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Decreto-lei 302/85, de 29 de Julho

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Sumário

Estabelece as características e regula o acondicionamento e a rotulagem dos açúcares destinados à alimentação humana.

Texto do documento

Decreto-Lei 302/85

de 29 de Julho

Com a próxima adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia torna-se premente a harmonização da legislação portuguesa, no sector do açúcar, com as disposições que regem a Comunidade nesta matéria.

Com efeito, há que criar as condições necessárias para eliminar as diferenças existentes entre as disposições nacionais e as que vigoram na CEE, e que possam constituir entraves à livre circulação de produtos e dar origem a situações de concorrência desigual.

Especificamente no que se refere aos açúcares, a legislação portuguesa vigente cobre apenas os açúcares constituídos por sacarose e, mesmo para estes, as exigências de qualidade não são rigorosamente idênticas às da CEE.

Assim, o presente diploma passa a abranger um maior número de tipos de açúcares e a fixar, simultaneamente, mais exigências nos diferentes parâmetros caracterizadores da sua qualidade.

Muito embora não seja tradicional no nosso país o fabrico de alguns dos tipos de açúcares previstos no presente diploma, considera-se que possam vir a ser produzidos de futuro, parecendo útil, desde já, a sua regulamentação.

A violação das disposições do presente diploma não é expressamente considerada no articulado, visto que recai na previsão do Decreto-Lei 28/84, de 20 de Janeiro, e legislação complementar, que regulam as infracções anti-económicas e contra a saúde pública, quer se trate de crimes quer de contra-ordenações.

Assim:

O Governo decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º

(Âmbito de aplicação)

O presente diploma estabelece as características e regula o acondicionamento e a rotulagem dos açúcares, denominados, definidos e caracterizados no anexo I, constituídos por sacarose, glucose e frutose, destinados à alimentação humana.

Artigo 2.º

(Denominações de venda)

1 - As denominações de venda referidas no anexo I são reservadas aos produtos aí definidos, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.

2 - A denominação de venda «açúcar» ou «açúcar branco» pode ser igualmente utilizada para designar o açúcar branco extra.

3 - Para além das denominações previstas no anexo I, o qualificativo «branco» só é permitido no açúcar líquido, açúcar líquido invertido e xarope de açúcar invertido, cuja cor em solução não ultrapasse 25 unidades ICUMSA e o teor de cinza não seja superior a 0,1% nos dois últimos produtos.

4 - A utilização das denominações a que se refere o n.º 1 é permitida para designar produtos destinados a fins especiais, desde que não possam ser confundidos com os definidos no anexo I e essas denominações estejam consagradas pelo uso.

5 - O emprego da palavra «açúcar» sem outro qualificativo é permitido nos produtos compostos em que foram incorporados os açúcares definidos no presente diploma.

Artigo 3.º

(Condições gerais)

Os açúcares a que se refere o artigo 1.º devem apresentar-se com qualidade sã, em boas condições de comercialização e não podem ser submetidos ao processo de azulamento.

Artigo 4.º

(Aditivos)

1 - É proibida a adição de corantes em todos os tipos de açúcares, com excepção dos fornecidos a indústrias alimentares em cujos produtos finais a lei permita a sua utilização.

2 - No açúcar em pó são permitidos os seguintes antiaglomerantes:

a) Alumino-silicato de cálcio e sódio, carbonato de magnésio, estearato de magnésio, fosfato tricálcico anidro, sílica amorfa, silicato de cálcio e silicato de magnésio, estremes ou em mistura, em teor total não superior a 1,5%, em peso;

b) Amido, em teor que não exceda 5%, em peso, não sendo permitida a sua utilização cumulativa com qualquer dos antiaglomerantes mencionados na alínea a).

3 - Os teores máximos de dióxido de enxofre para o xarope de glucose e o xarope de glucose desidratado poderão exceder os limites estabelecidos no anexo I e atingir os máximos de, respectivamente, 400 mg/kg e 150 mg/kg quando destinados a produtos de confeitaria ou a outros géneros alimentícios, desde que, no último caso, imperativos de ordem tecnológica sejam reconhecidos pelo IQA. Estas tolerâncias só serão permitidas quando não contrariem o legalmente estabelecido para os produtos de confeitaria e os outros géneros alimentícios.

Artigo 5.º

(Contaminantes)

1 - Os teores máximos de contaminantes admitidos nos açúcares são de 1 mg/kg para o arsénio e 2 mg/kg para o chumbo e o cobre, salvo o disposto no n.º 2.

2 - O teor máximo de cobre é de 5 mg/kg no xarope de glucose desidratado e de 10 mg/kg nos açúcares areados, açúcar demerara, e açúcar macio.

