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Portaria 2147/2001, de 18 de Dezembro

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Texto do documento

Portaria 2147/2001 (2.ª série). - Ao abrigo do artigo 2.º do Decreto-Lei 464/74, de 18 de Setembro, manda o Chefe do Estado-Maior da Armada:

1.º De harmonia com o preceituado no artigo 187.º do Regulamento da Escola Naval (Portaria 471/86, de 28 de Agosto) admitir, em 12 de Outubro de 2001, como cadetes do curso "Gaspar Corte Real" os cadetes candidatos a seguir mencionados, os quais foram classificados conforme o estabelecido no artigo 188.º do Regulamento acima referido, pela ordem seguinte:

Marinha:

20801 - Maria Antónia Glória Galego.

20901 - Telmo Geraldes Dias.

21101 - João Manuel Góis Cancela.

21301 - Ana Patrícia Lisboa Leitão Dias da Trindade.

21401 - Pedro Torres dos Santos Vacas de Carvalho.

21501 - Susana Cristina Martins da Silveira Teodoro.

21601 - Dário Tito dos Santos Silva Precioso.

21701 - Ana Isabel Carrapiço Pereira.

21901 - João Leal de Faria Dias Pinheiro.

22101 - João Nuno Amaro de Bettencourt Calado.

22501 - Vanda Sofia da Silva Carvalho.

22701 - Doris Filipa Ribeiro Fonseca.

22801 - José Miguel Jacinto Canto.

22901 - Hugo Miguel Vieira Gomes.

23101 - Alexandre Manuel Oliveira de Sousa Robalo.

23201 - Jorge Moreira da Silva Ângelo.

23301 - Manuel Jorge Pereira da Ponte.

23401 - Marta Isabel Fernandes Araújo.

23501 - Bruno Alexandre Ferreira Rendeiro.

24101 - Pedro Fernando de Sousa Vieira.

24201 - Diogo Gonçalves Firme Pires.

24301 - Luís Carlos Cabral Pinto Pires.

24401 - Paulo Ricardo Oliveira Macedo da Silva.

24701 - Robert Meijburg Viola.

24801 - Paulo Miguel Faria.

24901 - Lígia Alexandra Henriques Alves.

25001 - Pedro Miguel de Sousa Henriques Vitorino.

25101 - Flávio André Pereira Eusébio.

25201 - José Carlos Direito Coelho.

25301 - Tânia Filipa Farinha de Campos Marques.

25401 - Ana Rita Nunes Parreira.

25501 - Isabela Patrícia de Oliveira Silvestre.

Engenheiros navais:

20601 - Paulo Filipe da Silva Machado (ENMEC).

21201 - Ana Lília Fialho Pires (ENMEC).

21801 - João Ruano Nogueira Luís (ENAEL).

22001 - Nuno de Almeira e Silva Fernandes (ENMEC).

22201 - Vanessa Cristina Pita Fróis Duarte (ENMEC).

22301 - José Carlos de Carvalho Xavier (ENMEC).

22601 - André Manuel Marques Ferreira (ENAEL).

23601 - Ricardo Daniel de Oliveira Marchão (ENMEC).

23801 - Félix Afonso Alonso Pereira, (ENMEC).

24001 - Miguel Barata Correia Pinheiro Simões (ENMEC).

24501 - Cátia Alexandra Santiago Ferreira (ENMEC).

25601 - Paulo António Correia Coimbra Vicente (ENAEL).

Administração naval:

21001 - Lara Alexandra Marçal Tomás Martins.

22401 - João Francisco Pereira da Costa Pestana.

23701 - Francisco Jaime Rodrigues de Abreu Morgado Mendes.

23901 - Glória Patrícia Quintas Pires Robalo.

24601 - Fernando José Mesquita dos Santos.

9308999 - Ângela Marisa Luísa Bento - 2.º Mar CRC.

Fuzileiros:

20701 - Carlos Manuel Mau Raposo.

23001 - Bruno André Barreto da Costa Pinho.

Médicos navais:

20001 - Carina Isabel da Rocha Fernandes.

20101 - Bruno Filipe Pacheco Stuart Borges.

20201 - Maria Clara Machado Cordeiro.

20301 - André Miguel de Pinho Moreira.

20401 - Diogo d'Agorreta d'Alpuim Santos Costa.

20501 - Ana Cristina da Silva Pratas.

2.º Adoptar como patrono para os referidos cursos, de acordo com o disposto no artigo 178.º do Regulamento da Escola Naval, "Gaspar Corte Real".

Gaspar Corte Real nasceu em Tavira, cerca de 1450, no seio de uma família empreendedora e ambiciosa, ligada ao mar e às conquistas ultramarinas desde os tempos do infante D. Henrique. Seu pai fora fidalgo da casa de D. Fernando, duque de Viseu e irmão de Afonso V. Homem de grande energia, João Vaz Corte Real, de seu nome - concentrou a sua actividade entre Ceuta, Tavira e os Açores, onde foi capitão donatário de Angra e da ilha de São Jorge. Para os negócios ultramarinos arrastou naturalmente os filhos, mas foi a Gaspar que coube partir para as ilhas atlânticas ainda com tenra idade, recebendo as suas próprias terras e administrando a capitania em nome do pai, sempre que ele se ausentava. A condição de filho mais novo não lhe dava grandes vantagens numa eventual herança, e isso estimulou-lhe o engenho e a argúcia para intuir novas empresas, levando-o buscar a seu espaço, num Portugal onde fervilhavam os sonhos de ilhas distantes, com navios a partir e a chegar a todo o instante. À corte, a Lisboa, de toda a parte vinham homens pedir ao rei que lhes desse meios e autorização para descobrir terras além oceano, e naturalmente que as ilhas dos Açores deviam ser um local privilegiado para que a imaginação se soltasse, entusiasmando os aventureiros que olhavam para o mar, do alto das escarpas, vendo o sol desaparecer para lá do horizonte.

