Os factores culturais são hoje em dia instrumentos essenciais de afirmação e de preservação da identidade nacional, num mundo crescente e progressivamente globalizado e integrado.
Estando vago o cargo de presidente do Instituto, importa designar uma personalidade que, pelo seu perfil e percurso profissional, assegure a defesa dos valores referidos.
Assim:
1 - Ao abrigo dos artigos 4.º e 26.º do Decreto-Lei 170/97, de 5 de Julho, conjugado com os artigos 17.º e 19.º, n.º 4, do Decreto-Lei 48/94, de 24 de Fevereiro, é nomeada presidente do Instituto Camões a doutorada Maria José de Sousa Dias Fernandez Stock, professora associada da Universidade de Évora, em comissão de serviço, nos termos do previsto no n.º 1 do artigo 18.º da Lei 49/99, de 22 de Junho, e na alínea a) do n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei 427/89, de 7 de Dezembro.
2 - A nomeada opta pela remuneração de origem, ao abrigo do artigo 7.º do Decreto-Lei 353-A/89, de 16 de Outubro.
3 - O presente despacho produz efeitos a partir de 2 de Maio de 2002.
26 de Abril de 2002. - O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso. - O Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas, António Manuel Lourenço dos Santos.
Nota curricular sinóptica
Maria José Stock, 54 anos, natural de Lisboa, licenciada em Ciências Sociais e Políticas pelo ISCSP, Universidade Técnica de Lisboa, em 1970, mestre em Sociologia pela Universidade Complutense de Madrid, em 1979, e doutorada em Sociologia Política pela Universidade de Évora, em 1989, é docente, desde 1976, da Universidade de Évora, onde é professora associada de nomeação definitiva desde 2000 e professora catedrática convidada da Universidade Lusíada de Lisboa, desde 1996, em cujos âmbitos se têm concentrado a sua actividade pedagógica e de investigação científica, bem como as tarefas administrativas e de gestão relacionadas com a organização e o funcionamento das respectivas instituições.Nomeada pelo então Secretário de Estado da Cultura, dirigiu, em 1991, o Gabinete de Instalação dos Espaços Culturais do Centro Cultural de Belém, integrou a Comissão de Gestão do Centro Cultural de Belém durante a primeira presidência europeia da CEE, em 1992, e foi administradora e directora-coordenadora das actividades culturais da Fundação das Descobertas/Centro Cultural de Belém, de 1992 a 1996.
No domínio da ciência política tem-se sobretudo dedicado a temas politológicos globais, incidindo sobre o sistema político e o subsistema partidário português, sobre as áreas problemáticas da cultura e da participação política, revelando uma intensa actividade de investigação, da qual são reflexo as numerosas comunicações, conferências, publicações diversas, artigos em obras colectivas e em revistas portuguesas e estrangeiras da especialidade, relatórios de investigação e de avaliação e intervenções em fóruns de discussão e em órgãos da comunicação social.
Tem dirigido distintos projectos de investigação em Portugal, colaborando em grupos de trabalho nacionais e internacionais, participado na organização de congressos, seminários, encontros, colóquios e conferências onde tem apresentado os resultados da investigação realizada, igualmente patente no número, quer de orientações e arguições de teses de mestrado e de doutoramento, quer nos diversos júris que tem integrado.
A pertença a organizações científicas, no quadro das quais tem desempenhado diversos cargos e funções, as deslocações efectuadas em missões científicas e culturais ao estrangeiro e a actividade levada a efeito em termos de extensão universitária, sobretudo na área cultural, são dados igualmente reveladores do labor desenvolvido nas suas principais áreas de interesse.