Louvor 1886/2002. - Louvo o general piloto aviador, NIP 000129-F, Evandro Botelho de Amaral, no momento em que termina o tempo de serviço activo nas funções de presidente do Supremo Tribunal Militar, pela sua extraordinária competência, notáveis qualidades militares e humanas e pelo elevado sentido de bem servir demonstrados ao longo dos cerca de 46 anos da sua brilhante e exemplar carreira militar.
No longo trajecto da sua vida militar, o general Botelho de Amaral demonstrou possuir, para além de uma excelente formação moral, uma grande sobriedade de atitudes, trato afável e enorme nobreza de carácter. Todos estes atributos pessoais, aliados à sua longa experiência, excelente metodologia e capacidade de trabalho, lucidez e ponderação colocadas nas suas decisões, bem como ao seu fácil e generoso relacionamento, contribuíram de uma forma natural e espontânea para merecer a estima e o respeito de todos aqueles que com ele se relacionaram.
Iniciando a sua vida profissional na área operacional, consequência da sua formação académica e especilização técnica, cedo evidenciou uma sólida maturidade, grande iniciativa e espírito de missão no desempenho das suas funções como elemento integrante das tripulações de voo, na execução de missões de transporte aéreo de longo curso, quer na qualidade de comandante de bordo quer como piloto instrutor, demonstrando sempre um elevado nível de execução, sentido de responsabilidade e bom senso nas suas decisões.
Como oficial superior, mereceu da parte da hierarquia da Força Aérea a confiança necessária ao desempenho dos mais diversificados cargos de comando e de chefia nas mais variadas áreas, conseguindo colocar sempre em evidência as suas elevadas capacidades de comando e direcção, extrema lealdade, elevado sentido do dever e da disciplina e incondicional disponibilidade, referências essas diversas vezes reconhecidas publicamente pelos seus superiores hierárquicos.
Como oficial general, são de destacar os seus desempenhos no exercício das funções de director do Serviço de Instrução, de director do Serviço de Pessoal e, posteriormente, de subchefe do Estado-Maior para o Pessoal e comandante de Pessoal da Força Aérea, tendo desenvolvido um trabalho decisivo na melhoria da qualidade técnico-profissional do pessoal militar deste ramo das Forças Armadas, o que tem vindo a permitir, num esforço de formação e gestão adequada, enfrentar com grande confiança os constantes avanços tecnológicos verificados nos últimos anos.
Posteriormente, no desempenho das funções de comandante logístico-administrativo, de inspector-geral e mais tarde como vice-chefe do Estado-Maior da Força Aérea, o general Botelho de Amaral evidenciou o seu profundo conhecimento da Força Aérea, retirando o máximo proveito das suas qualidades pessoais, da sua sólida formação de base e da longa experiência acumulada pelo exercício de comando nos mais altos cargos da escala hierárquica, em áreas tão diversificadas e complexas como aquelas que ao pessoal e à logística dizem respeito.
Desempenhando as funções de presidente do Supremo Tribunal Militar, o general Evandro de Amaral conseguiu, fruto da sua personalidade e prestígio pessoal, manter com os restantes órgãos de magistratura do Estado uma relação harmoniosa, cordial e construtiva. Importante foi também a colaboração prestada na reforma do sistema de justiça militar, quer pelo contacto e permanente apoio aos representantes do tribunal designados para a comissão de revisão, quer pelo documento que elaborou sobre as perspectivas de reforma.
É pois de inteira justiça que, neste momento em que o general Evandro Botelho de Amaral deixa as funções de um dos mais elevados cargos da estrutura militar, o Ministro da Defesa Nacional considere ser de enaltecer e destacar este distinto oficial pelos extraordinários serviços por si prestados, dos quais resultou honra e lustre para a instituição militar, considerando-os de elevado mérito, de excepcional relevância e distintíssimos para as Forças Armadas, para a Defesa Nacional e para o País.
12 de Março de 2002. - O Ministro da Defesa Nacional, Rui Eduardo Ferreira Rodrigues Pena.