Decreto-Lei 130/95
de 5 de Junho
O Decreto-Lei 379/93, de 5 de Novembro, veio estabelecer o regime legal da gestão e exploração de sistemas que tenham por objecto a actividade de captação, tratamento e distribuição de água para consumo público, distinguindo entre sistemas multimunicipais e municipais.
Dada a sua importância estratégica, definiram-se os sistemas multimunicipais como aqueles que sirvam pelo menos dois municípios e exijam um investimento predominante a efectuar pelo Estado em função de razões de interesse nacional.
O referido diploma, que também estabeleceu a obrigatoriedade da sua criação por decreto-lei, precedida de parecer dos municípios territorialmente envolvidos, desde logo criou o sistema municipal de captação, tratamento e abastecimento de água ao Sotavento Algarvio.
O Decreto-Lei 319/94, de 24 de Dezembro, consagrou um quadro legal contendo os princípios gerais informadores do regime jurídico da construção, exploração e gestão dos sistemas multimunicipais de captação, tratamento e abastecimento de água para consumo público, quando atribuídos por concessão a empresa pública ou a sociedade de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos.
Pelo presente diploma concretiza-se o quadro legal atrás referido em relação ao sistema multimunicipal do Sotavento Algarvio, definindo desde logo os seus iniciais utilizadores e prevendo o seu eventual alargamento em função do reconhecimento de interesse público justificativo.
Com efeito, é constituída a sociedade à qual será atribuída a concessão da exploração e gestão do sistema, aprovando-se os seus estatutos e fixando-se os seus accionistas originários. A atribuição da concessão fica, porém, condicionada à efectiva celebração do contrato de concessão com a sociedade agora criada.
Finalmente, prevê-se ainda a celebração dos contratos de fornecimento em simultâneo com o contrato de concessão, ficando por esta via assegurado o funcionamento pleno do sistema.
Foram ouvidos os municípios abrangidos pelo sistema do Sotavento Algarvio.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.° da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1.°
Definição
O sistema multimunicipal de captação, tratamento e abastecimento de água do Sotavento Algarvio, criado pela alínea a) do n.º 3 do artigo 3.° do Decreto-Lei 379/93, de 5 de Novembro, visa abastecer de água, total ou parcialmente, com origem principal no sistema do aproveitamento hidráulico Odeleite-Beliche, os municípios de Castro Marim, Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António.
Artigo 2.°
Utilizadores
1 - Os municípios de Castro Marim, Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António serão os iniciais utilizadores do sistema multimunicipal do Sotavento Algarvio, podendo o mesmo ser alargado a outros municípios mediante reconhecimento de interesse público justificativo.
2 - O interesse público referido no número anterior é reconhecido por despacho do Ministro do Ambiente e Recursos Naturais, sob proposta da sociedade concessionária e ouvidos os municípios referidos no número anterior.
Artigo 3.°
Constituição da sociedade
1 - É constituída a sociedade Águas do Sotavento Algarvio, S. A., sociedade comercial anónima com capitais maioritariamente públicos, adiante designada abreviadamente por sociedade.
2 - A sociedade rege-se pelo presente diploma, pela lei comercial e pelos seus estatutos.
Artigo 4.°
Estatutos da sociedade
1 - São aprovados os estatutos da sociedade, que figuram em anexo ao presente diploma.
2 - Os estatutos anexos não carecem de redução a escritura pública, devendo o registo comercial competente ser feito oficiosamente, sem taxas ou emolumentos, com base no Diário da República em que hajam sido publicados.
3 - As alterações aos estatutos realizam-se nos termos da lei comercial.
Artigo 5.°
Accionistas originários
1 - São titulares originários das acções da sociedade os municípios de Castro Marim, Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António, com um total de 25% do capital social com direito a voto, a IPE - Águas de Portugal, SGPS, S. A., com 51% do capital social com direito a voto, e a IPE - Capital ou um fundo por si gerido, com 24% do capital social com direito a voto.
