua actividade profissional (artigo 18.º, n.os 1 e 2), e de, em princípio, o desempenho do mandato contar, relativamente à sua actividade profissional, como tempo de serviço para todos os efeitos (artigo 19.º, n.º 3).

3.2 - No que tange ao segundo grupo de normas, são de destacar as dos artigos 24.º e 31.º da Lei 4/85, que consagram, respectivamente, uma subvenção mensal vitalícia e um subsídio de reintegração (33), designadamente em benefício dos deputados:

"Artigo 24.º

Subvenção mensal vitalícia

1 - Os membros do Governo, os ministros da República, os deputados à Assembleia da República, o Governador e secretários-adjuntos de Macau e os juízes do Tribunal Constitucional que não sejam magistrados de carreira têm direito a uma subvenção mensal vitalícia, desde que tenham exercido os cargos ou desempenhado as respectivas funções, após 25 de Abril de 1974, durante 12 ou mais anos, consecutivos ou interpolados.

...

Artigo 31.º

Subsídio de reintegração

1 - Aos titulares de cargos políticos que não tiverem completado 12 anos de exercício das funções referidas no n.º 1 do artigo 24.º é atribuído um subsídio de reintegração, durante tantos meses quantos os semestres em que tiverem exercido esses cargos, de montante igual ao vencimento mensal do cargo à data da cessação de funções.

..."

E reveste ainda interesse o artigo 27.º da Lei 4/85 (ver nota 34):

"Artigo 27.º

Acumulação de pensões

1 - A subvenção mensal vitalícia prevista no artigo 24.º é cumulável com pensão de aposentação ou de reforma a que o respectivo titular tenha igualmente direito, com sujeição ao limite estabelecido para a remuneração base do cargo de ministro.

2 - O tempo de exercício de cargos políticos é contado para efeitos de aposentação ou de reforma.

..."

Este Conselho Consultivo tem afirmado que a subvenção mensal vitalícia e o subsídio de reintegração participam da natureza de medidas de segurança social: visam atenuar e compensar os efeitos prejudiciais da interrupção da actividade profissional por virtude do exercício de funções políticas e garantir a exclusividade do exercício dos cargos políticos (ver nota 35).

Especificamente, a subvenção mensal vitalícia "assume-se como medida de segurança social que visa a atenuação, sob figurino compensatório, dos efeitos do afastamento do exercício da profissão que a carreira política impõe aos titulares de cargos políticos" (ver nota 36).

Em qualquer caso, "a subvenção mensal vitalícia e o subsídio de reintegração constituem, de algum modo, uma concretização por parte do Estado do direito à segurança social que igualmente assiste aos titulares de cargos políticos" (ver nota 37).

Porém, entendeu também este corpo consultivo que "tendo presente a génese electiva do mandato parlamentar e a natureza política do seu cargo, não é defensável sustentar a cessação do mandato parlamentar por virtude da aposentação voluntária do deputado", na qualidade de deputado (ver nota 38). Isto é, "o direito à protecção social dos deputados na velhice, invalidez e morte concretiza-se através do regime específico da subvenção mensal vitalícia, da subvenção em caso de incapacidade e da subvenção de sobrevivência, previstas nos artigos 24.º a 30.º da Lei 4/85" (ver nota 39).

Daqui se deduz que não é possível beneficiarem os deputados de uma pensão de aposentação em razão do exclusivo exercício do cargo (ver nota 40), mas já nada obsta que possam usufruir de uma pensão de aposentação reportada ao seu exercício profissional no funcionalismo público, que é perfeitamente cumulável com a sua remuneração como deputados ou, se já cessaram tais funções, com a respectiva subvenção mensal vitalícia, como expressamente admite o n.º 1 do artigo 27.º da Lei 4/85 (ver nota 41).

4 - De tudo isto - e com vista à apreciação da questão sub iudicio, a empreender adiante - convém, pois, reter as seguintes premissas:

a) Possibilidade de um deputado à Assembleia da República requerer a sua aposentação voluntária como funcionário ou agente da Administração, a que se encontre previamente vinculado - apesar de estar impedido de exercer de facto a actividade profissional correspondente ao seu cargo de origem, ainda que sem prejuízo de continuar a usufruir do respectivo regime de previdência social;

b) Possibilidade de cumulação da respectiva pensão de aposentação com a remuneração como deputado.

5 - Tendo presente este conjunto de elementos que vimos de recensear, regressemos ao caso concreto.

IV - 1 - A questão suscitada resume-se ao apuramento da entidade responsável pelo pagamento da pensão transitória de aposentação devida a Maria Manuela Aguiar Dias Moreira, deputada à Assembleia da República.

Como vimos, esta Sr.ª Deputada requereu a sua aposentação voluntária, por referência ao cargo de assessora da Provedoria de Justiça, por si desempenhado anteriormente à assunção de funções políticas na Assembleia da República.

Tem-se por adquirido que a interessada, enquanto assessora da Provedoria de Justiça (ver nota 42), revestia a qualidade de funcionária para efeitos da sua inscrição como subscritora da Caixa Geral de Aposentações (artigo 1.º do Estatuto da Aposentação), pelo que poderia beneficiar do direito de aposentação, desde que reunidos os respectivos requisitos legais.

Reconhecido esse direito de aposentação, no respectivo processo de aposentação, pela Caixa Geral de Aposentações, entidade para tanto competente, dúvidas não há de que à interessada assistia o direito a auferir uma pensão de aposentação, com referência àquele cargo de assessora da Provedoria de Justiça.

Constata-se ainda que a aposentação foi concedida à interessada pelo cargo de origem, contando o desempenho do mandato de deputada como tempo de serviço para efeitos dessa aposentação.

A culminar o processo de aposentação da interessada, foi proferida pela Caixa Geral de Aposentações resolução final sobre o direito à pensão de aposentação, no sentido da sua concessão, a que se seguiu a comunicação prevista no artigo 99.º, n.º 1, do Estatuto da Aposentação. Dessa resolução foi dado conhecimento tanto à Assembleia da República como à Provedoria de Justiça, por comunicação de 26 de Agosto de 2002.

Independentemente de saber qual o serviço que se deva considerar, no caso concreto, como aquele "onde o subscritor exerça funções" para efeitos do disposto nesse preceito, e a que deveria ter sido enviada a respectiva comunicação, o certo é que operou com essa comunicação o efeito de desligação do serviço - pelo que passou a interessada à situação de aposentanda ou de desligada do serviço a aguardar aposentação, até ao fim do mês da publicação da lista de aposentados em que figurou o seu nome, o que ocorreu em 31 de Dezembro de 2002, coincidindo com o termo do respectivo mês.

