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Portaria 137-A/85, de 11 de Março

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Sumário

Actualiza as tarifas de passageiros e carga entre o continente e a Região Autónoma dos Açores.

Texto do documento

Portaria 137-A/85
de 11 de Março
As ligações aéreas entre o continente e as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, por serem consideradas um serviço público de carácter social, têm tido tarifas abaixo do custo e as indemnizações compensatórias têm sido fixadas com base num critério que prevê a gradual redução da parte dos custos coberta por esta indemnização.

Dado que em 1984 concorreram vários factores conjunturais que provocaram um agravamento anormal das condições de exploração destas linhas, nomeadamente uma quase estagnação do tráfego transportado, elevados níveis de inflação nacional, continuação da escalada altista do dólar (moeda na qual se exprime grande parte dos custos da operação) e a degradação da receita média devido às novas condições de rateio internacional, foi decidido proceder à actualização das tarifas de passageiros e carga.

Nestes termos, após consulta prévia aos órgãos de governo próprios da Região Autónoma dos Açores:

Manda o Governo da República Portuguesa, pelos Ministros das Finanças e do Plano, do Comércio e Turismo e do Equipamento Social, ao abrigo do disposto no Decreto-Lei 329-A/74, de 10 de Julho, e nos termos do Decreto-Lei 260/76, de 8 de Abril, na redacção dada pelos Decretos-Leis 25/79, de 15 de Fevereiro e 29/84, de 20 de Janeiro, o seguinte:

1.º São aprovadas as tarifas de transporte aéreo de passageiros a praticar nos serviços regulares das linhas abaixo especificadas:

(ver documento original)
Nota - Aos valores tarifários acima especificados será ainda adicionado o valor corespondente ao imposto de selo.

2.º As tarifas para os percursos acima especificados são apenas válidas para encaminhamentos que não contemplem mais de uma passagem no mesmo ponto em cada direcção.

3.º Os passageiros residentes nas ilhas de São Miguel e Terceira só podem utilizar os voos directos de e para Lisboa.

4.º Não são permitidas paragens voluntárias (sotpovers) em Ponta Delgada ou Terceira, excepto para os passageiros de tarifa normal e para os grupos de viagens de turismo tipo tudo incluído (anexo II), sem prejuízo dos stopovers autorizados pela SATA nos seus percursos internos. Nos restantes casos, os passageiros só poderão fazer stopover em Ponta Delgada ou Terceira mediante o pagamento do somatório dos sectores envolvidos.

5.º Estas tarifas são combináveis entre si e com outras tarifas domésticas aprovadas para transporte aéreo regular desde que os seus termos assim o permitam; de acordo com as regras internacionalmente aceites, são permitidas viagens tipo circular e de ida e volta do tipo open jaw simples.

6.º Não são permitidos quaisquer descontos sobre estas tarifas, excepto os de crianças e bebés, nas condições internacionalmente estabelecidas para este tipo de tráfego.

Aos jornalistas profissionais é concedido um desconto de 50% sobre a tarifa aplicável, com direito a reserva, desde que para o efeito apresentem prova actualizada oficialmente reconhecida da sua profissão, cuja referência deverá constar do bilhete.

7.º A aplicação da tarifa de excursão só é permitida em viagens de duração compreendida entre 6 dias e 1 mês, excepto no caso de grupos desportivos que se desloquem no exercício da sua actividade, caso em que serão permitidas durações inferiores. Para esse efeito, a entidade requerente, de acordo com as normas em vigor, deverá oficializar a condição de grupo ou associação desportiva, a fim de que possa ser ignorada a observância de estada mínima deste tipo de tarifa. O número mínimo de elementos que formam o grupo pode incluir passageiros ligados ao grupo a quem tenha sido aplicada a tarifa de residente (sujeita às suas condições), desde que sejam cumpridas as restantes condições para a formação do grupo. As equipas de arbitragem estão também dispensadas da observância do mínimo de estada da tarifa de excursão quando se deslocam em cumprimento de nomeação para jogos oficiais. Cópia do comunicado de nomeação deve ser apensa ao auditor's coupon do bilhete.

8.º São elegíveis para as tarifas de estudantes todos aqueles que tenham nacionalidade portuguesa e sejam:

Residentes nos Açores e frequentando um estabelecimento de ensino no continente ou na Madeira;

Residentes no continente ou na Madeira e frequentando um estabelecimento de ensino nos Açores.

9.º Para outras condições que não sejam especialmente indicadas são aplicadas as regras internacionais já aprovadas.

10.º A aplicação das tarifas para cidadãos portugueses residentes nos Açores ficará sujeita às condições especificadas no anexo I a esta portaria.