2 - O capital social, no montante de 1200000 contos é representado por 912000 acções da classe A e 288000 acções da classe B, repartidas da seguinte forma pelos accionistas fundadores:
a) IPE - Águas de Portugal, SGPS, S. A., 612000 acções da classe A;
b) Município de Castro Marim, 8637 acções da classe A;
c) Município de Faro, 86397 acções da classe A;
d) Município de Loulé, 68862 acções da classe A;
e) Município de Olhão, 61041 acções da classe A;
f) Município de São Brás de Alportel, 10488 acções da classe A;
g) Município de Tavira, 33331 acções da classe A;
h) Município de Vila Real de Santo António, 31244 acções da classe A;
i) IPE - Capital ou fundo por si gerido, 288000 acções da classe B.
3 - As acções da classe A deverão representar, sempre e pelo menos, 51% do capital social com direito a voto, e delas apenas poderão ser titulares entes públicos, entendidos estes nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 1.° da Lei 71/88, de 24 de Maio, ou municípios utilizadores dos sistemas multimunicipais de cuja exploração e gestão a sociedade seja concessionária.
4 - A transmissão de acções em violação do disposto no número anterior é nula.
5 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3, as acções da classe A poderão ser convertidas em acções da classe B, a pedido do seu titular e mediante prévia deliberação favorável da assembleia geral.
6 - Todas as transmissões ou onerações de qualquer natureza das acções da sociedade feitas até 1 de Janeiro de 1999 carecem, para serem válidas, da autorização prévia do concedente.
Artigo 6.°
Adjudicação e atribuição da concessão
1 - A concessão da exploração e gestão do sistema multimunicipal de captação, tratamento e abastecimento de água para consumo público nos municípios do Sotavento Algarvio é adjudicada à sociedade por um prazo de 30 anos, nos termos do Decreto-Lei 319/94, de 24 de Dezembro, que aprova as bases da concessão do serviço público de exploração e gestão dos sistemas multimunicipais de captação, tratamento e abastecimento de água para consumo público.
2 - A atribuição da concessão opera-se mediante a celebração do contrato de concessão referido no artigo 8.°
Artigo 7.°
Conteúdo e objecto da concessão
1 - Os investimentos a realizar no âmbito da concessão reportam-se à execução das seguintes obras e à instalação dos seguintes equipamentos:
a) Duas estações de tratamento de água;
b) Conjunto de condutas adutoras;
c) Conjunto de reservatórios e estações elevatórias.
2 - As tarifas a cobrar aos utilizadores serão aprovadas pelo concedente nos termos fixados na base XXIII das bases gerais de concessão aprovadas pelo Decreto-Lei 319/94, de 24 de Dezembro, após emissão de parecer pela Direcção-Geral de Concorrência e Preços.
3 - O investimento a cargo da concessionária será objecto de remuneração adequada, nos termos a fixar no contrato de concessão, ponderando a sua repercussão nas tarifas.
Artigo 8.°
Celebração do contrato de concessão e dos contratos de fornecimento
1 - No contrato de concessão outorgará, em representação do Estado, o Ministro do Ambiente e Recursos Naturais.
2 - Na data da celebração do contrato de concessão devem encontrar-se constituídas as cauções nele previstas.
3 - Os contratos de fornecimento serão celebrados em simultâneo com o contrato de concessão.
Artigo 9.°
Convocatória
Fica desde já convocada a assembleia geral da sociedade para se reunir, na sede social, pelas 15 horas do 10.° dia útil após a publicação do presente diploma, para a eleição dos titulares dos cargos sociais e aprovação do respectivo estatuto remuneratório.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16 de Fevereiro de 1995. - Aníbal António Cavaco Silva Eduardo de Almeida Catroga - Maria Teresa Pinto Basto Gouveia.
Promulgado em 26 de Abril de 1995.
Publique-se.
O Presidente da República, MÁRIO SOARES.
Referendado em 27 de Abril de 1995.
O Primeiro Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.
ANEXO
Estatutos da concessionária
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.° A sociedade adopta a denominação de Águas do Sotavento Algarvio, S. A., e durará por tempo indeterminado.
Art. 2.° - 1 - A sede social é na cidade de Faro.
2 - Por deliberação do conselho de administração a sede da sociedade pode ser deslocada para qualquer outro local dentro do mesmo concelho.
3 - Por deliberação do conselho de administração poderá a sociedade criar, deslocar ou encerrar sucursais, agências, delegações ou outras formas locais de representação.
