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Aviso 8979/2003, de 26 de Novembro

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Texto do documento

Aviso 8979/2003 (2.ª série) - AP. - Apreciação pública do projecto de Regulamento para Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos do Município de Idanha-a-Nova. - Álvaro José Cachucho Rocha, presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova:

Torna público que, em cumprimento da deliberação tomada em reunião do executivo camarário do dia 10 de Outubro de 2003 e para os efeitos do artigo 118.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), se procede à apreciação pública e recolha de sugestões do projecto do Regulamento supramencionado, cujo texto faz parte integrante do presente aviso.

Os interessados deverão dirigir, por escrito, as suas sugestões ao presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, no prazo de 30 dias úteis a contar da data da presente publicação.

Para constar se publica o presente aviso e outros, que vão ser afixados nos lugares públicos do costume.

20 de Outubro de 2003. - O Presidente da Câmara, Álvaro José Cachucho Rocha.

Projecto de Regulamento para Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos do Município de Idanha-a-Nova

Preâmbulo

Cumprindo uma das várias atribuições dos municípios, patente no texto da Lei 5-A/2002,de 11 de Janeiro, a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova pretende implementar uma medida de apoio a estratos sociais desfavorecidos deste concelho, pelo que elaborou o presente projecto de Regulamento que se constitui como o instrumento que permitirá a materialização desta intenção.

Com a noção de que é necessário actuar em favor dos mais vulneráveis, bem como atenuar a pobreza e a exclusão social, pretende-se promover a inclusão de cidadãos pertencentes a estratos sociais desfavorecidos, garantindo o acesso aos recursos, bens e serviços, no sentido da melhoria da qualidade de vida e da coesão social.

Para este objectivo, a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova pretende actuar ao nível da habitação, da educação e saúde no sentido de promover melhores condições de existência das pessoas em situação de precaridade sócio-económica.

Pretende-se com a criação desta medida desenvolver uma acção social activa, tendo subjacentes princípios básicos, tais como:

O reconhecimento da igualdade de oportunidades como forma de combater as desigualdades sociais;

Uma lógica de responsabilização;

Desenvolvimento de medidas territoriais, ou seja, dar respostas através da criação de dinâmicas de potenciação dos recursos e competências locais;

Contribuir para a erradicação de barreiras arquitectónicas.

O apoio passa, entre outras medidas, pelo licenciamento facilitado e gratuito de obras em habitação própria ou arrendada, bem como pela sua conservação e ampliação.

Também se incluiu neste Regulamento o apoio aos passes escolares, com a intenção de combater a exclusão e contribuir para a igualdade de oportunidades, nomeadamente no que respeita à educação.

Finalmente, contempla-se o apoio complementar de saúde a indivíduos pertencentes a estratos sociais desfavorecidos, no caso de doenças crónicas devidamente comprovadas pela entidade competente.

Desta forma, e para a prossecução destes objectivos, submete-se o presente projecto de Regulamento a aprovação, com base no n.º 8 do artigo 112.º e artigo 241.º, ambos da Constituição Portuguesa, na alínea c) do n.º 4 do artigo 64.º da Lei 169/99, de 18 de Setembro.

Regulamento

Fundamentado numa óptica de justiça social e de democracia, pretende-se com o presente Regulamento estipular de uma forma adequada, tanto às necessidades da população-alvo como às possibilidades da Câmara Municipal, a metodologia da medida, bem como dos apoios sociais a conceder no âmbito da mesma.

Desta forma, no presente projecto de Regulamento estão descriminadas as condições de elegibilidade, benefícios a atribuir, compromissos a assumir, bem como a forma de candidatura.

Artigo 1.º

Âmbito e objecto

O presente Regulamento aplica-se à criação de medidas de apoio social a indivíduos isolados ou inseridos em agregado familiar, pertencentes a estratos sociais desfavorecidos na área do município de Idanha-a-Nova. Estas medidas traduzem-se concretamente em:

a) Licenciamento de obras para habitação própria e permanente;

b) Conservação e beneficiação de habitação própria ou arrendada;

c) Alteração e ampliação de habitação própria, nas quais se inclui o erradicamento das barreiras arquitectónicas;

d) Atribuição de passes escolares;

e) Apoio complementar nas despesas com saúde, em caso de doença crónica.

