Clínica Internacional de Campo de Ourique
Pub

Outros Sites

Visite os nossos laboratórios, onde desenvolvemos pequenas aplicações que podem ser úteis:


Simulador de Parlamento


Desvalorização da Moeda

Portaria 985/82, de 19 de Outubro

Partilhar:

Sumário

Determina que a título transitório e até à publicação de métodos analíticos actualizados para a detecção de falsificação de vinhos e seus derivados, que serão fixados por normas portuguesas obrigatórias, são considerados oficiais os métodos analíticos constantes da presente portaria.

Texto do documento

Portaria 985/82
de 19 de Outubro
A Lei 61/79, de 18 de Setembro, veio punir a falsificação de vinhos e seus derivados e as infracções ao disposto no artigo 2.º do Decreto-Lei 3/74, de 8 de Janeiro, com prisão maior de 2 a 8 anos, apreensão e perda a favor do Estado dos produtos falsificados e multa nunca inferior ao décuplo do valor do mercado à data da apreensão desses produtos.

Na mesma lei reconhece-se, todavia, a existência de dificuldades quanto à detecção de alguns processos fraudulentos, decorrentes da falta de métodos oficiais de análise, facto que levou o legislador a cometer ao Governo a tarefa de estabelecer "critérios analíticos actualizados que permitam a detecção da falsificação» dos referidos produtos.

Um primeiro passo neste sentido foi dado com a publicação, no Diário da República, 2.ª série, n.º 37, de 13 de Fevereiro de 1982, de um despacho do Ministro da Agricultura, Comércio e Pescas, de 25 de Janeiro de 1982, que incumbiu o Instituto de Qualidade Alimentar de proceder à indicação dos métodos analíticos actualizados para detecção da falsificação dos aludidos produtos vínicos que, a título transitório e até à publicação das respectivas normas portuguesas obrigatórias, serão considerados oficiais.

Em cumprimento deste despacho, o Instituto de Qualidade Alimentar, com a colaboração de técnicos de outros organismos oficiais, procedeu à elaboração dos métodos que agora se publicam, tendo utilizado como base de trabalho certos princípios da obra Recueil des méthodes internationales d'analyses des vins, publicada pelo Office International de la Vigne et du Vin, ao abrigo da Convenção Internacional para a Unificação dos Métodos de Análise e Apreciação dos Vinhos, aprovada para a ratificação pelo Decreto-Lei 40645, de 11 de Junho de 1956, e ratificada em 31 de Outubro desse ano.

Para além dos referidos métodos analíticos actualizados, é introduzido um método de determinação do carbono 13, o qual tornará possível detectar quer os produtos da fermentação e subprodutos da cana-de-açúcar, bem como de derivados do milho ou do sorgo, quer a adição desses e seus destilados aos produtos vínicos, facilitando, deste modo, a detecção das fraudes mais praticadas no País e que mais prejuízos vêm causando à economia vitivinícola.

Nestes termos:
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro da Agricultura, Comércio e Pescas, que a título transitório e até à publicação de métodos analíticos actualizados para a detecção de falsificação de vinhos e seus derivados, que serão fixados por normas portuguesas obrigatórias, são considerados oficiais os métodos analíticos constantes da presente portaria.

Ministério da Agricultura, Comércio e Pescas, 2 de Agosto de 1982. - O Ministro da Agricultura, Comércio e Pescas, Basílio Adolfo Mendonça Horta da Franca.


Métodos de análise
Descrevem-se os métodos analíticos actualizados para detecção da falsificação de produtos vínicos.

Os reagentes utilizados em todas as análises devem ser de qualidade para análise e a água destilada ou de pureza equivalente.

Omite-se a referência ao material de laboratório de uso corrente, para não tornar as descrições desnecessariamente longas.

Determinação da massa volúmica e densidade relativa
1 - Definições
A massa volúmica a 20ºC é o quociente entre a massa de um certo volume de vinho ou de mosto e esse volume, ambos medidos à temperatura de 20ºC.

O seu símbolo é (ró) 20.
A densidade relativa d(elevado a 20) é o quociente, expresso em número decimal, da massa volúmica do vinho ou do mosto a 20ºC e a massa volúmica da água à mesma temperatura.

O seu símbolo é d(índice 20)(elevado a 20).
2 - Princípio do método
Baseia-se na propriedade que os líquidos têm de imprimir impulsões em densímetros apropriados neles introduzidos.

3 - Aparelhos e utensílios
3.1 - Densímetros:
Devem obedecer às seguintes características:
Parte cilíndrica submergível encimada por haste de secção circular com o diâmetro mínimo de 3 mm.

Os utilizados para vinhos secos devem ter uma escala, referida à massa volúmica a 20ºC, compreendida entre 0,983 e 1,003, graduada em milésimas e estas subdivididas em quintos de milésima.

Os espaços entre milésimas devem ser de, pelo menos, 5 mm.
Para vinhos desalcoolizados e vinhos doces e eventualmente para mostos, recomenda-se um jogo de 5 densímetros, com escala, respectivamente, de 1,000-1,030; 1,030-1,060; 1,060-1,090; 1,090-1,120 e 1,120-1,150.

Estes densímetros serão referidos à massa volúmica e com escala a 20ºC graduada em milésimas e estas subdivididas em meias milésimas, pelo menos.

Todos estes utensílios devem estar graduados de maneira a serem lidos na parte superior do menisco.

3.2 - Termómetros graduados, pelos menos, em 0,5ºC.
3.3 - Proveta cilíndrica com cerca de 36 mm de diâmetro e 320 mm de altura.
4 - Técnica
Medem-se para a proveta, mantida em posição vertical, cerca de 250 cm3 de vinho e introduzem-se neste, o densímetro, limpo e desengordurado, e o termómetro.

Homogeneiza-se, deixa-se em repouso durante 1 minuto e lê-se a temperatura t. Retira-se o termómetro e lê-se, na haste do densímetro, a massa volúmica aparente à temperatura t.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo e expressão:
5.1.1 - Massa volúmica a 20ºC.
Sendo:
t a temperatura no momento da leitura do densímetro;
(ró) 20 a massa volúmica referida a 20ºC;
(ró) t a massa volúmica à temperatura t;
c o termo de correcção, em função do teor alcoólico correspondente à temperatura do vinho no momento da leitura, dado pelas tabelas em anexo I-a, I-b e I-c;

à massa volúmica a 20ºC, expressa em gramas por centímetro cúbico, é dada por:
(ró) 20 = t (mais ou menos) c/1000
(- se t é inferior a 20ºC)
(+ se t é superior a 20ºC)
5.1.2 - A densidade relativa d(índice 20)(elevado a 20), expressa em número decimal, é dada por:

d(índice 20)(elevado a 20) = 1.0018 (ró) 20
5.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às décimas de milésima.
Nota. - A massa volúmica (ró) 20 e a densidade relativa d(índice 20)(elevado a 20), podem também calcular-se a partir das densidades d(índice 4)(elevado a 15), d(índice 15)(elevado a 15), d(índice 20)(elevado a 20) e d(índice 4)(elevado a 20) determinadas seguindo a técnica descrita e recorrendo a tabelas apropriadas para a correcção da temperatura.

Assim, teremos, respectivamente:
a) Cálculo com base em d(índice 4)(elevado a 15):
(ró) 20 = d(índice 4)(elevado a 15) - c/1000
sendo c um termo de correcção dado pelas tabelas anexas I-d e I-e;
d(índice 20)(elevado a 20) = d(índice 4)(elevado a 15) + c/1000
sendo c um termo de correcção dado pelas tabelas anexas I-f e I-g;
b) Cálculo com base em d(índice 15)(elevado a 15):
(ró) 20 = d(índice 15)(elevado a 15) - c/1000
sendo c um termo de correcção dado pelas tabelas anexas I-h e I-i;
d(índice 20)(elevado a 20) = d(índice 15)(elevado a 15) - c/1000
sendo c um termo de correcção dado pelas tabelas anexas I-j e I-k;
c) Cálculo com base em d(índice 20)(elevado a 20):
(ró) 20 = 0,99823 d(índice 20)(elevado a 20) ou (ró) 20 = d(índice 20)(elevado a 20) - c/1000

sendo c um termo de correcção dado pela tabela anexa I-l;
d) Cálculo com base em d(índice 4)(elevado a 20):
sendo d(índice 4)(elevado a 20) = 0,998230 d(índice 20)(elevado a 20)
d(índice 20)(elevado a 20) = 1,00.1773 d(índice 4)(elevado a 20)
e (ró) 20 será dado pelo cálculo indicado na alínea c).
Determinação do teor alcoólico em volume
1 - Definição
O teor alcoólico em volume é igual ao número de decímetros cúbicos de álcool etílico contido em 100 dm3 de vinho, sendo estes 2 volumes medidos à temperatura de 20ºC.

2 - Princípio do método
Destilação do líquido alcalinizado e medida do teor alcoólico por densimetria.
3 - Aparelhos e utensílios
Aparelho de destilação do tipo Hannack ou equivalente, com ligações em vidro esmerilado que evite qualquer perda de álcool na destilação.

Alcoómetro que deve ter uma parte cilíndrica submergível encimada por haste também cilíndrica de secção circular de, pelo menos, 3 mm de diâmetro e ser graduado em graus e décimos de grau. A distância entre 2 graus consecutivos deve ser de, pelo menos, 8 mm.

Termómetro com escala de 0ºC a 30ºC graduado em graus e décimas de grau.
Proveta com cerca de 36 mm de diâmetro e 320 mm de altura.
4 - Técnica
4.1 - Preparação da amostra:
Nos vinhos contendo anidrido carbónico deve eliminar-se a maior quantidade possível deste gás, por agitação de cerca de 260 cm3 de vinho num balão de 500 cm3, previamente tratado interiormente com silicone líquido.

