Os Estatutos do Teatro Nacional D. Maria II, E. P. E., (TNDM, II, E. P. E.), aprovados pelo Decreto-Lei 158/2007, de 27 de Abril, prevêem nos números 2 e 5 do artigo 15.º que, no caso em que as funções de director artístico não sejam exercidas por um dos membros do conselho de administração, o mesmo é nomeado por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da cultura, devendo a sua escolha recair numa personalidade de reconhecido mérito cultural, com perfil, formação e experiência nos domínios da programação e direcção artísticas das respectivas áreas de actuação, e que o respectivo mandato tem a duração de três anos.
Considerando o curriculum de João Mota, publicado em anexo, que apresenta um perfil, formação e experiência adequados para o exercício das funções de director artístico do Teatro Nacional de D. Maria II.
Considerando que, para cumprimento das obrigações de serviço público impostas ao TNDM II, E. P. E., a estrutura orgânica integra, obrigatoriamente, o director artístico responsável pela programação do Teatro Nacional, recaindo a sua escolha em personalidade de reconhecido mérito cultural, como é o caso do Encenador João Mota cujo notável percurso profissional evidenciado no seu curriculum permite reconhecer o interesse público excepcional da sua nomeação e autorizar o exercício das funções de director artístico pelo período de três anos do seu mandato, ao abrigo dos artigos 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei 498/72, de 9 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei 137/2010, de 28 de Dezembro.
Assim, ao abrigo do disposto no artigo 15.º dos Estatutos do Teatro D. Maria II, E. P. E., aprovados pelo Decreto-Lei 158/2007, de 27 de Abril, e dos artigos 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação determina-se:
1 - Nomear Director Artístico do TNDM, II, E. P. E., João Manuel da Mota Rodrigues, com efeitos a partir do dia 21 de Novembro de 2011 e autorizar o exercício das respectivas funções nos termos do disposto nos artigos 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação.
2 - Fixar em seis mil euros a remuneração mensal ilíquida correspondente ao exercício das funções de director artístico.
19 de Dezembro de 2011. - O Ministro de Estado e das Finanças, Vítor Louçã Rabaça Gaspar. - O Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.
Sinopse Curricular
Dados pessoais:
João Manuel da Mota Rodrigues
Nasceu em Tomar em 1942.
Habilitações académicas e profissionais:
Licenciado pelo Centre Internacional de Recherce Theatral (Paris e Irão) Peter Brook (1970-1971).
Iniciou a sua carreira como actor nos programas da Emissora Nacional.
Em 1957 ingressou no Teatro D. Maria II, onde permaneceu 10 anos. Trabalhou, entre outros, com os seguintes encenadores: Amélia Rey Colaço, Palmira Bastos, Varela Silva, Pedro Lemos, Jacinto Ramos, Carlos Avilez, Caetano Luca de Tena, Henriette Morineau, Adolfo Gutkin, José Tamayo, Francisco Ribeiro (Ribeirinho), Paulo Renato, Armando Cortez, Henrique Santana, Michel Benthel, Jorge Listopad e Celso Cleto.
Fundou a Comuna Teatro de Pesquisa (1972) companhia que dirigiu ao longo de quase 40 anos e pela qual já encenou mais de 90 Produções.
Como actor e encenador apresentou-se nos mais variados países como Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Polónia, Jugoslávia, México, Guatemala, Costa Rica, Venezuela, São Salvador, Colômbia, Brasil, Itália, Bélgica e Hungria.
Foi o primeiro professor convidado para a reforma do ensino artístico protagonizado por Madalena Perdigão e Veiga Simão.
Foi, também, pioneiro da Expressão Dramática em Portugal, tendo trabalhado com João dos Santos e Arquimedes da Silva Santos na Escola Superior de Educação pela Arte.
Foi fundador e director da Convenção Teatral Europeia.
Dirigiu cursos de teatro em diversas cidades fora de Portugal como: Mérida (Espanha), Saint Étienne, Reims (França), Tournai (Bélgica), Las Palmas (Canárias), São Paulo e Recife (Brasil), Bolonha (Itália), para além de orientar inúmeros cursos de formação no nosso País, como por exemplo o Curso de Expressão Dramática da Fundação Calouste Gulbenkian.
