Portaria 530/89
de 12 de Julho
Manda o Governo, pelo Ministro das Finanças, nos termos do n.º 5 do artigo 14.º da Lei Orgânica da Guarda Fiscal, aprovada e posta em execução pelo Decreto-Lei 373/85, de 20 de Setembro, aprovar os modelos dos brasões de armas daquele Corpo Especial de Tropas, bem como do seu Comando-Geral, Centro de Instrução, unidades e comandos regionais, cujas reproduções constam em anexo à presente portaria e com as descrições heráldicas seguintes:
1 - Da Guarda Fiscal
Escudo - de azul, uma estrela de dezasseis pontas de ouro.
Elmo - militar, de prata e forrado de púrpura, a três quartos para a dextra.
Correias - de púrpura e perfiladas de ouro.
Paquife e virol - de azul e ouro.
Timbre - um grifo, sainte, de ouro, animado, lampassado e armado de vermelho, segurando na garra dextra uma trompa de ouro.
Condecorações - circundando o escudo, o colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Divisa - num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de estilo elzevir, maiúsculas de negro: «PELA PÁTRIA E PELA LEI».
Simbologia e alusão das peças:
O grifo - simboliza a guarda e defesa da Pátria e da lei.
A trompa de caçadores - simboliza a origem e o carácter de vigilância de fronteiras que é a missão da Guarda Fiscal.
A estrela - simboliza a meta do caminho árduo a trilhar cultivando os factores morais e técnicas da sua acção, sendo as dezasseis pontas indicativo da sua missão em todos os pontos cardeais.
A divisa «PELA PÁTRIA E PELA LEI» - define, de modo lapidar, a acção da Guarda Fiscal no exercício das suas árduas missões, defesa heróica da Pátria, dos legítimos interesses da Fazenda Nacional e vigilância das suas fronteiras.
Os esmaltes significam:
Ouro - significa nobreza e fidelidade.
Azul - representa o espaço e significa zelo, lealdade e galhardia.
Vermelho - significa valor, ardil e ânimo.
2 - Do Comando-Geral
Escudo - de azul, uma rosa-dos-ventos de dezasseis raios de prata.
Elmo - militar, de prata forrado de púrpura a três quartos para a dextra.
Correia - de púrpura perfilada de ouro.
Paquife e virol - de azul e de púrpura.
Timbre - um grifo sainte de prata, animado, lampassado e armado de vermelho, segurando na garra dextra uma trompa de prata.
Divisa - num listel de branco, ondulado sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: «AEQVO ANIMO».
Simbologia e alusão das peças:
A rosa-dos-ventos - simboliza a responsabilidade primária de ordenar os rumos de todos os variados executantes por forma que, em permanência e ordem, o esforço de cada um se integre num conjunto dinâmico e eficaz.
O grifo - representação mitológica de aquele que guarda, invoca o corpo militar a quem, nos termos da lei, a Pátria confiou um vector sensível da sua segurança.
A trompa de caçadores - recorda as tropas que no passado cumpriam a vigilância das fronteiras e onde a Guarda teve a sua origem.
A divisa «AEQVO ANIMO» - afirma a determinação de não permitir que as vicissitudes, envolventes de acção, venham a influenciar a sua forma inalterável de agir.
Os esmaltes significam:
Prata - a riqueza moral essencial ao cumprir.
Vermelho - a constância na acção repetitiva.
Azul - a justiça temperada pela caridade como directriz do procedimento.
3 - Do Centro de Instrução
Escudo - de azul, uma rosa-dos-ventos de dezasseis raios de ouro, acompanhada, em chefe, de duas lucernas do mesmo, flamejantes de vermelho perfilado de ouro, a da dextra voltada.
Elmo - militar, de prata, forrado de púrpura, a três quartos para a dextra.
Correia - de púrpura perfilada de ouro.
Paquife e virol - de azul e de ouro.
Timbre - um grifo de ouro, animado, lampassado e armado de vermelho, segurando nas garras um livro aberto de azul.
Divisa - num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: «LABOR OMNIA VINCIT IMPROBVS».
Simbologia e alusão das peças:
A rosa-dos-ventos - afirma que qualquer dos rumos é lícito e adequado quando alicerçado nas correctas técnicas de acção e no aprofundamento dos factores morais que lhes estão subjacentes.
