Despacho 11920/2022, de 11 de Outubro
- Corpo emitente: Finanças e Cultura - Gabinetes dos Ministros das Finanças e da Cultura
- Fonte: Diário da República n.º 196/2022, Série II de 2022-10-11
- Data: 2022-10-11
- Parte: C
- Documento na página oficial do DRE
- Secções desta página::
Sumário
Texto do documento
Sumário: Renova o mandato de Maria Elisabete da Silva Duarte Matos como diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos por um período de nove meses.
Considerando que os n.os 3 e 6 do artigo 16.º dos Estatutos do Organismo de Produção Artística, E. P. E. (OPART, E. P. E.), aprovados em anexo ao Decreto-Lei 160/2007, de 27 de abril, dispõem que o diretor artístico do Teatro Nacional de São Carlos é nomeado por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da cultura, devendo a sua escolha recair numa personalidade de reconhecido mérito cultural, com perfil, formação e experiência nos domínios da programação e direção artísticas da respetiva área de atuação, e que o respetivo mandato tem, em regra, a duração de três anos, podendo ser renovado;
Considerando que o recurso a um procedimento de seleção dos diretores artísticos que dê garantias de transparência, certeza, publicidade e equidade reforça a legitimidade de uma função crucial nos Teatros Nacionais e na Companhia Nacional de Bailado, e que foi recentemente criado um grupo de trabalho para apresentação de uma proposta de procedimento concursal para a seleção das direções artísticas do Teatro Nacional D. Maria II, do Teatro Nacional de São João, do Teatro Nacional de São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado;
Considerando que findou a 30 de setembro de 2022 o mandato para o qual foi nomeada a diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos, através do Despacho 8207/2019, de 3 de setembro, tornando-se necessário assegurar a continuidade do exercício daquela função de direção artística do Teatro Nacional de São Carlos até à conclusão dos trabalhos do grupo de trabalho e ao termo do procedimento concursal que dali decorrer.
Assim, ao abrigo do artigo 16.º dos Estatutos do OPART, E. P. E., aprovados em anexo ao Decreto-Lei 160/2007, de 27 de abril, na sua redação atual, determina-se:
1 - Renovar o mandato de Maria Elisabete da Silva Duarte Matos no exercício de funções de diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos, em regime de exclusividade, para um período de nove meses, com início em 1 de outubro de 2022 e termo a 30 de junho de 2023.
2 - Fixar a remuneração mensal de 5000,00 (euro) (14 meses/ano).
3 - Atribuir despesas de representação com o limite de 300,00 (euro)/mês e direito a uso de telemóvel, cujo valor máximo das despesas mensais não pode exceder dois terços do valor atribuído aos membros do conselho de administração do OPART, E. P. E.
4 de outubro de 2022. - O Ministro das Finanças, Fernando Medina Maciel Almeida Correia. - O Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva Cardoso Pereira.
Nota curricular
Elisabete Matos nasceu em Caldas das Taipas, Guimarães. Estudou canto e violino no Conservatório de Música de Braga. Como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, mudou-se para Espanha, onde completou a sua formação.
Interpretou papéis wagnerianos como Isolda (Tristan und Isolde), Elisabeth (Tanhäuser), Elsa e Ortrud (Lohengrin), Freia (Das Rheingold), Sieglinde e Brünhilde (Die Walküre), Gutrune e Brünhilde (Götterdämmerung), Senta (Fliegenden Hollânder) e Irene de (Rienzi). De Verdi, interpretou Elisabetta di Vallois (Don Carlo), Violetta (La Traviata), Lisa (La Battaglia di Legnano), Amélia (Ballo in Maschera), Abigaille (Nabucco), Lady Macbeth (Macbeth), Alice Ford (Falstaff), Amélia (Gustavo III) e Amélia (Simone Boccanegra). De Puccini, os papéis titulares de Turandot, Tosca, Suor Angelica, Minnie (La Fanciulla del West), Mimí (La Bohème), entre outros.
De outros compositores, interpretou Chimène de Le Cid (Massenet), La Voix de La Voix Humaine e Madame Lidoine de Les Dialogues de Carmelites, de (Poulenc), Zazà (Leoncavallo), Salud de La Vida Breve (Falla), Divinas Palabras (Garcia Abril), Margarita la Tornera (Chapí), Gaudi (J. Guinjoan), Katia Kabanova (Janaácek), Condessa de Capriccio e Elektra de (Strauss), Santuzza de Cavalleria Rusticana (Mascagni), Norma (Bellini), Iphigénie en Tauride (Gluck), La Gioconda (Ponchielli), Cassandre de Les Troyens (Berlioz) entre outros.