Dirigiu o «Auto da Alma» para o filme «O Mal-amado» de Fernando Matos Silva.
Júri de diversos concursos, como por exemplo o de apoio à Edição de Dramaturgia Portuguesa Contemporânea do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas/Ministério da Cultura e Centro Nacional de Cultura.
Participou no Colóquio do 12.º Congresso Português de Arte-Terapia.
Foi nomeado Professor da Escola Superior de Teatro e Cinema em 1972 onde foi director do departamento de teatro e Presidente do Conselho Directivo (1996 a 2002).
Fez parte em 2002/2005 da comissão de avaliação do ensino Superior Artístico.
Foi em 2002/2003 Director do Mestrado em Teatro e Educação na Universidade do Algarve.
Em 1992 foi agraciado com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 2007 foi-lhe atribuído a Medalha de Mérito Municipal Grau Ouro, e a Medalha de Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura.
Aposentado na qualidade de Professor Adjunto da Escola Superior de Teatro e Cinema do Instituto Politécnico de Lisboa.
Peças que encenou:
«Para Onde Is» de Gil Vicente; «Feliciano e as Batatas» de Catherine Dasté; «Brincadeiras» colectivo Comuna Teatro de Pesquisa; «Vamos para Maljukipi» a partir de textos de crianças da casa de pessoal da Fundação Calouste Gulbenkian; «A Ceia» Colectivo de recolha de textos de Gil Vicente, Antero de Quental, Bíblia, Corão, Vinicius de Moraes e Mário Dioniso; «Ceia II» Colectivo com inclusão de «A Ceia»; «Cegada» Texto colectivo; «Era Uma Vez» de Alfredo Nery Paiva; «Bâo» de João Mota; «Fogo» Colectivo e recolhas de Esquilo, Autos da Inquisição, Grupo de Cristãos de Bogotá, D. Helder Câmara, Camilo Torres, Hitler, Pinochet, Franco, Salazar, Che Guevara, Mao Tse Tung, Amílcar Cabral e Samora Machel; «O Muro» de José Gomes Ferreira; «Em Maio» Colectivo e recolhas de Salazar, Bíblia, Cura D'Ars, S. Vicente de Paula, Manual Militar da Guerra Colonial, discurso do PR de 10 de Junho de 1973, cartas dos Bispos Portugueses de 65, Augusto Boal, José Mário Branco, Pablo Neruda e colagem de discursos pós 25 de Abril; «A Mãe» de Bertolt Brecht; «Homem Morto Homem Posto» de Bertolt Brecht; «Sissurrica» de Jorge de Sena; «Guerras do Alecrim Mangerona» de António José da Silva; «O Dragão» de Evguini Schwartz; «As Despedidas da Grã-duquesa» de Bernard da Costa; «Em Frente da Porta do Lado de Fora» de Wolfgang Borchert; «Deix'os Poisar» (Café-Teatro) de Carlos Paulo, Francisco Pestana, Abel Neves, Gil Vicente e Fernando Pessoa; «Serena Guerrilha» de Abel Neves e Comuna; «A Viagem» de Helder Costa; «Não Fui Eu Foram Eles» (Café-Teatro) de Abel Neves, Carlos Paulo, Fernando Gomes, Francisco Nicholson; «A Castro» António Ferreira; «Quero o Meu Victor a Cores» (Café-Teatro) de Carlos Paulo; «Marat» de Peter Weiss; «Para Onde Is» de Gil Vicente; «Pó de Palco» (Café-Teatro) Herberto Helder, José Pedro Gomes, Carlos Paulo, Abel Neves, Manuel Alegre, Luís Campos e Karl Valentim; «Mestre Meu Mestre Querido» de Fernando Pessoa; «Amadis» de Abel Neves; «Festa Medieval» (em colaboração com o grupo de música antiga «La Batalla») de Abel Neves/Comuna; «Caligula» de Albert Camus; «Touro» de