de 24 de Maio
Tendo em atenção a publicação do Decreto-Lei n.° 187/93, de 24 de Maio, que aprova a Lei Orgânica do Ministério do Ambiente e Recursos Naturais, impõe-se estabelecer a orgânica do Instituto da Conservação da Natureza, previsto na alínea c) do n.° 5 do artigo 3.° do citado diploma.Assim:
Nos termos da alínea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
CAPÍTULO I
Natureza e atribuições
Artigo 1.°
Natureza
1 - O Instituto da Conservação da Natureza, abreviadamente designado por ICN, é uma pessoa colectiva pública dotada de autonomia administrativa e financeira, tutelada pelo Ministro do Ambiente e Recursos Naturais.2 - A autonomia financeira reconhecida ao Instituto nos termos do número anterior mantém-se enquanto for efectuada a gestão dos fundos comunitários que lhe estão atribuídos.
Artigo 2.°
Atribuições
1 - O ICN é o instituto responsável pelas actividades nacionais nos domínios da conservação da natureza e da gestão das áreas protegidas.2 - São atribuições do ICN:
a) Promover a estratégia, planos e programas de conservação da natureza;
b) Estudar e inventariar os factores e sistemas ecológicos quanto à sua composição, estrutura, funcionamento e produtividade, em colaboração com os serviços interessados;
c) Elaborar estudos e propor medidas visando a preservação do património genético, a gestão racional da flora e fauna selvagens e a protecção das espécies;
d) Propor a criação de áreas protegidas e assegurar a sua implementação e gestão, através da rede nacional de áreas protegidas;
e) Promover e elaborar os planos de ordenamento das áreas protegidas de âmbito nacional;
f) Promover e elaborar estudos relacionados com a dinâmica do litoral e com a microclimatologia dos ecossistemas e biótopos;
g) Colaborar com instituições públicas ou privadas, nacionais ou internacionais, ou autarquias locais no âmbito das suas atribuições;
h) Ser autoridade administrativa e científica da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES);
i) Apoiar técnica e financeiramente entidades públicas e privadas legalmente constituídas cujas finalidades se incluam no âmbito das atribuições do ICN;
3 - Para a prossecução das suas atribuições o ICN pode, precedendo autorização do Ministro do Ambiente e Recursos Naturais, participar como membro em instituições, associações e fundações que tenham por objecto a preservação e conservação da natureza.
CAPÍTULO II
Órgãos e serviços
SECÇÃO I
Artigo 3.°
Estrutura geral
1 - São órgãos do ICN:a) O presidente;
b) O conselho administrativo;
2 - São serviços centrais do ICN:
a) A Direcção de Serviços da Conservação da Natureza;
b) A Direcção de Serviços de Apoio às Áreas Protegidas;
c) A Direcção de Serviços Administrativos e Financeiros;
d) O Gabinete de Apoio Jurídico;
e) A Divisão de Informática;
3 - São serviços locais do ICN as áreas protegidas de interesse nacional.
SECÇÃO II
Órgãos
Artigo 4.°
Presidente
1 - O presidente, equiparado, para todos os efeitos legais, a director-geral, é o órgão que dirige o ICN.2 - O presidente é coadjuvado por um vice-presidente, equiparado, para todos os efeitos legais, a subdirector-geral.
3 - O presidente será, nas suas faltas e impedimentos, substituído pelo vice-presidente.
