Louvor 623/2005. - No termo das minhas funções governativas como Ministro da Administração Interna, é com o mais profundo reconhecimento e apreço que louvo o tenente-general Carlos Manuel Mourato Nunes, comandante-geral da Guarda Nacional Republicana, pela excepcional competência técnica e profissional e pelas singulares qualidades pessoais colocadas em prol do interesse público e pela extraordinária capacidade de execução, atributos que marcam a sua extensa e meritória carreira e que foram determinantes para o muito relevante sucesso na prossecução das difíceis e exigentes missões que foram cometidas à Guarda Nacional Republicana.
Fazendo jus ao seu longo e brilhante curriculum, adquirido no exercício de diversos, importantes e prestigiantes cargos em organizações militares e civis, o tenente-general Mourato Nunes soube imprimir na condução da Guarda Nacional Republicana uma visão de grande profundidade estratégica, fundada nos desígnios, capacidades e potencialidades da instituição e nas exigências e expectativas dos cidadãos e entidades que tem por missão servir.
Relevo o notável e exemplar trabalho do tenente-general Mourato Nunes no quadro da participação da Guarda Nacional Republicana nas operações de manutenção da paz e restabelecimento da segurança no Iraque, no qual, com irrepreensível sentido do dever e de missão, superior conhecimento operacional e perspicaz discernimento, soube criar as condições materiais e anímicas para a projecção de uma força devidamente equipada, altamente profissionalizada e disciplinada, totalmente empenhada e abnegada, que, num cenário de extrema adversidade e tensão, granjeou, em proveito da Guarda e de Portugal, os maiores êxitos e a maior admiração e apreço dos parceiros da coligação e de todos os países que acompanharam a situação naquele teatro de operações.
É igualmente de enaltecer o seu reiterado empenho e inexcedíveis determinação e entusiasmo no processo de constituição da Força de Gendarmerie Europeia, conseguindo, com firmeza, tenacidade e argúcia, posicionar a Guarda Nacional Republicana e Portugal na vanguarda de uma iniciativa determinante para a política de segurança e defesa europeias.
Em resposta aos anseios e exigências da sociedade dos nossos dias, o tenente-general Mourato Nunes reafirma a sua visão estratégica através da aposta na elevação da qualidade e no aprofundamento da actuação da Guarda no âmbito das matérias do ambiente e da protecção da natureza, especialização da Guarda, hoje amplamente reconhecida pelo seu mérito e eficácia, cuja projecção e notoriedade se deve em grande medida ao seu decisivo impulso.
Neste como em tantos outros domínios inerentes à ampla missão da Guarda ao serviço da segurança das populações e dos seus bens, de que se destacam a clara melhoria na segurança rodoviária, a esforçada acção no âmbito fiscal e aduaneiro, a Guarda tem vindo a destacar-se no cumprimento das suas inúmeras atribuições, sempre sob a sua firme, entusiástica e empreendedora orientação. De realçar ainda o oportuno e perspicaz relevo que, desde o primeiro momento, deu à consolidação da vertente da investigação criminal, apostando na criação de uma estrutura sólida e especializada, suportada no conhecimento científico e técnico, no rigor dos procedimentos e na dotação tecnológica, factores indissociáveis da recente contenção da criminalidade verificada na sua área de responsabilidade.
Dotado de uma notável craveira intelectual e raros dotes de comunicação, o trato franco e afável, a irrepreensível lealdade e postura ética são reflexos da sua sólida formação moral e exemplar carácter, que, aliados a um profundo sentido de Estado e a uma visão esclarecida, estratégica e global, consubstanciam as suas invulgares qualidades de liderança. Por tudo isto, o tenente-general Carlos Manuel Mourato Nunes referencia-se como ilustre servidor do seu país, sendo credor de que os serviços por si prestados sejam qualificados como extraordinários, relevantes e distintíssimos, deles resultando honra e lustre para a Guarda Nacional Republicana e para Portugal.
É-lhe, pois, plenamente devido o reconhecimento pelas elevadas qualidades e mérito profissionais e pessoais que este público louvor expressa, em meu nome e do Governo.
7 de Março de 2005. - O Ministro da Administração Interna, Daniel Viegas Sanches.