de 23 de março
O Decreto-Lei 343/78, de 16 de novembro, e a Portaria 765/78, de 23 de dezembro, fixaram os atos que os odontologistas podiam realizar, bem como os medicamentos que podiam prescrever no desempenho da sua profissão, elenco posteriormente alterado pela Portaria 72/90, de 29 de janeiro, e que se mantém, apesar de toda a evolução que verificou no sector farmacêutico.
Acresce que, atualmente, a identificação do receituário não é feita pelo nome comercial, mas por aquilo que se convencionou chamar de Denominação Comum Internacional (DCI), correspondente ao nome oficial não comercial ou genérico de uma substância farmacológica.
Considerando que uma substância farmacêutica pode ser conhecida em diferentes países por vários nomes, um ou mais códigos de investigação, sinónimos, um ou mais nomes oficiais pelo menos, e vários nomes registados ou marcas comerciais, a precisão, uniformidade e aceitação internacional das DCI são um meio ideal de comunicação entre médicos e outros profissionais de saúde de diversos países, o que as torna, por isso, essenciais nos documentos oficiais e nas publicações técnicas sobre a matéria e facilita a vinculação dos fármacos ao grupo farmacológico a que pertencem ou agente ativo que contêm.
Neste contexto, entende-se proceder à atualização da lista de medicamentos que os odontologistas podem prescrever, adequando-a aos novos desenvolvimentos no âmbito da farmacologia, expurgando dessa listagem todos os medicamentos retirados do mercado ou que passaram a ser de venda livre, bem como adequar a sua identificação à DCI.
Assim, e tendo em conta a proposta apresentada pelo Conselho Ético e Profissional de Odontologia, nos termos e ao abrigo do disposto no artigo 5.º da Lei 40/2003, de 22 de agosto;
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Saúde, o seguinte:
Artigo 1.º
Âmbito
1 - A presente portaria aprova a lista de medicamentos que podem ser prescritos pelos odontologistas no exercício da sua atividade profissional.
2 - Os odontologistas podem prescrever os seguintes medicamentos:
I - Analgésicos:
a) Acetilsalicilato de lisina;
b) Clonixina;
c) Magnésio de metamizol;
d) Paracetamol, 1000 mg.
II - Anestésicos locais:
a) Articaina, sem ou com vasoconstritor, na diluição de 1/100 000 ou 1/200 000;
b) Bupivacaina, sem vasoconstritor;
c) Lidocaína, sem ou com vasoconstritor, na diluição de 1/100 000 ou 1/200 000;
d) Mepivacaina, sem ou com vasoconstritor, na diluição de 1/100 000 ou 1/200 000.
III - Antibióticos:
a) Aminopenincilinas:
Amoxocilina, sem ou com associação do ácido clavulânico;
Ampicilinas;
b) Isoxazolilpenincilinas:
Flucloxacilina;
c) Nitro Imidazol:
Metronidazol, 250 mg;
d) Macrólidos:
Azitromicina;
Claritromicina;
Eritromicina;
Espiramicina;
e) Cefalosporinas de primeira geração.
IV - Antifúngicos:
a) Miconazol;
b) Nistanina.
V - Antivirais:
a) Aciclovir, 150 mg.
VI - Anti-inflamatórios não esteroides:
a) Cetaprofeno;
b) Diclofenac;
c) Ibuprofeno, superior a 400 mg;
d) Naproxeno;
e) Nimesulida.
VII - Anti-inflamatórios enzimáticos:
a) Alfa-amilase;
b) Bromelaina.
Artigo 2.º
Termos e condições de utilização dos medicamentos
Os medicamentos previstos na presente portaria apenas podem ser utilizados pelos odontologistas no âmbito da sua atividade profissional, definida no diploma que regula e disciplina esta atividade.
Artigo 3.º
Revisão
A lista de medicamentos aqui prevista tem de ser revista no prazo de cinco anos.
Artigo 4.º
Entrada em vigor
A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
O Secretário de Estado da Saúde, Manuel Martins dos Santos Delgado, em 15 de março de 2017.