Artigo 5.°
Conselho administrativo
1 - O conselho administrativo do ICN é o órgão deliberativo em matéria de administração financeira e patrimonial.2 - O conselho administrativo tem a seguinte composição:
a) O presidente do ICN, que preside;
b) O vice-presidente;
c) O director de Serviços Administrativos e Financeiros;
3 - Compete ao conselho administrativo:
a) Superintender na gestão financeira e patrimonial do ICN;
b) Pronunciar-se sobre os planos financeiros anuais e plurianuais;
c) Orientar a preparação dos projectos de orçamentos;
d) Promover e fiscalizar a arrecadação das receitas próprias;
e) Autorizar as despesas previstas no orçamento do ICN, nos termos legais, e pronunciar-se sobre a legalidade das mesmas, quando excedam a sua competência;
f) Promover a elaboração e aprovação das contas de gerência e remetê-las ao Tribunal de Contas, dentro do prazo legal;
g) Deliberar sobre os encargos dos acordos ou contratos a celebrar com entidades oficiais ou particulares e os contratos de fornecimento, nos termos e dentro dos limites estabelecidos nas disposições legais aplicáveis;
h) Aprovar a constituição de fundos de maneio para os serviços locais;
i) Pronunciar-se sobre quaisquer outros assuntos que lhe sejam submetidos pelo presidente do ICN;
4 - O conselho administrativo reúne ordinariamente duas vezes por mês e extraordinariamente sempre que o presidente o convocar, por sua iniciativa ou a solicitação de qualquer dos seus membros.
5 - As reuniões são secretariadas por um funcionário, sem direito a voto, designado pelo presidente.
6 - Nos seus impedimentos ou faltas, o director de Serviços Administrativos e Financeiros é substituído pelo chefe da Repartição Financeira ou por quem o substituir.
7 - O ICN obriga-se mediante a assinatura de dois membros do conselho administrativo, sendo obrigatória a do seu presidente ou a de quem o substituir.
8 - O conselho administrativo pode delegar, total ou parcialmente, as competências para realização e o pagamento das despesas e arrecadação de receitas no presidente ou no vice-presidente, com poderes de subdelegação nos funcionários com cargos dirigentes.
9 - Poderá participar nas reuniões do conselho administrativo, sem direito a voto, qualquer funcionário do ICN sempre que o presidente o entenda conveniente, atentos os assuntos constantes da ordem de trabalhos.
SECÇÃO III
Serviços centrais
Artigo 6.°
Direcção de Serviços da Conservação da Natureza
1 - A Direcção de Serviços da Conservação da Natureza, adiante designada por DSCN, tem como finalidade a inventariação e estudo da flora e fauna selvagens, bem como dos biótopos e ecossistemas, e o estabelecimento dos princípios e normas ecológicas com vista à sua salvaguarda e gestão racional.
2 - A DSCN compreende:
a) A Divisão de Espécies Protegidas;
b) A Divisão de Habitat e Ecossistemas;
c) A Divisão de Aplicação de Convenções;
3 - Considera-se integrado nesta Direcção de Serviços o Centro de Estudos de Migração e Protecção das Aves (CEMPA);
4 - À Divisão de Espécies Protegidas compete:
a) Proceder à recolha de informação de base referente às espécies da flora e fauna para a identificação das espécies raras e ameaçadas de extinção, a fim de assegurar a conservação da diversidade biológica, e propor medidas para a sua gestão e protecção;
b) Constituir bases de dados sobre a informação biológica e ecológica necessárias à elaboração de inventários e listas de espécies ameaçadas de extinção para registo nos Livros Vermelhos;
c) Estudar e contribuir para a definição de medidas com vista à manutenção e reconstituição do equilíbrio ecológico das biocenoses;
d) Realizar ou fomentar a realização de estudos de base ecológicos no sentido de promover o conhecimento das espécies e do funcionamento dos ecossistemas, propondo os necessários contratos-programa aos departamentos ou entidades científicas nacionais ou estrangeiras;
e) Promover e realizar estudos relativos à conservação das biocenoses e processos ecológicos da Reserva Ecológica Nacional, tendo em vista a conservação dos recursos naturais dessa zona;
