Despacho 21 386/2003 (2.ª série). - Nos seus 75 anos de existência, a Casa de Saúde de São Rafael afirmou-se como instituição cimeira nos contextos nacional e regional, ao intervir, com rigorosa dedicação, num domínio tão exigente e complexo como é o da saúde mental.
Apostando no respeito pela dignidade humana do doente do foro psiquiátrico, a Casa de Saúde de São Rafael definiu para si um caminho assente não apenas no tratamento convencional mas também e sempre na valorização pessoal do doente, de maneira a procurar o seu bem-estar, a sua integração afectiva e social e o reforço da sua própria auto-estima.
Fê-lo, sem dúvida, em obediência a princípios éticos e a valores cívicos entre os quais se adivinham um profundo sentimento de solidariedade, uma visão humanista do mundo e da vida e uma exigência, conseguida, de boas práticas.
Desse modo foi possível introduzir e continuar nos Açores uma nova atitude perante o doente e a doença mental tradicionalmente segregados, excluídos e sem acesso ao limiar da condição humana, assim se promovendo também uma adequada consciência social do problema.
Por isso, quer pela qualidade técnica do seu trabalho quer pela cultura institucional que soube edificar como exemplo, caberá aos portugueses em geral e aos açorianos em particular reconhecer, com gratidão, o papel muito meritório que a Casa de Saúde de São Rafael tem desempenhado ao longo da sua história, acção que, agora, publicamente louvo.
24 de Outubro de 2003. - O Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, Álvaro José Brilhante Laborinho Lúcio.