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Decreto-lei 192/98, de 10 de Julho

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Sumário

Determina quais os ministérios competentes para aplicar as regras previstas na Convenção MARPOL 73/78 - Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973, à qual Portugal aderiu pelo Decreto 25/87 de 10 de Julho - e estebelece as respectivas competências.

Texto do documento

Decreto-Lei 192/98

de 10 de Julho

Em 1973, foi adoptada em Londres a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (Internacional Convention for the Prevention of Pollution from Ships, 1973 - MARPOL 73/78), que tem como objectivo prevenir e evitar todas as formas de poluição provocados por navios no mar.

As normas da referida Convenção foram explanadas ao longo de cinco anexos, e destinavam-se a eliminar a poluição do meio marinho pelos hidrocarbonetos, por substâncias líquidas nocivas transportadas a granel, substâncias prejudiciais transportadas por via marítima em embalagens, contentores, tanques portáteis, camiões-tanques e vagões-cisternas, por esgotos sanitários dos navios, por lixo dos navios, quer utilizando meios preventivos, quer accionando meios de controlo dirigidos a navios em risco de poluição.

Em 1978, foi aprovado um Protocolo à Convenção destinado a introduzir alterações como forma de actualizar e de aperfeiçoar algumas das regras da Convenção e que veio a facilitar a sua entrada em vigor em 1 de Outubro de 1983.

Portugal aderiu à Convenção (MARPOL 73/78) pelo Decreto do Governo n.º 25/87, de 10 de Julho, e às suas emendas por diplomas subsequentes, tornando-se por isso necessário levar a cabo na ordem jurídica interna a regulamentação da Convenção, como forma de aplicar e executar as regras nela previstas, destinadas a minimizar a poluição do meio marinho.

Atendendo a que a poluição do mar por hidrocarbonetos e outras substâncias e produtos poluentes, provocada pelos navios, toca uma multiplicidade de áreas, com especificidades próprias, da competência de diversos ministérios, importa identificar, de modo expresso e claro, quais os órgãos que terão a seu cargo dar cumprimento às disposições da Convenção.

De facto, o cumprimento das disposições da Convenção envolverá o Ministério dos Negócios Estrangeiros em matérias ligadas à cooperação técnica entre as Partes Contratantes da Convenção, o Ministério da Defesa Nacional no domínio da fiscalização da navegação, o Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território em tudo o que respeite à segurança das embarcações e o Ministério do Ambiente no que respeita à homologação dos produtos de combate à poluição.

Assim:

Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

Artigo 1.º

Objecto

O presente diploma determina quais os ministérios competentes para aplicar as regras previstas na Convenção MARPOL 73/78 e estabelece as respectivas competências.

Artigo 2.º

Âmbito de aplicação

Para efeitos do presente diploma, entende-se que a Convenção MARPOL 73/78, a que Portugal aderiu, abrange:

a) Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973;

b) Protocolo I- Disposições respeitantes aos relatórios sobre incidentes envolvendo substâncias prejudiciais;

c) Protocolo II - Arbitragem;

d) Anexo I - Regras para a prevenção da poluição por hidrocarbonetos;

e) Anexo II - Regras para o controlo da poluição por substâncias líquidas nocivas transportadas a granel;

f) Anexo III - Regras para a prevenção da poluição por substâncias prejudiciais transportadas por via marítima em embalagens, contentores, tanques portáteis, camiões-tanques e vagões-cisternas;

g) Anexo IV - Regras para a prevenção da poluição por esgotos sanitários dos navios;

h) Anexo V - Regras para a prevenção da poluição por lixo dos navios;

i) Protocolo de 1978 - Relativo à Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, 1973;

j) Emendas adoptadas tacitamente em conformidade com o previsto na Convenção.

Artigo 3.º

Ministérios competentes

A aplicação e execução das regras previstas na Convenção MARPOL 73/78 são da competência dos seguintes Ministérios:

a) Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE);

b) Ministério da Defesa Nacional (MDN);

c) Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território (MEPAT);

d) Ministério do Ambiente (MA).