Ora, nos termos do n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação, ficou então a interessada com o direito a receber uma pensão transitória de aposentação, correspondente ao período de pré-aposentação que mediou entre aquelas duas datas.

Resta apenas averiguar se a responsabilidade pelo pagamento deve caber à Assembleia da República, na medida em que a interessada ali tem exercido funções, ou à entidade em relação à qual operou a desligação do serviço e a subsequente aposentação.

Coloca-se, assim, uma questão de interpretação dos n.os 1 e 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação. Vejamos como devem essas normas ser interpretadas.

2 - Está em causa atribuir o mais correcto sentido aos segmentos normativos "serviços onde o subscritor exerça funções" e "desligado do serviço [...] com direito a receber, pela verba destinada ao pessoal fora do serviço aguardando aposentação, pensão transitória de aposentação".

No dizer de João Alfaia, como vimos, essa pensão deve ser "paga pelo departamento a que o aposentando se mantém vinculado" (ver nota 43) - o mesmo é dizer pelo departamento em relação ao qual operou a desligação do serviço e a respectiva aposentação.

Porém, supõe-se dever ocorrer congruência entre o n.º 1 e o n.º 3 do referido artigo 99.º, de tal modo que o serviço "onde o subscritor exerça funções" seja o mesmo de que este se mostre "desligado do serviço" e, consequentemente, pelo qual seja aposentado - já que não faz sentido que a comunicação da resolução de aposentação seja enviada para serviço diferente daquele de que o subscritor seja desligado, atento o efeito de desligação derivado dessa comunicação.

No entanto, se lido literalmente o n.º 1 do artigo 99.º, verifica-se, no caso concreto, que não há coincidência entre o lugar do exercício de funções (a Assembleia da República) e o serviço a que se reporta a desligação (a Provedoria de Justiça).

Haverá, pois, que encontrar uma solução de harmonização das duas normas que não comprometa a coerência interna do artigo 99.º

2.1 - É evidente que esse preceito foi editado para a situação comum de o subscritor exercer funções no serviço de que foi desligado, caso em que há inequívoca coincidência entre os serviços referenciados no n.º 1 e no n.º 3 do artigo 99.º

Contudo, o próprio legislador do Estatuto da Aposentação, no n.º 2 do artigo 45.º, concebeu situações em que o aposentando se encontra a prestar funções em lugar diferente, por estar em regime de comissão de serviço ou de requisição (ver nota 44), admitindo aí que o subscritor opte pela aposentação correspondente ao seu cargo de origem. Também nessas circunstâncias não há consonância entre o serviço onde se exerce efectivamente funções e aquele em relação ao qual opera a desligação e a aposentação - e, no entanto, é também situação de aplicação do artigo 99.º Surge então a questão de saber como dar, nesse caso, execução a tal preceito.

Note-se que esta particular situação tem óbvia afinidade com o caso concreto em análise, embora aqui não haja exercício de funções em regime de comissão ou de requisição, mas antes exercício de funções (políticas) que igualmente impede o desempenho de funções no lugar de origem. Ora, este Conselho já teve ocasião de se debruçar sobre uma tal situação, em que se discutia a aposentação de funcionário em regime de requisição - e que se configura como um caso paralelo ao da presente consulta.

Com efeito, no parecer 27/80 (ver nota 45) discutia-se qual a entidade que deveria pagar a "pensão provisória" (ver nota 46) devida a um agente da PSP, que havia sido desligado do serviço da PSP e que vinha exercendo funções, em regime de requisição, na Secção de Fiscalização da Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos (CRPQF), dependente do Ministério do Comércio e Turismo. Aí se ponderou nestes termos:

"No momento em que um funcionário público é desligado de serviço cessa a sua requisição, que é, por definição, a 'situação em que se acha o funcionário quando exerça funções públicas estranhas ao quadro de origem' (-), ficando apenas a aguardar aposentação até ao fim do mês em que for publicada a lista dos aposentados com a inclusão do seu nome - artigo 99.º, n.º 2, do Estatuto da Aposentação.

A cessação da requisição implica o regresso do funcionário ao quadro de origem [...]; a situação de desligado do serviço a aguardar aposentação não é impedimento a esse regresso (-)."

Ou seja, com a desligação do serviço como que se ficcionou um regresso ao lugar de origem - e daí se concluiu que "a 'pensão provisória' a que o recorrente tem direito a partir do momento em que foi desligado do serviço deve ser-lhe paga pelo serviço de origem, a PSP, e não pela CRPQF".

No parecer invoca-se para sustentar essa posição o disposto no artigo 1.º, n.º 4, do Decreto-Lei 560/75, de 2 de Outubro, sobre requisição de funcionários, e em vigor ao tempo da desligação do serviço do referido agente da PSP, segundo o qual "os vencimentos de funcionários a quem tenha sido interrompida a requisição e que tenham passado à situação de aguardar a aposentação serão suportados [...] pelo serviço de origem", complementado pelo Decreto-Lei 716-B/76, de 8 de Outubro, que rege sobre a situação do pessoal da GNR e da PSP que transita do serviço activo para a aposentação, no qual se estabeleceu que o funcionário desligado do serviço abria vaga e a sua pensão provisória seria abonada pelas verbas atribuídas ao pessoal além dos quadros. E reconhece-se que esta solução tem paralelo na redacção introduzida no n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação pelo Decreto-Lei 191-A/79, de 25 de Junho.

Na verdade, o entendimento desse parecer sempre poderia encontrar apoio na letra do referido n.º 3 do artigo 99.º: "o subscritor desligado do serviço abre vaga" - que só pode ser vaga no serviço de que foi desligado - e "fica com direito a receber, pela verba destinada ao pessoal fora do serviço aguardando aposentação, pensão transitória de aposentação" - que, em concordância com o primeiro segmento, será verba destinada, no âmbito do serviço em que foi aberta vaga e de que o subscritor foi desligado, ao pessoal que se encontre em situação de desligado do serviço a aguardar aposentação.

A solução do actual n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação é também coerente com a versão originária do preceito:

Anteriormente, a desligação do serviço não abria vaga, pelo que se compreendia que a pensão transitória fosse paga pela verba destinada ao pessoal na efectividade, na qual tinha já cabimento a remuneração do funcionário antes da desligação, apenas mudando, após esta, a condição desse funcionário para aposentando e a sua remuneração para pensão provisória;

Na versão actual, como a desligação do serviço implica abertura de vaga, o funcionário que ocupa esta vaga passa a receber a sua remuneração pela verba do pessoal na efectividade, substituindo nela o funcionário desligado; ao mesmo tempo, passa a ter de se prever, no orçamento do serviço, uma verba destinada ao pessoal fora do serviço aguardando aposentação, de forma a suportar o novo encargo com a pensão transitória de aposentação do funcionário desligado.

