Louvor 651/2000. - Louvo o major de infantaria CMD Para NIM 16600984, Joaquim Alberto Alves Santana, pela forma altamente honrosa e brilhante como desempenhou as funções de 2.º comandante do 1.º Batalhão de Infantaria Pára-Quedista Reforçado, integrado no contingente nacional que participou na Força de Manutenção de Paz da Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste (UNTAET) de 12 de Janeiro a 15 de Agosto de 2000.
Quer durante o período de preparação do Batalhão quer durante toda a missão, sempre pautou o seu desempenho e a sua conduta por um elevadíssimo sentido das responsabilidades e um excepcional zelo, a par de um inexcedível espírito de missão, revelando uma perfeita visão e esclarecimento das funções em que foi investido, sabendo assim merecer a total confiança do comandante de batalhão e contribuir decisivamente para os excelentes resultados obtidos pelo 1.º Batalhão de Infantaria Pára-Quedista Reforçado.
Igualmente relevantes foram todas as acções que desenvolveu no âmbito do reconhecimento efectuado ao território ainda no início de Janeiro e a sua total disponibilidade para, contrariamente ao planeado, permanecer em Timor Leste, não se poupando a quaisquer esforços para preparar da melhor forma possível a chegada do Batalhão. O trabalho que então desenvolveu junto das estruturas da INTERFET e da Peacekeeping Force da UNTAET existentes na altura, bem como a permanente troca de informação que manteve com a sua estrutura militar em Portugal, em muito contribuiu para o sucesso da projecção da força, nas suas componentes de material e pessoal, sendo determinante para os processos de recepção do material chegado por via aérea e de instalação inicial das unidades em Díli.
Oficial dotado de elevados dotes de carácter, extremamente correcto e leal e de irrepreensível comportamento moral, o major Joaquim Santana sempre se evidenciou pela firmeza e coerência dos seus actos e decisões tomadas na sequência das directivas recebidas, manifestando um apurado espírito de obediência e grande aptidão para bem servir nas mais diferentes circunstâncias. Chamado a desempenhar as funções de comandante das forças em parada em diversas cerimónias, com forças dos vários ramos das Forças Armadas e da Guarda Nacional Republicana presentes no território e perante as mais distintas entidades como o Presidente da República Portuguesa, o Primeiro-Ministro de Portugal e o representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas em Timor Leste, soube sempre estar à altura da missão através de uma irrepreensível postura e correcção, contribuindo decisivamente para a dignificação das forças que comandou e das próprias cerimónias.
Quer no desempenho das suas funções quer durante o período em que assumiu interinamente as funções de comandante de batalhão, desafio ao qual correspondeu cabalmente, sempre demonstrou ser possuidor de uma capacidade de planeamento e organização notável, afirmando-se como inteiramente digno de ocupar os postos de maior risco pela afirmação constante de reconhecida coragem moral e de indiscutível competência.
Possuidor de uma excepcional formação técnico-profissional, colocou inteiramente ao serviço do Batalhão toda a sua experiência anterior de participação noutras missões de apoio à paz, revelando um profundo conhecimento dos procedimentos e mecanismos a seguir neste tipo de missões, a par de um notável domínio da língua inglesa, o que lhe permitiu orientar da melhor forma os trabalhos das secções do Estado-Maior, contribuindo assim de forma decisiva para o desempenho do Batalhão nas mais diversas áreas. São igualmente de salientar os vastos conhecimentos técnicos que possui noutras áreas, nomeadamente em informática, comunicações e equipamento militar variado, o que em muito contribuiu para alcançar as melhores soluções na gestão dos meios disponíveis e para a resolução dos mais diversos problemas nessas áreas.
É ainda de destacar o inestimável contributo que deu à concretização do programa de treino não militar para as FALINTIL, através da idealização do respectivo programa de instrução inicial a partir da directiva recebida do comandante de batalhão e da sua elaboração com o auxílio de um reduzido grupo de trabalho e num muito curto espaço de tempo.
Pelas excepcionais qualidades e virtudes militares e humanas demonstradas, é o major Joaquim Santana digno de ser apontado ao respeito e consideração pública, devendo os serviços por si prestados ser considerados como extraordinários, relevantes e distintos, dos quais resultou honra e lustre para as Forças Armadas e para Portugal.
21 de Agosto de 2000. - O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Gabriel Augusto do Espírito Santo, general.