O Decreto-Lei 159/97, de 27 de abril, criou o Teatro Nacional de São João, Entidade Pública Empresarial, adiante designado TNSJ, E. P. E., e aprovou os respetivos estatutos;
Dispõem os n.os 2 e 5 do artigo 15.º que o diretor artístico é nomeado por despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da cultura, por um período de três anos;
Nos termos do mesmo artigo, a escolha deve recair em personalidades de reconhecido mérito cultural, com perfil formação e experiência nos domínios da programação e direção artísticas das respetivas áreas de atuação;
Nuno Manuel Guerra Carinhas tem um vasto currículo que lhe confere ampla experiência como encenador cenógrafo e figurinista, tendo ainda trabalhos realizados na escrita para cena e do cinema, destacando-se os trabalhos já realizados no Teatro Nacional de São João, bem como Teatro Nacional de São Carlos, Ballet Gulbenkian, Companhia Nacional de Bailado, Nederlands Dans Theater, Ballet du Grand Théâtre de Genève, Compañía Nacional de Danza, A Escola da Noite, Teatro Bruto, Teatro Nacional D. Maria II, São Luiz Teatro Municipal, Teatro O Bando, Chapitô e Os Cómicos;
Lecionou ainda na Escola Superior de Dança de Lisboa, na Escola Profissional das Artes e Ofícios do Espetáculo (Chapitô) e no Balleteatro Escola Profissional;
Nuno Manuel Guerra Carinhas apresenta, assim, o perfil adequado para o exercício das funções de diretor artístico do Teatro Nacional de São João;
Considerando a especificidade da produção artística do Teatro Nacional de São João, a posição no quadro dessa organização do ativo mais importante da mesma, para garantia especial do valor artístico, que constitui razão de ser da própria entidade;
Em razão da especificidade do cargo, da remuneração até hoje recebida, e da comparação com situações remuneratórias equivalentes é adequado e plenamente justificado estabelecer uma remuneração, em regime de exclusividade, no valor de 5.000,00(euro) (14 meses/ano), bem como a continuidade de atribuição de outros benefícios e despesas de representação.
Assim, ao abrigo do disposto nos n.os 2 e 5 do artigo 15.º dos Estatutos do TNSJ, E. P. E., anexos ao Decreto-Lei 159/97, de 27 de abril, determina-se:
1. Ao abrigo do disposto nos n.os 2 e 5 do artigo 15.º dos estatutos do TNSJ, E. P. E., anexos ao Decreto-Lei 159/2007, de 27 de abril, é nomeado Nuno Manuel Guerra Carinhas, para o cargo diretor artístico do Teatro Nacional de São João, para o triénio 2013-2015.
2. É estabelecida a remuneração mensal de 5.000,00(euro) (14 meses/ano), à qual são aplicáveis as reduções remuneratórias legalmente previstas nas Leis do Orçamento do Estado.
3. Despesas de representação com o limite de 300,00(euro)/mês, direito a uso de telemóvel com plafond de 120,00(euro)/mês, alojamento e viatura quando a mesma estiver disponível.
4. Em execução do presente despacho deverá ser celebrado um contrato entre o TNSJ, E. P. E., e Nuno Manuel Guerra Carinhas.
5. O presente despacho produz efeitos no dia seguinte à data da publicação em Diário da República.
3 de outubro de 2014. - O Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. - A Secretária de Estado do Tesouro, Maria Isabel Cabral de Abreu Castelo Branco.
Nota Curricular
Nuno Manuel Guerra Carinhas
Nasceu em Lisboa, em 1954.
Pintor, cenógrafo, figurinista e encenador. É membro da Sociedade Portuguesa de Autores.
Estudou Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Como encenador, destaca-se o trabalho realizado com o Teatro Nacional São João e com estruturas e companhias como Cão Solteiro, ASSéDIO - Associação de Ideias Obscuras, Ensemble - Sociedade de Actores, Escola de Mulheres e Novo Grupo/Teatro Aberto. Entre a extensa lista de companhias e instituições com que colaborou, contam-se também o Teatro Nacional de São Carlos, Ballet Gulbenkian, Companhia Nacional de Bailado, Nederlands Dans Theater, Ballet du Grand Théâtre de Genève, Compañía Nacional de Danza, A Escola da Noite, Teatro Bruto, Teatro Nacional D. Maria II, São Luiz Teatro Municipal, Teatro O Bando, Chapitô e Os Cómicos.
Como cenógrafo e figurinista, trabalhou com os encenadores Ricardo Pais, Fernanda Lapa, João Lourenço, Fernanda Alves e Jorge Listopad, os coreógrafos Paula Massano, Vasco Wellenkamp, Olga Roriz e Paulo Ribeiro, e o realizador Joaquim Leitão, entre outros.
Dos espetáculos encenados para o TNSJ, refiram-se os seguintes: O Grande Teatro do Mundo, de Calderón de la Barca (1996); A Ilusão Cómica, de Corneille (1999); O Tio Vânia, de Tchékhov (2005); Todos os que Falam, quatro «dramatículos» de Samuel Beckett (2006), espetáculo escolhido para integrar o XVII Festival da União dos Teatros da Europa (Bucareste, 2008); Beiras, três peças de Gil Vicente (2007); Tambores na Noite, de Bertolt Brecht (2009); Breve Sumário da História de Deus, de Gil Vicente (2009); Antígona, de Sófocles (2010); Exactamente Antunes, de Jacinto Lucas Pires, a partir de Almada Negreiros, coencenado por Cristina Carvalhal (2011); Alma, de Gil Vicente (2012); e Casas Pardas, de Maria Velho da Costa, com dramaturgia de Luísa Costa Gomes (2012).
Ao longo da sua carreira artística, encenou ainda textos de autores como Federico García Lorca, Brian Friel, Tom Murphy, Frank McGuinness, Wallace Shawn, Tim Carlson, Jean Cocteau, Henri Michaux, António José da Silva, Mário Cesariny e Luísa Costa Gomes, entre muitos outros.
Assinalem-se ainda as experiências realizadas nos âmbitos da escrita para cena e do cinema. Em 2000, realizou a curta-metragem Retrato em Fuga (Menção Especial do Júri do Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, 2001). Escreveu Uma Casa Contra o Mundo, texto encenado por João Paulo Costa (Ensemble, 2001).
Lecionou na Escola Superior de Dança de Lisboa, na Escola Profissional das Artes e Ofícios do Espetáculo (Chapitô) e no Balleteatro Escola Profissional.
É, desde março de 2009, Diretor Artístico do TNSJ.
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