Deliberação 946/2000. - Sob proposta da Unidade de Ciências Exactas e Humanas e ao abrigo do disposto na alínea e) do artigo 16.º dos Estatutos da Universidade do Algarve, homologados pelo despacho 31/ME/89, de 8 de Março, o senado, na reunião do dia 28 de Abril de 1999, aprovou a criação do curso de mestrado em Didáctica das Línguas e Culturas Modernas e respectivo regulamento:
Artigo 1.º
Criação
A Universidade do Algarve, através da Unidade de Ciências Exactas e Humanas, passa a conferir o grau de mestre na especialidade de Didáctica das Línguas e Culturas Modernas nas seguintes áreas de especialização:
a) Português;
b) Inglês;
c) Francês.
Artigo 2.º
Objectivos do curso
1 - Desenvolver um conjunto de conhecimentos, competências e estratégias e criar um espaço de formação e investigação sobre a problemática do ensino das línguas, da cultura e da literatura modernas.
2 - Contribuir para o conhecimento, aprofundamento, prática e investigação de processos inovadores de ensino e aprendizagem das línguas, da cultura e da literatura modernas.
Artigo 3.º
Organização e duração do curso
1 - O curso de mestrado em Didáctica das Línguas e Culturas Modernas, organizado pelo sistema de unidades de crédito, é constituído por parte escolar e dissertação, sendo a parte escolar correspondente a três semestres e a dissertação a um semestre, com a seguinte distribuição de créditos:
a) Componente escolar - 15,5 créditos;
b) Seminários de orientação - 5 créditos.
2 - O grau de mestre será conferido, após a aprovação nas disciplinas da componente escolar e a aprovação na dissertação, nos termos do artigo 5.º do Decreto-Lei 216/92, de 13 de Outubro.
3 - A estrutura curricular e o plano de estudos são os constantes do anexo a esta deliberação.
4 - A aprovação em todas as disciplinas constitutivas da componente escolar confere direito a um diploma de especialização de pós-licenciatura em Didáctica das Línguas e Culturas Modernas, na respectiva especialidade.
5 - O plano de estudo do curso poderá prever a inclusão de disciplinas de opção, cuja área científica será decidida pela comissão coordenadora, em função da especialização pretendida pelos alunos.
Artigo 4.º
Coordenação do mestrado
1 - O curso de mestrado será coordenado por uma comissão coordenadora, constituída por um número mínimo de três docentes doutorados, um dos quais presidirá, na qualidade de professor-coordenador.
2 - Tanto o professor-coordenador como os restantes elementos da comissão coordenadora são nomeados por despacho reitoral, por períodos renováveis de dois anos, sob proposta da comissão científica da área departamental de Línguas e Literaturas, aprovada pelo conselho científico da Unidade de Ciências Exactas e Humanas.
Artigo 5.º
Competências da comissão coordenadora do mestrado.
Compete à comissão coordenadora do mestrado:
a) Propor ao reitor o número de vagas e o número de matrículas necessárias para cada realização do curso, assim como os montantes das propinas de inscrição e taxa de matrícula;
b) Propor ao conselho científico a selecção dos candidatos à frequência do mesmo;
c) Propor ao conselho científico os professores ou investigadores que deverão ministrar as disciplinas da componente escolar do mestrado;
d) Propor ao conselho científico os orientadores das dissertações;
e) Dar parecer ao conselho científico sobre os temas e planos de trabalho das dissertações;
f) Propor ao conselho científico a composição dos júris para apreciação das dissertações, ouvidos os respectivos orientadores;
g) Propor ao conselho científico o critério de selecção de mestrandos requerentes a isenção ou redução de propinas;
h) Propor a data de abertura de candidaturas ao curso de mestrado e providenciar a sua divulgação;
i) Aprovar um regime de frequência especial, conforme o determinado no n.º 5 do artigo 12.º deste Regulamento.
j) Avaliar a adequação da licenciatura do candidato ao disposto no n.º 1 do artigo 9.º deste Regulamento;
l) Aprovar a realização de trabalhos de recurso nas disciplinas em que os alunos obtenham classificação inferior a 10 valores, de acordo com o previsto n.º 4 do artigo 12º deste Regulamento.
Artigo 6.º
Condições de matrícula e inscrição
1 - A matrícula e a inscrição em cada semestre á feita em modelos próprios a fornecer pelos Serviços Académicos.
2 - São devidas propinas pela inscrição no curso de mestrado.
3 - No acto de matrícula do curso de mestrado é devido o pagamento integral da taxa de matrícula.
4 - No acto da inscrição em cada semestre é devido o pagamento integral da propina semestral da inscrição.