CAPÍTULO II
Objecto
Art. 3.° - 1 - A sociedade tem por objecto social exclusivo a exploração e gestão do sistema multimunicipal de captação, tratamento e abastecimento de água criado pelo artigo 3.°, n.º 3, alínea a), do Decreto-Lei 379/93, de 5 de Novembro.
2 - Incluem-se no objecto social da sociedade, nomeadamente, a construção, extensão, reparação, renovação, manutenção e melhoria das obras e equipamentos necessários para o desenvolvimento da actividade prevista no número anterior.
Art. 4.° - 1 - O capital social é de 1200000000$00, encontrando-se realizado em 360000000$00, devendo o remanescente, na importância de 840000000$00, ser realizado em dinheiro, por uma ou mais vezes, até três anos contados da constituição da sociedade, de acordo com as chamadas do conselho de administração feitas por escrito, mediante carta registada com aviso de recepção, com a antecedência mínima de 60 dias relativamente ao momento da realização das entradas.
2 - O capital social é representado por 912000 acções da classe A e 288000 acções da classe B, com o valor nominal de 1000$00 cada uma.
Art. 5.° - 1 - O conselho de administração poderá, por uma ou mais vezes, deliberar o aumento de capital até ao montante global de 1500000000$00.
2 - Os aumentos de capital social serão realizados através da emissão de acções da classe A ou da classe B, ou das classes A e B, devendo as acções da classe A representar sempre pelo menos 51% do capital social com direito a voto.
3 - A subscrição de acções da classe A é reservada aos accionistas titulares de acções do mesmo tipo.
4 - Os accionistas titulares de acções da classe A têm direito a subscrever um número de acções dessa classe proporcional ao número de acções da mesma classe de que já sejam titulares.
5 - Apenas poderão ser titulares das acções pertencentes à classe A os municípios utilizadores do sistema multimunicipal de captação, tratamento e abastecimento de água do Sotavento Algarvio e os entes públicos, entendidos estes nos termos do artigo 1.°, n.º 2, alínea e), da Lei 71/88, de 24 de Maio.
6 - Caso as acções da classe A possam, pela ocorrência de qualquer facto, passar a representar uma percentagem do capital social com direito a voto inferior à referida no n.º 2 do presente artigo, a sociedade deverá proceder previamente a um aumento de capital social por emissão dessa classe de acções de forma a garantir o cumprimento daquele rácio.
7 - Desde que não seja ultrapassado o limite fixado no n.º 2, as acções da classe A poderão ser convertidas em acções da classe B, a pedido do seu titular e mediante prévia deliberação favorável da assembleia geral.
Art. 6.° - 1 - Poderão ser emitidas acções preferenciais sem voto, até ao montante máximo de 50% por cento do capital social, nos termos e condições definidos na deliberação dos accionistas.
2 - Por deliberação dos accionistas, as acções preferenciais poderão ser sujeitas a remição, devendo esta ser feita pelo valor nominal das acções eventualmente acrescido de um prémio determinado pela mesma deliberação.
Art. 7.° - 1 - As acções da classe A são e serão sempre nominativas; as acções da classe B serão nominativas, podendo, no entanto, ser convertidas ao portador, a pedido do accionista e mediante deliberação da assembleia geral.
2 - Serão emitidos títulos que poderão representar 1, 5, 10, 100, 1000, 10000 ou 100000 acções, os quais poderão, em qualquer altura e a requerimento de qualquer accionista, que suportará o respectivo custo, ser substituídos por agrupamento ou divisão.
3 - Os títulos representativos das acções deverão mencionar a classe de acções que incorporam.
4 - Os títulos serão assinados por dois administradores, podendo a assinatura ser de chancela por eles autorizada.
5 - Mediante prévia deliberação dos accionistas, é autorizada a emissão de acções escriturais ou a conversão de acções tituladas em escriturais, nos termos da legislação aplicável.
Art. 8.° - 1 - As acções da classe A apenas poderão ser transmitidas a favor dos demais accionistas da mesma classe de acções, a favor das entidades referidas no n.º 5 do artigo 5.° e, sempre sem prejuízo do aí disposto, no caso de cisão ou fusão de uma sociedade detentora desta classe de acções, para as sociedades que resultem dessa fusão ou cisão.
2 - A transmissão de acções em violação do disposto no número anterior é nula.
