I - Introdução
Por imperativo constitucional cabe ao Estado a definição e prossecução de uma política globalizante de desenvolvimento desportivo que contemple e integre, de forma consequente, a acção e propostas das diversas pessoas colectivas de direito público e privado com atribuições no âmbito do desporto, tendo por objectivo final o harmonioso desenvolvimento da condição física, intelectual e moral da sociedade através de uma prática desportiva consequente e a todos os níveis.
Daí que o Programa do Governo preveja que, no quadro da responsabilização solidária do Governo, autarquias, escolas e movimento associativo, será desenvolvida uma rede integrada de equipamento desportivo, mediante a implantação ou beneficiação de instalações e de medidas que unifiquem critérios e permitam uma melhor coordenação e gestão de recursos.
Por seu turno, dentro desta perspectiva, centrada principalmente nas infra-estruturas vocacionadas para a formação e para a prática desportiva informal, a primeira prioridade não pode deixar de recair nos designados equipamentos desportivos escolares, visto tratar-se de um sector carenciado onde é imperioso criar condições que permitam - independentemente do seu uso comunitário - uma efectiva e generalizada implantação da actividade desportiva ao nível da escola. A escola é o local privilegiado para assegurar a igualdade de oportunidades.
A concretização de tal política não pode, manifestamente, impender apenas sobre o Estado, antes exigindo a conjugação e coordenação de esforços das estruturas estatais e não estatais com vocação na área do desporto, assumindo a participação em projectos de investimento uma das formas de colaboração de maior relevância prática.
Importa, assim, definir e estruturar as condições dessa participação, de modo a garantir uma eficaz e transparente mobilização e utilização dos recursos disponíveis, mediante a celebração de acordos de colaboração, nos termos da lei.
II - Justificação
A Escola Básica 2.º e 3.º Ciclos do Professor Agostinho da Silva não dispõe de infra-estruturas desportivas cobertas minimamente capazes de assegurar o apoio a uma prática desportiva de âmbito curricular e extracurricular.
Tomando em conta a inexistência de equipamentos desta natureza em condições de uso e acessibilidade aceitáveis e a população escolar a servir, justifica-se a construção de um pavilhão desportivo, que responderá ainda às necessidades da comunidade local em geral.
III - Articulado
Considerando as competências das direcções regionais de educação no âmbito da coordenação da actividade escolar, incluindo a vertente desportiva, nomeadamente coordenar e apoiar, técnica e financeiramente, e sem prejuízo das competências cometidas por lei, a outras entidades, um programa integrado de construção e recuperação do equipamento e das infra-estruturas desportivas, designadamente em estabelecimentos de ensino público, em colaboração com as autarquias locais;
Considerando que, nos termos legais, é atribuição da Câmara Municipal de Sintra o que diz respeito aos interesses próprios, comuns e específicos das populações respectivas e, designadamente, à educação, cultura, desporto e ocupação de tempos livres:
Entre:
1) A Direcção Regional de Educação de Lisboa, adiante designada por DREL ou primeiro outorgante, devidamente representada pelo respectivo director regional, José Revez.
2) A Câmara Municipal de Sintra, adiante designada por Câmara Municipal ou segundo outorgante e devidamente representada pela sua presidente, Edite Estrela:
é celebrado o presente acordo de colaboração que se rege pelas cláusulas seguintes:
Cláusula 1.ª
Objecto
1 - O presente acordo de colaboração tem por objecto a construção de um pavilhão desportivo de 30 m x16 m com um ginásio de 16 m x 14 m e a recuperação dos campos de jogos exteriores da Escola Básica 2.º e 3.º Ciclos do Professor Agostinho da Silva.
2 - A obra referida no número anterior será executada de acordo com o projecto tipo a definir pelo primeiro outorgante, bem como a disciplina do regime de comparticipação do Estado, do acompanhamento de execução do plano aqui previsto e do destino das infra-estruturas.