4.2 - Destilação:
Medem-se por balão marcado, cujo colo tem um diâmetro interior máximo de 12 mm, 250 cm3 de vinho e introduzem-se num balão de destilação. Lava-se o balão por 4 vezes com 5 cm3 de água de cada vez e introduzem-se essas porções de água no balão de destilação. Adicionam-se 10 cm3 de leite de cal a 120 g de CaO por decímetro cúbico. A matéria corante do vinho deve ter virado pela alcalinização. No caso dos vinhos muito ácidos, azedos, etc., adiciona-se leite de cal até à alcalinização franca à fenolftaleína, observada por toques externos. Adicionam-se alguns fragmentos de matéria porosa e inerte e uma gota de solução aquosa diluída a 1% de silicone solúvel na água, se necessário, para evitar espuma.

Recolhe-se o destilado no mesmo balão que serviu para medir o vinho e onde se introduziram cerca de 10 cm3 de água. Devem destilar-se, pelo menos, 200 cm3. Agita-se e leva-se o volume à temperatura a que se mediu o vinho inicialmente.

4.3 - Determinação do teor alcoólico:
Introduz-se o destilado na proveta, mantendo-a em posição vertical. Introduzem-se o termómetro e o alcoómetro. Homogeneiza-se o destilado com o termómetro e efectua-se a leitura da temperatura decorrido 1 minuto. Retira-se o termómetro, aguarda-se 1 minuto e lê-se o teor alcoólico aparente.

Devem fazer-se, pelo menos, 3 leituras, se necessário com o auxílio de uma lupa.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo:
5.1.1 - Leitura em alcoómetro graduado a 20ºC:
Se a leitura se efectuou a temperatura diferente de 20ºC, procede-se à correcção para a referir a 20ºC, recorrendo à tabela anexa II.

5.1.2 - Leitura em alcoómetro graduado a 15ºC:
Se a leitura se efectuou a temperatura diferente de 15ºC, procede-se à correcção para a referir a 15ºC, recorrendo à tabela n.º 5 constante da publicação da Junta Nacional dos Vinhos, Misturas Hidroalcoólicas, e converte-se a 20ºC por meio da tabela VI da NP-753.

5.2 - Expressão:
O teor alcoólico exprime-se em percentagem em volume a 20ºC.
5.3 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arrendondados às décimas.
Determinação de acidez total
1 - Definição
A acidez total é a acidez titulável a pH 7.
2 - Princípio do método
Neutralização dos ácidos por solução alcalina, utilizando o azul de bromotimol como indicador.

3 - Reagentes
Solução de hidróxido 0,05 N, isenta de anidrido carbónico.
Indicador: solução de azul de bromotimol:
Em balão de 1000 cm3, dissolvem-se 4 g de azul de bromotimol em 200 cm3 de álcool etílico a 95% (V/V) e juntam-se 200 cm3 de água isenta de CO. Adicionam-se cerca de 7,5 cm3 de solução de hidróxido de sódio N para se obter a coloração característica azul-esverdeada (pH 7). Completa-se o volume com água isenta de CO(índice 2).

Solução tampão pH 7:
Em balão de 1000 cm3 dissolvem-se 107,3 g de fosfato monopotássico em 500 cm3 de solução de hidróxido de sódio N. Completa-se o volume com água isenta de CO(índice 2)

4 - Aparelhos e utensílios
Dispositivo de vazio:
Cápsula de vidro com cerca de 12 cm de diâmetro.
5 - Técnica
5.1 - Preparação da amostra para análise:
Em balão de 1000 cm3 introduzem-se 50 cm3 de vinho. Agita-se, sob vazio, durante cerca de 2 minutos (tempo geralmente suficiente para a libertação de todo o gás carbónico contido no vinho).

5.2 - Determinação:
5.2.1 - Ensaio prévio para estabelecimento do padrão de coloração:
Para cápsula de vidro medem-se 25 cm3 de água recentemente fervida e 1 cm3 de indicador de azul de bromotimol. Juntam-se, medidos por pipeta, 5 cm3 de vinho isento de gás carbónico e neutralizam-se com solução de hidróxido de sódio 0,05 N até atingir o ponto de viragem (coloração azul-esverdeada). Juntam-se 5 cm3 de solução tampão pH 7.

5.2.2 - Titulação:
Introduzem-se em cápsula de vidro 30 cm3 de água isenta de CO(índice 2) e 1 cm3 de indicador de azul de bromotimol. Juntam-se, medidos por pipeta, 5 cm3 de vinho isento de gás carbónico e neutralizam-se com solução de hidróxido de sódio 0,05 N, de modo a atingir coloração idêntica à do ensaio prévio. Anota-se a quantidade de solução de hidróxido de sódio utilizada.

6 - Resultados
6.1 - Cálculo e expressão:
Sendo:
V o volume, expresso em centímetros cúbicos, da solução de hidróxido de sódio 0,05 N gasto na titulação;

V' o volume, expresso em centímetros cúbicos da solução de iodo N/100 utilizado para a oxidação do anidrido sulfuroso livre na determinação da acidez volátil;

V'' o volume, expresso em centímetros cúbicos da solução de iodo N/100 utilizado para a oxidação do anidrido sulfuroso combinado na determinação da acidez volátil.

A acidez total expressa em miliequivalentes por decímetro cúbico é dada pela expressão:

10 V - 0,35 V' - 0,25 V''
A acidez total expressa em gramas de ácido tartárico por decímetro cúbico é dada pela expressão:

0,75 (V - 0,035 V' - 0,025 V'')
e a expressa em gramas de ácido sulfúrico por decímetro cúbico, pela expressão:

0,49 (V - 0,035 V' - 0,025 V'')
6.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às unidades, quando expressos em miliequivalentes, ou arredondados às centésimas, quando expressos em ácido tartárico ou ácido sulfúrico.

Notas:
a) Nas determinações relativas a vinhos brancos, rosados ou tintos pouco carregados pode utilizar-se uma toma dupla da considerada no presente método, sendo as formas de cálculo as indicadas anteriormente;

b) Sempre que se procede a determinações em vinhos da mesma origem pode utilizar-se o mesmo padrão de coloração. Em caso de dúvida, é fácil verificar, após a determinação, se o ponto de viragem não se altera por adição de alguns centímetros cúbicos de solução tampão pH 7.

Determinação da acidez volátil
1 - Definição
Entende-se por acidez volátil do vinho a parte dos ácidos gordos da série acética que nele se encontram, quer no estado livre, quer na forma de sais.

2 - Princípio do método
Separação dos ácidos voláteis presentes no vinho por arrastamento numa corrente de vapor de água seguida de rectificação e titulação.

3 - Reagentes
Ácido tartárico.
Solução de hidróxido de sódio 0,1 N.
Solução alcoólica de fenolftaleína a 1 g/100 cm3. Em balão de 100 cm3 dissolve-se 1 g de fenolftaleína em álcool etílico a 95% (V/V) e completa-se o volume.

Ácido clorídrico ((ró) = 1,19).
Iodeto de potássio.
Solução saturada de bórax.
Solução de iodo 0,01 N.
Solução de cozimento de amido a 0,5 g/100 cm3.
4 - Aparelhos
Dispositivo de vazio.
Aparelho constituído por um gerador de vapor, balão de destilação, dispositivo de rectificação e condensador, que satisfaça as seguintes condições:

a) O vapor produzido deve ser praticamente isento de CO(índice 2);
b) Garanta o arrastamento de, pelo menos, 99,5% de ácido acético de uma solução aquosa colocada em substituição do vinho;

c) Nas condições do ponto anterior não devem ser arrastados mais do que 5(por mil) de uma solução N de ácido láctico colocada em substituição do vinho.

5 - Técnica
5.1 - Preparação da amostra:
Introduzem-se 50 cm3 de vinho num balão de 1000 cm3. Agita-se durante 1-2 minutos, sob vazio, para eliminar o CO(índice 2).

5.2 - Destilação:
No gerador de vapor introduz-se um volume suficiente de água de cal ou de água de barita. Medem-se para o balão de destilação 20 cm3 de vinho isento de gás carbónico, adicionam-se 0,5 g de ácido tartárico e procede-se à destilação. Recolhem-se 250 cm3 de destilado num período máximo de 12-15 minutos.

5.3 - Titulação:
Titula-se o destilado com solução de hidróxido de sódio 0,1 N, utilizando a solução alcoólica de fenolftaleína como indicador. Anota-se o volume (V) da solução alcalina utilizado. Acidifica-se o meio adicionando uma gota de ácido clorídrico e juntam-se 2 cm3 de solução de cozimento de amido e um cristal de iodeto de potássio. Titula-se o anidrido sulfuroso livre com solução de iodo 0,01 N, anota-se o volume (V') da solução de iodo gasto.

Juntam-se 20 cm3 da solução saturada de bórax, devendo o líquido retomar a cor rosa-pálida. Junta-se solução de iodo 0,01 N até o cozimento de amido readquirir a coloração. Anota-se o volume (V'') da solução de iodo utilizado.

6 - Resultados
6.1 - Cálculo e expressão:
Sendo:
V o volume, expresso em centímetros cúbicos, da solução de hidróxido de sódio 0,1 N gasto na primeira titulação;

V' o volume, expresso em centímetros cúbicos, da solução de iodo 0,01 N gasto na segunda titulação;

V'' o volume, expresso em centímetros cúbicos, da solução de iodo 0,01 N gasto na terceira titulação.

A acidez volátil expressa em miliequivalentes por decímetro cúbico de vinho é dada pela expressão:

5(V - 0,1 V' - 0,05 V'')
A acidez volátil expressa em gramas de ácido acético por decímetro cúbico de vinho é dada pela expressão:

0,3(V - 0,1 V' - 0,05 V'')
6.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às unidades, quando expressos em miliequivalentes, e às décimas, quando expressos em ácido acético.

