Louvor 1715/2002. - Por proposta do comandante-geral da Guarda Nacional Republicana, louvo o major-general Augusto José Monteiro Valente pela forma brilhante como tem vindo a exercer funções na Guarda Nacional Republicana, em responsabilidades diversificadas que lhe permitiram que desse expressão plena à gama de atributos de que é dotado e que dele traçam perfil de oficial-general de excelentes méritos.
De elevada craveira intelectual, com preocupações culturais que, transcendendo o domínio genuinamente castrense, o levaram, por exemplo, à obtenção de licenciatura em História e à pós-graduação em Estudos Europeus e à vivacidade e à perspicácia com que lhe é habitual enquadrar a problemática das funções que lhe estejam confiadas, jamais condescendeu com a acomodação a procedimentos estandardizados, antes o remetendo à assunção profunda do acto de dirigir ou comandar, avaliando as possibilidades de cada situação, analisando-a aturadamente com vista à solução adequada e empenhando-se persistentemente na consecução desta. A sua permanência à frente da Brigada Territorial n.º 5, sediada em Coimbra, durante dois anos, comprovou-o à sociedade, bem testemunhado no significativo lote de iniciativas de sentido inovador que incrementou. Promoveu-as externamente, visando a abertura da Guarda à sociedade civil, mediante a organização de seminários de reconhecido nível de interesse, como pelo fomento de parcerias institucionais de flagrante utilidade com entidades diversas. Concretizou-se internamente, de forma criativa, diligenciando-se na normalização de procedimentos e adequada gestão de recurso, concertando, de forma ágil, realista e imaginativa o agrupamento de postos no intuito de obviar à constatada erosão de efectivos, instituindo o Grupo de Análise de Investigação Criminal, implementando os núcleos de investigação criminal em todos os destacamentos da unidade, actualizando, clarificando e orientando, numa actividade intensa, todas as vertentes da actividade policial, com a clarividência, a previsão, o dinamismo e a equaniminidade que o guindaram à plenitude da condição de chefe, categoricamente afirmada. Mereceu-lhe especial preocupação, no caso, a eficácia operacional da Brigada, que melhorou, enquadrando-a por oportunas medidas de avaliação e controlo, no mesmo modo que atendia ao seu primeiro suporte, a instrução, subordinando-a a directivas anuais, programadas, precisas e calendarizadas. O prestígio da instituição esteve sempre no seu horizonte ao empenhar-se no estreitamento de relações privilegiadas com autoridades judiciárias e autárquicas, ao seu nível e ao dos escalões subordinados, implementando métodos e procedimentos tendentes à motivação profissional dos militares sob o seu comando e, bem assim, reguladores da conduta dos mesmos, sensibilizando-os para a imagem pública que lhes era imperativo que cultivassem.
Cessando em Outubro do ano transacto o comando da Brigada Territorial n.º 5, por nomeação, para o cargo de inspector-geral da Guarda Nacional Republicana, é desde Janeiro último o segundo comandante-geral deste corpo especial de tropas. Pese embora o pouco tempo que leva nas actuais funções, constitui já uma certeza o contributo de alta valia que a sua permanência nelas irá conceder aos melhores interesses da Guarda Nacional Republicana, dada a sua postura profissional, eminentemente ética, e que o inibe de outra atitude que não seja a de entrega plena às responsabilidades assumidas, exercendo-as cabal e exaustivamente. Evidenciando notória competência, por argúcia e discernimento ímpares, pelas sensatez e ponderação que lhe enforma o carácter, bem merece o major-general Monteiro Valente, por quanto realizou, que se lhe elogiem os serviços que tem vindo a prestar à causa da segurança pública, que se consideram extraordinariamente importantes e distintos.
15 de Julho de 2002. - O Ministro da Administração Interna, António Jorge de Figueiredo Lopes.