3 - Existe direito de preferência na transmissão de acções da classe A primeiro a favor da sociedade e depois a favor dos accionistas titulares da mesma classe de acções, devendo o alienante informar por escrito a sociedade desse facto, indicando o adquirente, o preço oferecido e, se este não for em dinheiro, o seu equivalente em dinheiro, bem como as demais condições de venda.
4 - A sociedade, caso não pretenda exercer o direito de venda, o que deverá decidir no prazo de 60 dias contados da data de recepção daquela comunicação, comunicará a todos os accionistas titulares da mesma classe de acções a informação recebida, tendo estes um prazo de 30 dias a contar da sua recepção para declararem se exercem o direito de preferência na aquisição das acções; querendo vários accionistas preferir, as acções alienadas serão distribuídas a cada um, incluindo o respectivo adquirente, se já for accionista, na proporção das respectivas participações sociais.
5 - A sociedade primeiro e depois todos os accionistas, seja qual for a classe de acções de que sejam titulares, têm direito de preferência na alienação de acções nominativas da classe B, estando o respectivo exercício sujeito, com as devidas adaptações, às mesmas condições estabelecidas no número anterior.
Art. 9.° - 1 - Mediante deliberação dos sócios, a sociedade poderá amortizar as acções detidas com infracção do disposto no artigo 5.°, n.º 5, ou quaisquer acções da classe A que forem penhoradas, arrestadas, arroladas, incluídas em massa falida ou, em geral, forem apreendidas no âmbito de qualquer acção judicial ou estiverem em condições de ser transmitidas judicialmente.
2 - No caso de amortização de acções nos termos deste artigo, o montante da contrapartida da amortização será o que resultar da deliberação dos accionistas relativa à amortização, que tomará em consideração a situação líquida da sociedade resultante do último balanço aprovado.
3 - A assembleia geral que deliberar a amortização nos termos dos números anteriores deliberará também o aumento do capital social por emissão de acções da classe A de modo a restabelecer a percentagem para esta classe de acções prevista no n.º 2 do artigo 5.°
Art. 10.° - 1 - Poderão ser emitidas obrigações em qualquer das modalidades admitidas por lei, mediante deliberação dos accionistas ou deliberação do conselho de administração.
2 - Às obrigações emitidas pela sociedade aplica-se o disposto no n.º 4 do artigo 7.°
CAPÍTULO III
Órgãos sociais
SECÇÃO I
Disposições gerais
Art. 11.° - 1 - São órgãos da sociedade a assembleia geral, o conselho de administração e o conselho fiscal.
2 - Os membros da mesa da assembleia geral, do conselho de administração e do conselho fiscal são eleitos em assembleia geral por períodos de três anos e podem ser reconduzidos uma ou mais vezes, contando-se como completo o ano civil em que foram eleitos.
Art. 12.° Uma minoria de accionistas que tenha votado contra a proposta que fez vencimento na eleição dos administradores tem direito de designar um administrador, contanto que essa minoria represente, pelo menos, 10% do capital social.
SECÇÃO II
Assembleia geral
Art. 13.° - 1 - Os accionistas com direito de voto poderão participar nas assembleias gerais desde que as suas acções estejam registadas ou, no caso de acções ao portador não registadas, depositadas numa instituição de crédito ou na sociedade até 10 dias antes daquele em que a assembleia geral deva reunir em primeira convocatória.
2 - A representação de accionistas em assembleia geral poderá fazer-se em qualquer pessoa, sendo instrumento suficiente de representação uma carta dirigida ao presidente da mesa da assembleia geral.
Art. 14.° - 1 - A mesa da assembleia geral é constituída por um presidente, um vice-presidente e um secretário.
2 - Compete ao presidente convocar assembleias gerais, dirigi-las e praticar quaisquer actos previstos na lei, nos presentes estatutos ou em deliberação dos accionistas.
3 - O presidente é substituído, nas suas faltas e impedimentos, pelo vice-presidente.
Art. 15.° - 1 - A assembleia geral reunirá no 1.° trimestre subsequente ao encerramento do exercício anterior.
2 - A assembleia geral reunirá ainda sempre que o requeiram o conselho de administração, o conselho fiscal ou os accionistas que representem, pelo menos, 5% do capital social.