Artigo 2.º

Da participação no domínio da acção social

Dado que a participação do município tem como objectivo intervir numa área específica do bem-estar e qualidade de vida dos indivíduos isolados ou inseridos em agregado familiar carenciados, o carácter do apoio será de natureza pontual e temporária.

Artigo 3.º

Legitimidade

Têm legitimidade para requerer a atribuição dos apoios previstos neste Regulamento os indivíduos isolados ou inseridos em agregado familiar que se encontrem em situação económico-social considerada precária.

Artigo 4.º

Condições de acesso

1 - Podem candidatar-se os indivíduos isolados ou inseridos em agregado familiar que:

a) Pretendam licenciar construções ou realizar pequenas obras de conservação, recuperação/beneficiação, de acordo com as normas de candidatura, que fazem parte deste Regulamento;

b) Possuam problemas de mobilidade ou segurança no domicílio, decorrentes do processo de envelhecimento ou de doenças crónicas debilitantes.

2 - Os indivíduos isolados ou inseridos em agregado familiar que sejam proprietários de mais de um prédio urbano não podem candidatar-se.

3 - A atribuição dos apoios depende da satisfação das seguintes condições:

a) Residir e ser recenseado no concelho de Idanha-a-Nova;

b) Para efeitos de requerimento de atribuição de apoios, considera-se situação económica precária os indivíduos isolados ou inseridos em agregado familiar com o rendimento per capita inferior a 60% do salário mínimo nacional, fixado para o ano em que o apoio é solicitado;

c) Fornecimento de todos os elementos de prova que sejam solicitados, com vista ao apuramento da situação de carência económico-social;

d) Não usufruir de outro tipo de apoios para o mesmo fim.

Artigo 5.º

Apoio na habitação

1 - O apoio a indivíduos isolados ou inseridos em agregado familiar pertencentes a estratos sociais desfavorecidos, a conceder pela autarquia, poderá ser financeiro, técnico e ou material.

a) Este apoio traduz-se em fornecimento de projecto tipo.

b) Projecto referente a obras de ampliação ou similares.

c) Apoio na execução de pequenas obras de reparação, ampliação ou restauro, nomeadamente através do fornecimento de materiais de construção.

d) Mobiliário considerado de primeira necessidade.

2 - Salvo condições devidamente justificadas, as obras deverão ter início no prazo máximo de 30 dias contados da data de aprovação do pedido e serem concluídas no período máximo de seis meses.

3 - Cabe à fiscalização de obras particulares do município assegurar o cumprimento do número anterior.

Artigo 6.º

Realização de obras em habitação arrendada

Tratando-se de obras a realizar em habitação arrendada, deverá o requerente apresentar declaração subscrita pelo proprietário a autorizar as mesmas e reconhecida a assinatura notarialmente. Deverá ainda, nesta declaração, o proprietário assumir o compromisso de não tirar partido da beneficiação do imóvel, nomeadamente no que respeita ao aumento da renda, por um período de dois anos, como também permitir o usufruto do imóvel pelo arrendatário durante o mesmo período, desde que este cumpra as suas obrigações enquanto tal.

Artigo 7.º

Apoio escolar

1 - A isenção do pagamento do passe escolar depende das seguintes condições:

a) Fornecimento de todos os elementos de prova que sejam solicitados, nomeadamente o certificado de matrícula;

b) O apoio do passe escolar destina-se apenas a requerentes que frequentem o ensino básico, secundário ou superior, na área do concelho de Idanha-a-Nova.

Artigo 8.º

Apoio complementar de saúde

1 - Comparticipação em despesas complementares de saúde até um montante anual de um salário mínimo nacional dependente das seguintes condições:

a) Comprovativo de doença crónica emitido pela entidade competente;

c) Fornecimento de todos os elementos de despesas de saúde solicitados.

2 - Em casos excepcionais de doença, o apoio poderá ultrapassar o montante indicado no n.º 1, desde que esta seja devidamente comprovada. Estes casos serão ponderados e analisados pelos serviços técnicos de acção social e submetidos a apreciação e decisão do executivo camarário.

