Louvo o Coronel de Cavalaria, NIM 51519711, Manuel Júlio Matias Barão da Cunha, da Liga dos Combatentes, por ao longo dos nove anos que coordena executivamente o Programa Fim do Império, projeto integrado no programa estratégico da LC "Cultura Cidadania e Defesa" e que envolve a Liga dos Combatentes, a Câmara Municipal de Oeiras e a Comissão Portuguesa de História Militar, ter levado à prática, com demonstração de elevada competência no âmbito técnico profissional, a tarefa de desenvolver sustentadamente um programa que procura contribuir para História de Portugal através de testemunhos e investigações de militares dos Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança, sobre a temática da Guerra do Ultramar.
O extraordinário desempenho e as relevantes qualidades pessoais do Coronel Barão da Cunha, permitiram que o Programa Fim do Império desenvolvesse a finalidade de debater este importante período da nossa História, confrontando os olhares, diferentes mas complementares, das mais diversificadas entidades militares e civis que participaram nas 180 tertúlias que o programa já concretizou e dos 30 livros editados sobre a temática da Guerra Ultramarina.
Tendo transitado para a situação de reforma extraordinária por deficiência adquirida em serviço e após ter cumprido duas comissões no Ultramar, o Coronel Barão da Cunha licenciou-se em Ciências Sociais e Políticas e encetou um novo trilho pessoal, sempre ao serviço de Portugal, dedicando toda a sua capacidade pessoal e académica ao serviço da cultura, na Função Pública e em Autarquias, desenvolvendo atividades culturais na Câmara Municipal de Lisboa e na Câmara Municipal de Oeiras, onde foi o primeiro coordenador da Livraria-Galeria Municipal Verney, desde 1995 até se aposentar em 2008. Os serviços prestados por si prestados foram reconhecidos pelo Município de Oeiras com a atribuição de duas medalhas de grau ouro, tendo as Juntas de Freguesia de Oeiras e de São Julião da Barra distinguido cada uma o homem de cultura com uma medalha de grau ouro.
O Coronel Barão da Cunha desenvolveu também uma carreira de escritor, conferencista e ensaísta, sendo autor de sete livros que contam com várias edições e onde se refletem inegáveis dotes literários retratando facetas múltiplas da experiência ultramarina que vivenciou profundamente e uma rara sensibilidade para refletir a problemática étnico-sociológica que a envolvia, a par do testemunho de grande sensibilidade de português, com sólida formação como militar e Combatente do Ultramar. Como Homem e Militar o Coronel Barão da Cunha deu testemunho, neste seu novo percurso pessoal, de invulgar espírito de compreensão e sentido humano, delicado trato, excecional capacidade de organização, dedicação, espírito inovador, empenho incondicional, calma, serenidade e indómita vontade de realizar por forma elevada e eficiente as tarefas assumidas.
Pelas relevantes qualidades pessoais e afirmação constante dos valores e elevadíssimos padrões éticos associados ao desenvolvimento de uma vasta atividade na área da cultura, considero de toda a justiça que os seus serviços sejam reconhecidos como extremamente importantes, tendo contribuído significativamente para a eficiência, prestígio e cumprimento da missão da Liga de Combatentes e do Ministério da Defesa Nacional.
Assim, nos termos da competência que me é conferida pelo n.º 3 do artigo 34.º, atento o disposto no artigo 25.º, na alínea a) do n.º 1 do artigo 26.º e no n.º 1 do artigo 27.º, todos do Regulamento da Medalha Militar e das Medalhas Comemorativas das Forças Armadas, aprovado pelo Decreto-Lei 316/2002, de 27 de dezembro, concedo a medalha da defesa nacional, de 1.ª classe, ao Coronel de Cavalaria, NIM 51519711, Manuel Júlio Matias Barão da Cunha.
20 de junho de 2017. - O Ministro da Defesa Nacional, José Alberto de Azeredo Ferreira Lopes.
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