Art. 16.° - 1 - As reuniões da assembleia geral serão convocadas com a antecedência e nos termos previstos na lei, podendo a convocação ser efectuada por carta registada em substituição da publicação da convocatória enquanto forem nominativas todas as acções da sociedade.
2 - A assembleia geral pode deliberar, em primeira convocação, desde que estejam presentes ou representados accionistas que detenham mais de dois terços do capital social.
3 - No aviso convocatório poderá logo fixar-se uma data alternativa para a reunião da assembleia geral, para o caso de a mesma não poder reunir na data inicialmente marcada por falta de quórum constitutivo, devendo entre as duas datas indicadas mediar mais de 15 dias.
Art. 17.° - 1 - Os accionistas podem deliberar sobre todos os assuntos que não sejam da competência exclusiva de outros órgãos sociais.
2 - Compete, em especial, à assembleia:
a) Deliberar sobre o relatório do conselho de administração e as contas de exercício;
b) Deliberar sobre a proposta de aplicação dos resultados;
c) Apreciar a administração e a fiscalização da sociedade;
d) Eleger os membros dos órgãos sociais.
3 - Salvo quando a lei ou os presentes estatutos exigirem maioria qualificada superior, as deliberações da assembleia geral são tomadas com os votos correspondentes a acções que representem mais de 50% do capital social.
SECÇÃO III
Administração da sociedade
Art. 18.° - 1 - A administração da sociedade será exercida por um conselho de administração composto por três ou cinco membros.
2 - Compete à assembleia geral eleger, de entre os membros do conselho de administração, o respectivo presidente.
3 - A responsabilidade dos administradores poderá ser dispensada de caução por deliberação da assembleia geral.
4 - As remunerações dos administradores serão fixadas pela assembleia geral ou por uma comissão de vencimentos por aquela nomeada.
Art. 19.° O conselho de administração terá os poderes de gestão e representação da sociedade que lhe forem cometidos por lei, pelos presentes estatutos e pelas deliberações dos accionistas.
Art. 20.° O conselho de administração poderá delegar num administrador ou numa comissão executiva de três administradores a gestão corrente da sociedade, devendo a deliberação de delegação fixar os limites da mesma.
Art. 21.° A sociedade obriga-se perante terceiros:
a) Pela assinatura conjunta de dois administradores, um dos quais deve pertencer à comissão executiva, quando esta exista;
b) Pela assinatura do administrador-delegado, quando exista, dentro dos limites da delegação.
Art. 22.° - 1 - O conselho de administração reúne sempre que convocado pelo presidente ou por dois administradores.
2 - Independentemente do disposto no número anterior, o conselho de administração reunirá, pelo menos, uma vez por mês.
3 - Os membros do conselho de administração serão convocados por escrito com a antecedência mínima de cinco dias, salvo se a totalidade dos administradores estiver presente ou representada ou se se tratar de reuniões com periodicidade fixa estabelecida em acta anterior e devidamente aprovada, casos em que é dispensada a convocatória.
Art. 23.° - 1 - O conselho de administração não poderá deliberar sem que esteja presente ou representada a maioria dos seus membros.
2 - As deliberações são tomadas pela maioria dos votos emitidos.
3 - Qualquer administrador poderá fazer-se representar em cada sessão por outro administrador, sendo que os poderes de representação conferidos devem constar de carta dirigida ao presidente, válida apenas para uma reunião.
4 - Qualquer administrador poderá votar por correspondência.
SECÇÃO IV
Fiscalização da sociedade
Art. 24.° - 1 - A fiscalização da sociedade compete a um conselho fiscal composto por três membros efectivos e um suplente.
2 - Um dos membros efectivos e o suplente serão revisores oficiais de contas ou sociedades de revisores oficiais de contas.
Art. 25.° O conselho fiscal reunirá todos os trimestres e sempre que tal for solicitado por qualquer dos seus membros ou pelo conselho de administração.
CAPÍTULO IV
Disposições finais
Art. 26.° - 1 - O ano social coincide com o ano civil.
2 - Os resultados apurados em cada exercício, exceptuada a parte destinada à constituição ou reintegração das reservas legal e de renovação e conservação, terão a aplicação que a assembleia geral deliberar.