As lucernas - com a sua chama hierática, aludem ao saber conseguido através do escudo atento e de meditação reflectida.
O grifo - símbolo secular do guardião, invoca o papel de guarda na defesa da Nação.
O livro aberto - a conjugação dos esforços de mestres e alunos para alcançar o objectivo comum.
A divisa «LABOR OMNIA VINCIT IMPROBVS» - recorda a norma fundamental dos que, com honestidade, procuram a sua valorização pessoal com vista a uma melhor participação na tarefa global.
Os esmaltes significam:
Ouro - a sabedoria procurada no esforço orientado.
Vermelho - a resolução e a firmeza dos que querem cumprir bem.
Azul - a justiça e lealdade dos que têm que julgar.
4 - Do Batalhão n.º 1
Escudo - de negro, um barco de ouro com uma vela ferrada de quatro bolsas, acompanhado em ponta de uma faixa ondulada de prata.
Elmo - militar, de prata, forrado de púrpura a três quartos para a dextra.
Correia - de púrpura perfilada de ouro.
Paquife e virol - de negro e de ouro.
Timbre - um falcão de ouro, animado, lampassado e armado de vermelho.
Divisa - num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: «LEGIS ET PATRIAE VIGILES».
Simbologia e alusão das peças:
O barco - numa alusão a Lisboa, sede secular do Batalhão, simboliza a zona ribeirinha, área primordial na actividade da unidade.
A faixa - invoca o Tejo, onde o trânsito intenso de embarcações de carga e passageiros de todos os quadrantes exige um esforço contínuo no seu controlo.
O falcão - símbolo de vigilância aguçada e perspicaz, representa a capacidade do Batalhão para agir célere e fazer agir segundo a lei.
A divisa «LEGIS ET PATRIAE VIGILES» - afirma a adesão individualizada e consciente da unidade à missão da Guarda Fiscal.
Os esmaltes significam:
Ouro - a constância no cumprimento do dever.
Prata - a pureza de intenções no agir.
Negro - a prudência e discrição no procedimento.
5 - Do Batalhão n.º 2
Escudo - de vermelho, uma coluna de ouro acostada de dois crescentes de prata.
Elmo - militar, de prata, forrado de púrpura, a três quartos para a dextra.
Correia - de púrpura perfilada de ouro.
Paquife e virol - de vermelho e de ouro.
Timbre - um hipocampo de ouro, animado de vermelho.
Divisa - num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: «VBIQVE VIGILANTES».
Simbologia e alusão das peças:
A coluna - recorda a antiquíssima fundação da Évora monumental, sede do Batalhão.
Os dois crescentes - aludem às terras de além-Tejo e Algarve, reconquistadas à moirama nos primórdios da nacionalidade e que constituem a zona de actuação da unidade.
O hipocampo - invoca a vasta orla marítima da zona, área particularmente sensível e exigente dentro das variadas atribuições do Batalhão.
A divisa «VBIQVE VIGILANTES» - afirma a capacidade para manter em toda a área a vigilância atenta e permanente.
Os esmaltes significam:
Ouro - o vigor e constância na acção.
Prata - a humildade dos que sabem cumprir.
Vermelho - o esforço de todos e de cada um.
6 - Do Batalhão n.º 3
Escudo - de verde, uma estrela reluzente de sete raios de prata, acompanhada de duas faixas ondadas do mesmo, uma em chefe e outra em ponta.
Elmo - militar, de prata, forrado de púrpura, a três quartos para a dextra.
Correia - de púrpura perfilada de ouro.
Paquife e virol - de verde e de prata.
Timbre - um castelo de ouro, lavrado de negro, iluminado e aberto de vermelho.
Condecorações - circundando o escudo, o colar de oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Divisa - num listel branco, ondulado, sotoposto escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: «VIGILANTES E DETERMINADOS».
Simbologia e alusão das peças:
A estrela reluzente - simbolizando a Polar na invocação do Norte, alude à zona geográfica à responsabilidade da unidade, de que os rios Minho e Douro, representados pelas faixas ondadas, são os limites naturais.
O castelo - evoca o vetusto burgo portuense, sede ancestral do Batalhão.