Artigo 4.º

Competência do MNE

Ao MNE compete:

a) Implementar e coordenar os procedimentos inerentes à cooperação técnica entre as Partes da Convenção, conforme previsto no seu artigo 17.º;

b) Promover a participação nacional na arbitragem de eventuais conflitos entre Partes da Convenção, como previsto no artigo 10.º da Convenção.

Artigo 5.º

Competência do MDN

Ao MDN compete:

a) Efectuar a fiscalização e vigilância das águas sob jurisdição nacional, elaborando os respectivos relatórios e autos de notícia e instruindo os processos de contra-ordenação, em matéria de ilícitos de poluição marítima;

b) Desembaraçar os navios nacionais e estrangeiros em portos nacionais;

c) Colaborar na investigação de acidentes marítimos, dos quais resultem danos no meio marítimo.

Artigo 6.º

Competência do MEPAT

Ao MEPAT compete:

a) Inspeccionar e certificar os navios de bandeira portuguesa;

b) Participar na elaboração das emendas à Convenção, nos termos nela previstos;

c) Efectuar, em colaboração com o MDN, quando tal se justifique, o processamento dos relatórios de acidentes recebidos;

d) Colaborar nos procedimentos que forem estabelecidos no âmbito da cooperação técnica, conforme previsto no artigo 17.º da Convenção;

e) Investigar os acidentes que ocorram nos navios ou por eles provocados conforme estipulado no artigo 12.º da Convenção, no que concerne aos aspectos de segurança dos navios;

f) Promover a instalação dos sistemas de recepção e descarga dos produtos residuais nos portos nacionais, conforme previsto na Convenção;

g) Estabelecer as comunicações com a Organização Marítima Internacional (IMO), de acordo com as suas competências.

Artigo 7.º

Competência do MA

Ao MA compete:

a) Sugerir formas de colaboração entre os diversos departamentos, por forma a promover o mais eficaz combate à poluição marítima;

b) Homologar os produtos utilizados no combate à poluição por imersão no mar, devendo ser pedido parecer prévio ao Ministério da Saúde.

Artigo 8.º

Regulamentação facultativa

O anexo IV, de natureza não obrigatória, será objecto de legislação facultativa que determinará as condições da sua entrada em vigor.

Artigo 9.º

Regulamentação da Convenção

A regulamentação específica da Convenção e de cada um dos seus anexos, nomeadamente as regras técnicas complementares estabelecidas, bem como a fixação das taxas devidas pela execução de serviços, será publicada pelo Ministério competente.

Artigo 10.º

Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor 60 dias após a sua publicação.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de Fevereiro de 1998.

-António Manuel de Oliveira Guterres - Jaime José Matos da Gama - José Veiga Simão - João Cardona Gomes Cravinho - Elisa Maria da Costa Guimarães Ferreira.

Promulgado em 22 de Maio de 1998.

Publique-se.

O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.

Referendado em 29 de Maio de 1998.

O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.

Anexos

  • Texto integral do documento: https://dre.tretas.org/pdfs/1998/07/10/plain-94237.pdf ;
  • Extracto do Diário da República original: https://dre.tretas.org/dre/94237.dre.pdf .

Ligações para este documento

Este documento é referido nos seguintes documentos (apenas ligações a partir de documentos da Série I do DR):

  • Tem documento Em vigor 2000-09-26 - Decreto-Lei 235/2000 - Ministério da Defesa Nacional

    Estabelece o regime das contra-ordenações no âmbito da poluição do meio marinho nos espaços marítimos sob jurisdição nacional.

Aviso

NOTA IMPORTANTE - a consulta deste documento não substitui a leitura do Diário da República correspondente. Não nos responsabilizamos por quaisquer incorrecções produzidas na transcrição do original para este formato.

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