No contexto do actual n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação, tudo se passa, portanto, no âmbito do serviço de que o aposentando foi desligado.

Ora, no caso de o subscritor optar pela aposentação correspondente ao seu cargo de origem, em situações de exercício de funções em regime de comissão ou requisição, nos termos do citado n.º 2 do artigo 45.º do Estatuto, isso determina uma não coincidência entre o lugar do exercício efectivo de funções e o lugar da desligação de serviço: aquele será o da comissão ou requisição e este será o do cargo de origem.

Nessa eventualidade, entende-se que o n.º 3 do artigo 99.º se refere ao serviço da desligação (isto é, ao lugar de origem) e, por sua vez, que o n.º 1 do artigo 99.º, quando se refere ao serviço "onde o subscritor exerça funções" para receber a comunicação da resolução final do processo de aposentação, se deve interpretar como se reportando ao serviço onde o subscritor exerce funções para efeitos da desligação do serviço. Ou seja, deve ficcionar-se como lugar de exercício de funções, do ponto de vista do disposto no n.º 1 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação, precisamente o serviço a que respeitam as consequências contempladas na norma: desligação do serviço; abertura de vaga; pagamento de pensão transitória de aposentação. Nessa medida, a respectiva comunicação deve ser enviada ao serviço de que o aposentando é desligado.

E assim se alcança a pretendida harmonização entre os n.os 1 e 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação.

2.2 - Parece, assim, não oferecer dúvidas que o regime do n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação estabelece a regra de que o encargo com a pensão transitória de aposentação que cabe ao interessado, enquanto funcionário, deve ser suportado pelo organismo de que o interessado dependia, nessa qualidade, à data da desligação do serviço aguardando aposentação - ainda que o funcionário, nesse momento, desempenhe funções noutro lugar da Administração Pública.

Como se reconheceu em diferentes pareceres deste Conselho (ver nota 47), pode extrair-se do regime legal, na parte relativa à situação do desligado do serviço aguardando aposentação - actualmente, do n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação -, um princípio geral que se exprime assim: "os quadros suportam, pelas suas verbas orçamentais, o pagamento das pensões dos funcionários desligados aguardando aposentação, enquanto a Caixa Geral de Aposentações não iniciar os abonos respectivos" (ver nota 48).

Segundo o parecer 38/66, a obrigação que impende sobre os serviços no sentido do pagamento da pensão dos funcionários desligados aguardando aposentação funda-se na relação de serviço existente.

Actualmente, como vimos, de acordo com o n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação, o subscritor desligado do serviço abre vaga e tem direito a receber uma pensão transitória pela verba destinada ao pessoal fora do serviço aguardando aposentação - mas, nos termos do n.º 1 do artigo 28.º do Decreto-Lei 427/89, de 7 de Dezembro (ver nota 49), a relação jurídica de emprego público extingue-se, designadamente, por desligação do serviço para efeitos de aposentação.

Ou seja, hoje já não pode dizer-se que a obrigação de os quadros de origem suportarem o encargo da pensão transitória dos funcionários desligados aguardando aposentação fundamenta-se na relação de serviço existente. No entanto, a mesma continua a colher fundamento na relação de serviço - entendida esta, agora, como a relação existente à data da desligação para efeitos de aposentação.

Pelo que permanece intocado o princípio geral atrás enunciado: os serviços de que os funcionários dependiam à data da desligação do serviço aguardando aposentação suportam pelas suas verbas orçamentais o pagamento das pensões transitórias de aposentação enquanto a Caixa Geral de Aposentações não iniciar os respectivos abonos.

Essa conclusão, que se afigura evidente nos casos de desempenho de funções noutro lugar da Administração Pública que não o do cargo de origem, tem de ser agora confrontada com a circunstância de esse diferente desempenho de funções não ser como funcionário mas antes num cargo político, como é o de deputado à Assembleia da República.

2.3 - Também essa situação foi já objecto da atenção deste Conselho, a propósito da pensão transitória de aposentação devida a um deputado à Assembleia da República aposentado na qualidade de professor do ensino secundário e com vista a esclarecer dúvidas sobre a "entidade que lhe abonaria a pensão e a data desde a qual a ela teria direito".

Assim, no parecer 64/91 (ver nota 50) questionava-se, além do mais, se a "pensão provisória" reconhecida a um deputado à Assembleia da República aposentado como professor do quadro de uma determinada escola do ensino secundário deveria "ser paga pela referida escola ou pela Assembleia da República".

O parecer parte do entendimento de que "nada obsta [...] a que [esse deputado] seja aposentado pelo cargo de professor do ensino secundário se para o efeito reúne os requisitos legalmente previstos e continue no exercício do cargo de deputado para que fora eleito", tendo "o direito à aposentação em razão da relação jurídica de emprego público como professor, que pelo facto do exercício do mandato de deputado não pode ser afectado" (ver nota 51).

E daí se deduz que "a pensão provisória de aposentação deveria ser processada e paga pela verba destinada ao pessoal fora do serviço aguardando aposentação pelos serviços dependentes do Ministério da Educação" - solução que foi levada às conclusões do parecer nos seguintes termos:

"10.ª Não constitui encargo da Assembleia da República o pagamento da aludida pensão de aposentação, seja na fase transitória seja na fase definitiva."

É notória a similitude das situações apreciadas no parecer 64/91 e no presente parecer.

Importa, pois, averiguar se ainda hoje procedem as razões que fundaram a doutrina daquele parecer, que nos levariam a concluir no sentido de que a pensão transitória de aposentação devida a deputado à Assembleia da República deve ser suportada pelo serviço a que se reporta a sua desligação e subsequente aposentação.

3 - Já vimos como decorre do n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação o princípio de que o encargo com a pensão transitória de aposentação que cabe ao interessado, enquanto funcionário, deve ser suportado pelo organismo de que o interessado dependia, nessa qualidade, à data da desligação do serviço aguardando aposentação.

Tendo em conta esse princípio geral, não se vislumbra qualquer razão para que o mesmo não valha quando o aposentando exerça, no momento da desligação, não funções noutro lugar da Administração Pública mas, antes, funções políticas como deputado à Assembleia da República - como sucede no caso concreto.

