Louvo, por proposta do comandante-geral da Guarda Nacional Republicana, o coronel de infantaria (1730257) João Alexandre Pimentel Marques Silveira, pelo nobre espírito de missão, extraordinária proficiência, permanente disponibilidade, elevados dotes de carácter e invulgar competência técnico-profissional, patenteados ao longo dos 33 anos de serviço na Guarda Nacional Republicana.
Iniciada a carreira, como oficial subalterno, no então Batalhão n.º 1, cedo demonstrou invulgar aptidão para o comando, a par da enorme generosidade e extraordinário estoicismo, atributos que soube estender a desempenhos como os de comandante da Companhia de Alistados, comandante de destacamento e comandante de grupo territorial e onde, mercê de impoluta conduta e da observância dos mais altos padrões de excelência e profissionalismo, vincou de forma indelével as suas especiais capacidades de liderança, temperando sempre o rigor e proficiência com a intransigente observância dos deveres militares e do respeito pelos direitos e liberdades individuais dos cidadãos.
As unanimemente reconhecidas capacidades de chefia conduziram-no à Repartição de Relações Públicas e Protocolo da Guarda Nacional Republicana, cargo onde teve oportunidade de extravasar qualidades como a afabilidade do trato, a esmerada educação e a capacidade de mobilização dos seus subordinados, daí resultando enormes benefícios para a imagem e prestígio da Guarda e a que não foram alheias a dinâmica e motivação que soube imprimir aos domínios do relacionamento, da colaboração e das parcerias com as mais diversas instituições, sempre norteado por um irrepreensível sentido do dever e por uma perseverança que, por inabalável, conduziriam à projecção e reconhecimento públicos da força de segurança que tão devotadamente serviu.
A permanente disponibilidade para ocupar os cargos de maior responsabilidade, do irresistível apelo da actividade eminentemente operacional, motivaram-no entretanto a enfrentar desafios de exigência ímpar, como o comando dos Grupos Territoriais de Penafiel e de Matosinhos, e onde, perante ambientes operacionais de extrema complexidade, foi capaz de associar, à coragem física e moral, um inabalável espírito de sacrifício, assumindo com denodo o combate a uma criminalidade crescente, sofisticada e não raras vezes violenta, sabendo arrastar nesse desígnio os seus subordinados, a quem sempre emprestou os melhores conhecimentos técnico-profissionais, a experiência e o espírito solidário, guindando-os com o seu exemplo a níveis de competência só ao alcance de líderes predestinados e capazes de obter os melhores produtos operacionais.
As suas qualidades humanas, as virtudes militares que sempre alardeou e a confiança que sempre soube merecer justificaram a escolha para comandar o Regimento de Infantaria, desafio último de uma carreira que, apesar de repleta de dificuldades ultrapassadas e de um prestígio duramente conquistado, em nada diminuiu a sua determinação, razão por que, recusando mais uma vez opções de indiscutível legitimidade e comodidade, se entregou às novas responsabilidades com rejuvenescida motivação, o habitual pundonor e a nobreza típica de quem, elegendo sempre a prossecução do interesse público como principal obrigação, nunca se contentou com outra recompensa que não a satisfação do dever cumprido.
Esta postura levou à congregação da unidade em redor de projectos estratégicos para a Guarda e para Portugal e sua concretização, tais como o Sub-Agrupamento ALFA, o qual esteve integrado e sob o comando táctico do Regimento MSU italiano, ficando sob o controlo operacional da Multinational Division MND (SE) sob comando inglês, constituída por forças de vários países, cuja área de responsabilidade foi o sudeste do Iraque, e que constituiu uma referência internacional.
Ainda neste capítulo, foi sob o seu comando que o Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro foi criado, constituindo um projecto inovador e que alcançou resultados expressivos, dignos de menção nacional, proporcionais ao profissionalismo investido. Por último, e ainda sob a sua responsabilidade, assistiu-se à projecção do Sub-Agrupamento BRAVO para Timor-Leste, inicialmente ao abrigo de um acordo bilateral entre os dois governos, passando a ficar sob a égide das Nações Unidas a partir de 25 de Agosto de 2006, mais uma vez reflectindo o grau da sua competência e determinação, recolhendo os mais rasgados elogios das autoridades timorenses.
O modo como geriu o sucesso da unidade foi mais uma vez demonstrativo do espírito despretensioso que o caracteriza.
Os atributos que incorpora o coronel Silveira, que radicam na serenidade, lucidez, abnegação, postura ética e lealdade irrepreensíveis, foram sempre colocados na defesa inabalável dos interesses da Guarda. Ao longo do período ao serviço da Instituição, pautou todos os seus actos pelos ditames da honra e de grande dedicação à causa pública, sendo justo que se manifeste publicamente o apreço pelo seu brilhantismo como pessoa e como militar e os serviços por si prestados sejam reconhecidos como extraordinariamente importantes e distintos, deles resultando lustre para a Guarda Nacional Republicana e para o País.
16 de Maio de 2007. - O Ministro de Estado e da Administração Interna, António Luís Santos Costa.