Nota. - Quando os vinhos contêm ácido sórbico, quantifica-se este ácido numa alíquota do destilado antes da titulação, dado que este ácido é quase totalmente arrastado na destilação. Se o vinho contiver 200 mg de ácido sórbico por decímetro cúbico a acidez volátil deverá ser corrigida subtraindo 1,7 mEq ou 0,107 g de ácido acético.

Determinação da acidez fixa
A acidez determina-se por diferença entre a acidez total e a acidez volátil e exprime-se em miliequivalentes do decímetro cúbico ou em gramas de ácido tartárico por decímetro cúbico de vinho.

Determinação do teor de anidrido sulfuroso
1 - Definições
Entende-se por anidrido sulfuroso livre o anidrido sulfuroso no estado de SO(índice 2) e no estado de combinações minerais H(índice 2)SO(índice 3), HSO(índice 3) e SO(índice 3).

Entende-se por anidrido sulfuroso combinado a diferença entre o anidrido sulfuroso total e o anidrido sulfuroso livre.

2 - Princípio do método
Anidrido sulfuroso livre: titulação iodométrica directa com titulação correctiva sobre o mesmo vinho em que o anidrido sulfuroso livre foi combinado por um excesso de etanal ou propanal.

Anidrido sulfuroso combinado: titulação iodométrica após dupla hidrólise sobre o vinho em que o anidrido sulfuroso livre foi oxidado no decurso da sua titulação iodométrica.

3 - Reagentes
Solução de hidróxido de sódio 4 N.
Ácido sulfúrico diluído a 1:10 (V/V).
Cozimento de amido a 0,5% (m/V).
Dissolvem-se 0,5 g de amido solúvel em 100 cm3 de água e fervem-se. Utiliza-se a frio.

Solução de tiossulfato de sódio 0,01 N.
Solução de iodo 0,05 N.
Complexon III - Etileno diamina-tetracetato dissódico.
4 - Técnica
Num frasco de Erlenmeyer de 500 cm3 introduzem-se:
50 cm3 de vinho;
3 cm3 de ácido sulfúrico 1:10;
5 cm3 de cozimento de amido;
30 mg de complexon III.
Titula-se com solução de iodo 0,05 N até que a coloração azul, a princípio fugaz, persista nitidamente durante 10 a 15 segundos. Seja V o volume da solução utilizado em centímetros cúbicos.

Juntam-se 8 cm3 da solução de hidróxido de sódio 4 N, agita-se uma só vez e deixa-se em contacto 5 minutos. Junta-se de uma só vez e agitando energicamente 10 cm3 de ácido sulfúrico a 1:10, medidos por proveta. Titula-se imediatamente com a solução de iodo 0,05 N. Seja V' o volume da solução empregado, expresso em centímetros cúbicos. Se o ponto de viragem do cozimento de amido foi ultrapassado, deve ter-se o cuidado de voltar exactamente à descoloração deste por adição de tiossulfato de sódio 0,01 N. Juntam-se seguidamente 20 cm3 de solução de hidróxido de sódio 4 N, agita-se de uma só vez e deixa-se em contacto durante 5 minutos. Dilui-se com 200 cm3 de água tão fria quanto possível. Agitando energicamente, deitam-se de uma só vez 30 cm3 de ácido sulfúrico a 1:10, previamente medidos por proveta. Titula-se o anidrido sulfuroso libertado com solução de iodo 0,05 N. Seja V'' o volume da solução empregado, expresso em centímetros cúbicos.

Dado que certas substâncias são oxidadas pelo iodo em meio ácido, é necessário, para doseamentos mais rigorosos, avaliar a quantidade de iodo utilizado nessas oxidações. Para isso, é preciso combinar o anidrido sulfuroso livre por excesso de etanal ou propanal, antes de tratar o vinho pelo iodo. Em frasco de Erlenmeyer de 300 cm3 introduzem-se 50 cm3 de vinho e juntam-se 5 cm3 de solução de etanal a 7 g/dm3 ou 5 cm3 de uma solução de propanal a 10 g/dm3. Rolha-se e deixa-se em repouso durante 30 minutos, pelo menos. Adicionam-se 3 cm3 de ácido sulfúrico a 1:10 e solução de iodo 0,05 N em quantidade suficiente para viragem do cozimento de amido. Seja V''' o volume da solução empregado, expresso em centímetros cúbicos.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo e expressão:
5.1.1 - O teor de anidrido sulfuroso livre, expresso em gramas por decímetro cúbico é dado pela expressão:

32 (V - V''')
5.1.2 - O teor de anidrido sulfuroso combinado, empresso em miligramas por decímetro cúbico é dado pela expressão:

32 (V' + V'')
5.1.3 - O teor de anidrido sulfuroso total, expresso em miligramas por decímetro cúbico, é dado pela expressão:

32 (V + V' + V'' - V''')
5.2 - Apresentação:
Os teores de anidrido sulfuroso apresentam-se arredondados às unidades.
Determinação do extracto seco total
1 - Definições
1.1 - O extracto seco total é o conjunto de todas as substâncias que, em condições físicas determinadas, não se volatilizam.

1.2 - O extracto não redutor é o extracto seco total subtraído dos açúcares totais.

2 - Princípio do método
Cálculo indirecto pela fórmula de Tabarié:
dr = dv - da + 1,000
a partir da densidade do resíduo sem álcool ou do vinho cujo álcool foi eliminado e em que o volume inicial foi reconstituído com água.

3 - Técnica
3.1 - Determinação do teor alcoólico para obter o termo da da fórmula de Tabarié.

3.2 - Determinação da acidez volátil a do vinho.
3.3 - Determinação da densidade relativa d(índice 20)(elevado a 20) para obter o termo

dv = d(índice 20)(elevado a 20) - 0,0000086.a
da fómula de Tabarié, em que a é a acidez volátil do vinho.
4 - Resultados
4.1 - Cálculo e expressão:
Sendo:
dv a densidade relativa d(índice 20)(elevado a 20) do vinho, corrigida da acidez volátil segundo a expressão:

dv = d(índice 20)(elevado a 20) - 0,0000086.a
em que a é a acidez volátil expressa em miliequivalentes por decímetro cúbico;
da a densidade relativa d(índice 20)(elevado a 20) da mistura hidroalcoólica do mesmo teor alcoólico do vinho, calculada pela tabela I da NP-753.

A densidade 20/20 dr do resíduo sem álcool é dada pela fórmula de Tabarié:
dr = dv - da + 1,000
O extracto seco total, expresso em gramas por decímetro cúbico, é determinado pela tabela anexa III.

A densidade 20/20 dr do resíduo sem álcool pode igualmente determinar-se a partir das massas volúmicas a 20ºC (ró) v do vinho e (ró) a da mistura hidroalcoólica do mesmo teor alcoólico que o vinho pela fórmula:

dr = 1,0018 ((ró) v - (ró) a) + 1,000
4.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às décimas.
5 - Cálculo do extracto não redutor
Obtém-se subtraindo ao extracto seco total os açúcares totais.
5.1 - Expressão e apresentação dos resultados:
Exprimem-se em gramas por decímetro cúbico e apresentam-se arredondados às décimas.

Determinação do teor de açúcares totais (método ponderal)
1 - Princípio do método
Acção redutora dos açúcares, depois de inversão, sobre solução cupro-alcalina.
2 - Reagentes
Solução saturada de acetato neutro de chumbo. Em balão marcado de 500 cm3, dissolvem-se, por agitação e em água muito quente, 250 g de acetato neutro de chumbo e perfaz-se o volume.

Solução cúprica. Em balão marcado de precisão de 1000 cm3, dissolvem-se 69,26 g de sulfato de cobre

(CuSO(índice 4) . 5H(índice 2)O) em água e perfaz-se o volume.
Solução tártaro-alcalina. Em balão marcado de precisão de 1000 cm3, dissolvem-se, em água, 346 g de tártaro duplo de sódio e potássio (sal de Seignette - KNaC(índice 4)H(índice 4)O(índice 6). 4H(índice 2)O) e 100 g de hidróxido de sódio. Deixa-se em repouso e perfaz-se o volume no dia seguinte.

3 - Técnica
3.1 - Defecação:
Introduzem-se 100 cm3 de vinho em balão marcado de precisão de 125 cm3 e juntam-se (n - 0,5) cm3 de solução de hidróxido de sódio N, sendo n o volume, expresso em centímetros cúbicos de solução de hidróxido de sódio 0,1 N necessário para neutralizar 10 cm3 de vinho. Adicionam-se, agitando, 5 cm3 de solução saturada de acetato neutro de chumbo e 1 g de carbonato de cálcio; agita-se várias vezes e deixa-se em repouso durante pelo menos 15 minutos. Perfaz-se o volume do balão e junta-se mais 0,6 cm3 de água. Filtra-se 1 cm3 do filtrado corresponde a 0,8 cm3 de vinho.

3.2 - Inversão da sacarose:
Para balão marcado de precisão de 100 cm3, medem-se de 10 cm3 a 50 cm3 do filtrado, junta-se 0,3 cm3 de ácido clorídrico concentrado ((ró) = 1,19) por cada 10 cm3 do filtrado. Coloca-se o balão em banho-maria fervente durante 3 minutos. Retira-se e deixa-se arrefecer à temperatura ambiente durante 3 minutos. Junta-se 0,3 cm3 de hidróxido de sódio 12 N por cada 10 cm3 do filtrado e perfaz-se o volume do balão.

