Louvor 1020/2004. - Louvo o major-general António José Afonso Lourenço pelas excepcionais virtudes militares e relevantes qualidades pessoais de que deu mostras ao longo do período em que serviu o Ministério da Administração Interna na Guarda Nacional Republicana.
Oficial general de uma formação moral notável, de uma dedicação invulgar, culto e idealista, profundamente arreigado à carreira das armas, soube, pela sua conduta, ser um exemplo para os seus subordinados, construindo uma imagem forte, prestigiada e impoluta, que cativou, pela simplicidade e pela riqueza do seu carácter, todos os que com ele privaram.
Em todos os momentos e circunstâncias, o major-general Lourenço pautou a sua acção pela assunção consciente e pela prática continuada de valores como a dignidade, a frontalidade, a coragem e a lealdade, tendo sempre desempenhado as suas funções de forma muito segura, coerente e orientada para a rentabilização dos recursos humanos e materiais colocados à sua disposição, procurando atingir elevados padrões de eficiência nas unidades confiadas à sua responsabilidade. Comandou, sucessivamente, a Escola Prática da Guarda, a Brigada Territorial n.º 2 e a Brigada de Trânsito, esta última numa conjuntura particularmente melindrosa e difícil. Deu mostras, em todas elas, de extraordinárias qualidades de comando, invulgar zelo e apego aos seus homens, o que lhe permitiu exercer a autoridade de que estava investido de uma forma insofismável e congregar ao seu redor oficiais, sargentos e praças, motivando-os e fortalecendo os laços que os unem, desenvolvendo um salutar espírito de corpo tão necessário à execução de todas as tarefas, sobretudo das mais exigentes, perigosas e arriscadas.
Oficial que se entregou permanentemente à causa pública, que serviu a sua profissão despido de ambição pessoal, que interiorizou com nobreza e orgulho a sua condição de militar, que, constantemente, anulou os seus interesses perante os da instituição e os do País, que soube, em múltiplas situações, renunciar à atracção da vaidade e da notoriedade fácil e efémera e que, com naturalidade, caracterizou todas as suas acções com um cunho, muito próprio e indelével, de disponibilidade, espírito de sacrifício, abnegação e humanismo.
O major-general António José Lourenço é um homem e um militar de eleição, epítetos que conquistou ao longo dos quase 40 anos em que tem vindo a servir Portugal, tanto no Exército como na Guarda Nacional Republicana, e é uma efígie de camaradagem, sentido do dever, espírito de missão, entusiasmo, disciplina, determinação, isenção e rigor, devendo os seus serviços ser considerados extraordinários, relevantes e distintíssimos, dos quais resultou honra e lustre para a Pátria e para a Guarda Nacional Republicana.
28 de Outubro de 2004. - O Ministro da Administração Interna, Daniel Viegas Sanches.