A desligação do serviço desse titular de cargo político ocorre enquanto funcionário, no quadro da respectiva relação jurídica de emprego público, e por referência ao seu cargo de origem. Trata-se de situação que se comporta plenamente dentro da previsão do n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação.

Com efeito, a aplicação deste preceito não depende de verificação de quaisquer condições acerca do lugar efectivo de exercício de funções do subscritor: a norma não distingue; e não se revela qualquer justificação para a aplicar apenas quando o subscritor exerça funções na Administração Pública, seja no próprio lugar pelo qual se aposenta seja noutro em que se encontre em regime de comissão ou de requisição.

Deste modo, tem-se por válida a solução consagrada no n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação mesmo quando o aposentando exerce, no momento da desligação, funções políticas como deputado à Assembleia da República. E daquela resulta que a pensão transitória de aposentação devida a esse titular de cargo político, na qualidade de funcionário, deve ser suportada pela entidade de que o interessado dependia, nessa qualidade, à data da desligação do serviço.

Mantém, assim, validade a solução encontrada no citado parecer 64/91 para questão similar.

No caso sub iudicio, cabe, pois, à Provedoria de Justiça proceder ao pagamento da pensão transitória de aposentação devida, na qualidade de assessor daquela instituição, a Maria Manuela Aguiar Dias Moreira, deputada à Assembleia da República.

V - Pelo exposto, e em conclusão:

A pensão transitória de aposentação prevista no n.º 3 do artigo 99.º do Estatuto da Aposentação, e devida a deputado à Assembleia da República, na qualidade de funcionário, constitui encargo a ser suportado pela entidade de que o interessado dependia, nessa qualidade, à data da desligação do serviço.

(nota 1) Através do ofício n.º 1279, de 27 de Novembro de 2003, com registo de entrada na Procuradoria-Geral da República datado do mesmo dia. O ofício foi feito acompanhar, no essencial, de um parecer do Sr. Auditor Jurídico da Assembleia da República (AJAR68-P, de 17 de Outubro de 2003), que se pronunciou sobre a questão suscitada, anteriormente objecto de informações da Divisão de Recursos Humanos e Administração da Assembleia da República (n.os 38/DRHA/2003, de 20 de Fevereiro de 2003, e 44/DRHA/2003, de 21 de Fevereiro de 2003) e de tomada de posição da Provedoria de Justiça (por ofício subscrito pelo Sr. Provedor de Justiça, sob o n.º 6449, de 21 de Abril de 2003), de que se juntaram cópias, e cujo teor se descreve infra no corpo do parecer.

(nota 2) Informação n.º 38/DRHA/2003, de 20 de Fevereiro de 2003.

(nota 3) Ofício sob a referência SAC322QS 529459, de 26 de Agosto de 2002, com a menção "para conhecimento".

(nota 4) Diário da República, 2.ª série, de 31 de Dezembro de 2002, p. 21 143.

(nota 5) Informação n.º 44/DRHA/2003, de 21 de Fevereiro de 2003.

(nota 6) Através do ofício n.º 6449, de 21 de Abril de 2003.

(nota 7) Em ofício sob a referência SAC322QS 529459, de 24 de Outubro de 2002, pelo qual se remete nova comunicação da respectiva aposentação à Provedoria de Justiça, desta feita com a menção "para conhecimento" e com a declaração de que a anterior comunicação "por lapso [...] havia sido dirigida a essa entidade".

(nota 8) Através do ofício n.º 339/2003/DRHA, de 19 de Maio de 2003.

(nota 9) Por nota de 15 de Julho de 2003.

(nota 10) AJAR68-P, de 17 de Outubro de 2003.

(nota 11) V., por todos, o parecer 13/99, de 29 de Maio de 2002, relativo ao pagamento da pensão transitória de aposentação a funcionário (Diário da República, 2.ª série, de 20 de Setembro de 2002), e o parecer 1/2003, de 13 de Fevereiro de 2003, sobre o regime de aposentação de um deputado (Diário da República, 2.ª série, de 7 de Junho de 2003) - que na exposição subsequente seguiremos, em diversos pontos, de muito perto.

(nota 12) Acompanhamos aqui, principalmente, o parecer 1/2003.

(nota 13) Ilídio das Neves, Direito da Segurança Social, Coimbra, Coimbra Editora, 1996, p. 805.

(nota 14) Para João Alfaia (Conceitos Fundamentais do Regime Jurídico do Funcionalismo Público, 2.º vol., Coimbra, Almedina, 1988, p. 1056), a aposentação é antes de mais uma "instituição de previdência", mas dada a sua natureza jurídica complexa, é também uma "modalidade de desocupação de lugares e reflexamente modalidade de extinção da relação jurídica de emprego", "pena disciplinar expulsiva", e "situação jurídica", como conjunto que é de direitos, deveres e incompatibilidades.

(nota 15) Rectificado por declaração de rectificação publicada no Diário da República, 1.ª série, de 13 de Janeiro de 1973, e alterado pelo Decreto-Lei 508/75, de 20 de Setembro, Decreto-Lei 543/77, de 31 de Dezembro, Decreto-Lei 191-A/79, de 25 de Junho, Decreto-Lei 75/83, de 8 de Fevereiro, Decreto-Lei 101/83, de 18 de Fevereiro, Decreto-Lei 214/83, de 25 de Maio, Decreto-Lei 182/84, de 28 de Maio, Decreto-Lei 198/85, de 25 de Junho, Decreto-Lei 20-A/86, de 13 de Fevereiro, Decreto-Lei 215/87, de 29 de Maio, Lei 30-C/92, de 28 de Dezembro, Lei 75/93, de 20 de Dezembro, Decreto-Lei 78/94, de 9 de Março, Decreto-Lei 180/94, de 29 de Junho, Decreto-Lei 223/95, de 8 de Setembro, Decreto-Lei 28/97, de 23 de Janeiro, Decreto-Lei 241/98, de 7 de Agosto, Decreto-Lei 503/99, de 20 de Novembro, Lei 32-B/2002, de 30 de Dezembro, Decreto-Lei 8/2003, de 18 de Janeiro, e 128/90, de 17 de Abril e 327/85, de 8 de Agosto.">Lei 1/2004, de 15 de Janeiro. Para uma visão geral do diploma, com anotações aos respectivos artigos, cf. António José Simões de Oliveira, Estatuto da Aposentação Anotado e Comentado, Coimbra, Atlântida Editora, 1973, e José Cândido de Pinho, Estatuto da Aposentação. Anotado - Comentado - Jurisprudência, Coimbra, Almedina, 2003.

