Louvo o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, Tenente-General Manuel Mateus Costa da Silva Couto pelo notável espírito de missão e elevado sentido do dever, evidenciados ao longo dos últimos quatro anos em que exerceu o alto e complexo cargo de Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana.
Desempenhando estas funções, sob tutela política dos três últimos Governos Constitucionais, soube acomodar as orientações da política de segurança interna com irrepreensível lealdade, intransigente apego à defesa do interesse público e inalienável compromisso com os valores do Estado e da Nação Portuguesa.
A sua brilhante carreira é o retrato fiel do Homem e Militar que, desde jovem oficial até ao exercício de relevantes cargos de comando e direção em Instituições militares e civis, soube sempre guindar-se pelos mais nobres princípios do serviço público e de comprometimento com os ideais de liberdade e democracia, fundamentos do nosso Estado de Direito Democrático.
Culmina o seu percurso militar como Comandante-Geral da Guarda, Instituição onde já havia servido, cerca de dois anos, como Comandante do Comando da Administração dos Recursos Internos, ficando indelevelmente ligado às profundas transformações que nela se operaram na última década.
A Guarda dos nossos dias, confiante e audaz nos seus propósitos, coesa e disciplinada na sua organização, profissional, disponível, humana e firme na sua ação, é a melhor representação da visão de um Comandante que soube conduzir, com extrema inteligência. Materializou a Estratégia da Guarda 2020 num documento ímpar e potenciou os meios e recursos disponíveis, demonstrando a sua extraordinária ação de comando em resultados de invulgar mérito, ao nível do produto operacional e da valorização institucional da Guarda Nacional Republicana.
Oficial de valor e mérito reconhecidos, promoveu condigna e exemplarmente a imagem da Instituição junto de entidades civis e militares, com quem privou no exercício da sua ação de comando, liderança esta a que soube sempre emprestar um cunho muito pessoal, caracterizado pela promoção dos valores que são inerentes à condição militar e aos princípios que lhe estão associados.
O desenvolvimento da capacidade de saber o que está a acontecer, e preparar o que vai acontecer, atualizando o centro de comando, controlo e coordenação operacional da Guarda associada a um desenvolvimento informático inédito, demonstra a lúcida, consequente e determinada liderança do Tenente-General Silva Couto, em que se realça a sua aposta firme na valorização da formação humana, científica e técnica dos militares, conjugada com a introdução do elemento tecnológico, projetando a Guarda pelos caminhos da modernidade, colocando-a, na linha da frente do combate à insegurança e às grandes ameaças do mundo global, alinhada e comprometida com os novos paradigmas e dimensões da segurança interna.
Dotado de especial sensibilidade para a progressiva importância da cooperação policial e judiciária, para uma segurança cada vez mais global e menos confinada às fronteiras dos Estados, dotou a Guarda dos mecanismos e recursos ajustados a esta nova dimensão da missão, criando condições para a afirmação da Instituição extramuros. Interpretando corretamente as orientações, o Tenente-General Silva Couto soube afirmar a Guarda como Instituição de referência, no âmbito da cooperação policial e de segurança internacionais.
A nível internacional, o Tenente-General Silva Couto assumiu, no início de 2018, a Presidência da EUROGENDFOR, onde tão dignamente representou o Ministério da Administração Interna, responsável pela tomada de decisão, bem como pelo controlo político e direção estratégica da Força de Gendarmerie Europeia, cargo que desempenhou com o mais elevado mérito e onde as suas especiais capacidades de iniciativa e de negociação político-militar permitiram encontrar os consensos necessários para desbloquear alguns processos complexos e dar passos decisivos para a afirmação da Força, enquanto instrumento de excelência, ao serviço da paz no Mundo, em geral, e da política europeia de segurança e defesa, em particular.
Ao terminar a sua vida militar ativa, para além da excelência dos resultados operacionais, da habilidade, sagacidade e visão estratégica, das invulgares capacidades de liderança e do irrepreensível sentido de Estado e de apego ao serviço da causa pública, amplamente demonstrados no exercício do cargo de Comandante-Geral da Guarda, é imperativo enaltecer a sua serenidade e presença de espírito, mesmo nas situações mais críticas, enquanto expressão visível de uma personalidade moldada pela coragem moral, pela incondicional disponibilidade, pelo espírito de sacrifício e rara abnegação, pela disciplina e inquebrantável franqueza, princípios, valores e qualidades inscritos em cada um dos seus atos e em todos os degraus do seu percurso humano e profissional.
Por tudo isto, o Tenente-General Manuel Mateus Costa da Silva Couto referencia-se como ilustre servidor do seu País, sendo credor de que os serviços por si prestados sejam qualificados como extraordinariamente importantes e distintíssimos, por deles haver resultado honra e lustre para a Guarda Nacional Republicana e para Portugal.
É-lhe, pois, plenamente devido o reconhecimento das suas elevadas qualidades e mérito profissionais e pessoais que este público louvor expressa, em meu nome e do Governo.
Assim, ao abrigo do artigo 7.º e do artigo 9.º do Decreto-Lei 177/82, de 12 de maio, manda o Governo, pelo Ministro da Administração Interna, condecorar com a medalha de ouro de serviços distintos o Tenente-General Manuel Mateus Costa da Silva Couto.
28 de maio de 2018. - O Ministro da Administração Interna, Eduardo Arménio do Nascimento Cabrita.
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