f) Colaborar com as entidades competentes na gestão e ordenamento das espécies da fauna selvagem consideradas cinegéticas e piscícolas, de modo a serem respeitados os princípios da conservação da natureza;
g) Propor as espécies que deverão ser consideradas espécies de interesse comunitário;
5 - À Divisão de Habitat e Ecossistemas compete:
a) Criar e manter uma base de dados relativa a espécies, habitat e áreas de protecção especial;
b) Realizar ou promover a identificação, delimitação e caracterização dos habitats naturais e seminaturais, dos sítios de interesse natural e zonas de protecção especial, em articulação com outras entidades;
c) Propor os sítios de importância comunitária e as zonas de protecção especial que deverão ser integrados na rede ecológica europeia, Natura 2000;
d) Propor as medidas de protecção que assegurem a manutenção dos habitats e ecossistemas, bem como para a recuperação dos que se encontrem degradados;
e) Contribuir para a definição de princípios, normas e condicionamentos a que deve obedecer a utilização dos biótopos, bem como propor medidas de protecção e recuperação dos mesmos;
f) Realizar e promover estudos de impacte das actividades humanas nos ecossistemas;
g) Colaborar com as entidades competentes na gestão e ordenamento das espécies da fauna selvagem consideradas cinegéticas e piscícolas de modo a serem respeitados os princípios da conservação da natureza;
6 - À Divisão de Aplicação de Convenções compete:
a) Assegurar os meios necessários ao funcionamento dos órgãos de apoio científico a convenções internacionais, regulamentos e directivas comunitários;
b) Executar o processo de licenciamento previsto nas convenções internacionais, directivas e regulamentos comunitários no âmbito da conservação da natureza, no que se refere ao comércio nacional e internacional de espécies da fauna e flora ameaçadas, bem como da sua circulação e detenção;
c) Proceder ao registo de taxidermistas e viveiristas que se dediquem à reprodução artificial de espécies ameaçadas ou protegidas;
d) Proceder ao registo dos criadores de animais ameaçados ou protegidos, dos jardins zoológicos, zoos, safaris e outras actividades de exibição de animais selvagens incluídos nas listas de convenções internacionais ou directivas e regulamentos comunitários;
e) Avaliar o cumprimento das disposições de convenções internacionais, regulamentos e directivas comunitários referentes à protecção de habitats e de espécies da fauna e flora;
f) Assegurar o registo e armazenamento de espécimes não vivos apreendidos em situação de ilegalidade;
g) Coordenar as acções de fiscalização do comércio, detenção e circulação de espécies ameaçadas.
Artigo 7.°
Direcção de Serviços de Apoio às Áreas Protegidas
1 - A Direcção de Serviços de Apoio às Áreas Protegidas, adiante designada por DSAAP, tem como finalidade a criação, ordenamento e gestão de áreas protegidas.
2 - A DSAAP compreende:
a) A Divisão de Apoio à Gestão de Áreas Protegidas;
b) A Divisão de Ordenamento e Avaliação de Áreas Protegidas;
c) A Divisão de Informação e Divulgação;
3 - À Divisão de Apoio à Gestão de Áreas Protegidas compete:
a) Apoiar tecnicamente as áreas protegidas nas decisões a tomar relativamente à gestão do litoral, assim como elaborar ou promover estudos e acções de reordenamento e protecção do litoral;
b) Apoiar tecnicamente os gestores das zonas húmidas com estudos e pareceres que evidenciem as funções de utilização múltipla dessas zonas e que lhe permitam realizar a sua gestão sustentada;
c) Apoiar tecnicamente com estudos e pareceres a gestão dos recursos marinhos, em especial na orla costeira;
d) Apoiar a gestão de áreas florestais administrativas pelo ICN, especialmente na parte referente à prevenção e combate a incêndios florestais;
e) Participar nos processos de licenciamento e avaliar a exploração de pedreiras e de outros inertes em áreas protegidas, nomeadamente o cumprimento de planos de lavra e de projectos ou planos de recuperação paisagística;
f) Assegurar a representação do ICN e a inerente colaboração técnica em comissões de acompanhamento e, eventualmente, em auditorias ambientais, relativas a processos de avaliação de impactes ambientais;