(nota 16) Idem, p. 1055.

(nota 17) Cf. entrada "Aposentação", in Dicionário Jurídico da Administração Pública, 2.ª ed., vol. I, Lisboa, 1990, pp. 401 e segs.

(nota 18) João Alfaia, Conceitos..., cit., p. 1070.

(nota 19) Idem, ibidem.

(nota 20) Idem, p. 1071.

(nota 21) Esta redacção do n.º 3 foi introduzida pelo Decreto-Lei 191-A/79, de 25 de Junho. O anterior texto era do seguinte teor: "Salvo lei especial em contrário, o subscritor desligado do serviço não abre vaga e fica com direito a receber, pela verba destinada ao pessoal na efectividade, pensão transitória de aposentação, fixada de harmonia com a comunicação da Caixa, a partir do termo dessa efectividade."

(nota 22) Passamos agora a acompanhar, essencialmente, o parecer 13/99.

(nota 23) Conceitos..., cit., p. 1045. Mais adiante, o autor caracteriza-a como "uma situação de pré-aposentação [...]" (p. 1046).

(nota 24) Já não assim, hoje, porquanto, nos termos do artigo 28.º, n.º 1, do Decreto-Lei 427/89, de 7 de Dezembro, a relação jurídica de emprego dos funcionários e agentes extingue-se, v. g., por desligação do serviço para efeito de aposentação.

(nota 25) João Alfaia, Conceitos..., cit., p. 1046.

(nota 26) Idem, ibidem, pp. 1045-1047.

(nota 27) Do parecer 89/84, de 20 de Dezembro de 1984 (Diário da República, 2.ª série, de 17 de Setembro de 1985).

(nota 28) Ibidem.

(nota 29) João Alfaia, Conceitos..., cit., pp. 1050 e 1054.

(nota 30) Alterada pelas Leis n.os 24/95, de 18 de Agosto, 55/98, de 18 de Agosto, 8/99 de 10 de Fevereiro, 45/99, de 16 de Junho, 3/2001, de 23 de Fevereiro (esta rectificada pela Declaração de Rectificação 9/2001, de 13 de Março), e 24/2003, de 4 de Julho.

(nota 31) Rectificada por declaração de rectificação, da Assembleia da República, publicada no Diário da República, 1.ª série, de 28 de Junho de 1985, e alterada pela Lei 16/87, de 1 de Junho, Lei 102/88, de 25 de Agosto, Lei 26/95, de 18 de Agosto, e Lei 3/2001, de 23 de Fevereiro (esta rectificada pela Declaração de Rectificação 9/2001, de 13 de Março).

(nota 32) Em seguida, voltamos a acompanhar o parecer 1/2003.

(nota 33) Os artigos 29.º e 30.º da Lei 4/85 prevêem ainda, na mesma linha, as designadas "subvenção em caso de incapacidade" e "subvenção de sobrevivência".

(nota 34) Este preceito foi regulamentado pelo Decreto-Lei 334/85, de 20 de Agosto.

(nota 35) Cf. os pareceres n.os 61/86 e 69/86, ambos de 8 de Janeiro de 1987, 104/87, de 11 de Fevereiro de 1988, 97/88, de 23 de Fevereiro de 1989, 96/90, de 6 de Dezembro, 97/90, de 22 de Novembro (Diário da República, 2.ª série, de 9 de Abril de 1991), 4/91, de 21 de Fevereiro (Diário da República, 2.ª série, de 7 de Maio de 1991), 50/96, de 16 de Dezembro de 1997 (Diário da República, 2.ª série, de 21 de Julho de 1998), e 28/98, de 11 de Março de 1999.

(nota 36) Do citado parecer 97/90.

(nota 37) Do parecer 16/99, de 30 de Setembro.

(nota 38) Do próprio parecer 1/2003, que vimos acompanhando neste ponto.

(nota 39) Idem.

(nota 40) Ao abrigo deste entendimento, rejeitou-se, no referenciado parecer 1/2003, a ideia de que "o cargo de deputado à Assembleia da República, enquanto tal, dava direito à aposentação", e, por isso - a propósito da questão de saber se se aplicava aos deputados o regime especial de aposentação voluntária do funcionalismo público previsto no Decreto-Lei 116/85, de 19 de Abril -, se concluiu nos seguintes termos:

"Em função da natureza política do cargo - com os deveres de zelo e permanência, em princípio até ao termo do mandato electivo, que lhe vão implicados -, não assiste aos deputados à Assembleia da República o direito de aposentação voluntária no regime do Decreto-Lei 116/85, de 19 de Abril."

Também no parecer 64/91, de 5 de Dezembro, se concluiu o seguinte:

"5.ª O regime mais favorável aplicável aos funcionários públicos a que se reporta o artigo 17.º da Lei 3/85, de 13 de Março - Estatuto dos Deputados -, não abrange o direito à aposentação em função do exercício do cargo de deputado."

(nota 41) Como se afirma no parecer 1/2003, "a subvenção mensal vitalícia, em particular, assume-se como um sucedâneo da remuneração dos deputados". Comentando o disposto no mencionado n.º 1 do artigo 27.º da Lei 4/85, refere-se ainda nesse parecer - citando o parecer 64/91 - o seguinte:

"Acresce que a lei considera cumulável a subvenção mensal vitalícia prevista no artigo 24.º citado com a pensão de aposentação ou de reforma a que o titular da subvenção tenha direito, pelo que 'se a lei previsse para os deputados a pensão de aposentação em razão do exclusivo exercício do cargo, então haveria mais um sucedâneo do vencimento, isto é, uma duplicação'."

(nota 42) Refira-se que o Provedor de Justiça constitui um "órgão do Estado" independente (artigos 23.º, n.º 3, da Constituição e 1.º da Lei 9/91, de 9 de Abril), sendo a Provedoria de Justiça a entidade, com "autonomia administrativa e financeira", que "tem por finalidade prestar o apoio técnico e administrativo necessário à realização das atribuições do Provedor de Justiça definidas no respectivo estatuto", a qual integra, como um dos seus serviços, a Assessoria, que "tem por função coadjuvar o Provedor de Justiça no exercício das suas funções específicas" e "é constituída por coordenadores e assessores do Provedor de Justiça" (artigos 1.º, 2.º, 5.º e 6.º da Lei Orgânica da Provedoria de Justiça, aprovada pelo Decreto-Lei 279/93, de 11 de Agosto, e alterada pelos Decretos-Leis 15/98, de 29 de Janeiro e 195/2001, de 27 de Junho).

