Despacho 21 175/2000 (2.ª série). - Vasco Maria Eugénio de Almeida - conde de Vilalva (1913-1975) foi educado segundo um código rígido de valores morais e éticos que fizeram dele um bom gestor da Casa Eugénio de Almeida e simultaneamente o tornaram sensível aos problemas dos seus semelhantes.
Depois de casado repartiu a sua vida em Lisboa e Évora. Muito culto, viajou pelo mundo inteiro, enriquecendo-se social, humana e culturalmente. Único testamenteiro de imensa fortuna na região de Évora criou a Fundação Eugénio de Almeida e o Instituto Superior Económico e Social de Évora.
Homem esclarecido e técnico competente acompanhou o desenvolvimento científico e tecnológico do seu tempo dedicando particular interesse ao progresso das ciências agrónomas.
No decorrer dos anos cinquenta, o engenheiro Vasco de Almeida ganhou sincera amizade pela gente simples e trabalhadora de São Manços (Évora). Aos poucos tornou-se no benemérito benfeitor que a vila nunca tinha conhecido. A sua generosidade é caso raro de mecenato em favor da gente pobre do Alentejo.
Em 1954, as dávidas alimentares foram importantíssimas para que a cantina da escola de São Manços pudesse funcionar. Centenas de alunos, sobretudo aqueles que vinham de longe, dos montes, puderam, assim, concluir os seus estudos sem serem prejudicados pela subnutrição.
Decidiu dividir a herdade da Defesa em cerca de 150 parcelas de terreno de 1 ou 2 ha (1957) e distribuiu-as pela população da aldeia. Assim, os novos proprietários podiam dispor de rendimentos fundamentais para o sustento das suas famílias e refaziam o orgulho de se sentirem homens livres e senhores do seu destino. Ainda hoje parte dos habitantes constrói em casa sem pagar em terrenos administrados pela Fundação.
Coração compassivo e atento aos problemas do próximo, foi um homem que compreendeu e assumiu as suas responsabilidades sociais de forma correcta e lúcida, empenhando-se na construção de um mundo melhor.
Enquanto benemérito, filantropo e pessoa de infindáveis qualidades humanas foi distinguido com diversas ordens honoríficas, nomeadamente: grande-oficial da Ordem de Benemerência (1957), grã-cruz da Ordem de Benemerência (1969) e chanceler das ordens de mérito civil (1974).
Por tudo o que foi dito é justa a proposta da comissão executiva instaladora da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Évora, que obteve a concordância da Câmara Municipal, no sentido da atribuição do nome conde de Vilalva, àquele estabelecimento de ensino.
Assim, preenchidos que estão os requisitos e demais formalidades previstos no Decreto-Lei 387/97, de 10 de Dezembro, com as alterações introduzidas no Decreto-Lei 314/97, de 15 de Novembro, determino que a Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Évora passe a denominar-se Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Conde de Vilalva, Évora.
29 de Setembro de 2000. - A Secretária de Estado da Administração Educativa, Maria Rodrigues José Rau Pinto da Silva.