Artigo 6.º

(Métodos de análise)

Os métodos de análise utilizados na avaliação das características dos açúcares a que se refere este diploma serão estabelecidos por portaria do Ministro da Agricultura, a qual deverá entrar em vigor simultaneamente com o presente decreto-lei.

Artigo 7.º

(Acondicionamento)

1 - O acondicionamento dos açúcares só pode ser efectuado por produtores, refinadores ou embaladores que assegurem as necessárias condições higiénicas.

2 - Os materiais utilizados nas embalagens e nos contentores de açúcares deverão ser inócuos, inertes em relação ao conteúdo, garantir uma adequada conservação do produto e, quando corados, a cor não os deve distinguir.

3 - Os açúcares na venda a retalho têm de apresentar-se pré-embalados.

4 - O açúcar semibranco, o açúcar branco, o açúcar branco extra, os açúcares areados, o açúcar em pó, o açúcar demerara, o açúcar macio e o açúcar cândi, quando acondicionados em embalagens de peso líquido individual superior a 100 g mas inferior ou igual a 5 kg, só podem ser comercializados nos seguintes pesos líquidos:

125 g, 250 g, 500 g, 750 g, 1 kg, 1,5 kg, 2 kg, 2,5 kg, 3 kg, 4 kg e 5 kg.

5 - Os açúcares referidos no número anterior, quando embalados em doses individuais (saquetas ou cubos), não podem ter peso líquido superior a 12 g.

Artigo 8.º

(Rotulagem)

1 - Sem prejuízo do disposto no Decreto-Lei 89/84, de 23 de Março, na rotulagem dos açúcares abrangidos pelo presente diploma deverão constar as seguintes indicações:

a) A denominação de venda a que se refere o artigo 2.º, tendo em conta o seguinte:

1) Nas dextroses vendidas a retalho, as menções «mono-hidratada» e «anidra» são facultativas;

2) Nos açúcares destinados às indústrias alimentares, nos termos do n.º 1 do artigo 4.º, a denominação de venda será acompanhada do adjectivo «corado», sendo nesse caso interdita a utilização do qualificativo «branco»;

3) No xarope de glucose e no xarope de glucose desidratado, cujo teor de dióxido de enxofre seja superior a 20 mg/kg, a denominação de venda será seguida da indicação do género alimentício ao qual se destina, devendo o teor máximo admitido no xarope ser indicado nos documentos que o acompanham;

b) O peso líquido, atendendo ao seguinte:

1) Esta indicação não é obrigatória no caso de embalagens com peso líquido individual inferior a 50 g, excepto se estas forem acondicionadas em embalagem contendo duas ou mais unidades cujo peso líquido total, incluído o respectivo material, seja igual ou superior a 50 g, devendo neste caso tal peso ser indicado na embalagem exterior;

2) A indicação a que se refere o número anterior pode ser substituída pela do peso líquido mínimo quando os açúcares forem embalados em saquetas ou cubos;

c) Os teores reais de matéria seca e de açúcar invertido, nos casos de açúcar líquido, açúcar líquido invertido e xarope de açúcar invertido;

d) O qualificativo «cristalizado», no xarope de açúcar invertido que contenha cristais na solução.

2 - Nas embalagens de peso líquido igual ou superior a 10 kg, não comercializadas no retalho, as indicações referidas no n.º 3) da alínea a) e nas alíneas b), c) e d) do n.º 1 poderão constar apenas dos documentos que as acompanham.

Artigo 9.º

(Legislação revogada)

Ficam revogados por este decreto-lei os seguintes diplomas legais:

O despacho de 10 de Abril de 1961, da Inspecção-Geral dos Produtos Agrícolas e Industriais, publicado em 12 de Abril de 1961;

As Portarias n.os 144-B/75, de 3 de Março, e 196/81, de 20 de Fevereiro.

Artigo 10.º

(Entrada em vigor)

O presente decreto-lei entrará em vigor no dia 1 de Janeiro de 1986, excepto para o açúcar areado amarelo, que poderá manter a denominação de «refinado corrente» até 1 de Julho de 1986.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 27 de Junho de 1985. - Mário Soares - Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete - Mário Ferreira Bastos Raposo - Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto - Joaquim Martins Ferreira do Amaral - Júlio Miranda Calha.

Promulgado em 11 de Julho de 1985.

Publique-se.

O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES.

Referendado em 16 de Julho de 1985.

O Primeiro-Ministro, Mário Soares.

ANEXO I

(ver documento original)

ANEXO II

Modo de determinação do tipo de cor, do teor de cinza e da cor em

solução do açúcar branco e do açúcar branco extra, definidos e

caracterizados no anexo I.