(nota 43) Conceitos..., cit., p. 1050.

(nota 44) João Alfaia descreve como comissão de serviço a situação em que "um funcionário titular de um lugar do quadro com investidura definitiva ou vitalícia vai ocupar um lugar de outro quadro ou de outra categoria do mesmo quadro, continuando, todavia, vinculado ao lugar de origem, através de cativação" (Conceitos..., cit., 1.º vol., 1985, pp. 323 e 324). Por sua vez, Paulo Veiga e Moura refere-se à requisição e ao destacamento como "instrumentos de mobilidade pelos quais os funcionários [...] passam a exercer transitoriamente, sem ocuparem um lugar do quadro, funções em organismo ou serviço público diferente daquele a que pertencem", "sendo o seu único traço distintivo caracterizado pela circunstância de os encargos com a requisição correrem por conta do serviço de destino - o serviço requisitante - e os do destacamento, pelo serviço de origem" (Função Pública. Regime Jurídico, Direitos e Deveres dos Funcionários e Agentes, 2.ª ed., 1.º vol., Coimbra, Coimbra Editora, 2001, pp. 414 e 415).

(nota 45) De 4 de Junho de 1980 (Diário da República, 2.ª série, de 5 de Novembro de 1980).

(nota 46) Essa designação correspondia à actual "pensão transitória", na terminologia da anterior legislação sobre aposentação (cf. o artigo 13.º do Decreto-Lei 32 691, de 20 de Fevereiro de 1943), e é utilizada no parecer, apesar de já então estar vigente o actual Estatuto da Aposentação.

(nota 47) No supracitado parecer 89/84, por sua vez retomado no parecer 13/99 - e que invocam o anterior parecer 38/66, de 19 de Dezembro (Diário do Governo, 2.ª série, de 2 de Junho de 1967), editado na vigência do regime legal antecedente ao actual Estatuto, mas que com aquele revelava, neste ponto, afinidades.

(nota 48) Voltamos aqui a acompanhar o parecer 13/99.

(nota 49) Esse diploma, nos termos do seu artigo 1.º, "define o regime de constituição, modificação e extinção da relação jurídica de emprego na Administração Pública". Foi alterado pelo Decreto-Lei 407/91, de 17 de Outubro, pela Lei 19/92, de 13 de Agosto, pelo Decreto-Lei 175/95, de 21 de Julho, pelo Decreto-Lei 102/96, de 31 de Julho, e pelo Decreto-Lei 218/98, de 17 de Julho.

(nota 50) De 5 de Dezembro de 1991 (não homologado).

(nota 51) Mas no parecer também se considera que, tendo sido calculada tal pensão de aposentação pelo vencimento de deputado, essa aposentação "não podia basear-se no cargo de deputado, a não ser para efeitos de contagem do tempo de serviço", pelo que "deveria [...] ter sido aposentado [...] com base no vencimento que ele auferiria se estivesse no exercício das funções docentes". Consequentemente, concluiu-se deste modo:

"8.ª A respectiva pensão de aposentação deverá ser calculada com base no vencimento que os deputados aufeririam ao tempo da aposentação se não tivessem interrompido o exercício das funções correspondentes ao cargo com base no qual a mesma lhe foi concedida."

Este parecer foi votado na sessão do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República de 26 de Fevereiro de 2004.

José Adriano Machado Souto de Moura - Mário António Mendes Serrano (relator) - Maria Fernanda dos Santos Maçãs - Manuel Joa quim de Oliveira Pinto Hespanhol - Maria de Fátima da Graça Carvalho - Manuel Pereira Augusto de Matos - José António Barreto Nunes - Alberto Esteves Remédio - João Manuel da Silva Miguel - Henrique Pereira Teotónio.

(Este parecer foi homologado por despacho de S. Ex.ª o Presidente da Assembleia da República de 17 de Março de 2004.)

Está conforme.

Lisboa, 25 de Março de 2004. - O Secretário, Jorge Albino Alves Costa.

Anexos

  • Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/2204595.dre.pdf .

Ligações deste documento

Este documento liga aos seguintes documentos (apenas ligações para documentos da Serie I do DR):

  • Tem documento Em vigor 1943-02-20 - Decreto-Lei 32691 - Ministério das Finanças - Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência

    Dispõe sobre as condições de aposentação dos subscritores da Caixa Geral de Aposentações.

  • Tem documento Em vigor 1972-12-09 - Decreto-Lei 498/72 - Ministério das Finanças - Secretaria de Estado do Tesouro - Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência

    Promulga o Estatuto da Aposentação.

  • Tem documento Em vigor 1975-09-20 - Decreto-Lei 508/75 - Ministério da Administração Interna

    Dá nova redacção ao artigo 112.º e n.º 1 do artigo 119.º do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro (Estatuto da Aposentação).

  • Tem documento Em vigor 1975-10-02 - Decreto-Lei 560/75 - Ministérios da Administração Interna, para o Planeamento e Coordenação Económica, das Finanças e dos Assuntos Sociais

    Estabelece normas sobre o regime de requisição de funcionários para instituições de previdência.

  • Tem documento Em vigor 1976-10-08 - Decreto-Lei 716-B/76 - Ministério da Administração Interna

    Determina que o pessoal da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública passe à situação de adido aos quadros, abrindo vaga nos mesmos, no dia imediato àquele em que for desligado do serviço activo aguardando a publicação da reforma.

  • Tem documento Em vigor 1977-12-31 - Decreto-Lei 543/77 - Ministério das Finanças - Secretaria de Estado do Tesouro

    Dá nova redacção aos n.os 1 e 2 do artigo 120.º do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro (Estatuto da Aposentação).

  • Tem documento Em vigor 1979-06-25 - Decreto-Lei 191-A/79 - Presidência do Conselho de Ministros e Ministério das Finanças e do Plano

    Revê o estatuto da aposentação dos funcionários e agentes do estado e de outras entidades públicas, aprovado pelo Decreto Lei nº 498/72, de 9 de Dezembro, introduzindo diversas alterações, nomeadamente no que se refere ao direito de inscrição e idade máxima para esse efeito, à regularização e pagamento de quotas, ao cálculo, deduções, actualização e pagamento de pensões, a contagem do tempo de serviço e as diferentes formas de aposentação: aposentação ordinária, extraordinária, voluntária e compulsiva.

  • Tem documento Em vigor 1983-02-08 - Decreto-Lei 75/83 - Ministérios da Defesa Nacional e das Finanças e do Plano

    Altera o artigo 121.º do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, respeitante à base de cálculo das pensões.