A divisa «VIGILANTES E DETERMINADOS» - resume, na sua singeleza, os vectores funcionais enquadrantes do procedimento dos homens que servem na unidade.
Os esmaltes significam:
Ouro - a nobreza dos que servem por bem.
Prata - a esperança na eficácia da actuação.
Vermelho - a firmeza na acção do dia-a-dia.
Verde - a mocidade perene de um corpo sempre em renovação.
7 - Do Batalhão n.º 4
Escudo - de púrpura, uma faixa ondada de prata, acompanhada de três rosas de ouro, duas em chefe e uma em ponta.
Elmo - militar, de prata, forrado de púrpura, a três quartos para a dextra.
Correia - de púrpura, perfilada de ouro.
Paquife e virol - de púrpura e de prata.
Timbre - um sino de ouro entre duas asas de púrpura.
Divisa - num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: «OUSADOS NO VALOR E NA FAMA».
Simbologia e alusão das peças:
A faixa ondulada - simboliza o Mondego, eixo da zona de acção da unidade, e as rosas, em evocação do milagre da Rainha Santa, recordam Coimbra, sede tradicional do Batalhão.
O sino - cujos variados rebates foram forma ancestral de comunicação local, reflecte a fama que, ao longo dos tempos, os seus homens souberam granjear e que o voo envolvente se encarregou de espalhar aos quatro ventos.
A divisa «OUSADOS NO VALOR E NA FAMA» - exprime a intenção de, tal como no passado, com honra e destemor, enfrentar o que venha a surgir.
Os esmaltes significam:
Ouro - a fidelidade ao dever.
Prata - a riqueza da límpida consciência.
Púrpura - a dignidade posta no cumprir.
8 - Do Comando Regional da Madeira
Escudo - de azul, três pães de açúcar de ouro realçados em espiral e com base de púrpura, contradufe diminuto ondado de prata com duas burelas de azul.
Elmo - militar, de prata, forrado de púrpura, a três quartos para a dextra.
Correia - de púrpura perfilada de ouro.
Paquife e virol - de azul e de ouro.
Timbre - duas focas afrontadas sustendo uma cruz de Cristo.
Divisa - num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: «NA TERRA E NO MAR VIGILANTES».
Simbologia e alusão das peças:
Os pães de açúcar - invocam o Funchal na repetição de um dos motivos das armas da cidade.
O ondado - simboliza o mar desconhecido onde os navegadores de antanho foram achar as novas terras.
As focas - recordam João Gonçalves Zarco, que, do infante Henrique, em recompensa recebeu a capitania de Câmara de Lobos; e a cruz de Cristo - a monástica Ordem medieval.
A divisa «NA TERRA E NO MAR VIGILANTES» - afirma a decisão de manter vigilância permanente em todo o espaço que lhe está confiado.
Os esmaltes significam:
Ouro - a fidelidade ao cumprimento do dever.
Vermelho - o esforço empenhado no servir.
Azul - a lealdade posta na acção.
9 - Do Comando Regional dos Açores
Escudo - de azul, nove açores de voo abatido de prata postos 3, 3 e 3, bordadura ondada do mesmo.
Elmo - militar, de prata, forrado de púrpura, a três quartos para a dextra.
Correia - de púrpura perfilada de ouro.
Paquife e virol - de azul e de prata.
Timbre - um açor no escudo.
Divisa - num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: «ATENTOS NA DEFESA E NA CORAGEM».
Simbologia e alusão das peças:
Os nove açores - representam cada uma das ilhas do arquipélago.
A bordadura ondada - simboliza o profundo mar que, envolvendo as ilhas, as define como uma única entidade.
O açor - recorda a predadora local que às ilhas deu seu nome.
A divisa «ATENTOS NA DEFESA E NA CORAGEM» - consagra a atenção permanente como base essencial da acção.
Os esmaltes significam:
Prata - a humildade de quem serve por bem.
Azul - o zelo permanentemente posto no agir.
Fica revogada a Portaria 149/80, de 2 de Abril.
Ministério das Finanças.
Assinada em 26 de Junho de 1989.
O Ministro das Finanças, Miguel José Ribeiro Cadilhe.
Anexo a que se refere a Portaria 530/89
(Brasões de armas da Guarda Fiscal)
(ver documento original)