3.3 - Determinação:
Para um copo de precipitação, de forma alta, de 400 cm3 de capacidade, medem-se por pipeta 25 cm3 de solução cúprica, 25 cm3 de solução tártaro-alcalina, um volume da solução de açúcares invertidos contendo menos de 200 mg de açúcares totais e água até ao volume total de 100 cm3. Tapa-se o copo com um vidro de relógio, coloca-se sobre uma rede metálica coberta de amianto e leva-se rapidamente o conteúdo à ebulição. Agita-se frequentemente o copo durante a ebulição, que deve ser mantida durante 2 minutos, exactamente. Arrefece-se imediatamente e dilui-se com água fria. Filtra-se através de cadinho filtrante (diâmetro dos poros entre 10 e 20 micrómetros, por exemplo G(índice 4)), previamente seco e tarado, com ajuda de vazio, e transfere-se todo o precipitado para o cadinho. Lava-se o precipitado várias vezes com água fria, água quente, álcool etílico e éter dietílico. Seca-se o cadinho em estufa à temperatura de 100ºC durante cerca de 20 minutos. Arrefece-se em exsicador e pesa-se.

4 - Resultados
4.1 - Cálculo e expressão:
O teor de açúcares totais da toma calcula-se com o auxílio da tabela anexa IV e exprime-se em miligramas de açúcares invertidos.

O teor de açúcares totais do vinho exprime-se em gramas de açúcar invertido por decímetro cúbico, tendo em conta as eventuais diluições e o volume da toma.

4.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às décimas.
Determinação do teor de cinza
1 - Definição
Entende-se por teor de cinza o produto resultante da incineração do resíduo de evaporação do vinho que contém a totalidade dos catiões, à excepção do ião amónio, sob a forma de carbonatos e outros sais minerais anidros.

2 - Princípio do método
Incineração do extracto do vinho a uma temperatura compreendido entre 500ºC e 550ºC até combustão completa do carbono.

3 - Aparelhos e utensílios
Cápsula de platina de fundo plano com 70 mm de diâmetro e 25 mm de altura.
Mufla eléctrica com circulação de ar, regulável à temperatura de 525ºC (mais ou menos) 25ºC.

Exsicador contendo sílica gel ou outra substância exsicante equivalente.
Placa de aquecimento ou aparelho equivalente.
4 - Técnica
Medem-se, por pipeta, 20 cm3 de vinho para cápsula de platina previamente seca e tarada. Evaporam-se cuidadosamente em banho-maria. Aquece-se a cápsula com o resíduo a temperatura moderada durante cerca de 30 minutos, sobre placa de aquecimento, até à carbonização. Logo que não seja visível a emissão de vapor, coloca-se a cápsula na mufla à temperatura de 525ºC (mais ou menos) 25ºC. Após incineração, mantém-se a cápsula na mufla por mais 5 minutos. Retira-se a cápsula e adicionam-se 5 cm3 de água, que em seguida se evaporam em banho-maria. Introduz-se de novo a cápsula na mufla. Se as partículas de carvão não forem eliminadas decorridos 15 minutos, repete-se esta operação o número de vezes necessário à obtenção da carbonização completa do resíduo. Arrefece-se em exsicador e pesa-se a cápsula.

Para os vinhos ricos em açúcar é vantajoso adicionar ao extracto algumas gotas de óleo vegetal puro, antes da primeira calcinação para impedir que o conteúdo da cápsula transborde. Neste caso, a duração da primeira carbonização deve ser de 15 minutos.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo e expressão:
Sendo:
m(índice 0) a massa, expressa em gramas, da cápsula de platina vazia;
m(índice 1) a massa, expressa em gramas, da cápsula com resíduo incinerado;
o teor de cinza, expresso em gramas por decímetro cúbico, é dado pela expressão:

(m(índice 1) - m(índice 0)) . 50
5.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às centésimas.
Determinação do teor de cloretos
1 - Princípio do método
Titulação do ião cloro pelo nitrato de prata após extracção sobre resina permutadora de aniões.

2 - Reagentes
Éter dietílico.
Solução de ácido nítrico N.
Solução de hidróxido de sódio N.
Solução de ácido nítrico 1:5 (V/V).
Solução saturada de permanganato de potássio, cerca de 6,5 g por 100 cm3.
Solução de peróxido de hidrogénio a 3 volumes (9,1 g H(índice 2)O(índice 2)/dm3) isento de ião cloro.

Solução de nitrato de prata 0,1 N.
Solução de tiocianato de potássio 0,1 N.
Solução de alúmen de ferro e amónio a 15% (m/V) ou solução de nitrato férrico a 5% (m/V).

Resina Dowex 1 x 2 (50 - 100 mesh) ou qualquer outra resina fortemente aniónica.

A resina deve ser activada por 2 ciclos completos de regeneração com passagens alternadas de solução de hidróxido ou sódio N e de ácido nítrico N. Deve ser conservada num frasco cheio de solução de ácido nítrico N.

3 - Aparelhagem e utensílios
Coluna permutadora de aniões, constituída por uma bureta de 25 cm3 de capacidade em que se introduziu um tampão de lã de vidro e a seguir 15 cm3 da resina. Lava-se com 50 cm3 de água. Depois da passagem da amostra a analisar e eluição dos aniões, com auxílio da solução do ácido nítrico N, lava-se a coluna com 50 cm3 de água, ficando pronta para nova determinação.

4 - Técnica
4.1 - Separação dos aniões:
Fazem-se passar 50 cm3 de vinho através de uma coluna permutadora de aniões à razão de 3 cm3 em cada 2 minutos. Lava-se a coluna com 50 cm3 de água destilada e eluem-se os aniões com 50 cm3 de ácido nítrico N que se faz passar à mesma velocidade. Recolhe-se o eluído num frasco de Erlenmeyer de 250 cm3.

4.2 - Determinação dos cloretos:
Juntam-se ao eluído e agitando 10 cm3 de ácido nítrico diluído a 1:5. Agita-se e deixa-se em repouso até desaparecimento da cor violeta. Se esta persistir, juntam-se algumas gotas de solução diluída de peróxido de hidrogénio.

Juntam-se 10 cm3 de uma solução de alúmen de ferro e amónio ou de nitrato de ferro, 20 cm3 de éter e 10 cm3 de solução de nitrato de prata 0,1 N. Esta quantidade é suficiente para vinhos contendo menos de 1 g de cloreto de sódio por decímetro cúbico.

Titula-se o excesso de nitrato de prata com a solução de tiocianato de potássio 0,1 N até que a coloração vermelho-alaranjada persista pelo menos durante 5 segundos.

No caso de vinhos tintos muito carregados em que o eluído não seja incolor, procede-se à sua descoloração adicionando algumas gotas (3 a 5) de permanganato de potássio imediatamente a seguir à adição de 10 cm3 de ácido nítrico diluído a 1:5, prosseguindo a determinação como atrás se refere.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo e expressão:
Sendo V o volume de tiocianato de potássio 0,1 N expresso em centímetros cúbicos gasto na titulação do excesso de nitrato de prata, o teor de cloretos presentes no vinho é dado pelas seguintes expressões:

2 (10 - V), quando expresso em miliequivalentes por decímetro cúbico.
0,1169 (10 - V), quando expresso em gramas de cloreto de sódio por decímetro cúbico.

5.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às unidades, quando expressos em miliequivalentes por decímetro cúbico, e arredondados às décimas, quando expressos em gramas por decímetro cúbico.

Nota. - No caso de não se possuir resina permutadora de aniões, pode, como alternativa, proceder-se a uma defecação prévia pelo nitrato de cádmio, seguindo depois o método como foi atrás descrito.

5.3 - Reagentes para a defecação:
Nitrato de cádmio a 20% (m/V);
Hidróxido de sódio N.
6 - Técnica
Para um balão marcado de precisão de 200 cm3 medem-se 100 cm3 de vinho. Juntam-se 20 cm3 de solução de nitrato de cádmio aos vinhos tintos e 10 cm3 aos vinhos brancos. Agita-se e junta-se solução de hidróxido de sódio N em quantidade suficiente para o pH ficar compreendido entre 9 e 10 (geralmente 25 cm3-30 cm3 para vinhos tintos e 15 cm3 para vinhos brancos).

Esta adição deve fazer-se lentamente, com agitação constante, que deverá prolongar-se ainda durante mais de 5 minutos. Deixa-se em repouso durante algum tempo e completa-se o volume com água. Agita-se de novo e deixa-se em repouso durante 20-30 minutos, agitando-se de vez em quando. Depois do floculação do precipitado filtra-se por filtro de pregas. Medem-se 100 cm3 do filtrado para frasco de Erlenmeyer, juntam-se 20 cm3 de ácido nítrico a 1:5 e algumas gotas de permanganato de potássio até descoloração completa. Segue-se a titulação pelo nitrato de prata como no caso anteriormente descrito.

Determinação do teor de sulfatos
1 - Princípio do método
Precipitação dos sulfatos sob a forma de sulfato de bário.
2 - Reagentes
Ácido clorídrico 2 N.
Solução de cloreto de bário (BaCl(índice 2) . 2H(índice 2)O) a 20% (m/V).
3 - Técnica
Num tubo de centrifugação de 50 cm3 de capacidade introduzem-se 40 cm3 da amostra previamente homogeneizada. Juntam-se 2 cm3 de ácido clorídrico 2 N e 2 cm3 de solução de cloreto de bário. Agita-se com uma vareta de vidro e após a agitação lava-se a vareta com água. Deixa-se em repouso 5 minutos.

Centrifuga-se durante 5 minutos, a cerca de 3500 r. p. m. e decanta-se o líquido sobrenadante para um copo de precipitação.

Lava-se o precipitado de sulfato de bário com água, procedendo-se do seguinte modo:

Toma-se uma pipeta contendo aproximadamente 10 cm3 de água e, soprando, dirige-se o jacto ao longo das paredes do copo de precipitação, rodando este segundo o seu eixo vertical. Põe-se o precipitado em suspensão agitando com uma vareta com uma extremidade revestida de borracha e lava-se esta com cerca de 5 cm3 de água após agitação. Centrifuga-se de novo durante 5 minutos e decanta-se novamente o líquido sobrenadante para o copo de precipitação. Repete-se a lavagem do precipitado nas condições atrás descritas.