  • Tem documento Em vigor 1983-02-18 - Decreto-Lei 101/83 - Ministérios da Defesa Nacional e das Finanças e do Plano

    Altera os artigos 95.º e 119.º do Estatuto da Aposentação (Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro).

  • Tem documento Em vigor 1983-05-25 - Decreto-Lei 214/83 - Ministério das Finanças e do Plano

    Altera os Decretos Lei nºs. 498/72, de 9 de Dezembro (aprova o Estatuto da Aposentação), 142/73, de 31 de Março (aprova o Estatuto das Pensões de Sobrevivência) e 24046, de 21 de Junho de 1934 (cria o Montepio dos Servidores do Estado).

  • Tem documento Em vigor 1984-05-28 - Decreto-Lei 182/84 - Ministérios da Defesa Nacional e das Finanças e do Plano

    Altera os artigos 123.º e 128.º do Decreto Lei 498/79, de 9 de Dezembro (aprova o Estatuto da Aposentação). Tem efeitos retroactivos a partir do início da vigência do Decreto Lei 69/76, de 26 de Janeiro (fixa os soldos, ordenados e prés a abonar mensalmente, respectivamente, aos oficiais, sargentos e praças do grupo A e do extinto quadro da taifa da Armada e às praças readmitidas do Exército e da Força Aérea

  • Tem documento Em vigor 1985-03-13 - Lei 3/85 - Assembleia da República

    Estatuto dos Deputados.

  • Tem documento Em vigor 1985-04-09 - Lei 4/85 - Assembleia da República

    Regula o estatuto remuneratório dos titulares dos cargos políticos, designadamente do Presidente da República, dos membros do Governo, dos deputados à Assembleia da República, dos Ministros da República para as Regiões Autónomas e dos membros do Conselho de Estado e equipara os juízes do Tribunal Constitucional a titulares de cargos políticos para efeitos da presente lei.

  • Tem documento Em vigor 1985-04-19 - Decreto-Lei 116/85 - Presidência do Conselho de Ministros

    Permite a aposentação voluntária dos funcionárias e agentes que possuam 36 anos de serviço, independentemente da respectiva idade e de submissão a junta médica

  • Tem documento Em vigor 1985-06-25 - Decreto-Lei 198/85 - Ministério das Finanças e do Plano

    Dá nova redacção aos artigos 16º e 18º do Decreto-Lei nº 498/72, de 9 de Dezembro (aprova o Estatuto da Aposentação), e ao artigo 24º do Decreto-Lei nº 142/73, de 31 de Março (aprova o Estatuto das Pensões de Sobrevivência).

  • Tem documento Em vigor 1985-08-08 - Decreto-Lei 327/85 - Ministério das Finanças e do Plano

    Permite a inscrição do pessoal docente dos estabelecimentos de ensino superior, privado ou cooperativo, na Caixa Geral de Aposentações e no Montepio dos Servidores do Estado.

  • Tem documento Em vigor 1985-08-20 - Decreto-Lei 334/85 - Presidência do Conselho de Ministros

    Estabelece os limites a que fica sujeita a acumulação da subvenção mensal vitalícia com pensão de aposentação ou de reforma previstas no artigo 27.º da Lei n.º 4/85, de 9 de Abril (Estatuto Remuneratório dos Titulares dos Cargos Políticos).

  • Tem documento Em vigor 1986-02-13 - Decreto-Lei 20-A/86 - Ministério das Finanças

    Fixa a tabela de vencimentos dos funcionários e agentes da administração pública central e local e dos organismos de coordenação económica e demais institutos públicos que revista a natureza de serviços personalizados ou de fundos públicos. O resente Decreto Lei entra imediatamente em vigor.

  • Tem documento Em vigor 1987-05-29 - Decreto-Lei 215/87 - Presidência do Conselho de Ministros

    Adopta diversas medidas no campo da desgraduação normativa e de desconcentração de competências. Os membros das comissões de gestão a que alude o nº 1 do artigo 3 do Decreto Lei nº 572/76, de 20 de Julho, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto Lei nº 240/77, de 8 de Junho, são nomeados por despacho conjunto do Primeiro-Ministro e da Agricultura, Pescas e Alimentação. As concessões de prospecção, pesquisas, desenvolvimento e exploração de petróleo bem como a transmissão e prorrogação nomeadamente as previ (...)

  • Tem documento Em vigor 1987-06-01 - Lei 16/87 - Assembleia da República

    Altera a Lei n.º 4/85, de 9 de Abril (Estatuto Remuneratório dos Titulares de Cargos Políticos).

  • Tem documento Em vigor 1988-08-25 - Lei 102/88 - Assembleia da República

    Altera o regime remuneratório dos titulares de cargos políticos (Lei n.º 4/85, de 9 de Abril), bem como o regime de remuneração do Presidente da República (Lei n.º 26/84, de 31 de Julho).

  • Tem documento Em vigor 1989-12-07 - Decreto-Lei 427/89 - Presidência do Conselho de Ministros

    Define o regime de constituição, modificação e extinção da relação jurídica de emprego na administração pública.

  • Tem documento Em vigor 1990-04-17 - Decreto-Lei 128/90 - Ministério da Educação

    Estabelece o enquadramento da Universidade Católica Portuguesa no sistema de ensino superior português.

  • Tem documento Em vigor 1991-04-09 - Lei 9/91 - Assembleia da República

    Aprova o estatuto do Provedor de Justiça.

  • Tem documento Em vigor 1991-10-17 - Decreto-Lei 407/91 - Ministério das Finanças

    Introduz alterações ao regime de constituição, modificação e extinção da relação jurídica de emprego na administração pública, previsto no Decreto Lei 427/89, de 7 de Dezembro.

  • Tem documento Em vigor 1992-08-13 - Lei 19/92 - Assembleia da República

    ALTERA, POR RATIFICAÇÃO O DECRETO LEI 407/91, DE 17 DE OUTUBRO (ALTERACAO DO REGIME JURÍDICO DE EMPREGO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CONSTANTE DO DECRETO LEI 427/89, DE 7 DE DEZEMBRO).

  • Tem documento Em vigor 1992-12-28 - Lei 30-C/92 - Assembleia da República

    Aprova o orçamento do Estado para 1993.

  • Tem documento Em vigor 1993-03-01 - Lei 7/93 - Assembleia da República

    Aprova o Estatuto dos Deputados.

  • Tem documento Em vigor 1993-08-11 - Decreto-Lei 279/93 - Presidência do Conselho de Ministros

    Aprova a lei orgânica da Provedoria de Justiça.