Artigo 9.º

Instrução do processo

1 - O processo de candidatura aos apoios a conceder deverá ser instruído com os seguintes documentos:

a) Modelo de requerimento a fornecer pela Câmara Municipal;

b) Cópia do bilhete de identidade;

c) Cópia do número de contribuinte;

d) Cópia do cartão de segurança social;

e) Comprovativo em como se encontra recenseado no concelho de Idanha-a-Nova;

f) Atestado de residência passado pela junta de freguesia;

g) Documentos comprovativos de todos os rendimentos auferidos pelo requerente e do agregado familiar, quando exista.

2 - O requerente poderá ainda apresentar outros documentos que entenda necessários ou que lhe sejam solicitados para comprovar a situação sócio-económica, tais como despesas de saúde e educação.

Artigo 10.º

Elementos complementares do processo para apoio à habitação

1 - Após a instrução do processo, o Gabinete de Acção Social e Saúde da Câmara Municipal realizará uma visita domiciliária a fim de analisar o caso e elaborar uma informação sobre a situação económico-social e habitacional do requerente.

2 - Será igualmente realizada uma avaliação técnica da habitação pela Divisão Técnica de Obras e Urbanismo da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.

3 - No prazo máximo de 15 dias serão anexas à candidatura as informações contendo não só o parecer do Gabinete de Acção Social e Saúde como também a memória descritiva das obras a realizar no alojamento e o respectivo orçamento dos materiais a utilizar na obra, realizada pela DTOU.

Artigo 11.º

Forma de atribuição do apoio à habitação

1 - O financiamento autárquico será a fundo perdido e até ao montante máximo de 5000 euros.

2 - Em casos excepcionais de carência, devidamente ponderada pelos serviços técnicos, poderá o apoio atingir os 100% do solicitado.

Artigo 12.º

Decisão

1 - Após reunião das informações técnicas e análise do requerimento, este será submetido à apreciação e decisão do executivo camarário no prazo de 30 dias contados da data da sua entrega.

2 - A decisão tomada pelo órgão competente será sempre comunicada ao interessado. Caso a decisão seja favorável, esta conterá sempre a indicação da natureza do apoio concedido e dos procedimentos que o requerente deverá seguir.

3 - No caso de apoios em materiais, será emitida requisição pelos serviços de armazém para posterior entrega dos mesmos ao requerente.

4 - O apoio em materiais será concedido por fases, de acordo com a ordem de trabalhos.

Artigo 13.º

Isenção de taxas

As obras previstas neste Regulamento estão isentas do pagamento de quaisquer taxas camarárias.

Artigo 14.º

Verificação da execução do Regulamento

1 - As obras serão orientadas e acompanhadas pelos serviços técnicos da DTOU (Divisão Técnica de Obras e Urbanismo), de forma a garantir a efectiva aplicação dos apoios concedidos pelo município.

2 - Nos casos de não utilização ou utilização indevida dos apoios, deverá ser diligenciada a sua devolução.

3 - A prestação de falsas declarações por parte do requerente será punida com a anulação da decisão final e impedimento de acesso a apoios futuros.

Artigo 15.º

Situações excepcionais

Nas situações pontuais de calamidade, resultantes de incêndio, temporal ou outras, a Câmara Municipal, através do Serviço Municipal de Protecção Civil, articular-se-á com as entidades competentes no sentido de prestar o apoio necessário.

Artigo 16.º

Omissões

As omissões do presente Regulamento serão supridas por deliberação da Câmara Municipal.

Artigo 17.º

Entrada em vigor

O presente Regulamento entra em vigor no prazo de 15 dias após a sua publicação no Diário da República.

Anexos

  • Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/2167760.dre.pdf .

Ligações deste documento

Este documento liga aos seguintes documentos (apenas ligações para documentos da Serie I do DR):

  • Tem documento Em vigor 1999-09-18 - Lei 169/99 - Assembleia da República

    Estabelece o quadro de competências, assim como o regime jurídico de funcionamento, dos orgãos dos municípios e das freguesias.

  • Tem documento Em vigor 2002-01-11 - Lei 5-A/2002 - Assembleia da República

    Altera a Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, que estabelece o quadro de competências, assim como o regime jurídico de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das freguesias. Republicado em anexo aquele diploma com as alterações ora introduzidas.

Aviso

NOTA IMPORTANTE - a consulta deste documento não substitui a leitura do Diário da República correspondente. Não nos responsabilizamos por quaisquer incorrecções produzidas na transcrição do original para este formato.

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