Deve-se verificar se o líquido contido no copo de precipitação está límpido.
Transfere-se cuidadosamente a totalidade do precipitado para uma cápsula de platina previamente tarada, arrastando os resíduos por lavagem com água. Coloca-se a cápsula em banho-maria e evapora-se à secura.

Calcina-se o precipitado rápida e repetidamente sobre a chama até à obtenção de um resíduo branco. Arrefece-se em exsicador e pesa-se.

Nota. - possível aumentar a rapidez de execução da técnica utilizando um cadinho filtrante de porosidade compreendida entre 90 (mi)m-150(mi)m de diâmetro médio dos poros, por exemplo G(índice 1), para recolher, secar e pesar o precipitado de sulfato de bário.

4 - Resultados
4.1 - Cálculo e expressão:
Sendo:
m a massa expressa em gramas da cápsula de platina seca e tarada;
m' a massa expressa em gramas da cápsula de platina com resíduo calcinado.
O teor de sulfatos é dado pelas expressões:
214,2 (m' - m), quando expresso em miliequivalentes por decímetro cúbico;
18,65 (m' - m), quando expresso em gramas de sulfato de potássio por decímetro cúbico.

4.2 - Apresentação:
Os resultados, quando expressos em gramas de sulfato de potássio por decímetro cúbico, apresentam-se arredondados às décidas e quando expressos em miliequivalentes por decímetro cúbico apresentam-se arredondados às unidades.

Pesquisa de diglucósido malvósido
1 - Princípio do método
O diglucósido malvósido (malvina), oxidado pelo ácido nitroso, transforma-se numa substância que, em meio amoniacal, apresenta forte fluorescência verde quando observada à luz de Wood.

2 - Aparelhos
Lâmpada de ultravioleta de comprimento de onda de 360 nm (luz de Wood).
3 - Reagentes
Solução de ácido clorídrico N.
Solução de nitrito de sódio contendo 1 g por 100 cm3 de água.
Álcool etílico a 95% em volume, contendo 5% de amónia ((ró) = 0,92).
4 - Técnica
Vinhos tintos - introduzem-se num tubo de ensaio 1 cm3 de vinho, uma gota de solução de ácido clorídrico N e 1 cm3 de nitrito de sódio.

Agita-se e deixa-se em repouso durante 2 minutos. Juntam-se então 10 cm3 de álcool amoniacal. Agita-se.

Efectua-se um ensaio em paralelo com vinho comprovadamente isento de diglucósido malvósido. Observam-se os filtrados à luz de Wood.

Vinhos rosados e palhetes - tomam-se 5 cm3 de vinho e juntam-se 5 gotas de solução de ácido clorídrico N, procedendo-se depois como para os vinhos tintos.

5 - Resultados
A fluorescência verde indica a presença de diglucósido malvósido e neste caso a pesquisa diz-se positiva.

Pesquisa de corantes orgânicos sintéticos
1 - Princípio do método
Extracção dos corantes por fixação em fios de lã e sua identificação por cromatografia em papel.

2 - Reagentes e auxiliares
Solução de ácido clorídrico 2 N.
Éter dietílico.
Solução de hidróxido de sódio a 5 g/100 cm3 de água.
Ácido acético ((ró) = 1,05).
Ácido acético diluído em água a 1:18 (V/V).
Ácido clorídrico ((ró) = 1,19), diluído em água 1:10 (V/V).
Amónia ((ró) = 0,092).
n-butanol.
Etanol.
Fios de lã branca, com cerca de 10 cm de comprimento, previamente lavados, desengordurados pelo éter e secos.

Fios de lã branca, tratados com mordente:
Mergulham-se 10 g de fios, previamente lavados, desengordurados pelo éter e secos, numa solução obtida dissolvendo 1 g de sulfato de alumínio cristalizado e 1,2 g de tartarato ácido de potássio em 500 cm3 de água.

Agita-se durante 1 hora em agitador mecânico. Deixam-se em contacto durante 2-3 horas, retiram-se, escorrem-se e secam-se à temperatura ambiente.

Papel para cromatografia (por exemplo, Whatman n.º 1, Schleicher et Schüll n.º 2043 ou Arches n.º 302).

Eluente para cromatografia dos corantes de função básica (eluente n.º 1):
n-butanol - 50 cm3;
Etanol - 25 cm3;
Ácido acético ((ró) = 1,05) - 10 cm3;
Água - 25 cm3.
Eluente para cromatografia dos corantes de função ácida (eluente n.º 2):
n-butanol - 50 cm3;
Etanol - 25 cm3;
Amónia - 10 cm3;
Água - 25 cm3.
3 - Aparelhos e utensílios
Ampolas de decantação.
Câmara para cromatografia em papel.
Secador de ar.
Lâmpada de ultravioleta (254 nm-366 nm).
4 - Técnica
4.1 - Pesquisa de corantes de função básica:
4.1.1 - Extracção das matérias corantes:
Num copo de 500 cm3 introduzem-se 200 cm3 de vinho. Aquece-se e leva-se cuidadosamente à ebulição e mantém-se esta até eliminar o álcool. Arrefece-se, neutraliza-se com solução de hidróxido de sódio a 5% até viragem franca da cor natural do vinho. Transfere-se para ampola de decantação e extrai-se por duas vezes com 30 cm3 de éter dietílico de cada vez. Juntam-se as fases etéreas que contêm os corantes básicos eventualmente presentes. Conserva-se o resíduo da extracção com vista à pesquisa dos corantes ácidos. Lava-se a camada etérea duas vezes, com 5 cm3 de água de cada vez, para eliminar o hidróxido de sódio, retirando as águas de lavagem. Juntam-se 5 cm3 de ácido acético diluído e agita-se. A coloração da fase aquosa ácida revela a presença de corante básico. Esta presença pode ser confirmada pela fixação do corante sobre lã tratada com mordente. Para o efeito alcaliniza-se a fase aquosa ácida pela amónia a 5%. Juntam-se alguns fios de lã tratada com mordente e leva-se à ebulição durante 1 minuto. Retira-se a lã e lava-se esta em água corrente.

A coloração da lã indica que o vinho contém um corante básico.
4.1.2 - Caracterização por cromatografia em papel:
Concentra-se a fase aquosa acética contendo o corante básico até ao volume de 0,5 cm3. No caso de o corante ter sido fixado sobre a lã, introduz-se esta num copo de 50 cm3, juntam-se 10 cm3 de água e 10 gotas de ácido acético. Leva-se à ebulição até extracção da cor da lã. Retira-se a lã e concentra-se a solução até 0,5 cm3. A meio e a 10 cm do bordo inferior de uma tira de papel para cromatografia, com 4 cm de largura e 35 cm de comprimento, depositam-se cerca de 10 mm3 da solução concentrada do corante e seca-se. Coloca-se a tira de papel na câmara para cromatografia, de modo que a sua parte inferior mergulhe 1 cm no eluente n.º 1, contido numa tina colocada no fundo da câmara. Logo que a frente do eluente migrou até uma altura de 20 cm a 25 cm, retira-se a tira da câmara e seca-se ao ar.

Identifica-se o corante por comparação com padrões de corantes orgânicos sintéticos de função básica.

4.2 - Pesquisa de corantes de função ácida:
4.2.1 - Extracção das matérias corantes:
Se se dispõe da camada aquosa resultante da extracção dos corantes de função básica, utiliza-se esta. Caso contrário, medem-se cerca de 200 cm3 de vinho para copo de 500 cm3 e elimina-se o álcool por ebulição. Num ou noutro caso, juntam-se 3 cm3 de ácido clorídrico e alguns fios de lã branca. Ferve-se durante cinco minutos, decanta-se o líquido e lava-se a lã em água corrente.

Juntam-se 100 cm3 de água e 2 cm3 de ácido clorídrico diluído, ferve-se durante 5 minutos, decanta-se o líquido ácido e repete-se este tratamento até que o líquido de lavagem seja incolor. Lava-se a lã para eliminar completamente o líquido ácido, introduz-se novamente no copo e juntam-se 50 cm3 de água e 10 gotas de amónia. Leva-se a ebulição lenta, durante 10 minutos, a fim de extrair a matéria corante eventualmente fixada sobre a lã. Retira-se a lã do copo, leva-se o volume do líquido a cerca de 100 cm3 e ferve-se até a eliminação completa da amónia. Acidula-se com 2 cm3 de ácido clorídrico diluído (verificar por toque em papel indicador).

Introduzem-se no copo alguns fios de lã branca e leva-se à ebulição durante 5 minutos, após o que se retira a lã e se lava em água corrente.

A coloração da lã revela a presença de corante orgânico sintético de função ácida. Se a coloração é fraca ou duvidosa repete-se o tratamento com amónia e faz-se uma segunda fixação sobre um fio de lã.

4.2.2 - Caracterização por cromatografia em papel:
Num copo de 50 cm3 juntam-se a lã corada, 10 cm3 de água e 10 gotas de amónia. Leva-se à ebulição. Retira-se a lã e concentra-se a solução amoniacal até 0,5 cm3.

4.2.2.1 - Por cromatografia ascendente:
Procede-se como descrito em 4.1.2, mas utilizando o eluente n.º 2.
Identifica-se o corante por comparação com padrões de corantes orgânicos sintéticos de função ácida.

4.2.2.2 - Por cromatografia descendente:
A meio e a 10 cm da extremidade de uma tira de papel para cromatografia, com 4 cm de largura e 45 cm de comprimento, depositam-se cerca de 10 mm3 da solução concentrada de corante e seca-se. Coloca-se a tira de papel na câmara para cromatografia, em que se criou previamente um ambiente húmido. Decorridas pelo menos 12 horas, procede-se à separação cromatográfica descendente, utilizando como eluente o ácido clorídrico 2 N e até que a migração deste seja de 35 cm, medidos a partir do centro da mancha inicial.