  • Tem documento Em vigor 1993-12-20 - Lei 75/93 - Assembleia da República

    Aprova o Orçamento do Estado para 1994.

  • Tem documento Em vigor 1994-03-09 - Decreto-Lei 78/94 - Ministério das Finanças

    IGUALIZA A SITUAÇÃO CONTRIBUTIVA DOS FUNCIONÁRIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COM OS DEMAIS TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM, EM MATÉRIA DE SEGURANÇA SOCIAL ACTUALIZANDO PARA 7,5% E 2,5% RESPECTIVAMENTE OS DESCONTOS PARA A APOSENTAÇÃO E PARA EFEITO DA PENSÃO DE SOBREVIVÊNCIA, ESTABELECIDOS PELO DECRETO LEI 40-A/85, DE 11 DE FEVEREIRO. O DISPOSTO NESTE DIPLOMA PRODUZ EFEITOS SIMULTANEAMENTE COM AS ACTUALIZAÇÕES PARA 1994 DOS VENCIMENTOS DOS FUNCIONÁRIOS E AGENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

  • Tem documento Em vigor 1994-06-29 - Decreto-Lei 180/94 - Ministério da Defesa Nacional

    REGULA A ATRIBUIÇÃO DE UM SUPLEMENTO REMUNERATÓRIO DENOMINADO 'SUPLEMENTO DE SERVIÇO AEROTRANSPORTADO' A QUE TEM DIREITO OS MILITARES QUE PRESTEM SERVIÇO AEROTRANSPORTADO. ESTABELECE NORMAS PARA O CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO NA RESERVA E DA PENSÃO DE REFORMA DOS REFERIDOS MILITARES. O PRESENTE DIPLOMA PRODUZ EFEITOS DESDE 1 DE JANEIRO DE 1994.

  • Tem documento Em vigor 1995-07-21 - Decreto-Lei 175/95 - Ministério das Finanças

    ALTERA O DECRETO-LEI 427/89 DE 7 DE DEZEMBRO (DEFINE O REGIME DE CONSTITUIÇÃO, MODIFICAÇÃO E EXTINÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA DE EMPREGO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA) NO CONCERNENTE A TRANSFERÊNCIA DE PESSOAL PARA AS AUTARQUIAS LOCAIS, SERVIÇOS DESCONCENTRADOS DO ESTADO E PARA OS INSTITUTOS PÚBLICOS, NAS MODALIDADES DE SERVIÇOS PERSONALIZADOS OU DE FUNDOS PÚBLICOS, SITUADOS NAS ZONAS DE MÉDIA E EXTREMA PERIFERIA, A QUE SE REFERE O DECRETO LEI 45/84 DE 3 DE FEVEREIRO.

  • Tem documento Em vigor 1995-08-18 - Lei 26/95 - Assembleia da República

    Altera a Lei n.º 4/85, de 9 de Abril (estatuto remuneratório dos titulares de cargos políticos).

  • Tem documento Em vigor 1995-09-08 - Decreto-Lei 223/95 - Ministério das Finanças

    Regula a atribuição do subsídio por morte, prestação pecuniária, de concessão única, atribuido aos familiares dos funcionários e agentes dos serviços e organismos da administração central, regional e local, incluindo os institutos públicos.

  • Tem documento Em vigor 1996-07-31 - Decreto-Lei 102/96 - Presidência do Conselho de Ministros

    Permite a contagem de tempo de serviço prestado em regime de substituição em cargos de chefia.

  • Tem documento Em vigor 1997-01-23 - Decreto-Lei 28/97 - Ministério das Finanças

    Altera o artigo 13º. do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei 498/72, de 9 de Dezembro, permitindo que, para efeitos de reforma e de pensão de sobrevivência, os trabalhadores bancários no activo possam requerer a contagem de todo o tempo de serviço militar obrigatório.

  • Tem documento Em vigor 1998-01-29 - Decreto-Lei 15/98 - Presidência do Conselho de Ministros

    Altera o Decreto-Lei n.º 279/93, de 11 de Agosto que aprova a lei orgânica da Provedoria de Justiça.

  • Tem documento Em vigor 1998-07-17 - Decreto-Lei 218/98 - Presidência do Conselho de Ministros

    Altera o Decreto-Lei n.º 427/89, de 7 de Dezembro que regula a constituição, modificação e extinção da relação jurídica de emprego na Administração Pública.

  • Tem documento Em vigor 1998-08-07 - Decreto-Lei 241/98 - Ministério da Defesa Nacional

    Altera o Decreto-Lei 498/72, de 9 de Dezembro, que promulgou o Estatuto da Aposentação, no que se refere à realização de juntas médicas para os casos de militares que sofram de acidente ou doença em serviço.

  • Tem documento Em vigor 1999-11-20 - Decreto-Lei 503/99 - Presidência do Conselho de Ministros

    Aprova o novo regime jurídico dos acidentes em serviço e das doenças profissionais no âmbito da Administração Pública.

  • Tem documento Em vigor 2001-02-23 - Lei 3/2001 - Assembleia da República

    Revê do Estatuto dos Deputados. Republicado em anexo.

  • Tem documento Em vigor 2001-03-13 - Declaração de Rectificação 9/2001 - Assembleia da República

    Declara ter sido rectificada a Lei n.º 3/2001, de 23 de Fevereiro, que aprova a quinta revisão do Estatuto dos Deputados.

  • Tem documento Em vigor 2001-06-27 - Decreto-Lei 195/2001 - Ministério da Reforma do Estado e da Administração Pública

    Altera o Decreto-Lei n.º 279/93, de 11 de Agosto, que aprovou a Lei Orgânica da Provedoria de Justiça.

  • Tem documento Em vigor 2002-12-30 - Lei 32-B/2002 - Assembleia da República

    Aprova o Orçamento do Estado para o ano de 2003.

  • Tem documento Em vigor 2003-01-18 - Decreto-Lei 8/2003 - Ministério das Finanças

    Institui a obrigatoriedade de os serviços e entidades com pessoal inscrito na Caixa Geral de Aposentações procederem ao envio das relações de descontos de quotas em suporte digital ou através de correio electrónico.

  • Tem documento Em vigor 2004-01-15 - Lei 1/2004 - Assembleia da República

    Altera (décima sétima alteração) o Estatuto da Aposentação, revoga o Decreto-Lei n.º 116/85, de 19 de Abril, e primeira alteração aos Decretos-Leis n.os 128/90, de 17 de Abril, e 327/85, de 8 de Agosto.

Ligações para este documento

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