Cláusula 2.ª
Custo das obras e repartição de encargos
1 - O custo da obra e equipamento do pavilhão com exclusão das redes exteriores de energia, águas, e esgotos, é estimado em 100 000 contos, a que acresce o IVA à taxa legal em vigor, a suportar em 180 000 contos pelo orçamento do primeiro outorgante e 20 000 contos pelo orçamento do segundo outorgante. O valor do primeiro outorgante será corrigido após o conhecimento do custo real, resultante da realização do respectivo concurso e do custo final da obra.
2 - O segundo outorgante assegurará o projecto de execução, desenvolvido a partir do projecto tipo fornecido pelo primeiro outorgante.
3 - O segundo outorgante assumirá a qualidade de dono da obra, e promoverá o concurso para a sua realização, podendo delegar na empresa municipal EDUCA.
4 - A Câmara Municipal de Sintra assegurará ainda, por sua vez, as ligações das redes de energia, águas e esgotos.
Cláusula 3.ª
Regime de comparticipação
Para a prossecução do plano de desenvolvimento desportivo definido na cláusula 1.ª e a execução nos termos e com os resultados previstos na cláusula 4.ª, irá ser utilizado o seguinte regime:
a) O segundo outorgante pagará todos os autos de medição até à conclusão da obra;
b) O primeiro outorgante transferirá para o segundo outorgante 30% do valor no ano de 2002 contra a apresentação dos autos, 30% em 2003 e os restantes 40% no ano 2004 (IVA incluído).
Cláusula 4.ª
Utilização do pavilhão desportivo escolar
O pavilhão a construir será utilizado pela Escola durante o seu período de funcionamento, reservando-se a utilização pela comunidade não escolar fora daquele período.
Cláusula 5.ª
Revisão do acordo de colaboração
Qualquer alteração ou adaptação dos termos ou dos resultados previstos neste plano de desenvolvimento desportivo carece de prévio acordo escrito de todos os outorgantes que o poderão condicionar à alteração ou adaptação deste acordo de colaboração.
Cláusula 6.ª
Caducidade do acordo de colaboração
O presente acordo caduca quando, por falta não imputável às partes, se torna objectivamente impossível realizar o plano de desenvolvimento que constitui o seu objecto.
Cláusula 7.ª
Controle técnico
O controle técnico, acompanhamento e fiscalização das obras será assegurado pelas partes outorgantes em condições a definir pelo dono da obra e no respeito pelos princípios legais que regem a execução de obras públicas.
Cláusula 8.ª
Gestão e manutenção corrente
1 - A manutenção das infra-estruturas referidas na cláusula 1.ª é da responsabilidade do primeiro outorgante.
2 - Os encargos com electricidade, gás, água e limpeza serão suportados pela Escola e pela Câmara Municipal na proporção das horas de utilização, em termos a estabelecer entre as partes.
Cláusula 9.ª
Gestão e utilização
1 - A gestão das infra-estruturas referidas na cláusula 1.ª é da responsabilidade do segundo outorgante, que se obriga a mantê-la afectas aos fins referidos nestes acordos de colaboração e a geri-las de acordo com a filosofia enumerada no mesmo.
Esta gestão poderá ser delegada à Escola em condições a estabelecer através de protocolo específico.
2 - O segundo outorgante assegurará que as infra-estruturas objecto deste acordo de colaboração sejam prioritariamente utilizadas pela Escola por forma a corresponder quer às respectivas necessidades desportivas curriculares, quer às que resultem de actividades desportivas extracurriculares ainda que fora dos horários lectivos que haja de desenvolver-se no pavilhão. As reservas horárias para este efeito deverão ser fixadas, por regra, até 15 dias antes do início de cada ano lectivo.
3 - A DREL assegurará, através dos órgãos de gestão da Escola, a boa e cuidada utilização do pavilhão pelos alunos e dinamizará a prática e a competição no âmbito do desporto escolar.
(Dispensado o visto do Tribunal de Contas, nos termos do n.º 2 do artigo 7.º do Decreto-Lei 384/87, de 24 de Dezembro.)
11 de Setembro de 2001. - O Director Regional de Educação, José Revez. - A Presidente da Câmara, Edite Estrela.
Homologo.
O Secretário de Estado da Administração Educativa, Domingos Manuel Barros Fernandes.