Criada em 1999, a Medalha de Honra da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural visa reconhecer publicamente e distinguir as pessoas ou organizações que, de forma particularmente dedicada e empenhada, através da sua ação continuada, contribuem ou contribuíram para o desenvolvimento e valorização do mundo rural.
Francisco Jacinto Lopes, natural de Santa Justa, Arraiolos, nasceu em 13 de outubro de 1941. Licenciado em Engenharia pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, escolheu a silvicultura como área de conhecimento.
Ao longo da sua carreira, Jacinto Lopes desempenhou diversos cargos de direção e administração na Administração Pública, dos quais se destacam o de Administrador Florestal da Tapada Nacional de Mafra e Jardim do Cerco, de representante da Direção-Geral de Florestas na Comissão Venatória Regional do Sul, Chefe da Circunscrição Florestal de Évora, Delegado Regional do Alentejo do Instituto Florestal, Subdiretor da Direção Regional de Agricultura do Alentejo, Coordenador Nacional do Programa de Defesa dos Povoamentos Suberícolas e Diretor do Centro Nacional de Valorização do Montado.
Participou como orador, organizador ou coorganizador em congressos e reuniões, dos quais se destacam o XII Congresso da União Internacional de Biologistas da Caça, em 1975; o Encontro Internacional sobre o Sobreiro e a Cortiça, em 1981; o I Congresso Florestal Nacional, em 1986; o Encontro sobre os Montados de Sobro e Azinho, em 1986; o Colóquio Nacional sobre a Floresta, em 1986; o Seminário sobre la Dehesa e os Sistemas Agro-Silvo-Pastoris, em 1987; as Primeiras Jornadas Técnico-Científicas sobre a Silvicultura «del Alcornocal», em 1989; o II Encontro sobre os Montados de Sobro e Azinho, em 1992; o Congresso Florestal Mundial, em 1992; a XVI Sessão da FAO - Silva Mediterrânica, em 1994; as II Jornadas Nacionais do PROSEPE, em 1998; o I Congresso Florestal Hispano-Luso e o II Congresso Florestal Espanhol, em 1997; o Congresso sobre a Florestação em «las Dehesas» Mérida, em 1999 e o Seminário Internacional sobre a renovação de «Alcornocales», em 2007.
Autor de vários artigos, publicados em revistas portuguesas e estrangeiras, sobre recenseamento de cervídeos, ordenamento da perdiz-vermelha e sobre subericultura, conheceu bem a realidade dos países produtores de cortiça, e promoveu contactos permanentes com organismos internacionais ligados à subericultura, bem como com as instituições académicas nacionais, tendo em vista a manutenção de um canal de acesso direto ao conhecimento científico e à inovação no setor.
A convite da «Clifton Group», participou numa missão na Austrália para elaborar o relatório sobre a floresta «GLENLOCH», pequena área de sobreiros junto a Camberra.
A convite do Secretário de Estado da Reflorestação do Governo do Egito, teve a oportunidade de se pronunciar sobre a utilização do sobreiro no programa de recuperação de desertos em zonas junto ao Mediterrâneo.
Integrado numa missão de ordenamento de áreas protegidas, contactou com a realidade da região de Vologda, na Rússia.
Representou a Direção-Geral das Florestas em diversos conselhos consultivos, coordenadores e outros, funções que desempenhou sempre com elevado sentido de responsabilidade, com zelo e dedicação, qualidades que lhe foram sempre reconhecidas pelos colegas, pelos utentes e pelas organizações do setor.
Assim, ao abrigo do n.º 1 do artigo 4.º da Portaria 294-A/2016, de 25 de novembro, que estabelece o regime de atribuição da Medalha de Honra, concedo a Medalha de Honra da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural a Francisco Jacinto Lopes, em reconhecimento público pela sua extensa carreira e pelo seu valioso e excecional contributo em prol do desenvolvimento rural, através do aprofundamento do conhecimento sobre o montado e a subericultura.
30 de novembro de 2018. - O Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Manuel Capoulas Santos.
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