g) Promover e propor candidaturas a financiamentos comunitários e outros relativos a projectos e programas do seu âmbito, assim como avaliar e reformular propostas que para o efeito lhe sejam submetidas;
h) Promover a adopção de medidas tendentes a optimizar a gestão de áreas protegidas e estabelecer indicadores de avaliação de execução e de eficácia da gestão das áreas protegidas;
i) Elaborar ou promover a elaboração dos projectos de infra-estruturas e equipamentos necessários à implementação das áreas protegidas, bem como acompanhar tecnicamente e fiscalizar a sua execução;
j) Promover ou apoiar a construção, recuperação, reparação ou beneficiação de imóveis que sejam afectos à instalação de serviços ou se situem no domínio das infra-estruturas e equipamentos necessários à gestão das áreas protegidas;
l) Apoiar tecnicamente a aquisição de bens imóveis integrados nas áreas protegidas e decorrentes da execução de planos, programas e projectos aprovados;
m) Propor superiormente e elaborar os estudos técnicos relativos à cedência, alienação e concessão de bens imóveis ou equipamentos e infra-estruturas afectas às áreas protegidas;
4 - À Divisão de Ordenamento e Avaliação de Áreas Protegidas compete:
a) Elaborar e promover a elaboração de um sistema de classificação de regiões naturais e ecossistemas;
b) Definir critérios para avaliação da significância das áreas protegidas;
c) Avaliar as áreas da actual Rede Nacional de Áreas Protegidas e propor a criação de novas áreas;
d) Promover a criação de uma base de dados da Rede Nacional de Áreas Protegidas;
e) Realizar e promover os estudos de base e propor a designação para sítios do património mundial, reservas da biosfera, reservas biogenéticas ou outras das áreas da Rede Nacional de Áreas Protegidas;
f) Elaborar e acompanhar a elaboração de planos de ordenamento das áreas protegidas e promover a sua aprovação;
g) Promover e acompanhar planos de reconversão urbanística em áreas protegidas, incluindo a promoção ou elaboração de projectos e a sua execução e fiscalização;
h) Assegurar o acompanhamento dos PROT, PDM e outros planos onde o ICN esteja representado;
i) Prestar apoio logístico e técnico ao funcionamento da Comissão Nacional da Reserva Ecológica Nacional, bem como assegurar o cumprimento do regime da REN;
j) Participar nas reuniões do Conselho Nacional da Reserva Agrícola e emitir os respectivos pareceres;
l) Apoiar as autarquias locais e organizações não governamentais na salvaguarda do património natural, cultural e paisagístico das áreas da Rede Nacional de Áreas Protegidas.
5 - À Divisão de Informação e Divulgação compete:
a) Gerir o arquivo cartográfico de planos, projectos e de fotografia aérea e de satélite;
b) Gerir o arquivo de material de projecção para divulgação e informação, com serviço de aluguer e empréstimo, assim como de material fotográfico negativo destinado a publicações e exposições a realizar pelo ICN;
c) Promover ou apoiar a instalação de centros de informação ou interpretação e de ecomuseus, assim como a montagem de exposições permanentes, temporárias ou itinerantes e a criação de itinerários e roteiros da natureza e do património cultural rural tradicional e de turismo com este relacionado;
d) Promover e colaborar na elaboração e publicação de folhetos, cartazes, revistas, livros e outros documentos, filmes cinematográficos ou de vídeo e diapositivos de apoio à informação sobre conservação da natureza;
e) Gerir o arquivo de toda a documentação técnica e científica existente e produzida no ICN;
f) Gerir o ficheiro de entidades nacionais e internacionais com quem o ICN mantém troca de informação técnico-científica;
g) Gerir o ficheiro bibliográfico da informação e documentação de interesse para o ICN e existente noutras bibliotecas e centros de documentação do País ou do estrangeiro;
h) Assegurar a representação e a colaboração do ICN nas redes nacionais de informação.
Artigo 8.°
Direcção de Serviços Administrativos e Financeiros
1 - À Direcção de Serviços Administrativos e Financeiros, adiante designada por DSAF, compete desempenhar acções referentes aos domínios da gestão administrativa, da gestão financeira e de apoio geral aos serviços do ICN.
