Decreto-Lei 395/91
de 16 de Outubro
Data de 1978 a última definição orgânica da Junta Autónoma de Estradas. Desde essa altura muitas foram as modificações estruturais que impuseram à Junta Autónoma de Estradas a necessidade de se adaptar aos novos desafios.
A gradual dotação de infra-estruturas rodoviárias de nível europeu obriga a formas de gestão da rede em moldes completamente distintos daqueles que fizeram tradição entre nós, necessidade que se fará sentir tanto mais intensamente quanto se acelerar o processo de desclassificação de boa parte das até agora consideradas estradas nacionais e prosseguir o nível de investimento público na construção de novas estradas.
Tem o Governo consciência de que a alteração orgânica que se exige para a Junta Autónoma de Estradas deve ser profunda e envolver também uma nova definição estatutária para o pessoal que aí presta serviço em face das condições particulares do seu desempenho, em particular do pessoal técnico e técnico superior.
Esta reformulação carece, todavia, de maior ponderação e estudo e não deve comprometer os muitos e vultosos empreendimentos em curso.
Não pode, porém, renunciar-se às adaptações que se entendam necessárias à garantia de uma melhor resposta às exigências actuais de construção e gestão da rede de estradas sem que isso signifique que se deixe de reconhecer a obrigação de, a prazo, se aprovar um novo estatuto orgânico e de pessoal, marcados, designadamente, pela aproximação a modelos de gestão mais flexível e desburocratizada, através da concessão de maior autonomia funcional e financeira.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.º
Criação de serviços
São criados, no âmbito da orgânica e sistema de funcionamento da Junta Autónoma de Estradas, nos termos do Decreto-Lei 184/78, de 18 de Julho, os seguintes serviços:
a) O Gabinete de Contencioso e Apoio Jurídico;
b) A Direcção de Serviços de Organização e Informática;
c) A Direcção de Serviços de Recursos Humanos;
d) A Divisão de Ambiente, da Direcção de Serviços de Construção.
Artigo 2.º
Gabinete de Contencioso e Apoio Jurídico
1 - O Gabinete de Contencioso e Apoio Jurídico é o serviço de apoio da presidência da Junta Autónoma de Estradas, ao qual cabe, em geral, prestar informação técnico-jurídica sobre as questões ou processos que lhe sejam submetidos, bem como desempenhar todas as tarefas em defesa dos interesses da Junta Autónoma de Estradas e dos seus funcionários ou agentes por causa do exercício de funções, em juízo ou instância arbitral.
2 - Incumbe ao Gabinete de Contencioso e Apoio Jurídico:
a) Exercer o mandato judiciário;
b) Realizar estudos e emitir pareceres ou informações técnico-jurídicas no âmbito das atribuições da Junta Autónoma de Estradas e das competências dos seus órgãos e serviços;
c) Colaborar nos processos de preparação de actos normativos, quando para isso for a Junta Autónoma de Estradas solicitada;
d) Propor a definição das cláusulas e dos cadernos de encargos e cooperar na redacção dos programas de concursos, bem como apoiar os serviços nos actos públicos dos concursos;
e) Intervir nos processos de contratação de que for superiormente encarregado e, designadamente, colaborar na formação e execução de contratos de empreitadas ou outros, colaborar na sua interpretação, bem como acompanhar os processos contenciosos destinados a efectivar a responsabilidade contratual da Junta Autónoma de Estradas ou de co-contratantes;
f) Instruir e acompanhar os processos de impugnação administrativa, necessária ou facultativa, em que se ponha em causa a legalidade de actos praticados pelos órgãos da Junta Autónoma de Estradas;
g) Proceder à instrução e acompanhamento dos processos de expropriação;
h) Instituir e manter permanentemente actualizado um sistema automático de informação jurídica necessário ao desempenho das suas competências.
3 - O Gabinete é chefiado por um director, equiparado, para todos os efeitos legais, a director de serviços.
Artigo 3.º
Direcção de Serviços de Organização e Informática
A Direcção de Serviços de Organização e Informática é a estrutura responsável pela recolha, gestão e tratamento automáticos da informação destinada a apoiar as diferentes unidades orgânicas, cabendo-lhe ainda o estudo, a concepção e a proposta de implementação de novas metodologias e técnicas de informação e de novos sistemas que visem a racionalização e eficiência dos meios ao dispor da Junta Autónoma de Estradas.
Artigo 4.º
Divisões e serviço de apoio
1 - Para o exercício das competências constantes do artigo anterior, a Direcção de Serviços de Organização e Informática compreende a Divisão de Organização e Concepção de Sistemas e a Divisão de Exploração.