Retira-se o cromatograma e seca-se à temperatura ambiente. Identifica-se o corante ou corantes presentes no cromatograma, por comparação com padrões corantes orgânicos sintéticos de função ácida, recorrendo a técnicas apropriadas, tais como, observação à luz branca, luz de Wood e exposição a vapores amoniacais.

Determinação do ácido cítrico
1 - Princípio do método
Precipitação do ácido cítrico pelo ião bário em meio hidro-alcoólico e alcalino. Descoloração da solução aquosa do precipitado por carvão activado e oxidação pelo acetato de chumbo IV. Determinação colorimétrica a 420 nm, do composto amarelo formado por adição de ácido diazossulfanílico.

2 - Reagentes
A pureza dos reagentes deve garantir que na ausência de ácido cítrico não se verifique qualquer precipitação ou coloração durante a execução da técnica.

Amónia ((ró) = 0,910).
Solução de cloreto de bário a 20% (m/V):
Em balão marcado de 100 cm3, dissolvem-se 20 g de cloreto de bário (BaCl(índice 2) . 2H(índice 2)O), em água e perfaz-se o volume.

Solução de lavagem:
Misturam-se 140 cm3 de água com 300 cm3 de álcool a 95% em volume.
Solução de sulfato de sódio a 7,1% (m/V):
Em balão de 1000 cm3 dissolvem-se 71 g de sulfato de sódio anidro em água e perfaz-se o volume.

Carvão activado.
Solução de acetato de sódio a 27% (m/V):
Em balão de 1000 cm3 dissolvem-se 270 g de acetato de sódio anidro em água e perfaz-se o volume.

Solução de nitrito de sódio a 2% (m/V):
Em balão de 100 cm3 dissolvem-se 2 g de nitrito de sódio cristalizado em água e perfaz-se o volume. Esta solução conserva-se muito tempo em frascos escuros.

Solução de ácido sufanílico:
Em balão de 250 cm3 dissolvem-se 1,5 g de ácido sufanílico em 50 cm3 de ácido acético cristalizável e perfaz-se o volume com água. Agita-se frequentemente após preparação e deixa-se em repouso durante uma noite. Esta solução tem duração ilimitada quando conservada em frascos escuros.

Solução de acetato de chumbo IV:
Em frasco de vidro escuro introduzem-se cerca de 50 g de acetato de chumbo IV, tetracetato de chumbo humedecido com ácido acético cristalizável e cerca de 250 cm3 de ácido acético cristalizável. Deixa-se depositar a parte não dissolvida do tetracetato de chumbo até se obter um líquido sobrenadante claro. A solução, mantida em frascos castanhos, conserva-se indefinidamente. Quando se utiliza o líquido sobrenadante, pode-se, por adição de ácido acético cristalizável, reconstituir uma nova solução saturada.

Solução de acetato de chumbo IV a 1% (m/V):
Medem-se 5 cm3 de solução saturada de acetato de chumbo IV, introduzem-se num frasco de Erlenmeyer de 250 cm3, juntam-se, de uma só vez, 50 cm3 de solução de iodeto de potássio a 10% (m/V).

Titula-se imediatamente com uma solução de tiossulfato de sódio 0,1 N, em presença de cozimento de amido. Seja V o volume, expresso em cm3, da solução utilizada.

Para balão de 1000 cm3 mede-se um volume de solução saturada de acetato de chumbo IV igual a:

(2,25 x 1000 cm3)/V
Perfaz-se o volume com ácido acético cristalizável. Mantida em frascos escuros, esta solução é de conservação ilimitada.

3 - Aparelhos e utensílios
Espectrofotómetro ou colorímetro que permita a determinação a 420 nm.
Tinas de vidro, de faces paralelas, com 30 mm de percurso óptico.
4 - Técnica
4.1 - Extracção do ácido cítrico:
Num tubo de centrifugação de 40 cm3 a 50 cm3 introduzem-se 5 cm3 de vinho ou mosto, 1 cm3 de amoníaco e 1 cm3 de solução de cloreto de bário. Mistura-se com uma vareta de vidro.

Decorridos cerca de 2 minutos, adicionam-se 15 cm3 de álcool a 95% e mistura-se novamente com a vareta. Deixa-se em repouso durante 5 minutos e centrifuga-se durante 3 a 4 minutos. Rejeita-se o líquido sobrenadante e lava-se o precipitado do seguinte modo:

Tomam-se 2 cm3 de solução de lavagem, utilizando uma pipeta de 2 cm3. Apoia-se a extremidade desta na parte superior da parede interna do tubo e despeja-se o seu conteúdo soprando, ao mesmo tempo que se imprime ao tubo um movimento de rotação. Põe-se o precipitado em suspensão por meio de uma vareta de vidro revestida na sua extremidade por coifa de borracha. Lava-se esta borracha duas vezes, com 2 cm3 de solução de lavagem, soprando pela pipeta para que o jacto da solução de lavagem arraste as partículas de precipitado eventualmente aderente à borracha. Centrifuga-se de novo, rejeita-se o líquido límpido sobrenadante. Repete-se a lavagem do precipitado. Sobre o precipitado, ainda humedecido pela solução de lavagem, deitam-se cerca de 10 cm3 da solução de sulfato de sódio. Coloca-se o tubo de centrifugação num banho-maria fervente durante 10 minutos, desagregando o precipitado por meio de uma vareta de vidro, de modo que não subsistam quaisquer grumos. Transvasa-se o conteúdo, ainda quente, do tubo para balão marcado de precisão de 50 cm3, com o auxílio da solução de sulfato de sódio, mistura-se e transfere-se o conteúdo do balão para um frasco de Erlenmeyer de 100 cm3, contendo 0,2 g de carvão activado. Agita-se, deixa-se repousar durante 5 minutos e filtra-se por filtro próprio para precipitados finos. A solução obtida contém o ácido cítrico do vinho ou do mosto diluído a 1:10.

4.2 - Determinação do ácido cítrico:
Tomam-se 2 frascos de Erlenmeyer de 50 cm3, a e b, contendo cada um 10 cm3 da solução de acetato de sódio e adicionam-se a cada frasco 2 cm3 da solução obtida em 4.1. No frasco a introduzem-se 2 cm3 da solução obtida misturando, com agitação, 5 cm3 de ácido sulfanílico com 1 cm3 da solução de nitrito de sódio e juntam-se, agitando, 5 cm3 de ácido acético cristalizável e no frasco b introduzem-se 2 cm3 da referida solução e 5 cm3 de solução de acetato de chumbo IV a 1%, iniciando imediatamente uma contagem de tempo de 13 minutos exactos. Decorridos cerca de 5 minutos, filtra-se o conteúdo dos frascos a e b por filtros de papel pregueado para filtração rápida. Pouco antes dos 13 minutos vertem-se os filtrados em duas tinas de faces paralelas de 30 mm de espessura e colocam-se no espectrofotómetro. Decorridos os 13 minutos, mede-se a 420 nm a absorvência do líquido proveniente do frasco b, servindo o do frasco a como solução de referência. Se a solução a analisar for muito rica de ácido cítrico e a absorvência muito elevada, dilui-se com solução de sulfato de sódio.

4.3 - Curva de referência:
Em balão marcado de precisão de 100 cm3 dissolvem-se 250 mg de ácido cítrico cristalizado, C(índice 6)H(índice 8)O(índice 7) . H(índice 2)O, em solução de sulfato de sódio e perfaz-se o volume. Tomam-se 10 cm3 da solução anterior e perfaz-se o volume com solução de sulfato de sódio. Com esta solução preparam-se as seguintes soluções diluídas, perfazendo os volumes indicados com solução de sulfato de sódio:

5 cm3 para balão de 200 cm3;
5 cm3 para balão de 100 cm3;
5 cm3 para balão de 50 cm3;
5 cm3 para balão de 50 cm3;
10 cm3 para balão de 50 cm3;
20 cm3 para balão de 50 cm3.
Estas soluções correspondem a soluções provenientes de vinhos contendo, respectivamente, 0,0625 g - 0,125 g - 0,250 g - 0,500 g - 1 g de ácido cítrico cristalizado, C(índice 6)H(índice 8)O(índice 7) . H(índice 2)O, por decímetro cúbico.

Tomam-se 2 cm3 de cada uma destas soluções e introduzem-se nos frascos a e b e prosseguem-se as operações como anteriormente indicado. Para os frascos a e b tomam-se 2 cm3 da solução de sulfato de sódio e, operando como anteriormente se descreve, determina-se a absorvência, obtendo assim o ponto zero da curva.

Estabelece-se a curva de referência, figurando as concentrações em abcissas e as absorvências em ordenadas. A representação gráfica obtida apresenta uma ligeira curvatura.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo e expressão:
O teor de ácido cítrico, expresso em gramas por decímetro cúbico, determina-se na curva de referência em função da absorvência obtida em 4.2.

5.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às centésimas.
Determinação do ácido ascórbico
1 - Princípio do método
Oxidação do ácido ascórbico pelo iodo, passando a ácido di-hidroascórbico, precipitação deste pela 2.4-dinitrofenil-hidrazina em bis (2.4-dinitrofenil-hidrazona). Separação por cromatografia em camada fina, solubilização em meio acético e determinação colorimétrica a 500 nm.

2 - Reagentes
Solução do ácido metafosfórico a cerca de 30 g por 100 cm3
Pesam-se 30 g de ácido metafosfórico vitroso, previamente triturado em almofariz. Lava-se rapidamente cobrindo com água e agitando; rejeita-se a água de lavagem. Transfere-se para balão de 100 cm3 e dissolve-se o ácido lavado em água agitando; perfaz-se o volume do balão. O período de conservação é no máximo de uma semana em frigorífico.

Solução de ácido metafosfórico a 3% (V/V):
A solução é preparada na ocasião por diluição do ácido metafosfórico a 30 g por 100 cm3.