2 - A DSAF compreende:
a) A Divisão de Planeamento;
b) A Repartição Administrativa, que integra as Secções de Pessoal, de Expediente e Serviços Gerais e de Aprovisionamento e Património;
c) A Repartição Financeira, que integra as Secções de Orçamento e Conta e de Contabilidade e a Tesouraria;
3 - À Divisão de Planeamento compete:
a) Assegurar a ligação com a Direcção-Geral do Ambiente e órgãos centrais, sectoriais e regionais de planeamento;
b) Preparar os planos anuais e plurianuais do ICN a partir de propostas dos serviços operativos;
c) Acompanhar a execução de planos, programas e projectos na actividade do ICN;
d) Elaborar relatórios periódicos de análise da evolução dos planos, programas e projectos da actividade do ICN;
e) Promover a recolha e tratamento da informação estatística de apoio aos órgãos e serviços operativos do ICN;
f) Realizar estudos de apoio técnico e económico-financeiro dos processos de decisão e coordenação interna;
g) Recolher e compilar os elementos de informação necessários à elaboração do diagnóstico do sector;
h) Apoiar os demais órgãos e serviços do ICN nos domínios do planeamento económico e financeiro de curto, médio e longo prazos;
i) Elaborar o plano de actividades e o relatório anual do ICN;
4 - À Secção de Pessoal compete:
a) Desenvolver as acções relativas a uma boa gestão de recursos humanos;
b) Realizar todas as acções relativas à admissão, promoção e colocação de pessoal;
c) Assegurar, mantendo-o organizado e actualizado, um sistema de cadastro e registo de pessoal;
d) Efectuar o controlo da assiduidade e da pontualidade;
e) Processar os vencimentos e demais abonos devidos ao pessoal;
f) Organizar o processo de inscrição dos funcionários na ADSE e processar os respectivos subsídios;
5 - À Secção de Expediente e Serviços Gerais compete:
a) Proceder à recepção, registo, classificação, distribuição e expedição da correspondência do ICN;
b) Organizar o arquivo corrente, mantendo-o em condições de fácil e rápida consulta;
c) Promover e realizar trabalhos gráficos e de reprografia necessários aos órgãos e estruturas do ICN;
d) Organizar o trabalho do pessoal auxiliar;
e) Assegurar a manutenção e conservação das instalações, mobiliário e equipamento;
6 - À Secção de Aprovisionamento e Património compete:
a) Proceder às aquisições de bens e serviços superiormente aprovados, efectuando a gestão dos stocks e os registos necessários;
b) Elaborar e manter actualizado o inventário e o cadastro dos bens do respectivo património, bem como do que lhe esteja afecto por lei ou por acto do Ministro das Finanças;
c) Assegurar a manutenção das viaturas do serviço, bem como proceder aos registos das despesas de combustíveis, manutenção e reparação, em ordem ao apuramento dos respectivos custos de funcionamento;
7 - À Secção de Orçamento e Conta compete:
a) Elaborar a proposta de orçamento de funcionamento do ICN;
b) Elaborar a proposta de orçamento cambial do ICN, procedendo ao acompanhamento da respectiva execução;
c) Elaborar a conta da gerência e submetê-la à aprovação do conselho administrativo;
d) Elaborar os documentos justificativos de requisição de fundos.
8 - À Secção de Contabilidade compete:
a) Processar as despesas previamente autorizadas, bem como verificar da legalidade da sua realização;
b) Registar as despesas em contas correntes orçamentais e por contas correntes por projectos, apurando as respectivas responsabilidades;
c) Emitir mensalmente balancetes de execução orçamental e por projectos, a submeter ao conselho administrativo.
9 - À Tesouraria compete:
a) Efectuar recebimentos de fundos transferidos do Orçamento do Estado e de receitas próprias do ICN, procedendo à sua escrituração;
b) Efectuar o pagamento das despesas processadas;
c) Elaborar contas correntes das áreas protegidas.