5 - No caso de alunos que, no acto da inscrição, apresentem prova de se terem candidatado a uma bolsa de estudo para ser concedida por uma instituição que se responsabilize pelo pagamento das propinas, o pagamento de inscrição poderá ser protelado até serem conhecidos os resultados das candidaturas.
6 - Os alunos que se encontrem na situação referida no número anterior e a quem não seja concedida a bolsa de estudo deverão regularizar o pagamento das propinas de inscrição no prazo de 30 dias a partir da data de conhecimento do resultado da candidatura ou submeter um pedido de isenção ou redução de propinas de inscrição.
7 - Podem ser concedidas isenção ou redução de propinas aos alunos que não disponham de uma bolsa de estudo, em termos a definir pela comissão coordenadora. Os alunos a quem não seja concedida isenção ou redução de propinas deverão regularizar o pagamento das mesmas no prazo de 30 dias a partir da data de conhecimento da decisão da comissão coordenadora.
Artigo 7.º
Propinas
Os montantes a pagar nos termos do artigo anterior são fixados por despacho reitoral, sob proposta da comissão coordenadora.
Artigo 8.º
Limitações quantitativas
1 - Para cada ano de funcionamento do mestrado, o número de vagas e o número mínimo de matrículas necessários para o funcionamento do curso de mestrado serão aprovados pelo comissão coordenadora e fixados por despacho reitoral.
2 - O despacho a que se refere o n.º 1 estabelecerá ainda:
a) A percentagem de vagas reservada prioritariamente a docentes do ensino superior, a qual não poderá ser inferior a 20%;
b) A percentagem de vagas reservada prioritariamente a docentes dos ensinos básico e secundário que desempenhem funções de orientação dos estágios integrados das licenciaturas em ensino da Universidade do Algarve, a qual não deverá ser inferior a 30%;
c) O número mínimo de inscrições aconselhável ao funcionamento de cada disciplina da componente escolar;
d) Os números mínimo e máximo de inscrições em cada uma das áreas de especialização referidas no artigo 1.º
3 - Por aplicação das alíneas c) e d) do n.º 2 deste artigo, poderão não funcionar todas as áreas de especialização do curso de mestrado.
Artigo 9.º
Habilitações de acesso
1 - São admitidos à matrícula do curso de mestrado nas áreas de especialização de Português, Inglês ou Francês os titulares de uma licenciatura adequada ou habilitação legalmente equivalente com a classificação mínima de 14 valores.
2 - Em casos devidamente justificados, o conselho científico, sob proposta da comissão coordenadora do mestrado, poderá admitir à candidatura à matrícula candidatos com classificação inferior a 14 valores, desde que o currículo desses candidatos demonstre uma adequada preparação científica de base.
Artigo 10.º
Prazos e calendário lectivo
Os prazos de candidatura e de matrícula e inscrição e o calendário lectivo são fixados pelo despacho reitoral a que se refere o n.º 1 do artigo 8.º, a publicar na 2.ª série, Diário da República.
Artigo 11.º
Critérios de selecção
1 - A comissão coordenadora do mestrado procederá à selecção e seriação dos candidatos à inscrição na componente escolar do mestrado em duas fases:
a) 1.ª fase - análise do currículo académico, científico e profissional;
b) 2.ª fase - resultado da entrevista.
2 - A seriação final dos candidatos deverá enunciar os critérios que presidiram à selecção.
3 - A lista final poderá incluir os candidatos suplentes que ocuparão as vagas resultantes dos candidatos efectivos.
Artigo 12.º
Processo de avaliação das disciplinas
da componente escolar
1 - A avaliação dos conhecimentos e competências demonstrados em cada uma das disciplinas da componente escolar é feita através da participação dos alunos em todas as fases do processo de ensino-aprendizagem, incluindo a realização de trabalhos científicos.
2 - A aprovação numa disciplina requer a obtenção de 10 valores, na escala de 0 a 20 valores.
3 - A classificação final da componente escolar será a média aritmética ponderada pelas unidades de crédito de cada disciplina, sendo arredondada à unidade ou fracção não inferior a cinco décimas, segundo a seguinte fórmula:
x=[(CD1*UC1)+(CD2*UC2)+...]/TUC
em que:
CD=classificação obtida na disciplina;
UC=unidades de crédito da disciplina;
TUC=total de unidades de crédito do curso.
4 - Os alunos que não tenham obtido a classificação mínima de 10 valores poderão realizar, com o acordo do responsável da respectiva disciplina e a aprovação da comissão coordenadora do mestrado, num prazo não superior a 30 dias após a conclusão da disciplina, um trabalho de recurso a fim de obterem a necessária aprovação. Caso a avaliação desse trabalho resulte numa classificação inferior a 10 valores, haverá lugar a reprovação, devendo os alunos proceder a nova inscrição na disciplina respectiva.
