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Portaria 545/2012, de 12 de Outubro

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Sumário

Concede a medalha naval de Vasco da Gama ao comandante António Luciano Estácio dos Reis

Texto do documento

Portaria 545/2012

O comandante António Luciano Estácio dos Reis entrou para a Marinha em 1943, cumprindo uma brilhante carreira de 36 anos no serviço ativo, espelhada em variadíssimos louvores e condecorações. Passou à reserva em 1979, com o posto de capitão-de-mar-e-guerra, depois de ter cumprido uma derradeira comissão de serviço como adido naval junto da embaixada de Portugal em Paris. Esta sua passagem pela capital francesa, com os contactos diplomáticos inerentes ao cargo que desempenhava, despertou-o para a dificuldade persistente em afirmar a História de Portugal além-fronteiras, nomeadamente aquilo que dizia respeito à Expansão Portuguesa dos séculos xv e xvi e aos desenvolvimentos científicos e técnicos a ela ligados.

A passagem à reserva não significou, por isso, o fim da sua atividade na Marinha, dando-lhe agora uma componente cultural, que sempre fora uma paixão sua. Em 1980 foi colocado no Museu de Marinha e deu início a uma campanha para encontrar e reunir instrumentos náuticos antigos de origem portuguesa. Intrigava-o sobretudo que o astrolábio náutico - uma ferramenta indispensável das navegações quinhentistas - não tivesse deixado os vestígios próprios de uma tão vasta utilização. Pouco depois da sua iniciativa, começaram a aparecer astrolábios por toda a parte, alguns deles oferecidos e entregues ao Museu de Marinha ou a outras instituições museológicas e académicas. Hoje estão recenseadas várias dezenas de astrolábios.

Mas a ação de Estácio dos Reis não se restringiu à busca de astrolábios ou instrumentos náuticos antigos. Em 1982 fez parte da Comissão Cultural da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura e, pouco tempo depois, integrou a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, no âmbito da qual representou o nosso país em múltiplos eventos nacionais e internacionais, onde teve ocasião de divulgar os resultados dos estudos e investigações que vinha a desenvolver. Os seus conhecimentos foram particularmente apreciados pelos pares académicos que, sucessivamente, o solicitaram para integrar grupos e associações ligadas ao estudo da História da Ciência e da Técnica, com especial relevo para a Náutica, a Hidrografia e de tudo o que ao mar, aos navios e às navegações dizia respeito. Instituições como o Comissariado de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha de 1992, a EXPO-98, a Scientific Intrument Society de Londres, a Coronelli Society de Viena, a Comissão Internacional de História da Náutica e da Hidrografia, o Conselho Científico da Comissão Portuguesa de História Militar e o Grupo de Amigos de Relógios de Sol, são algumas das organizações que integrou ou de que ainda faz parte.

Em 1991 passou à situação de Reforma, por ter atingido o limite de idade, mas continuou, com afanosa dedicação, o seu trabalho de estudo e investigação histórica. Devemos à sua perseverante atenção e notável perspicácia a descoberta do único instrumento náutico dotado de um nónio construído segundo as regras definidas no século xvi pelo matemático português Pedro Nunes. Os seus trabalhos escritos e publicados contam-se por várias centenas, entre livros e artigos, muitos dos quais na Revista da Armada. E hoje, com 89 anos de idade, prossegue a sua atividade como investigador incansável, de que é exemplo a colaboração decorrente na Comissão Científica constituída pela Academia das Ciências de Lisboa e Fundação Calouste Gulbenkian, para a publicação das Obras Completas de Pedro Nunes.

É pois imperativo e de toda a justiça enaltecer e dar público testemunho das qualidades evidenciadas pelo capitão de mar-e-guerra António Luciano Estácio dos Reis, por considerar que os serviços prestados à Marinha, e à cultura naval ao longo de quase setenta anos e, especialmente, pela atividade cultural, de estudo e de investigação histórica produzida e publicada, de que resulta elevado prestígio para a Marinha Portuguesa e para a secular atividade marítima nacional.

Assim, manda o Chefe do Estado-Maior da Armada, nos termos do artigo 3.º do Decreto-Lei 49 052, de 11 de junho de 1969, conceder a medalha naval de Vasco da Gama ao comandante António Luciano Estácio dos Reis.

2 de agosto de 2012. - O Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, José Carlos Torrado Saldanha Lopes, almirante.

206439211

Anexos

  • Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/1356785.dre.pdf .

Aviso

NOTA IMPORTANTE - a consulta deste documento não substitui a leitura do Diário da República correspondente. Não nos responsabilizamos por quaisquer incorrecções produzidas na transcrição do original para este formato.

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