11.º Fica revogada toda a legislação anterior sobre esta matéria.
12.º São aprovadas igualmente as seguintes tarifas para a carga transportada por via aérea nos sectores abaixo especificados (preços expressos por quilograma):

Lisboa-Açores ou vice-versa:
Mínimo de cobrança ... 550$00
Tarifa normal (menos de 45 kg) ... 122$00
Tarifa de 45 kg ... 92$00
Açores-Madeira ou vice-versa:
Mínimo de cobrança ... 500$00
Tarifa normal (menos de 45 kg) ... 76$00
Tarifa de 45 kg ... 57$00
13.º O esquema tarifário para a carga transportada entre o continente e os Açores comporta igualmente tarifas especiais que se encontram especificadas no anexo III a esta portaria, que dela faz parte integrante.

14.º Nas ligações entre Porto ou Faro e o arquipélago dos Açores deverão ser aplicados os valores tarifários gerais e especiais praticados de e para Lisboa, com o adicional de 6$00/kg.

15.º Esta portaria entra em vigor 10 dias após a sua publicação no Diário da República.

Ministérios das Finanças e do Plano, do Comércio e Turismo e do Equipamento Social.

Assinada em 28 de Janeiro de 1985.
O Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, Tomás George Conceição Silva. - Pelo Ministro das Finanças e do Plano, Alípio Barrosa Pereira Dias, Secretário de Estado do Orçamento. - O Ministro do Comércio e Turismo, Joaquim Martins Ferreira do Amaral. - O Ministro do Equipamento Social, Carlos Montez Melancia.


ANEXO I
Condições de aplicação da tarifa para cidadãos portugueses residentes nos Açores

Área de aplicação - dos Açores para Lisboa, Porto e Faro em serviço da TAP e da SATA.

Aplicação - tarifas de ida e volta em classe económica para viagens com origem nos Açores.

Período de aplicação - estas tarifas são aplicáveis durante todo o ano.
Validade do bilhete e código de emissão:
Mínimo de estada - não referido.
Máximo de estada - 1 ano.
Código de emissão:
Espaço fare basis - residente.
Espaço not transferable - residente, seguido do número fiscal de contribuinte e do respectivo bilhete de identidade ou cédula pessoal.

Venda e publicidade - a venda e publicidade destas tarifas é eliminada à respectiva área de origem (veja Elegibilidade.)

Combinações - só permitidas com tarifas domésticas da TAP e da SATA.
Descontos - aplicam-se apenas os habituais descontos de criança e bebé.
Elegibilidade - são elegíveis para esta tarifa os cidadãos de nacionalidade portuguesa residentes há, pelo menos, 6 meses nos Açores para viagens de ida e volta iniciadas neste arquipélago que à data da emissão e pagamento do bilhete comprovem esta situação (veja Documentação.)

Documentação:
Na altura da emissão e pagamento do bilhete os passageiros devem preencher e entregar o formulário modelo n.º 2075 e exibir o respectivo cartão de contribuinte e o bilhete de identidade ou cédula pessoal. Se o passageiro ainda não estiver registado como contribuinte, deverá exibir, na altura da emissão e pagamento do bilhete, o documento comprovativo da repartição de finanças e o bilhete de identidade.

Os passageiros menores poderão exibir, na altura da emissão do bilhete, o cartão de contribuinte e o bilhete de identidade de um dos pais.

Os passageiros com menos de 6 meses de residência que se encontrem vinculados por um contrato de trabalho com duração não inferior a 1 ano celebrado com entidade patronal domiciliada na Região deverão exibir, na altura da emissão do bilhete, um duplicado ou cópia autenticada do mesmo contrato ou documento passado pela entidade patronal comprovativo daquela situação.

Os membros dos governos regionais e os indivíduos requisitados por esses governos para serviço nas regiões autónomas, ainda que não residentes há 6 meses na Região, poderão igualmente beneficiar da tarifa de residente, bastando para tal que o documento oficial de requisição da passagem refira essa situação.

Elementos das Forças Armadas, Guarda Fiscal e Polícia de Segurança Pública, quando deslocados em comissão de serviço na Região, são igualmente elegíveis mediante apresentação de documento devidamente autenticado pela unidade de comando a que pertençam comprovando residência há mais de 6 meses.

(ver documento original)

ANEXO II
Condições de aplicação da tarifa tipo tudo incluído para viagens turísticas em grupo

Área de aplicação:
1) De Portugal continental para os Açores.
2) Entre os Açores e a Madeira.
3) Na TAP e na SATA.
Valor tarifário - igual ao valor da tarifa de excursão e aplicável entre os mesmos pontos.

