Em cumprimento do disposto no n.º 11 do artigo 21.º da Lei 2/2004, de 15 de agosto, alterada pelas leis n.º 51/2005, de 30 de agosto, n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro, n.º 3-B/2010, de 28 de abril e n.º 64/2011, de 22 de dezembro, torna-se público o seguinte despacho da Diretora-Geral do Património Cultural de 28 de novembro de 2013:
Considerando terem sido cumpridas todas as formalidades legais inerentes ao procedimento concursal de recrutamento e seleção para provimento do cargo de direção intermédia de 1.º grau de Diretor do Museu Nacional de Arqueologia, aberto pelo Aviso 11491/2013, publicado no Diário da República n.º 176, 2.ª série, de 12 de setembro, e publicitado na Bolsa de Emprego Público com o código OE201309/0223.
Considerando que, ponderados os resultados apurados, designadamente pela aplicação dos métodos de seleção que traduzem a adequação do perfil revelado ao requerido para o exercício do cargo a prover, o júri propôs, na ata final que integra o respetivo procedimento concursal, a designação do candidato António Manuel Gonçalves de Carvalho, por reunir todas as condições legalmente exigidas e inequivocamente ter demonstrado ser detentor de competência técnica, aptidão e comprovada experiência profissional no exercício de funções relevantes na área do lugar a prover, bem como de formação académica e profissional adequadas, conforme também se constata pela síntese curricular em anexo.
Considerando que por despacho de S. Ex.ª o Secretário de Estado da Cultura, datado de 12 de novembro de 2013, foi homologada a referida proposta de designação do júri do procedimento concursal.
Nos termos do disposto no n.º 9 do artigo 21.º da Lei 2/2004, de 15 de janeiro, alterada e republicada pela Lei 64/2011, de 22 de dezembro, nomeio, em comissão de serviço, pelo período de três anos, renovável por iguais períodos de tempo, no cargo de Diretor do Museu Nacional de Arqueologia, equiparado a cargo de direção intermédia de 1.º grau, o licenciado António Manuel Gonçalves de Carvalho, pertencente à carreira técnica superior do mapa de pessoal da Câmara Municipal de Cascais.
A presente nomeação produz efeitos a 1 de dezembro de 2013.
2 de dezembro de 2013. - O Diretor do Departamento de Planeamento, Gestão e Controlo, Manuel Correia Diogo Batista.
Nota curricular
1 - Dados Pessoais
Nome: António Manuel Gonçalves de Carvalho
Nascimento: Cascais, 5 de fevereiro de 1965
2 - Formação académica
1987 - Licenciatura em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
1991 - Pós-Graduação em Ciências Documentais pela Faculdade de Letras da Universidade Lisboa.
3 - Atividade profissional
3.1 - Câmara Municipal de Cascais
Técnico Superior do mapa de pessoal da Câmara Municipal de Cascais.
1986 a 1996 - Responsável pela Biblioteca Condes de Castro Guimarães.
1996 a 2002 - Chefe de Divisão de Bibliotecas e Arquivo Histórico.
2002 a 2012 - Diretor do Departamento de Cultura, com competências delegadas na área da gestão dos Arquivos, Bibliotecas, Museus e Salvaguarda do Património.
No âmbito destas funções coordenou a construção e instalação de vários equipamentos culturais municipais, a realização de exposições, projetos editoriais, congressos, colóquios, conferências, palestras entre outras iniciativas culturais e científicas, bem como a implementação de projetos estruturantes na área da Cultura em Cascais, com destaque para:
Coordenação, entre 1986 e 2012 (com interrupção entre 1994-96) do setor editorial do Município, criando fundos suficientes e diversificados através de diferentes parcerias editoriais, o que justificou a inauguração em 2001, da primeira Livraria Municipal de Cascais, e a abertura de um segundo espaço em 2011.
Elaboração da proposta de criação, em 1987, do Arquivo Histórico Municipal de Cascais, aprovada por unanimidade pelo executivo municipal.
Coordenação, entre 1994 e 2002, do Secretariado Permanente dos Cursos Internacionais de Verão de Cascais, dirigidos por José Manuel Tengarrinha, no âmbito dos quais foram publicados mais de 40 volumes de atas.
Em representação da Câmara Municipal, foi nomeado Diretor Executivo do Instituto de Cultura e Estudos Sociais (Cascais) desde a data da sua criação (1998) até 2013.
Proposta de criação e coordenação, entre 2003 e 2012, de 57 números da Agenda Cultural, publicação bimestral da Câmara Municipal de Cascais que divulga a atividade cultural no município.
Coordenação das equipas que implementaram a Rede de Bibliotecas Municipais de Cascais, no âmbito da qual foram inaugurados três novos equipamentos, destacando-se a Biblioteca Municipal de Cascais - Casa da Horta da Quinta de Santa Clara (BM1), em 2001, e a Biblioteca Municipal de Cascais - São Domingos de Rana (BM2), em 2005.
Elaboração, em 2003, da proposta de parceria com o Observatório das Atividades Culturais, sob a direção de Maria de Lurdes Lima dos Santos, para a realização de um projeto de caracterização e avaliação da atividade cultural em Cascais, intitulado Cascais-Cultura, de que resultaram 7 volumes, publicados em 2005.
Coordenação em 2004/5 da equipa do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Cascais no projeto de realização, no Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa), de duas exposições monográficas municipais em simultâneo: Cascais há 5.000 anos, comissariada por Victor S. Gonçalves, e A Presença Romana em Cascais, comissariada por José d'Encarnação e Guilherme Cardoso.