Gaspar esteve, portanto, no centro desta vertigem de descobrir coisas novas e de obter assim os meios de criar a sua própria fortuna. E, sabe-se que, antes do final do século, fez uma ou mais expedições organizadas com custos, pessoal e navios próprios. O que não conhecemos é qual o destino que levaram nem temos qualquer notícia de descobertas feitas nessa altura. Contudo, no princípio do Verão do ano 1500, saiu de Lisboa com uma nau possante, passou em Angra, onde se lhe juntou outro navio, e seguiu para noroeste até avistar uma terra a que chamou de Terra Verde (talvez a Gronelândia, que daí herdou o nome). Não conseguiu aproximar-se devido aos gelos e apenas lhe ficaram as imagens de altas montanhas com densos arvoredos, olhados de um mar pejado do bacalhau que já era conhecido da Europa, apanhado e seco pelos ingleses e irlandeses ao largo das ilhas Feroé e da Islândia. Regressou a Lisboa ainda nessa ano, mas pelos meados da Primavera de 1501, partiria de novo. Desta vez levava três navios e estava decidido a não voltar sem trazer notícias mais concretas sobre o que avistara.

Especula-se hoje sobre o que procurava efectivamente Gaspar Corte Real; seriam, de facto, terras ou ilhas? ou seria uma outra passagem para o Oriente, contornando o continente americano, cuja existência já tinha sido intuída ? ... A concessão que lhe faz D. Manuel no ano 1500 diz claramente que são concedidos direitos sobre "ilhas ou terra firme que venha a descobrir", e esse parece ser o propósito mais óbvio de uma iniciativa efectuada a custas próprias, depois do oceano ocidental já ter sido dividido entre portugueses e espanhóis, com o Tratado de Tordesilhas. De que lhe valia descobrir uma passagem se ela conduzia ao espaço de jurisdição espanhola? Estaria a empenhar os seus bens numa empresa de que não poderia colher frutos. Gaspar Corte Real procurava terras e encontrou-as, de facto. Só não conseguiu alcança-las em 1500 porque os mares gelados não lho permitiram. Contudo, no ano seguinte foi até ao cabo que já avistara, contornou-o por sul e voltou a encontrar terra que foi explorando, numa extensão de varias centenas de milhas, consubstanciado o aspecto mais importante do que era o "descobrimento" dos séculos XV e XVI: saber exactamente como tinha sido encontrada a nova terra, para que lá se pudesse voltar sempre.

A 9 de Outubro de 1501, chega a Lisboa uma das naus que o acompanhara. Trás a bordo grande quantidade de produtos locais e sete nativos capturados. Outro navio chega a 11 do mesmo mês, trazendo cerca de 50 cativos e também produtos locais. Dizem-nos os que voltaram que aquelas terras tinham pinheiros muito altos, adequados para fazer mastros, frutos diversos e deliciosos, animais e gente que se dedicava à pesca num mar excepcionalmente rico. Era o bacalhau da Terra Nova, que viria a ser conhecido dos portugueses até à actualidade. Uma carta náutica portuguesa, datada de 1502, mostra-nos, de facto, a Terra Nova, com as árvores muito direitas, tal como constam no relato. E está enganadoramente puxada para Leste, para que possa ser chamada de Terra de El-Rei de Portugal. Por cima, num listel, diz-nos que foi descoberta por Gaspar Corte Real, por mandado do referido rei. É a derradeira informação sobre o insigne marinheiro que mandou seguir os navios para Portugal e que resolveu ficar no noroeste atlântico, continuando a explorar a costa que descobrira. Nova Escócia? Nova Inglaterra? Até onde terá chegado? Não sabemos. Desapareceu como? ... Talvez engolido por um ciclone extratropical, como viria a acontecer com muitos outros navios ao longo dos séculos seguintes. Pagou com a vida a perseverança com que quis continuar a sua missão, mas não deixou de mandar a Portugal a notícia daquela nova terra que veio a ser a Terra Nova do Bacalhau.

28 de Novembro de 2001 - O Chefe do Estado-Maior da Armada, Nuno Gonçalo Vieira Martins, almirante.

Anexos

  • Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/1962088.dre.pdf .

Ligações deste documento

Este documento liga aos seguintes documentos (apenas ligações para documentos da Serie I do DR):

  • Tem documento Em vigor 1974-09-18 - Decreto-Lei 464/74 - Conselho dos Chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas - Estado-Maior da Armada

    Fixa a composição da Marinha e define a competência do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA).

  • Tem documento Em vigor 1986-08-28 - Portaria 471/86 - Ministério da Defesa Nacional

    Aprova o Regulamento da Escola Naval (REN).

Aviso

NOTA IMPORTANTE - a consulta deste documento não substitui a leitura do Diário da República correspondente. Não nos responsabilizamos por quaisquer incorrecções produzidas na transcrição do original para este formato.

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