Aplicação - a tarifa é aplicada em viagens de ida e volta ou circulares.
Período de aplicação - todo o ano.
Número mínimo de passageiros - 8.
Nota. - Dois passageiros pagando tarifa de criança contam como um elemento do grupo.

Validade:
Mínima - 6 dias.
Máxima - 1 mês.
Preço mínimo de venda - 1000$00/dia.
Venda e publicidade - limitadas ao território nacional.
Cancelamento e reembolso:
1) Aplicam-se os procedimentos normais. Contudo, não são permitidos reembolsos voluntários que permitam que um grupo inferior ao mínimo estabelecido possa ser transportado a preço inferior ao da tarifa normal aplicável.

2) Se na altura da partida o número de passageiros for inferior ao número requerido, os restantes membros do grupo podem viajar desde que os respectivos talões de voo relativos ao número mínimo de passageiros sejam retidos pelo transportador, sendo nesse caso considerados não reembolsáveis.

3) Esta concessão é permitida somente quando os cancelamentos sejam causados por circunstâncias fora do controle do passageiro.

Combinações - são somente permitidas com tarifas normais domésticas.
Desconto - os habituais de criança e bebé.
Stopovers - sem restrições.
Reencaminhamentos - no caso de um passageiro adoecer durante a viagem e não poder prosseguir, aplicam-se os seguintes procedimentos:

1.º O passageiro deverá apresentar certificado médico comprovando a sua incapacidade para viajar;

2.º Quando o passageiro for considerado novamente capaz de viajar, pode reencaminhar-se à tarifa normal aplicável, de acordo com a sua escolha. Nestas circunstâncias, mesmo que o número dos restantes passageiros seja inferior ao número mínimo, podem continuar viagem.

Viagem em conjunto - todos os passageiros pertencentes ao grupo devem viajar em conjunto durante todo o itinerário tipo tudo incluído, devidamente identificado e aprovado pela companhia. Se circunstâncias de reencaminhamento involuntário forem causadas pelo transportador de modo a impedir que o grupo seja transportado na sua totalidade, alguns membros do grupo poderão ser transportados nos voos imediatamente antes ou depois daquele para o qual o espaço tinha sido reservado.


ANEXO III
Tarifas especiais de carga entre o continente e a Região Autónoma dos Açores e entre a Madeira e os Açores

(ver documento original)

Anexos

  • Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/179013.dre.pdf .

Ligações deste documento

Este documento liga aos seguintes documentos (apenas ligações para documentos da Serie I do DR):

  • Tem documento Em vigor 1974-07-10 - Decreto-Lei 329-A/74 - Ministério da Coordenação Económica

    Estabelece os regimes a que podem ser submetidos os preços dos bens ou serviços vendidos no mercado interno, designadamente: preços máximos, preços controlados, preços contratados, margens de comercialização fixadas e preços livres.

  • Tem documento Em vigor 1976-04-08 - Decreto-Lei 260/76 - Ministério das Finanças - Secretaria de Estado do Planeamento

    Estabelece as bases gerais das empresas públicas.

  • Tem documento Em vigor 1979-02-19 - Decreto-Lei 25/79 - Ministério das Finanças e do Plano - Secretaria de Estado das Finanças

    Altera o Decreto-Lei 260/76, de 8 de Abril, que estabelece as bases gerais do regime das empresas públicas.

  • Tem documento Em vigor 1984-01-20 - Decreto-Lei 29/84 - Ministério das Finanças e do Plano

    Altera o Decreto-Lei 260/76, de 8 de Abril, que estabelece as bases gerais das empresas públicas.

Ligações para este documento

Este documento é referido nos seguintes documentos (apenas ligações a partir de documentos da Série I do DR):

  • Tem documento Em vigor 1986-12-04 - Portaria 733-F/86 - Ministérios das Finanças, da Indústria e Comércio e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

    Aprova as tarifas de transporte aéreo de passageiros e para a carga transportada entre o continente e a Região Autónoma dos Açores.

  • Tem documento Em vigor 1987-11-27 - Portaria 905/87 - Ministérios das Finanças, das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e do Comércio e Turismo

    Dá nova redacção ao n.º 8.º da Portaria n.º 137-A/85, de 11 de Março (actualiza as tarifas de passageiros e carga entre o continente e a Região Autónoma dos Açores).

Aviso

NOTA IMPORTANTE - a consulta deste documento não substitui a leitura do Diário da República correspondente. Não nos responsabilizamos por quaisquer incorrecções produzidas na transcrição do original para este formato.

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