Solução de ácido metafosfórico a 1% (V/V):
Esta solução é preparada na ocasião por diluição do ácido metafosfórico a 30 g por 100 cm3.

Suspensão de poliamida:
Pesam-se 10 g de pó de poliamida para cromatografia e introduzem-se em frasco de Erlenmeyer de 250 cm3.

Juntam-se 60 cm3 de água, agita-se e deixa-se em contacto durante 2 horas (esta quantidade é suficiente para 4 determinações).

Tiureia.
Solução de iodo 0,1 N.
Solução de 2,4-dinitrofenil-hidrazina a 6 g por 100 cm3 de uma mistura em partes iguais de ácido acético e de ácido sulfúrico:

Em balão de 100 cm3 juntam-se 6 g de 2,4-dinitrofenil-hidrazina e 50 cm3 de ácido acético cristalizável, formando-se uma suspensão. Adicionam-se 50 cm3 de ácido sulfúrico ((ró) 20 = 1,84) para dissolver a 2,4-dinitrofenil-hidrazina.

Acetato de etilo adicionado de 2% (V/V) de ácido acético cristalizável.
Clorofórmio.
Gel de sílica G para cromatografia.
Amido solúvel em solução a 0,5 g por 100 cm3.
Ácido L ascórbico.
Eluente:
Acetato de etilo - 50 partes (em volume).
Clorofórmio -60 partes (em volume).
Ácido acético cristalizável - 5 partes (em volume).
Deixa-se repousar o eluente durante 12 horas antes do seu emprego.
3 - Aparelhagem e utensílios
Aparelhagem para cromatografia em camada fina: material para preparação de placas e aplicação das manchas (micropipetas ou microsseringas) e câmaras de desenvolvimento.

Placas de vidro para cromatografia de 20 cm x 20 cm preparadas da seguinte forma, sendo as quantidades indicadas suficientes para cinco placas:

Num frasco de Erlenmeyer de 250 cm3 introduzem-se 30 g de gel de sílica, 70 cm3 de uma solução de amido solúvel a 0,5 g/100 cm3 e agita-se durante 1 minuto. Espalha-se esta suspensão sobre as placas, de modo a obter uma camada uniforme com 0,3 mm de espessura. Secam-se as placas ao ar durante cerca de 15 minutos e activam-se, mantendo-as durante 1 hora e 30 minutos em estufa a 105ºC.

Espectrofotómetro ou colorímetro que permita a determinação a 500 nm.
4 - Técnica
4.1 - Oxidação do ácido ascórbico:
Medem-se 50 cm3 de vinho para um balão marcado de precisão de 100 cm3, juntam-se 15 cm3 de suspensão de poliamida e completa-se o volume com solução de ácido metafosfórico a 3%. Deixa-se repousar durante uma hora, agitando frequentemente. Filtra-se por filtro de papel pregueado.

Medem-se 20 cm3 do filtrado para um tubo de centrífuga de 50 cm3 de capacidade e com rolha esmerilada.

Junta-se 1 cm3 de solução de iodo 0,1 N. Mistura-se decorrido 1 minuto, reduz-se o excesso de iodo por adição de cerca de 25 mg de tiureia.

4.2 - Formação e extracção da bis-(2,4-dinitrofenil-hidrazona):
Coloca-se o tubo em banho de água a uma temperatura compreendida entre 5ºC e 10ºC; juntam-se 4 cm3 de solução 2,4-dinitrofenil-hidrazina. Mistura-se cuidadosamente evitando molhar a rolha de vidro. Mantém-se em seguida o tubo bem fechado num banho a 20ºC durante cerca de 16 horas. Introduzem-se 15 cm3 de acetato de etilo adicionado de 2% de ácido acético no tubo de centrífuga. Fecha-se o tubo com a rolha esmerilada e agita-se vigorosamente durante 30 segundos; centrifuga-se em seguida durante 5 minutos a 1000-1200 r.p.m. Retiram-se, medidos por pipeta, 10 cm3 do acetato de etilo de extracção e introduzem-se num frasco de Erlenmeyer com rolha esmerilada. Introduzem-se 5 cm3 de acetato de etilo contendo 2% de ácido acético; no tubo de centrífuga agita-se novamente durante 30 segundos e centrifuga-se durante 5 minutos a 1000-1200 r.p.m. Tomam-se 5 cm3 do acetato de etilo de extracção e juntam-se no frasco de Erlenmeyer aos 10 cm3 da primeira extracção. Agita-se para misturar.

4.3 - Isolamento da bis-(2,4-dinitrofenil-hidrazona) por cromatografia:
Deixando na placa para cromatografia uma margem de 2 cm em baixo e lateralmente, deposita-se ao longo de uma linha 0,2 cm3 de acetato de etilo de extracção. Introduz-se eluente na câmara de desenvolvimento até atingir cerca de 1 cm de altura e deixa-se a atmosfera saturar-se de vapores do eluente. Introduz-se a placa e deixa-se migrar o eluente até ao seu bordo superior.

Nota. - Esta separação cromatográfica deve ser feita nas 2 horas que se seguem à extracção. Seca-se a placa durante 1 hora em local ventilado. Mantendo a placa em posição vertical, sobre uma folha de papel brilhante não poroso, raspa-se, com a ajuda de uma espátula e perpendicularmente à direcção de migração, a zona de coloração vermelha característica da bis-(2,4-dinitrofenil-hidrazona), ao abrigo de qualquer corrente de ar. Transfere-se totalmente o produto pulverulento obtido para um pequeno frasco de tara com tampa esmerilada e juntam-se 4 cm3 de ácido acético cristalizável. Deixa-se em repouso durante 30 minutos, agitando frequentemente. Filtra-se através de um pequeno filtro de papel pregueado directamente para a tina de 10 mm de espessura do espectrofotómetro, transferido para o filtro as primeiras 25 a 30 gotas, para obter um filtrado perfeitamente límpido.

4.4 - Determinação:
Determina-se a absorvência desta solução no comprimento de onda de 500 nm utilizando o ácido acético como solução de referência.

4.5 - Curva de referência:
Prepara-se uma solução de ácido L-ascórbico a 1 g por 100 cm3, utilizando a solução de ácido metafosfórico a 1% como solvente. Para 3 balões de 100 cm3, medem-se, respectivamente, 5 cm3, 10 cm3 e 15 cm3 desta solução e perfaz-se o volume de cada balão com solução de ácido metafosfórico. Tomam-se 50 cm3 de cada uma destas soluções, que contêm, respectivamente, 50 mg, 100 mg e 150 mg de ácido L-ascórbico por decímetro cúbico, e executam-se para cada uma e sucessivamente as operações descritas.

Estabelece-se a curva de referência, figurando as concentrações em abcissas e as absorvências em ordenadas. A representação gráfica é uma recta que passa pela origem.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo e expressão:
O teor de ácido ascórbico, expresso em miligramas por decímetro cúbico, é determinado na curva de referência em função da observância obtida em 4.4.

5.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às décimas.
Determinação do ácido sórbico (ver nota*)
1 - Princípio do método
Destilação do vinho e determinação do ácido sórbico no destilado por espectrofotometria em ultravioleta, após eliminação de substâncias interferentes.

(nota *) Esta determinação só se justifica se a pesquisa prévia do ácido sórbico for positiva.

2 - Reagentes
Água de cal, aproximadamente 0,04 N.
Solução de sulfato de cobre a 50 mg/dm3:
Em balão de 1000 cm3, introduzem-se 50 mg de sulfato de cobre (CuSO(índice 4) . 5H(índice 2)O), 0,1 cm3 de ácido sulfúrico puro e perfaz-se o volume com água.

Solução de ácido sórbico a 20 mg/dm3:
Num balão marcado de precisão de 1000 cm3, dissolvem-se 20 mg de ácido sórbico em 900 cm3 de água quente, agita-se, deixa-se arrefecer e completa-se o volume. Podem também utilizar 26,8 mg de sorbato de potássio, que se dissolvem em água fria e completa-se o volume do balão.

3 - Aparelhos
Espectrofotómetro que permita a determinação a 256 nm.
4 - Técnica
4.1 - Destilação.
Procede-se como para a destilação da acidez volátil, mas recolhendo 320 cm3 a 330 cm3 de destilado, a partir de uma toma de 20 cm3 de vinho adicionado de 1 g a 2 g de ácido tartárico.

4.2 - Determinação:
Para uma cápsula de 55 mm de diâmetro, medem-se 5 cm3 de destilado e juntam-se 1 cm3 de água de cal límpida, e uma gota de solução de sulfato de cobre. Evapora-se à secura em banho-maria fervente. Dissolve-se o resíduo com água e introduz-se num balão marcado de precisão de 20 cm3. Lava-se a cápsula com pequena porção de água que se introduz no balão e completa-se o volume deste. Determina-se a absorvência a 256 nm tomando como referência uma solução obtida introduzindo 1 cm3 de água e cal e uma gota de solução de sulfato de cobre num balão de 20 cm3 e perfazendo o volume com água.

4.3 - Curva de referência:
Para balões marcados de precisão de 100 cm3, medem-se, respectivamente, 2,5 cm3, 5 cm3, 12,5 cm3 e 25 cm3 de solução de ácido sórbico a 20 mg/dm3, o que corresponde a concentrações de 0,5 mg, 1 mg, 2,5 mg e 5 mg de ácido sórbico e perfazem-se os volumes com água.

Determinam-se as absorvências a 256 mm tomando a água como solução de referência. Estabelece-se a curva de referência, figurando as concentrações em abcissas e as absorvências em ordenadas.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo e expressão:
Sendo:
a a quantidade de ácido sórbico presente na alíquota, expressa em miligramas por decímetro cúbico, calculada a partir da curva de referência;

v o volume, expresso em cm3, do destilado obtido a partir da toma;
o teor de ácido sórbico, expresso em miligramas por decímetro cúbico, do vinho é dado pela expressão:

(0,2 x a x V)
5.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às décimas.
Pesquisa dos ácidos sórbico, benzóico, p-clorobenzóico, salicílico, p-hidroxibenzóico e seus ésteres

1 - Princípio do método
Extracção pelo éter dietílico, separação por cromatografia em camada fina e identificação.