Abel Neves; «Victor ou as Crianças no Poder» de Roger Vitrac; «Farsa Você Mesmo» (Café-Teatro) José Carlos Ary dos Santos, Jaime Gralheiro, Carlos Paulo, Alexandre Lopes, Abel Neves, Pêro Garcia, João Zorro, Rui Moniz, Diogo Fogaça, Fernando da Silveira Bocage, Filinto Elísio e Abade de Jazente; «O Despertar da Primavera» de Frank Wedekind; «Os Dois Corcunda e a Lua» de Richard Demarcy; «O Destino Morreu de Repente» de Alves Redol; «Èdipo-Rei» de Sófocles; «Os Recrutas» (Biloxi Blues) de Neil Simon; «Pécora» de Natália Correia; «O Estrangeiro em Casa» de Richard Demarcy; «Um Eléctrico Chamado Desejo» de Tennessee Williams; «II Festival da Otite» (Café-Teatro) de Carlos Paulo; «Terra» de Abel Neves; «Má Sorte Ter Sido Puta» de John Ford; «Feira Vicentina» de Gil Vicente; «Eduardo II» de Marlowe; «Quando Passarem Cinco Anos» de F. Garcia Lorca; «Perdição» de Hélia Correia; «El Grande de Coca-cola» (Café-Teatro) de vários autores; «Lisistrata» de Aristófanes; «Guerras de Alecrim e Mangerona» de A. José da Silva «O Judeu»; «A Senhora Klein» de Nicholas Wright; «A Pulga Atrás da Orelha» de G. Feydeau; «Viagem» vários autores; «A Travessia» de Erico Veríssimo/João Mota; «O Mal da Juventude» de Ferdinand Bruckner; «Medida Por Medida» de Shakespeare; «Auto da Justiça» de Francisco Ventura; «O Fidalgo Aprendiz» de D. Francisco Manuel de Melo; «Os Doze de Inglaterra» de António Torrado; «As Variações de Goldberg» de George Tabori; «D. João e Julieta» de Natália Correia; «Tudo Corre Bem no Melhor dos Mundos» de António Torrado; «Lianor no País sem Pilhas» de Armando Nascimento Rosa; «Ubu na Comuna» de Alfred Jarry; «O Jogo da Salamandra» de Jaime Rocha; «Do Desassossego» a partir do livro «Livro do Desassossego» de Bernardo Soares/Fernando Pessoa; «Era Uma Vez Quatro» de António Torrado; «As Páginas Arrancadas» de Luiz Francisco Rebello; «Bão Preto» de João Mota; «Um Bicho na Lua» de Richard Kalinowsky; «Jornada para a Noite» de Eugene O'Neill; «Auto da Alma» de Gil Vicente; «Cara de Fogo» de Marius von Mayenburg. «Homem Sem Sombra» de António Torrado a partir de contos de H. Christian Andersen; «Roberto Zucco» de Bernard Marie Koltés. «Karamel» de Christian Giudicelli; «Todos os que Caem» de Samuel Beckett; «A Colher de Samuel Beckett» de Gonçalo M. Tavares. «Viriato Rey» de João Osório de Castro a convite do Festival de Teatro Clássico de Mérida, «A Casa da Lenha» de António Torrado, «O Efeito dos Raios Gama nas Margaridas do Campo» de Paul Zindel, «O Tartufo» de Molière, «Hamlet» de William Shakespeare, «A Afilhada de Santo António» de António Torrado, «Berlim» a partir de «Berlim» de Gonçalo M. Tavares, «Hóspedes Indesejados» de Vários Autores, «Variações Enigmáticas» de Eric-Emmanuel Schmitt, «Querida Professora Helena Serguéiévna» de Ludmilla Razumovskaia, «O Camareiro» de Ronald Warwood, «Eu Sou a Minha Própria Mulher» de Doug Wright, «O Rei está a Morrer» de Eugène Ionesco, «As Aventuras de João sem Medo» de José Gomes Ferreira; «E Não Se Pode Matá-los?» de Alicia Guerra, «La Mudanza» de Javier Manzanera e Célia Nadal.
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