Ao cessar funções como Ministro de Estado e da Administração Interna, é com o mais profundo reconhecimento e o maior apreço que louvo o tenente-general Carlos Manuel Mourato Nunes, comandante-geral da Guarda Nacional Republicana, pela excelência das competências técnicas e profissionais e pelas extraordinárias qualidades pessoais demonstradas no desempenho das altas funções de comando e direcção que lhe estão cometidas e vem desenvolvendo através de uma acção permanentemente orientada pela intransigente defesa do interesse público e caracterizada por uma notável consistência estratégica e inexcedível capacidade de execução, cuja melhor expressão é o reconhecido sucesso operacional e a relevante qualidade do serviço prestado pela Guarda Nacional Republicana, a Portugal e aos portugueses.
Militar e dirigente da mais alta craveira, com uma brilhante carreira, desenvolvida no exercício de outros importantes cargos públicos, quer de natureza militar, quer de natureza civil, o tenente-general Mourato Nunes trouxe à Guarda uma liderança determinada, dinâmica e motivadora, projectando-a pelos caminhos da modernidade sem descaracterizar, antes reforçando, o património dos seus princípios e valores.
Interpretando correctamente e com grande sagacidade estratégica as grandes linhas orientadoras da política de segurança estabelecidas pelo Governo de Portugal, valendo-se dos seus notáveis atributos intelectuais, pessoais e profissionais, soube construir um ambicioso e bem estruturado projecto de desenvolvimento e valorização institucional da Guarda e definir os objectivos verdadeiramente relevantes e prioritários para a segurança dos portugueses, prosseguindo-os e alcançando-os, através de uma extraordinária acção de comando e direcção, que lhe permitiu desenvolver, qualificar e aproveitar com a máxima racionalidade todo o potencial de meios atribuídos à Guarda.
As suas excelsas qualidades de líder militar ficaram bem patenteadas na forma como a Guarda respondeu ao desafio de preparar e projectar uma companhia de intervenção para Timor-Leste, o que foi feito num período de 15 dias, um facto inédito em missões internacionais, ainda acrescido pela extrema qualidade operacional da Força projectada, dignificando Portugal aos olhos de todo o mundo.
Os seus dotes de lealdade, disponibilidade, sentido da honra e da disciplina, forte abnegação, espírito de sacrifício e inteira entrega à causa pública espelham-se na atitude dos homens e mulheres que comanda, sempre praticadas e particularmente evidenciadas na maneira pronta e altamente qualificada como foi criado e operacionalizado o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro, rapidamente tornado uma referência de competência e profissionalismo no âmbito das missões de protecção civil.
À excelência dos resultados operacionais no combate à insegurança, deve juntar-se e dar justo realce à crescente qualidade do serviço prestado pela Guarda, fruto de uma relação saudável e amiga com os cidadãos, as comunidades e as instituições com responsabilidades de segurança interna, decorrente de inovadoras estratégias de intervenção e de adequados programas de formação e qualificação pessoal e profissional, que definem bem a visão e a capacidade de realização do tenente-general Mourato Nunes, também amplamente evidenciadas no seu alto contributo para formação da EuroGendFor, consubstanciando o objectivo de projecção internacional da Guarda Nacional Republicana e da sua participação activa nos mais relevantes projectos de cooperação policial europeia e mundial, colocando Portugal na linha da frente da luta contra a criminalidade e insegurança globais.
A lealdade, a irrepreensível postura ética, o sentido de dever, a frontalidade, a competência e o saber científico e técnico que soube traduzir nas relações de trabalho com o Governo e em particular com o Ministério da Administração Interna, designadamente, a propósito do complexo e sensível processo de reestruturação da Guarda e do sistema de segurança, são reveladores da elevada estatura pessoal e profissional do tenente-general Mourato Nunes, em que sobressai o apego e o inquebrantável compromisso de inteira dedicação à causa pública e aos interesses do Estado e da Nação.
A serena lucidez, a confiança e a ponderação que se expressam na sua atitude de comando e liderança têm tradução objectiva na forma como os militares que comanda encaram as vicissitudes da sua profissão, sejam elas do âmbito operacional ou de índole institucional, como é o caso da reorganização da Guarda, em que imperou a tranquilidade e a responsabilidade de um comportamento individual e colectivo verdadeiramente exemplares.
Sob o esclarecido comando e a qualificada direcção do tenente-general Mourato Nunes, a Guarda Nacional Republicana está a ganhar a batalha da modernidade, ao nível da sua organização interna e da qualidade do seu produto operacional, cada vez mais sustentado na qualificação pessoal e na integração do elemento tecnológico e crescentemente mais consentâneo com as expectativas e exigências da sociedade portuguesa e os grandes desafios da segurança global; desde a protecção da natureza à protecção e socorro, passando pela antecipação estratégica e resposta operacional a fenómenos de grande impacte social como a criminalidade e insegurança em ambientes de vulnerabilidade e exclusão sociais ou a violência contra mulheres e menores, a Guarda projecta-se em Portugal, na Europa e no mundo com uma força de segurança moderna, fiável, competente e inteiramente comprometida com a liberdade e a segurança dos portugueses e com as responsabilidades externas do nosso país.
Militar que tem por ideal a dedicação altruísta à causa pública, que impôs a si mesmo princípios de rara abnegação, sacrifício e sensatez que servem de modelo, estímulo e motivação para todos os seus subordinados e para quem carácter, dignidade, frontalidade e lealdade são conceitos vivos e vividos, deve, por isso, ser apontado como referencial a todos os que com ele têm o privilégio de privar.
Nestes termos é de inteira justiça dar público testemunho da excelência dos serviços prestados pelo tenente-general Carlos Manuel Mourato Nunes, que devem ser qualificados como relevantes, extraordinários e distintíssimos, tendo contribuído significativamente para o prestígio, honra e lustre da Guarda Nacional Republicana e de Portugal.
É-lhe, pois, plenamente devido o reconhecimento pelas elevadas qualidades e mérito pessoais e profissionais que este público louvor expressa, em meu nome e do Governo.
16 de Maio de 2007. - O Ministro de Estado e da Administração Interna, António Luís Santos Costa.