2 - Reagentes e auxiliares
Éter dietílico.
Metanol.
Etanol a 95% (V/V).
Solução de ácido sulfúrico a 20% (V/V).
Sulfato de sódio anidro.
Pó de poliamida para cromatografia Macherey-Nagel, Merck ou equivalente.
Indicador fluorescente F 254 Merck ou equivalente.
Eluente:
n-pentano - 10 partes;
n-hexano - 10 partes;
Ácido acético glacial - 3 partes.
Soluções padrão:
Soluções a 0,1 g por 100 cm3 de etanol a 95% (V/V), dos ácidos sórbico, p-clorobenzóico, salicílico, p-hidroxibenzóico e seus ésteres;

Solução a 0,2 g por 100 cm3 de etanol a 95% (V/V) de ácido benzóico.
3 - Aparelhos e utensílios
Aparelhagem para cromatografia em camada fina: material necessário para a preparação de placas e aplicação das manchas (micropipetas ou microsseringas) e câmaras de desenvolvimento.

Lâmpada de ultravioleta de comprimento de onda de 366 nm.
Placas de vidro para cromatografia de 20 cm x 20 cm preparadas da seguinte forma, sendo as quantidades indicadas suficientes para cinco placas:

Num frasco de Erlenmeyer de 250 cm3, introduzem-se uma mistura de 12 g de poliamida em pó e 0,3 g de indicador fluorescente e mistura-se bem. Juntam-se, agitando, 60 cm3 de metanol. Espalha-se esta suspensão sobre as placas, de modo a obter uma camada uniforme com 0,3 mm de espessura. Secam-se as placas à temperatura ambiente.

4 - Técnica
Introduzem-se 50 cm3 de vinho numa ampola de decantação, acidifica-se com solução de ácido sulfúrico e extrai-se por duas vezes utilizando 20 cm3 de éter dietílico de cada vez. Juntam-se as camadas etéreas numa ampola de decantação, agitam-se com cerca de 5 cm3 de água e esgota-se esta. Eliminam-se de água adicionando sulfato de sódio anidro. Transfere-se para cápsula e evapora-se cuidadosamente à secura. Dissolve-se o resíduo em 1 cm3 de etanol e numa placa de poliamida aplicam-se, ponto por ponto, 3 mm3-5 mm3 desta solução e 3 mm3-5 mm3 de cada uma das soluções padrão dos diversos conservantes. Introduz-se a placa numa câmara para cromatografia contendo o eluente e saturada pelos vapores deste. Deixa-se migrar o eluente a uma altura de cerca de 15 cm, o que demora cerca de 2 horas. Retira-se a placa da câmara e seca-se à temperatura ambiente.

Observa-se à luz ultravioleta, no comprimento de onda de 366 nm. Os conservantes aparecem em desenvolvimento ascensional na placa, pela seguinte ordem: ácido p-hidroxibenzóico, ésteres do ácido p-hidroxibenzóico, ácido salicílico, ácido p-clorobenzóico, ácido benzóico, ácido sórbico. À excepção do ácido salicílico, que apresenta fluorescência azul-clara, os outros conservantes são revelados por manchas escuras sobre fundo amarelo-esverdeado fluorescente.

4.1 - Sensibilidade do método:
A técnica descrita permite detectar os diversos conservantes, nos seguintes teores mínimos, expressos em miligramas por decímetro cúbico de vinho:

Ácido salicílico - 3;
Ácido sórbico - 5;
Ésteres do ácido p-hidroxibenzóico - 5;
Ácido p-hidroxibenzóico - 5-10;
Ácido p-clorobenzóico - 5-10;
Ácido benzóico - 20.
Determinação do carbono 13
Está demonstrado que o empobrecimento em carbono 13 ((elevado a 13)C) em relação ao dióxido de carbono atmosférico é variável em função do seu ciclo fotossintético.

Nas plantas, tais como a videira, a figueira, a beterraba e a cevada, o empobrecimento é mais elevado, situando-se os valores de (elevado a 13)C à volta de - 25/1000 em relação a um padrão internacional.

Noutras plantas, como a cana-de-açúcar, o sorgo e o milho, o valor de (elevado a 13)C situa-se à volta de - 12/1000.

Torna-se assim possível distinguir, pela quantificação relativa do carbono 13, os fermentados ou destilados provenientes dos dois tipos de plantas.

1 - Princípio do método
Combustão total da amostra, em aparelho apropriado, e recolha do dióxido de carbono resultante. Determinação do (elevado a 13)C por espectrometria de massa.

2 - Reagentes e auxiliares
Óxido de cobalto.
Oxigénio.
Azoto líquido.
Neve carbónica.
Acetona.
Padrão PDB (Pee Dee Belemnite), constituído por dióxido de carbono libertado pelo ataque do ácido fosfórico sobre calcite de uma belemnite, rocha característica da formação "Pee Dee» do cretáceo superior, no estado norte-americano da Carolina do Sul. Sendo difícil o acesso a este padrão, a Agência Atómica Internacional, em Viena, faculta produtos (carbonatos ou dióxido de carbono) perfeitamente padronizados em relação ao PDB.

3 - Aparelhos e utensílios
3.1 - Aparelho de combustão:
(ver documento original)
3.2 - Espectrómetro de massa:
Especialmente concebido para análise isotópica com duplo colector e sistema de introdução de duas vias, uma para a amostra outra para o padrão.

4 - Técnica
4.1 - Combustão da amostra:
Tomam-se, por meio de microsseringa, 20 mm3 de destilado de vinho, previamente concentrado a um teor alcoólico não inferior a 35% em volume a 20ºC, ou de aguardente, e injectam-se no dispositivo apropriado do aparelho de combustão, onde se estabeleceu previamente o vácuo.

Introduz-se oxigénio, à pressão de 500 Torr, na zona de combustão do aparelho e aquece-se o tubo de quartzo à temperatura de 800ºC.

Os gases provenientes da combustão atravessam o enchimento de óxido de cobalto aquecido a 600ºC, obtendo-se uma mistura de vapor de água e de dióxido de carbono. Recolhe-se esta na serpentina, mergulhada em azoto líquido.

Utilizando o dispositivo de vazio, elimina-se o excesso de oxigénio, fechando em seguida o circuito. Eleva-se a temperatura da serpentina substituindo o banho de azoto líquido por mistura de neve carbónica e acetona, isolando-se por sublimação o dióxido de carbono, que se recolhe condensado num porta-amostra mergulhado em azoto líquido.

4.2 - Determinação:
Determinam-se por espectrometria de massa as razões isotópicas (elevado a 13)C/(elevado a 12)C da amostra e do padrão PDB e calcula-se o (elevado a 13)C.

5 - Resultados
5.1 - Cálculo e expressão:
Sendo:
A a razão isotópica (elevado a 13)C/(elevado a 12)C da amostra após correcção do teor relativo de (elevado a 17)O;

B a razão isotópica (elevado a 13)C/(elevado a 12)C do padrão PDB:
O teor relativo de (elevado a 13)C da amostra é dado por (A/B - 1) x 1000 e exprime-se em (delta) (elevado a 13)C(por mil) PDB, em que (delta) é um número algébrico. Quando (delta) for negativo, tal significa que a amostra tem um teor de (elevado a 13)C inferior ao do padrão.

5.2 - Apresentação:
Os resultados apresentam-se arredondados às décimas.
5.3 - Interpretação:
Os produtos derivados da uva apresentam teores relativos de (elevado a 13)C compreendidos entre - 25 e - 29, com uma variação de (mais ou menos) 0,5. Valores mais elevados são indicativos de que o produto vínico foi falsificado por adição de produto derivado de matéria-prima diferente da uva ou de que não se trata mesmo de produto vínico.

ANEXOS
(ver documento original)

Anexos

  • Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/195778.dre.pdf .

Ligações deste documento

Este documento liga aos seguintes documentos (apenas ligações para documentos da Serie I do DR):

  • Tem documento Em vigor 1956-06-11 - Decreto-Lei 40645 - Ministério dos Negócios Estrangeiros - Direcção-Geral dos Negócios Económicos e Consulares

    Aprova, para ratificação, a Convenção Internacional, para a utilização dos métodos de análise e apreciação dos vinhos, resultante da 34.ª sessão plenária do Comité do Office Internacionale du Vin, assinada em Paris, em 6 de Abril de 1955.

  • Tem documento Em vigor 1974-01-08 - Decreto-Lei 3/74 - Ministérios das Finanças e da Economia

    Regula o fabrico, armazenagem e comercialização de bebidas espirituosas.

  • Tem documento Em vigor 1979-09-18 - Lei 61/79 - Assembleia da República

    Determina que o Governo deverá assegurar o controle da distribuição e da utilização de açucar e melaços no território continental, designadamente através do regime de guias de trânsito.Prevê o crime de falsificação de vinho e a respectiva sanção.

Ligações para este documento

Este documento é referido no seguinte documento (apenas ligações a partir de documentos da Série I do DR):

  • Tem documento Em vigor 1987-06-25 - Decreto-Lei 257/87 - Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação

    Define, estabelece as características e regula o acondicionamento e a rotulagem dos licores.

Aviso

NOTA IMPORTANTE - a consulta deste documento não substitui a leitura do Diário da República correspondente. Não nos responsabilizamos por quaisquer incorrecções produzidas na transcrição do original para este formato.

O URL desta página é:

Clínica Internacional de Campo de Ourique
Pub

Outros Sites

Visite os nossos laboratórios, onde desenvolvemos pequenas aplicações que podem ser úteis:


Simulador de Parlamento


Desvalorização da Moeda