Artigo 9.°
Gabinete de Apoio Jurídico
Ao Gabinete de Apoio Jurídico, dirigido por um chefe de divisão compete:a) Pronunciar-se sobre os assuntos de natureza jurídica suscitados no âmbito das atribuições do ICN, designadamente mediante a elaboração de pareceres e informações;
b) Elaborar estudos legislativos e protocolos a celebrar pelo ICN com entidades públicas ou privadas, nacionais e estrangeiras;
c) Preparar e acompanhar os projectos de respostas nos recursos e acções de contencioso administrativo;
d) Promover a instrução de processos disciplinares, de inquéritos, de sindicâncias e de averiguações de que seja incumbido;
e) Apoiar as comissões dos concursos públicos e limitados e respectivos actos de adjudicação;
f) Dar apoio aos serviços na colaboração de contratos cuja natureza requeira tratamento especial sob o ponto de vista jurídico;
g) Apoiar a instrução de processos de contra-ordenação;
h) Manter actualizada uma relação das normas relativas ao direito da conservação da natureza;
i) Prestar oralmente informação jurídica aos particulares em matérias relacionadas com as atribuições do ICN.
Artigo 10.°
Divisão de Informática
Compete à Divisão de Informática:a) Realizar os estudos de base necessários à tomada de decisões quanto ao apetrechamento do serviço em material e suportes lógicos;
b) Estudar e propor alterações aos sistemas instalados, bem como a aquisição de novos sistemas;
c) Criar e manter actualizados os suportes lógicos adoptados, garantindo a sua adaptação às necessidades do serviço;
d) Estabelecer ligação com os fornecedores dos equipamentos instalados, com vista à obtenção de informações técnicas, correcção de anomalias e apoio especializado;
e) Apoiar as direcções de serviços e os serviços locais em relação ao aproveitamento dos equipamentos e das potencialidades dos sistemas instalados;
f) Exercer as funções de administração das bases de dados e das redes de comunicações;
g) Velar pela segurança e privacidade da informação à sua guarda;
h) Acompanhar a evolução tecnológica nos domínios do equipamento e dos suportes lógicos;
i) Colaborar com as direcções de serviços e serviços locais no sentido de serem definidas as necessidades quanto a elementos de informação e seleccionar, em conformidade com a natureza e características das informações a produzir, os elementos de base mais adequados e o seu conveniente tratamento automático;
j) Definir os projectos informáticos de utilização geral no que respeita ao seu conteúdo, necessidades de pessoal e de equipamentos;
l) Promover as diligências conducentes à criação e exploração de bases de dados no âmbito da conservação da natureza e colaborar no estabelecimento da compatibilidade e boa comunicação com os demais ficheiros e bases de dados de outras entidades relacionadas com o ICN;
m) Promover a utilização de normas e procedimentos relativos a códigos, linguagens, documentação, segurança, confidencialidade e gestão da informação;
n) Assegurar a coordenação dos projectos informáticos e garantir a integração dos vários sistemas de informação;
o) Colaborar nas tarefas de formação necessárias à implantação dos novos sistemas desenvolvidos;
p) Produzir a documentação respeitante às diversas aplicações e elaborar os respectivos manuais de utilização.
SECÇÃO IV
Serviços locais
Artigo 11.°
Áreas protegidas
1 - As áreas protegidas de interesse nacional regem-se pela legislação em vigor, nomeadamente pelo Decreto-Lei n.° 19/93, de 23 de Janeiro.2 - As áreas protegidas de âmbito nacional, dotadas de serviços técnicos, administrativos e de vigilância, são dirigidas por um director, equiparado, para todos os efeitos legais, a director de serviços.
3 - O lugar de director do Parque Nacional da Peneda-Gerês, equiparado, para todos os efeitos legais, a subdirector-geral, é extinto quando vagar.
CAPÍTULO III
Funcionamento e gestão financeira
Artigo 12.°
Instrumentos de gestão e controlo
A actuação do ICN é disciplinada pelos seguintes instrumentos de gestão e controlo:a) Plano actual de actividades;
b) Orçamento anual;
c) Relatórios de actividades e financeiro.
