A viabilidade de escoamento da produção da nova unidade no mercado europeu;
A existência física de madeiras, comprovada pelos serviços oficiais respectivos, para o aprovisionamento, em condições rentáveis, da nova empresa, sem prejuízo do abastecimento das unidades existentes e respectivas ampliações em curso;
A possibilidade de encontrar mecanismos que estimulem o acesso dessas madeiras ao mercado em condições económicas e de se estabelecerem os programas de reflorestação que as potencialidades do País permitem;
A possibildade de, em tempo útil, se concretizarem as infra-estruturas necessárias ao funcionamento económico de um projecto desta dimensão e as restantes medidas que assegurem a rendibilidade do empreendimento.
Considerando que este projecto se enquadra num sector que apresenta significativas potencialidades de desenvolvimento, podendo dar contributo importante para a expansão da economia nacional, quer pelo seu grande impacte na exportação, quer pelo seu efeito multiplicador;
Considerando que o valor acrescentado nesta indústria é extremamente elevado, uma vez que as matérias-primas e subsidiárias são praticamente todas de origem nacional;
Considerando que o rendimento energético é, igualmente, muito elevado, dada a utilização de energia produzida no próprio circuito;
Considerando que a tecnologia é perfeitamente conhecida;
Considerando que se dispõe já da maior parte do equipamento necessário, cuja aquisição foi financiada ou garantida pela Sociedade Financeira Portuguesa, e que a obtenção dos financiamentos adicionais se afigura não oferecer dificuldades:
O Conselho de Ministros, reunido em 2 de Novembro de 1978, resolveu:
a) Dar o seu acordo à instalação de uma nova unidade de produção de pasta celulósica, com a capacidade de 25000 t por ano, na região delimitada pelos rios Douro e Tejo, através de uma sociedade anónima de economia mista, cujo capital deverá ser maioritariamente detido pelo sector público;
b) Determinar que parte do capital da referida sociedade resulta da conversão dos créditos concedidos pela Sociedade Financeira Portuguesa para a aquisição do equipamento já fabricado, devendo a subscrição da parte restante ser aberta ao público e a empresas privadas nacionais ou estrangeiras;
c) Encarregar a Sociedade Financeira Portuguesa e a Portucel de, no prazo de noventa dias, submeter à aprovação dos Ministros das Finanças e do Plano e da Indústria e Tecnologia um plano de financiamento do projecto, no qual se especifiquem, nomeadamente:
O montante dos financiamentos externos a obter e suas condições quanto a prazo de utilização e de pagamento e a garantias;
A importância, tipo e condições dos financiamentos internos necessários, de forma a possibilitar a sua inclusão no PISEE para 1979;
d) Determinar que, até à concretização dos financiamentos referidos na alínea anterior, a Sociedade Financeira Portuguesa continue a assegurar o apoio financeiro corrente ao projecto e a acompanhar os trabalhos e as negociações tendentes à concretização do empreendimento neste domínio;
e) Determinar que a Portucel, E. P., continue a dar todo o apoio aos trabalhos que permitam a realização do projecto nos aspectos técnico-económicos e acompanhe os trabalhos e negociações tendentes à concretização do empreendimento e às ligações com os departamentos do Estado;
f) Determinar que todos os departamentos do Estado que possam ter interferência na execução deste projecto, designadamente quanto ao aprovisionamento de água e à respectiva localização e licenciamento, lhe prestem activa e urgente colaboração;
g) Determinar que as medidas de política industrial e florestal necessárias sejam levadas a cabo em tempo útil através dos departamentos do Estado responsáveis e, muito particularmente, no que diz respeito a reflorestação de espécies de características e crescimento adequados à regular laboração do empreendimento e sua natural expansão;
h) Delegar nos Ministros das Finanças e do Plano e da Indústria e Tecnologia o seguimento da execução da presente resolução.
Presidência do Conselho de Ministros, 2 de Novembro de 1978. - O Primeiro-Ministro, Alfredo Jorge Nobre da Costa.