Frequentou as melhores salas de concertos mundiais, com um vasto repertório e com as melhores orquestras.
Atuou no Metropolitan Opera House of New York, Wiener Staatsoper, Deutche Oper Berlin, Teatro alla Scala de Milano, Washington Opera, Sttatsoper Hamburg, Avery Fisher Hall, New York, Los Angeles Opera, Teatro Nacional de São Carlos de Lisboa, Teatro Real de Madrid, Arena di Verona, Maggio Musicale Fiorentino, Gran Teatre del Liceu de Barcelona, The Israeli Opera, Teatro dell'Opera de Roma, Teatro La Fenice di Venezia Ópera Nacional du Rhin, San Carlo di Napoli, China NCPA Beijing, Teatro Regio di Torino, Opéra de Nice, Teatro Massimo Bellini de Catania, Theatre du Capitole de Toulouse, Teatro Municipal de Santiago de Chile, Odissey Opera Boston, Vlaamse Opera, Daegu International Opera, Opera de Lima, Teatro Vittorio Emmanuele di Messina, Festival di Macerata, Teatro Piccini di Bari, Festival da Madeira, dos Açores, de Sintra, do Estoril, Festival de Torre del Lago, Welsh National Opera entre outros.
Foi dirigida por grandes maestros, entre os quais Lorin Maazel, James Conlon, Riccardo Muti, Zubin Metha, Valery Gergiev, Daniel Oren, Daniel Baremboin, Bruno Bartoletti e acompanhada por solistas como Plácido Domingo, José Carreras, Mariella Devia, Leo Nucci, Renato Bruson, Eva Marton entre outros.
Gravou La Dolores, El Sombrero de Três Picos, Requiem de Suppé, Götterdämmerung, das Rheingold, La Bataglia di Legnano, Le Cid, Les Troyens e o DVD Verdi Cento com os melhores cantores deste reportório.
Em 2000, foi galardoada com um Grammy pela gravação do papel titular de La Dolores, de Bretón, com Plácido Domingo, para a Decca.
Elisabete Matos recebeu as condecorações de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e de Grã-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, concedidas pela Presidência da República, foi galardoada com a Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Cidade de Guimarães pela Câmara Municipal de Guimarães e distinguida com a Medalha de Mérito Cultural concedida pela Secretaria de Estado da Cultura em 2015.
Recebeu ainda a Medalha de Filha Predileta da Vila de Caldas das Taipas, onde nasceu, a condecoração do Rotary Club de Caldas das Taipas e as Medalhas de Honra do Grémio Literário e da Sociedade Eça de Queirós.
Venceu vários prémios em concursos nacionais e internacionais, como o Concurso de Canto Luísa Todi, o Belvedere de Viena, Operália, entre outros. Recebeu também o Prémio de Final de Curso Lola Rodriguez Aragón, o Prémio Lyons da Lírica Italiana, o Prémio Femina 2012 e o prémio Voz do Ano 2012.
Foi-lhe ainda atribuído, o Prémio Maria Isabel Barren - Mulheres Criadoras de Cultura, iniciativa da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais do Ministério da Cultura.
É professora adjunta convidada na ESART desde 2014 e foi, desde 2017, diretora artística do Festival Internacional de Música Religiosa de Guimarães. É diretora artística do Teatro Nacional de São Carlos desde outubro de 2019.
315752324
Anexos
- Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/5086684.dre.pdf .
Ligações deste documento
Este documento liga aos seguintes documentos (apenas ligações para documentos da Serie I do DR):
-
2007-04-27 -
Decreto-Lei
160/2007 -
Ministério da Cultura
Cria e aprova os Estatutos do OPART - Organismo de Produção Artística, E. P. E., que integra o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado.
Aviso
NOTA IMPORTANTE - a consulta deste documento não substitui a leitura do Diário da República correspondente. Não nos responsabilizamos por quaisquer incorrecções produzidas na transcrição do original para este formato.
O URL desta página é: https://dre.tretas.org/dre/5086684/despacho-11920-2022-de-11-de-outubro