Considerando os relevantes serviços prestados pelo coronel José Júlio de Azevedo Valarinho à causa desportiva, e à esgrima em particular, como praticante, técnico, dirigente e estudioso da modalidade, que fazem dele um exemplo para todos os desportistas e militares;
Atendendo a que se distinguiu como praticante de esgrima ao fazer parte de várias equipas nacionais em eventos internacionais, nomeadamente, como membro da equipa nacional militar ao Campeonato CISMI de 1959 e das equipas de sabre e de espada nas Universíadas de 1959, sagrando-se também campeão nacional de sabre por equipas em 1971;
Considerando que o seu espírito esclarecido, conduta ética irrepreensível e formação técnica foram atributos essenciais para ser reconhecido o notável desempenho como mestre de armas do Colégio Militar, de 1969 a 1978, onde o seu laborioso trabalho, num período de quase total estagnação, teve como resultado a vitória aos seus alunos durante os primeiros três anos, 1969 a 1971, os quais se sagraram campeões dos escalões jovens às três armas, culminando com o título de campeão nacional por equipas (absolutos) da equipa de sabre do Colégio Militar, em 1971;
Considerando os resultados obtidos pela sala de armas do CDUL, clube em que conquistou a maior parte dos títulos nacionais, 21 no total, entre 1974 e 1989;
Considerando que, para além da sua atividade como mestre de armas no Colégio Militar, também se salientou como preletor em vários cursos organizados pela Direção-Geral dos Desportos e pela Federação Portuguesa de Esgrima, tendo sido inclusive professor de esgrima no Centro Cultural de Évora;
Considerando ser de relevar a sua participação na organização de diversas competições nacionais e internacionais, destacando-se a organização dos Campeonatos do Mundo de Esgrima Cadetes, realizados em Lisboa em 1989, os Campeonatos da Europa de Juniores de 1993 e 1999 e os Campeonatos do Mundo Absolutos, em 2002;
Considerando que, como membro dos corpos sociais da Federação Portuguesa de Esgrima, entre 1969 e 1993, foi árbitro nacional às três armas, tendo participado em inúmeras competições, para além de uma participação ativa em várias decisões que, fruto da evolução da esgrima portuguesa, se revelaram importantes para fazer emergir a modalidade nos campos nacional e internacional;
Considerando que, como dirigente, a sua dedicação à esgrima, a partir dos anos 80, se tornou quase uma opção de vida, encarando a sua ação como um serviço cívico e com espírito de missão, espírito que o levaria a concorrer à liderança federativa assumindo a presidência da Federação Portuguesa de Esgrima em 1 de março de 1993;
Considerando que, durante os seus vários mandatos, que terminariam em 15 de fevereiro de 2001, os atiradores portugueses obtiveram nas competições em que entraram resultados nunca antes alcançados, nomeadamente, um segundo lugar na classificação final da Taça do Mundo de 1998, duas medalhas de bronze, em 1996, e um título europeu;
Considerando que a nível internacional é também reconhecido o seu valor e dedicação, de que é paradigmático o ter sido eleito para a comissão de disciplina da Federação Internacional de Esgrima, lugar que ocupa desde 2000;
Considerando que é autor do livro Espadas e Floretes, publicado em 1993, que se debruça sobre a história da esgrima em Portugal, e que é também conferencista, destacando-se no final do Curso de Mestre de Armas um trabalho intitulado «A ofensiva na esgrima de sabre»;
Atendendo a que os galardões atribuídos, como a Medalha de Ouro da FIE em 1999, 2000 e 2002, e a Medalha de Mérito concedida pelo Comité Olímpico de Portugal, em 2004, patenteiam a consideração e o respeito pelo trabalho desenvolvido pelo coronel José Júlio de Azevedo Valarinho;
Considerando os serviços prestados em favor do desporto nacional e tendo em conta que os seus conhecimentos, competência e qualidades técnicas e humanas foram evidenciados em diversas vertentes, quer como praticante, quer como treinador, quer ainda como preletor e dirigente;
Considerando, por último, que a sua longa, prestimosa e diversificada carreira é um exemplo de vontade, determinação e dedicação em prol do desporto, que importa reconhecer e premiar:
Determina-se:
É concedida a medalha de mérito desportivo ao coronel José Júlio de Azevedo Valarinho, nos termos dos artigos 3.º e 6.º do Decreto-Lei 55/86, de 15 de março.
17 de janeiro de 2012. - O Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Alexandre Miguel Cavaco Picanço Mestre.
12102012
