Louvor 82/2002. - Cessa funções no próximo mês, como secretária da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, a Dr.ª Maria Ângela Pires.
Dos dedicados e competentes 38 anos em que serviu a função pública, os últimos 5 anos e meio foram por ela passados no cargo que agora vai deixar, por motivo de aposentação.
Foi longa a sua dedicação à Universidade; foi curta, mas muito intensa e fecunda, a sua colaboração com a Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.
Entrou nesse cargo por concurso público: a escolha ficou a dever-se apenas às suas qualidades, à sua experiência e ao seu mérito, absoluto e relativo, e não a qualquer favor pessoal, político ou corporativo.
Ajudou a pôr de pé, a partir do zero, não apenas uma nova instituição universitária, mas também, e sobretudo, um novo projecto, um novo estilo, "uma nova maneira de estudar e ensinar o direito".
A sua participação na comissão instaladora foi de alto nível e da maior utilidade. Mas foi como secretária da Faculdade -e, por inerência, como vogal do conselho directivo e do conselho administrativo- que a Dr.ª Maria Ângela Pires se revelou, no mais alto grau, como grande servidora do Estado e da Universidade.
Excelente administradora, dominando por completo os meandros complexos da legislação administrativa e financeira aplicável e possuidora de enorme capacidade de gestão dos recursos humanos e materiais sob a sua direcção, conseguiu -sem aparente dificuldade, mas à custa de muito esforço e de intenso trabalho em horas suplementares não remuneradas- fazer funcionar com elevado rendimento um aparelho incipiente, lançar as bases de uma estrutura permanente virada para o futuro, arranjar meios para projectos e acções importantes, mesmo quando parecia impossível consegui-los, e tudo isto sem uma única derrapagem orçamental, fenómeno hoje infelizmente tão frequente em múltiplos sectores da nossa Administração Pública.
A tarefa da Dr.ª Maria Ângela Pires foi, contudo, ainda mais pesada e complexa porque o director da Faculdade, tendo nela a maior confiança, lhe delegou todas as competências que por lei eram delegáveis, fazendo dela um verdadeiro "administrador-delegado", que decisivamente contribuiu para um funcionamento muito eficaz e, em múltiplos aspectos, exemplar da Faculdade e dos seus serviços.
Por causa de tudo isto, a Dr.ª Maria Ângela Pires, dotada de uma sólida cultura geral e de uma requintada sensibilidade humanista, foi um elemento-chave na criação de um magnífico ambiente de trabalho entre órgãos e serviços da Faculdade, bem como nas relações com todos os elementos do corpo docente, com o pessoal afecto à administração escolar e, de modo muito especial, com os estudantes e a respectiva Associação, fazendo deles -sem qualquer cedência demagógica- interlocutores permanentes e participantes activos na vida e na gestão da Faculdade, como era vontade expressa do director.
Quando um dia se fizer a história da fase de instalação e arranque da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, todos hão-de reconhecer, com naturalidade e sem esforço, que esta excelente funcionária foi um dos pilares fundamentais em que assentou alicerces o edifício institucional e humano desta escola tão importante no panorama do ensino superior universitário português.
Nestes termos, louvo os altos, relevantes e decisivos serviços prestados pela Dr.ª Maria Ângela Pires, entre 1996 e 2002, como secretária da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.
31 de Dezembro de 2001. - O Director, Diogo Freitas do Amaral.