Louvor 697/2000. - Louvo o capitão de artilharia NIM 18099686, Fortunato Manuel Figueiredo Mariano Alves, pela forma altamente meritória e muito competente como desempenhou as funções de oficial de assuntos civis do Sector Central (Sector Central HQ), parte integrante da estrutura das Peace Keeping Forces (PKF) da UNTAET (United Nations Transitional Administration in East Timor).
O seu espírito de missão, aliado a um elevado sentido do dever e inequívoca prática em elevado grau de lealdade, foi notório desde o período da organização e aprontamento da unidade, assim como durante a permanência no teatro de operações.
Dotado de elevados dotes de carácter, conseguiu rapidamente criar fortes laços de camaradagem com os restantes militares dos três ramos que constituíram o estado-maior do sector, o que muito contribuiu para criar um sólido espírito de corpo e facilitou o trabalho de equipa necessário ao cabal cumprimento da respectiva missão.
O capitão Mariano Alves revelou ainda ser possuidor dos conhecimentos técnicos necessários para tratar a difícil e complexa área dos "assuntos civis", o que, aliado ao seu entusiasmo, bom senso e inteligência, permitiu obter bons resultados, amplamente reconhecidos, demonstrando também a sua elevada proficiência e capacidade de realização.
Militar de sólida formação, manteve excelentes relações quer com os militares seus homólogos, dos comandos superiores e subordinados, quer com os diferentes agentes da administração transitória do território, com os responsáveis das agências não governamentais e dos vários organismos de ajuda humanitários em actividade em Timor Leste, quer com responsáveis por outras instituições locais, revelando nas várias circunstâncias possuir elevada coragem moral, o que permitiu a criação de um clima de confiança, fundamental à protecção das forças e facilitando a execução das respectivas tarefas, contribuindo também para o incremento do prestígio de que gozam os militares portugueses no território.
A facilidade de relacionamento humano do capitão Mariano Alves, aliada a uma postura calma e consciente, permitiu-lhe desenvolver com as várias organizações internacionais um bom entendimento, a todos os títulos louvável, comprovado pelos frequentes elogios que lhe foram feitos pelos respectivos responsáveis. Estes contactos permitiram não só a projecção de uma boa imagem do contingente nacional com a recolha, em tempo oportuno, de informação relevante para o planeamento e conduta das operações.
A sua acção foi particularmente notória no decorrer do processo de recepção e acolhimento dos deslocados de Timor Leste, que regressavam maioritariamente através da área de responsabilidade do Sector Central, em que desenvolveu um trabalho digno de realce, conseguindo persuadir os responsáveis pelas várias agências humanitárias envolvidas, da necessidade que os procedimentos que foram sendo sucessivamente adoptados respeitassem os requisitos da segurança, evidenciando qualidades de abnegação e de sacrifício exemplares.
Militar disciplinado e voluntarioso, o capitão Mariano Alves apoiou sempre de forma irrepreensível a execução de variadas tarefas nas outras áreas de estado-maior, designadamente na das relações públicas e do protocolo, deixando claro o seu espírito de obediência, nomeadamente na preparação e acompanhamento de visitas de jornalistas e de entidades nacionais e estrangeiras ao sector, confirmando a sua aptidão para bem servir nas diferentes circunstâncias.
Pelas qualidades de carácter e profissionais evidenciadas e particularmente pelo exemplar contributo para o cumprimento da missão e relevo que a sua acção representou para a imagem do contingente nacional e das Forças Armadas Portuguesas, é o capitão Mariano Alves digno de ocupar postos de maior risco e os serviços por si prestados considerados de elevado mérito.
11 de Agosto de 2000. - O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Gabriel Augusto do Espírito Santo, general.