Coordenação da equipa que realizou o desenvolvimento da Rede de Museus Municipais de Cascais, na qual se destaca o processo de instalação de várias novas unidades museológicas, como o Museu da Música Portuguesa-Casa Verdades Faria e Casa de Santa Maria, em 2005, o Farol-Museu de Santa Marta, em 2007, e o Forte de São Jorge de Oitavos, em 2009. Nesse âmbito, acompanhou a candidatura à certificação de três unidades da Rede de Museus Municipais (Museu - Biblioteca Condes de Castro Guimarães, Museu do Mar - Rei D. Carlos e Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades Faria) à Rede Portuguesa de Museus, obtida em 2011.
Em 2008, integrou, em representação do Departamento de Cultura da Câmara Municipal, a equipa dirigida por Dalila Rodrigues que instalou a Casa das Histórias de Paula Rego, em Cascais.
Colaborou na criação da Reserva Municipal de Materiais Arqueológicos do Concelho de Cascais, instalada em 2010, bem como na elaboração da Carta Arqueológica Subaquática de Cascais, no âmbito dos trabalhos em curso para a revisão do Plano Diretor Municipal.
3.2 - Direção-Geral do Património Cultural/Museu Nacional de Arqueologia
Nomeado, em 25 julho de 2012, Diretor do Museu Nacional de Arqueologia, em regime de substituição, na sequência da publicação da Portaria 223/2012, de 24 de julho, que determinou a estrutura e as competências das unidades orgânicas da Direção-Geral do Património Cultural previstas no Decreto-Lei 115/2012, de 25 de maio.
No exercício destas funções importa destacar:
A criação de um Programa de Comemorações com recurso a várias parcerias com outras instituições para celebrar os 120 anos da fundação do Museu Nacional de Arqueologia (1893-2013).
O recenseamento da comunidade de investigadores do Museu Nacional de Arqueologia, criando o "Dia do Investigador do MNA" para apresentação pública, anualmente, da evolução das investigações em curso.
A coordenação dos processos de preparação e montagem de várias exposições, com destaque:
Mudança Global. Símbolos e Tecnologia nas Origens do Agro-Pastoralismo no Alto Alentejo. Em parceria com a Câmara Municipal de Mação e Museu de Arte Pré-histórica e do Sagrado Vale do Tejo. Comissário Científico: Luís Oosterbeek. Projeto Museográfico: Mariano Piçarra. (21 de fevereiro de 2013 a 5 de maio).
Monte dos Castelinhos, (Castanheira do Ribatejo). Vila Franca de Xira e a conquista romana do Vale do Tejo. Em parceria com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Comissário científico: Henrique Mendes e João Pimenta. Projeto Museográfico: Henrique Mendes, João Pimenta e Ana Isabel Santos. (17 de maio a 30 de setembro de 2013.).
O meu país através dos teus olhos. Exposição de Cristina Rodrigues. Curador: Paulo Longo. (De 19 de setembro a 31 de dezembro de 2013).
O Tempo Resgatado ao Mar. Comissário científico: Adolfo Silveira. Projeto Museográfico: Manuela Fernandes. (A inaugurar brevemente).
4 - Investigação Arqueológica e Docência
Iniciou a sua atividade em Arqueologia em 1983 participando até 1985 nos trabalhos de prospeção no vale do rio Sado, coordenados por A. M. Dias Diogo, mas também no rio Tejo, realizados por uma equipa do Museu do Mar de Cascais. No âmbito deste projeto, participou na edição de vários estudos sobre a localização de fornos romanos e os conjuntos anfóricos recolhidos, com destaque para o Vale da Cepa (Alcácer do Sal).
Entre 1986 e 1990 participou em campanhas de escavação em sítios arqueológicos como o Cabeço do Crasto de São Romão (Seia) e Mesas do Castelinho (Almodôvar), projetos dirigidos por Carlos Fabião e Amílcar Guerra.
Em 1990, foi convidado por Victor S. Gonçalves para integrar, como investigador não docente, a UNIARQ-Unidade de Arqueologia da Faculdade de Letras de Lisboa, à qual pertence.
Ainda a partir de 1990 dedicou-se à investigação arqueológica em torno da Villa romana da Quinta das Longas (S. Vicente e Ventosa, Elvas). Desde 1991 até 2005, ali dirigiu escavações, em colaboração com Maria José Almeida a partir de 1994. Para o "Projeto de Estudo e de Valorização da Villa Romana da Quinta das Longas, Elvas (PEVLONG)" concorre a colaboração de outros investigadores que cobrem diferentes valências, desde o estudo da escultura aos mosaicos, destacando-se no domínio da escultura a colaboração com Trinidad Nogales Basarrate do Museu Nacional de Arte Romana, em Mérida.
A sua principal produção bibliográfica, publicada no domínio da Arqueologia, resulta fundamentalmente desse projeto. Tem, no entanto, dedicado atenção à História da Arqueologia em Portugal e a outros assuntos da Arqueologia Clássica que, de alguma forma, se relacionam com o tema principal de estudo: o povoamento rural na Época Romana no atual território português.
Participa regularmente em congressos, colóquios e seminários sobre temas arqueológicos, tendo mais de duas dezenas de artigos da especialidade publicados em Portugal e Espanha.
Foi convidado para lecionar a disciplina de História da Arqueologia em Portugal, habitualmente regida pelo Prof. Doutor Carlos Fabião, na Licenciatura em Arqueologia, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no ano letivo 2011/2012, tendo mantido esta colaboração também no ano letivo 2012/2013.
207456134