Um «ponto» corresponde:

a) No tipo de cor, a 0,5 unidade, determinada pelo método do Instituto de Tecnologia Agrícola e Indústria Açucareira de Brunswick;

b) No teor de cinza, a 0,0018%;

c) Na cor em solução, a 7,5 unidades.

Anexos

  • Texto integral do documento: https://dre.tretas.org/pdfs/1985/07/29/plain-14573.pdf ;
  • Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/14573.dre.pdf .

Ligações deste documento

Este documento liga aos seguintes documentos (apenas ligações para documentos da Serie I do DR):

  • Tem documento Em vigor 1984-01-20 - Decreto-Lei 28/84 - Ministérios da Justiça, da Saúde, da Agricultura, Florestas e Alimentação, do Comércio e Turismo e da Qualidade de Vida

    Altera o regime em vigor em matéria de infracções antieconómicas e contra a saúde pública.

  • Tem documento Em vigor 1984-03-23 - Decreto-Lei 89/84 - Ministérios da Agricultura, Florestas e Alimentação, do Comércio e Turismo e da Qualidade de Vida

    Estabelece as condições a que deve obedecer a rotulagem dos géneros alimentícios, nacionais ou estrangeiros.

Ligações para este documento

Este documento é referido nos seguintes documentos (apenas ligações a partir de documentos da Série I do DR):

  • Não tem documento Em vigor 1985-08-31 - DECLARAÇÃO DD5044 - PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS

    Declara ter sido rectificado o Decreto-Lei n.º 302/85, de 29 de Julho, do Ministério da Agricultura, que estabelece as características e regula o acondicionamento e a rotulagem dos açúcares.

  • Tem documento Em vigor 1985-12-31 - Portaria 976/85 - Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação

    Aprova métodos de análise para avaliação das características dos açúcares.

  • Tem documento Em vigor 1989-03-28 - Decreto-Lei 93/89 - Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação

    Define as características e estabelece regras de acondicionamento e rotulagem de refrigerantes.

  • Tem documento Em vigor 1992-06-17 - Portaria 497/92 - Ministérios da Agricultura, da Saúde, do Comércio e Turismo e do Ambiente e Recursos Naturais

    APROVA O REGULAMENTO DOS DOCES, GELEIAS, CITRINADAS E CREME DE CASTANHA. TRANSPÕE PARA O DIREITO INTERNO A DIRECTIVA NUMERO 88/593/CEE (EUR-Lex), DE 18 DE NOVEMBRO QUE VEIO ALTERAR A DIRECTIVA NUMERO 79/693/CEE (EUR-Lex), DE 24 DE JULHO. O PRESENTE DIPLOMA ENTRA EM VIGOR NO PRAZO DE TRES MESES A PARTIR DA SUA PUBLICAÇÃO.

  • Tem documento Em vigor 1996-12-06 - Portaria 703/96 - Ministérios da Economia, da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, da Saúde e do Ambiente

    DEFINE AS REGRAS TÉCNICAS RELATIVAS AS DENOMINAÇÕES, DEFINIÇÕES, ACONDICIONAMENTO E ROTULAGEM DAS BEBIDAS REFRIGERANTES, CUJO QUADRO REGULADOR FOI ESTABELECIDO PELO DECRETO-LEI 288/94, DE 14 DE NOVEMBRO. O PRESENTE DIPLOMA ENTRA IMEDIATAMENTE EM VIGOR, SEM PREJUÍZO DA COMERCIALIZACAO DOS REFRIGERANTES QUE SEJAM LANÇADOS NO MERCADO ATE SEIS MESES APOS ESTA DATA E QUE TENHAM SIDO PRODUZIDOS E ROTULADOS DE ACORDO COM A ANTERIOR LEGISLAÇÃO.

  • Tem documento Em vigor 1998-11-21 - Decreto-Lei 365/98 - Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas

    Estabelece os critérios de pureza gerais e específicos a que devem obedecer os conservantes e antioxidantes, bem como os emulsionantes, estabilizadores, espessantes e gelificantes admissíveis nos géneros alimentícios, publicados nos anexos I e II deste diploma. Estabelece igualmente o regime sancionatório do incumprimento deste diploma, atribuído ao Director Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar competências para a aplicação de coimas e sanções acessórias. Transpõe para o ordenamento juríd (...)

  • Tem documento Em vigor 2003-11-15 - Decreto-Lei 290/2003 - Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas

    Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2001/111/CE (EUR-Lex), do Conselho, de 20 de Dezembro, relativa a determinados açúcares destinados à alimentação humana.

Aviso

NOTA IMPORTANTE - a consulta deste documento não substitui a leitura do Diário da República correspondente. Não nos responsabilizamos por quaisquer incorrecções produzidas na transcrição do original para este formato.

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