2 - Compete à Divisão de Organização e Concepção de Sistemas:
a) Elaborar estudos e propostas de modernização, racionalização de procedimentos e circuitos administrativos;
b) Proceder à adopção de soluções, designadamente com recurso a meios informáticos, de acordo com as decisões superiores de aprovação;
c) Promover a aplicação de técnicas e metodologias de organização na elaboração de estudos, projectos e normas;
d) Promover a elaboração de projectos e instituir acções de acordo com os objectivos definidos no plano de informatização da Junta Autónoma de Estradas;
e) Desenvolver as soluções funcionais e orgânicas dos sistemas informáticos a instalar ou a reformular, desde a fase de análise até ao lançamento das aplicações, passando pelas fases de programação e teste;
f) Colaborar na formação e acompanhamento dos utilizadores durante a fase de institucionalização dos sistemas informáticos.
3 - À Divisão de Exploração cabe:
a) Assegurar a condução, controlo, optimização e planeamento da utilização de todos os equipamentos informáticos, de comunicação e outros meios complementares existentes nos serviços;
b) Estudar, promover e testar os suportes lógicos de base, bem como os programas adquiridos;
c) Dar apoio às equipas de concepção, desenvolvimento e produção, fornecendo-lhes todas as informações consideradas pertinentes para a correcta e eficaz utilização do parque de equipamentos e suportes lógicos;
d) Estudar e elaborar as propostas de desenho das redes de comunicação de dados e proceder à sua manutenção em condições ideais de funcionamento, tendo em conta as evoluções tecnológicas e os recursos disponíveis.
Artigo 5.º
Direcção de Serviços de Recursos Humanos
1 - À Direcção de Serviços de Recursos Humanos cabe, em geral, proceder à gestão administrativa do pessoal em serviço na Junta Autónoma de Estradas e colaborar na definição de critérios de selecção, recrutamento, reciclagem, reclassificação ou promoção de pessoal, bem como conceber e dinamizar as acções de formação profissional entendidas necessárias.
2 - A Direcção de Serviços compreende a Divisão de Organização e Formação e a Repartição de Pessoal, que transita da actual Direcção de Serviços de Administração.
3 - Compete à Divisão de Organização e Formação promover a definição de métodos e critérios de recrutamento de pessoal e elaborar o plano anual de formação, bem como propor medidas que visem a valorização dos recursos humanos ao serviço da Junta Autónoma de Estradas e o incremento das condições sociais e de trabalho.
Artigo 6.º
Divisão de Ambiente, da Direcção de Serviços de Construção
Na dependência da Direcção de Serviços de Construção funciona a Divisão de Ambiente, à qual compete:
a) Promover, coordenar ou acompanhar os estudos de impacte ambiental legalmente exigidos ou cuja elaboração resulte de decisão superior;
b) Assegurar a aquisição ou actualização de conhecimentos e técnicas destinados a promover a harmonização das infra-estruturas rodoviárias com o ambiente em que se insiram, procurando diminuir à expressão mínima possível os seus impactes negativos;
c) Colaborar na definição de programas de formação e na difusão de informação científica e técnica relacionada com a preservação do ambiente que interesse no quadro das intervenções da Junta Autónoma de Estradas;
d) Colaborar na definição de condições técnicas relacionadas com a protecção do ambiente a incluir nos cadernos de encargos dos concursos de obras;
e) Elaborar ou coordenar estudos de paisagismo rodoviário, assim como prestar assistência técnica e emitir informações ou pareceres na área da protecção do ambiente a outros serviços da Junta Autónoma de Estradas.
Artigo 7.º
Adaptação do quadro de pessoal
São extintos os lugares do pessoal dirigente e de chefia dos serviços substituídos, devendo o quadro da Junta Autónoma de Estradas, no prazo máximo de 30 dias, ser dotado dos lugares de direcção e chefia criados pelo presente diploma.
Artigo 8.º
Norma revogatória
São revogados os artigos 57.º e 58.º do Decreto-Lei 184/78, de 18 de Julho, e os artigos 1.º e 2.º do Decreto-Lei 296/83, de 24 de Junho.
Artigo 9.º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor 30 dias após a sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 29 de Agosto de 1991. - Aníbal António Cavaco Silva - Luís Miguel Couceiro Pizarro Beleza - Joaquim Martins Ferreira do Amaral.
Promulgado em 3 de Outubro de 1991.
Publique-se.
O Presidente da República, MÁRIO SOARES.
Referendado em 7 de Outubro de 1991.
O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.