Artigo 13.°
Receitas
1 - Constituem receitas do ICN:a) As dotações que lhe sejam atribuídas no Orçamento do Estado;
b) As comparticipações, os subsídios e donativos concedidos por quaisquer entidades de direito público ou privado;
c) O produto da venda das suas publicações;
d) O produto resultante da aplicação de contra-ordenações e contravenções por prática de actos ilícitos contra o património sob protecção do ICN ou por infracção às leis sob fiscalização do ICN, na parte que legalmente lhe esteja consignada, e ainda o produto da venda dos instrumentos das respectivas infracções, quando seja declarada a sua perda ou abandonados pelo infractor;
e) O produto da realização de estudos, inquéritos e outros trabalhos de carácter técnico confiados ao ICN por entidades nacionais e estrangeiras;
f) A cobrança de direitos de autor e a de direitos adquiridos sobre a tradução de obras estrangeiras;
g) O produto resultante da prestação de serviços prestados a entidades nacionais ou estrangeiras pelo ICN;
h) O produto da venda de bens de explorações florestais e outros bens provenientes das actividades exercidas nas áreas administrativas pelo ICN;
i) Doações, heranças e legados de que for beneficiário;
j) Quaisquer outras receitas que por lei, contrato ou qualquer outro título lhe sejam atribuídas;
2 - As receitas enumeradas no número anterior são afectas ao pagamento das despesas do ICN, mediante inscrição de dotações com compensação em receita.
CAPÍTULO IV
Pessoal
Artigo 14.°
Quadro
1 - O quadro do pessoal dirigente do Instituto é o constante do anexo ao presente diploma, que dele faz parte integrante.2 - O quadro do restante pessoal do Instituto é aprovado por portaria conjunta dos Ministros das Finanças e do Ambiente e Recursos Naturais.
CAPÍTULO V
Disposições finais e transitórias
Artigo 15.°
Sucessão
1 - O activo, o passivo, os direitos e as obrigações, incluindo posições contratuais, de que é titular o Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza (SNPRCN) são automaticamente transferidos para o ICN, sem dependência de quaisquer formalidades.2 - Consideram-se feitas ao ICN todas as referências feitas ao SNPRCN constantes de diplomas legais em vigor.
3 - As disposições previstas no presente diploma não podem afectar, em caso algum, quaisquer direitos e obrigações, incluindo os emergentes de contratos de arrendamento, bem como todos os valores patrimoniais existentes nos actuais serviços integrados no ICN.
4 - São transferidas para a dependência do ICN, mantendo os estatutos legais vigentes, as áreas protegidas e o respectivo património, anteriormente na dependência do extinto SNPRCN.
Artigo 16.°
Concursos, contratos, requisições e destacamentos
1 - Os concursos de pessoal, bem como os contratos administrativos de provimento e a termo certo, relativos ao SNPRCN mantêm a respectiva validade e eficácia após a entrada em vigor do presente diploma.
2 - Com a entrada em vigor do presente diploma não se opera a cessação das requisições e destacamentos de pessoal no SNPRCN.
Artigo 17.°
Área de Paisagem Protegida de Sintra-Cascais
1 - A Área de Paisagem Protegida de Sintra-Cascais é integrada no Instituto da Conservação da Natureza, considerando-se feitas ao seu presidente as referências ao Ministro da Qualidade de Vida previstas no Decreto-Lei n.° 292/81, de 15 de Outubro.
2 - Até à aprovação do respectivo regulamento, a Área rege-se pelo disposto no Decreto-Lei n.° 292/81, de 15 de Outubro, com as modificações resultantes do presente diploma.
Artigo 18.°
Norma revogatória
São revogadas todas as normas que incidam sobre matérias objecto do presente diploma, com excepção das relativas a carreiras específicas e respectivo regime.Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 11 de Fevereiro de 1993. - Aníbal António Cavaco Silva - Jorge Braga de Macedo - Carlos Alberto Diogo Soares Borrego.
Promulgado em 26 de Abril de 1993.
Publique-se.O Presidente da República, MÁRIO SOARES.
Referendado em 27 de Abril de 1993.
O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.
ANEXO
Pessoal dirigente
(Ver quadro no documento original) (*) Equiparado a subdirector-geral; lugar a extinguir quando vagar