5 - A frequência das aulas é obrigatória, salvo os casos a ser submetidos à comissão coordenadora do mestrado, não podendo, em nenhuma circunstância, ser inferior a 80% do número total das aulas previstas.
Artigo 13.º
Apresentação e entrega da dissertação
1 - São condições prévias da aceitação para a discussão da dissertação a aprovação do candidato em cada uma das disciplinas com classificação não inferior a 13 valores e a obtenção de uma média aritmética não inferior a 14 valores na componente escolar, calculada conforme o estabelecido no n.º 3 do artigo 12.º deste regulamento.
2 - No final do 2.º semestre os alunos deverão entregar uma declaração de intenção de elaboração da dissertação indicando o tema que se propõem desenvolver.
3 - O requerimento de admissão às provas de discussão da dissertação deve ser feito até 24 meses após o início do mestrado, em modelo a fornecer pelos Serviços Académicos, salvo as excepções previstas no artigo 12.º do Decreto-Lei 216/92, de 13 de Outubro.
4 - Acompanhando o requerimento referido no número anterior, os mestrandos devem apresentar quatro exemplares do currículo e seis exemplares impressos ou policopiados da dissertação.
5 - A dissertação não deverá ultrapassar as 150 páginas de texto, não incluindo anexos, com formato A4 normalizado, dactilografadas a dois espaços, com letra tipo 12 ou equivalente.
6 - A dissertação deve ser assinada pelo professor orientador e pelo mestrando, bem como integrar uma declaração do autor, atestando a originalidade do trabalho desenvolvido, de acordo com a alínea b) do n.º 2 do artigo 5.º do Decreto-Lei 216/92, de 13 de Outubro.
Artigo 14.º
Orientação da dissertação
1 - O orientador da dissertação pode ser um professor doutorado ou investigador credenciado da Universidade do Algarve ou de outra instituição nacional ou estrangeira de ensino superior.
2 - O nome do orientador da dissertação é indicado ao conselho científico pelo presidente da comissão coordenadora do mestrado, sob proposta da comissão, ouvido o mestrando.
3 - Pode haver co-orientação da dissertação, aplicando-se ao co-orientador o disposto nos n.os 1 e 2 deste artigo.
4 - É da competência do(s) orientador(es) a orientação e supervisão do trabalho do mestrando nas diversas fases de desenvolvimento da dissertação, em moldes a acordar entre o mestrando e o(s) orientador(es).
5 - Os mestrandos poderão propor, justificadamente, ao conselho científico, através do presidente da comissão coordenadora do mestrado, um novo orientador, devendo para isso obter a aprovação do seu nome.
Artigo 15.º
Júri
1 - O júri da apreciação e discussão da dissertação é nomeado, nos 30 dias posteriores à entrega da tese, pelo reitor da Universidade do Algarve, por proposta, aprovada em conselho científico, da comissão coordenadora do mestrado.
2 - O júri é composto por professores doutorados ou investigadores credenciados, num mínimo de três elementos:
a) Um professor da área científica específica do mestrado pertencente a outra universidade;
b) Um professor ou investigador, orientador da dissertação;
c) Um professor da comissão coordenadora do mestrado.
3 - O presidente do júri será, de entre os professores da Universidade do Algarve, o de categoria mais elevada, exceptuando o professor orientador.
4 - No caso de o júri só fazer parte um professor da Universidade do Algarve, assumirá ele a presidência, independentemente do seu estatuto de orientador.
Artigo 16.º
Classificação final
1 - Aos alunos que tenham concluído com aprovação a componente escolar do mestrado, e o requeiram, será emitido um diploma de curso de especialização de pós-licenciatura em que se indica a média final obtida, calculada conforme o n.º 3 do artigo 12.º
2 - A classificação final do mestrado será atribuída de acordo com o artigo 16.º do Decreto-Lei 216/92, de 13 de Outubro, sendo expressa nas fórmulas Recusado, Bom e Muito bom.
Artigo 17.º
Entrada em funcionamento
O curso entrará em funcionamento no ano lectivo que for determinado por despacho reitoral, sob proposta do conselho directivo da Unidade de Ciências Exactas e Humanas.
Artigo 18.º
Disposições finais
1 - Os casos omissos ou especiais serão remetidos superiormente a quem de direito ou serão resolvidos pela comissão coordenadora do mestrado.
2 - O presente regulamento poderá ser revisto a pedido da comissão coordenadora do mestrado ou de metade dos membros da comissão científica da Área Departamental de Línguas e Literaturas, devendo as alterações ser aprovadas por dois terços desses mesmos docentes.
4 de Julho de 2000. - A Directora dos Serviços Académicos, Julieta Mateus.
ANEXO
Curso do mestrado em Didáctica das Línguas e Culturas Modernas
(ver documento original)